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Lei Maria da Penha

Palestra realizada pela Comissão da


Mulher Advogada
Comissão da Mulher Advogada e sua
função

• A Comissão da Mulher Advogada tem por função promover ações que


contribuam para a valorização da Mulher Advogada, lutando por seus
direitos e também pela eliminação de discriminação. Em Ubatuba a
Comissão da Mulher Advogada tem atuado em conjunto com os integrantes
da rede formada para a proteção das mulheres vítimas de violência
doméstica, inclusive realizando atendimento humanizado as mesmas,
cumprindo, desta forma, importante papel social em nossa cidade.
Lei Maria da Penha nº 11.340/2006
A Lei Maria define que a violência doméstica
contra a mulher é crime e aponta as formas
de evitar, enfrentar e punir a agressão.

De acordo com a Lei Maria da Penha,


violência é qualquer ação ou omissão
baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial.
Tipos de Violência

 Violência física;
 Violência sexual;
 Violência patrimonial;
 Violência moral;
 Violência psicológica.
Inovações
• A nova Lei traz ao Código penal o artigo 147-B capitulando o
crime de Violência Psicológica contra a mulher, tipificando a
conduta delitiva quando "causar dano emocional à mulher
que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou
que vise a degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
chantagem, individualização, limitação do direito de ir e vir
ou qualquer outro meio que cause prejuízo a sua saúde
psicológica e autodeterminação.
• A pena é de reclusão de 6 meses a 2 anos e multa.
Escalada da violência
• Geralmente inicia no namoro, com
ameaças, xingamentos, empurrões,
proibições.
• Após o casamento intensifica: danos a
objetos, violências na presença da vítima,
tapa, soco, ponta pés, mordidas, ataque
sexual.
• Cria um ciclo: TENSÃO – AGRESSÃO – LUA
DE MEL.
ONDE OCORRE A VIOLÊNCIA?
• UNIDADE DOMÉSTICA – espaço de convívio permanente de pessoas,
com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.
• UNIDADE FAMILIAR – unidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por
vontade expressa.
• RELAÇÃO ÍNTIMA DE AFETO – o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independente de coabitação.
• Perigo dentro de casa:
• Agressores normalmente são Conhecidos da vítima e podem ser:
• 60,8% dos casos acontecem na residência da vítima
• 64,5% dos autores são conhecidos da vítima
Medida Protetivas Que Obrigam o Agressor:

São medidas protetivas de urgência - entre outras:


I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: a) aproximação da ofendida, de seus
familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de
comunicação; c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física
e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de
atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios. ( de ofício e no prazo de 48 horas)
A LEI É A SOLUÇÃO?
A Lei nº. 11.340/2006 - Lei Maria da Penha - ainda é a normativa nacional mais
importante e que baseia várias outras legislações no tocante a prevenção,
punição e erradicação das violências e violações domésticas e familiares contra
as mulheres. E partindo desse pressuposto faz-se necessária uma reflexão acerca
de sua efetividade quando pensamos em sua aplicabilidade prática, e se apenas
a Lei por si só é o suficiente para o enfrentamento das violências praticadas
contra as mulheres.
A violência contra as mulheres, além de histórica, são também um fenômeno
cultural enraizado na sociedade. E essa cultura não acaba apenas com leis penais
punitivas. A posição imposta à mulher, pela cultura patriarcal, fez que as
mulheres, durante muito tempo, se resignassem, se recolhessem apenas a
espaços privados e muitas vezes à exclusão do convívio social.
Para que as violências cometidas contra os Direitos Humanos das mulheres
diminuam, é necessário que a sociedade se implique a partir de um saber
compartilhado, em ações multiprofissionais para a elaboração de políticas
públicas e práticas de atenção, prevenção e combate às violências e campanhas
educacionais que sejam efetivas e eficazes.
Perguntas mais
frequentes
• Como se obtém medida protetiva e por quanto tempo
ela vale?
• A medida protetiva pode ser solicitada através do
registro de boletim de ocorrência em qualquer Delegacia
de Polícia, especialmente na Delegacia Especializada de
Atendimento a Mulher, nas cidades onde houver uma. A
medida também pode ser solicitada através Defensoria
Pública, Advogado particular e Promotoria de Justiça
(Ministério Público). Formulado o pedido e
encaminhado ao Judiciário, o Juiz(a) terá até 48 horas
para analisar a concessão da proteção. A medida durará
pelo prazo determinado na decisão.
Perguntas mais
frequentes
• O agressor sempre vai preso? Por quanto tempo ele fica
preso?
• A primeira medida é geralmente aplicação de uma protetiva
para a vítima, como o afastamento do lar e a proibição de
aproximação e contato. O agressor será preso caso seja
condenado a uma pena privativa de liberdade ou descumpra a
medida protetiva fixada pelo Juízo. Neste caso é muito
importante que a vítima comunique imediatamente o
descumprimento à autoridade policial, ao Ministério Público
ou à Defensoria Pública. São proibidas penas pecuniárias
como pagamentos de multas ou entrega de cestas básicas. O
tempo de prisão varia de acordo com a condenação ou a
necessidade de proteção, mas sempre a vítima será avisada
sobre a prisão e soltura do agressor.
Temas atuais e relevantes
• Julgamento da ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) nº
6.138 pelo STJ (Supremo Tribunal de Justiça), que permite que
a autoridade policial afaste o agressor (se constatado o risco a
integridade) da vítima, antes de decisão judicial.
• Prioridade em vaga em creche/escola aos dependentes de
mulheres vítimas de violência, instituído por Lei Municipal.
• “A vida começa quando a violência acaba.” Maria da
Penha
• Qual é a história que queremos contar no futuro?
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