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PESQUISA DA MATÉRIA “ATIVIDADES PRÁTICAS

INTERDISCIPLINARES DE EXTENSÃO”.

LEI MARIA DA PENHA


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

INTRODUÇÃO
Lei 11.340/2006, chamada de “Lei Maria da Penha”, que tem o objetivo de REPRIMIR a
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Esta lei foi criada porque uma mulher cearense, que se chama Maria da Penha Fernandes
foi vítima de violência doméstica por muito tempo. Então, Maria da Penha, procurou o Comitê
Latino-Americano e do Caribe (CLADEM) para a Defesa dos Direitos da Mulher que
intermediou o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Assim que a CIDH tomou conhecimento da situação, condenou o Brasil por OMISSÃO e
TOLERÂNCIA em seus atos para coibir a violência contra a mulher, e recomendou
investigações sobre o processo penal que envolveu o caso de Maria, bem como a adoção
de políticas públicas voltadas para prevenir, erradicar e punir a violência contra a mulher.

OBJETIVOS
• Criar mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar conta a mulher.
• Dispor sobre a criação de juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher.
• ESTABELECER MEDIDAS DE ASSISTÊNCIA E PROTEÇÃO À MULHER QUE SE
ENCONTRE EM SITUAÇÃO de vulnerabilidade.

DIREITOS ASSEGURADOS A MULHER


Toda e qualquer mulher goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo
asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


A lei tem o objetivo de coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, e para que isso
seja configurado, basta qualquer AÇÃO ou OMISSÃO baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, no âmbito,
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da unidade doméstica com convívio permanente de pessoas, no âmbito da família ou em


qualquer relação íntima de afeto, independentemente de coabitação.
Outro ponto relevante defendido pelo STJ é que a lei pode ser aplicada mesmo quando o
relacionamento já tenha acabado, bastando apenas que a agressão tenha ocorrido em razão
do relacionamento que já tenha sido encerrado.

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VULNERABILIDADE DA MULHER
Note que o foco é a vulnerabilidade da mulher.
Dessa forma, pode ocorrer a aplicação da lei nas situações envolvendo outro familiar ou
pessoa que conviva com a vítima.

IMPORTANTE: o STJ entende que é possível a aplicação da Lei


Maria da Penha em casos que envolvam mãe e filha.

VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS


A violência doméstica e familiar contra a mulher é uma das formas de violação de direitos
humanos.
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma
das formas de violação dos direitos humanos.

FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


O legislador classificou as formas de violência contra a mulher, logo, é importante ressaltar
que esse rol é meramente EXEMPLIFICATIVO, de modo a analisar o caso concreto.
As formas de violência são:
• FÍSICA: qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
• PSICOLÓGICA: qualquer conduta que lhe cause dano emocional ou diminuição da
autoestima ou que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
• SEXUAL: qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de
relação sexual não desejada;
• PATRIMONIAL: qualquer conduta que configura retenção, subtração, destruição parcial
ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos, bens, valores;
• MORAL: qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL


A autoridade policial deverá, entre outras providências:
• Garantir a proteção, quando necessário, comunicando o Ministério Público e ao Poder
Judiciário;
• Encaminhar a ofendida ao hospital;
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• Fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para um local seguro, quando
houver risco de morte;
• Se necessário, acompanhar a ofendida à retirada de seus pertences;
• Informar à ofendida os direitos a ela conferidos pela lei e os serviços disponíveis.
Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, deverá a autoridade
policial adotar, de imediato: ouvir a ofendida, colher provas, remeter ao juiz o pedido de
concessão de medidas protetivas de urgência (em até 48 horas), determinar a realização do
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exame de corpo de delito, ouvir o agressor e as testemunhas, identificar o agressor e juntar


seus antecedentes criminais e remeter os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério
Público.

DENÚNCIA E RETRATAÇÃO
Em nosso ordenamento jurídico, a retratação do ofendido em crimes que dependem de
representação deve ser realizada até o OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. Entretanto, no
caso da Lei Maria da Penha, a retratação pode ocorrer até o RECEBIMENTO DA
DENÚNCIA, mas a vítima deve manifestar seu interesse diante do juiz, em audiência
específica para esse fim, ouvido o Ministério Público.

IMPOSSIBILIDADE DE DETERMINADAS SANÇÕES


É vedada a aplicação de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem
como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
Também não pode aplicar aos crimes praticados contra a mulher os institutos
despenalizadores da Lei 9.099/1995 (JECRIM).

MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA


Medidas que obrigam o agressor:
• Suspensão da posse ou restrição do porte de armas;
• Afastamento do lar ou local de convivência;
• Proibição de determinadas condutas;
• Aproximação da ofendida, de seus familiares e testemunhas por qualquer meio de
comunicação;
• Frequentar determinados lugares;
• Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores;
• Prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
Medidas protetivas à ofendida:
Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
• Encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de
proteção ou de atendimento;
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• Determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio,


após afastamento do agressor;
• Determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos filhos e alimentos;
• Determinar a separação de corpos;
• Determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica
mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição,
independentemente da existência de vaga.
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PERGUNTAS
POR QUE AINDA HOJE EXISTE ESSE TIPO DE VIOLÊNCIA, EXISTE UM PERFIL DOS
AGRESSORES?
De acordo com delegada Fernanda Fernandes, que atua diariamente no combate a este tipo
de crime na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense "até as pessoas que convivem com o agressor não acreditam que ele tenha
praticado esse tipo de delito”.
”A gente tem como padrão de agressor de violência doméstica uma pessoa que trabalha,
tem uma vida social, é primário e de bons antecedentes. Na maioria dos casos, a gente tem
esse padrão de agressor de uma ‘pessoa normal”.
Paulo Cesar Conceição, de 46 anos, coordena um centro de recuperação de homens
condenados pela Justiça por violência doméstica. Ao G1, ele afirmou que a violência
doméstica está impregnada na sociedade e quase não é percebida.
“Ele [o agressor] é o ‘cidadão comum’, é o motorista de ônibus, o empresário, o lojista, o
religioso. A violência doméstica está impregnada na nossa sociedade de tal forma que ela
está invisível”, disse.

O QUE FAZER PARA MUDAR A CULTURA DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES, E


EM QUE LUGAR A MULHER SOFRE MAIS VIOLÊNCIA?
Feito por Hugo Fernandes Lima

Para poder amenizar a violência contra a mulher, o Poder Legislativo deveria:


• Criar leis mais rígidas e fazer cumprir leis existentes que protegem as mulheres contra
qualquer tipo de violência;
• Educar as meninas para quando se tornarem mulheres, poder ser independentes
financeiramente;
• Capacitar as mulheres, para ter a sua própria profissão, para que não dependa de seu
companheiro.
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Em relação ao local em que ocorre os maiores casos de violência contra a mulher, em sua
maioria, ocorre dentro de suas residências, onde o homem – agressor – acha que naquele
local, ele pode fazer o que bem quer, sem que haja qualquer tipo de intervenção por qualquer
pessoa da sociedade, com isso, as mulheres se tornam mais vulneráveis.

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER FORA DO AMBIENTE DOMÉSTICO TAMBÉM SE


ENQUADRA NA LEI?
Sim, bastando apenas, ter qualquer vínculo familiar ou qualquer relação íntima de afeto
(namorado, pai, irmão...), independentemente, do local onde os envolvidos estejam. Com
essa constatação, qualquer agressor poder ser enquadrado pela Lei Maria da Penha.

A LEI TAMBÉM PODE INCRIMINAR MULHERES?


Pode ocorrer a aplicação da lei nas situações em que envolvam qualquer familiar ou
pessoa que conviva com a vítima, não se enquadrando apenas para homens, portanto, o
STJ aprova a aplicação da lei nos casos entre mãe e filha.

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER COM DEFICIÊNCIA TAMBÉM RECEBE


TRATAMENTO DIFERENCIADO?

O QUE A REDE NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER?

Feito por Hugo Fernandes Lima

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