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Estudo Dirigido - 2º V.A.

Psicologia Jurídica

Discente: Gabriela Carvalho Silva

1) De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), se


enquadra em violência infantil tudo aquilo que obedece aos
seguintes critérios: Maus-tratos, Violência por parceiro íntimo,
Bullying, Violência sexual, Violência emocional ou psicológica e
Violência juvenil.
Segundo o Ministério da Saúde, a violência infantil pode
ocasionar três problemáticas principais para as crianças e
adolescentes, a curto e longo pazo. São elas:
– Problemas sociais, emocionais, psicológicos e cognitivos
durante toda a vida, podendo apresentar também
comportamentos prejudiciais à saúde. Em geral, se manifesta por
meio do abuso de substâncias psicoativas, do álcool e outras
drogas e da iniciação precoce à atividade sexual, tornando-os
mais vulneráveis à gravidez e à exploração sexual.
– Os problemas de saúde mental e social relacionados com a
violência em crianças e adolescentes podem gerar consequências
como ansiedade, transtornos depressivos, alucinações, baixo
desempenho na escola e nas tarefas de casa, alterações de
memória, comportamento agressivo e até tentativas de suicídio.
– A exposição precoce de crianças e adolescentes à violência
pode estar relacionada com o comprometimento do
desenvolvimento físico e mental, além de enfermidades em etapas
posteriores da vida, como as doenças sexualmente
transmissíveis, o aborto espontâneo e outros.

2) O Depoimento Sem Dano, conhecido como depoimento


especial pelo Conselho Nacional de Justiça, refere-se a um
método inovador e eficaz de colheita de depoimentos de crianças
e adolescentes. Além de possuir extrema relevância para o
processo penal, propiciando à criança e ao adolescente, vítima de
crimes contra a dignidade sexual, a possibilidade de relatar a
violência que foram submetidos a profissionais dotados de
conhecimento técnico. Além disso, também visa a proteção de sua
integridade psíquica e a garantia dos direitos que lhes são
assegurados na Lex maior e no Estatuto da Criança e do
Adolescente.

3) A referida lei trata da escuta especializada e do depoimento


especial da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de
violência. Na nota técnica, o CFP recomenda que “a psicóloga e o
psicólogo não participem da inquirição de crianças por meio do
depoimento especial”.
Principais Considerações: Identidade do Sistema de Garantia
de Direitos da Criança e do Adolescente Vítima ou Testemunha de
Violência; A Lei promete criar mecanismos para prevenir e coibir a
violência, no entanto não propõe nenhuma estratégia de
prevenção; Risco da disseminação da prática do depoimento
especial para além dos casos de violência sexual; A nova Lei
desconsiderou o Marco legal já existente; A lei silencia em relação
a alguns tipos de violência; Os direitos e garantias fundamentais
da criança e do adolescente; As políticas de atendimento
propostas na Lei.

4) As medidas protetivas de urgência foram criadas pela Lei nº


11.340/2006, mais conhecida como a Lei Maria da Penha, e são
mecanismos legais que visam proteger a integridade ou a vida de
uma menina, adolescente ou mulher em situação de risco.
Existem dois tipos de medidas protetivas de urgência:
I. As que obrigam o agressor. São exemplos:
a. restrição do porte de armas;
b. proibição de se aproximar da mulher, dos filhos, parentes ou
testemunhas;
c. afastamento do lar;
d. proibição de frequentar lugares predeterminados;
e. proibição de manter contato;
f. comparecimento a programas de recuperação ou
reeducação
II. As que protegem a mulher. São exemplos:
a. acompanhamento policial para que possa recolher suas
coisas em casa;
b. encaminhamento dela e dos filhos para abrigos, garantindo
a proteção deles;
c. afastamento da casa, sem que ela perca seus direitos em
relação aos bens do casal.

5) No ano de 2022, a Lei Maria da Penha sofreu a mais recente


alteração, que foi:
- Lei 14.310: Determina o registro imediato, pela autoridade
judicial, das medidas protetivas de urgência deferidas em favor da
mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
dependentes.
Outras principais mudanças:

6) Estão previstos cinco tipos de violência doméstica e familiar


contra a mulher na Lei Maria da Penha: física, psicológica, moral,
sexual e patrimonial.
É considerada qualquer conduta que: cause dano emocional e
diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas
ações, comportamentos, crenças e decisões.

7) Inimputável:
Aquele que por anomalia psiquica, retardo mental não pode
responder por si judicialmente. sao tambem considerados
inimputaveis nos termos da lei os menores do 18.
- Imputável:
É quando o indivíduo, sem limitações de entendimento e/ou
mental, possui a capacidade de entender o fato como íllicito e agir
de acordo com este entendimento.
É aquele que pode receber acusação por meio de queixa, crime
ou denúncia do órgão público pela prática de um delito. No Brasil,
toda pessoa com idade acima de 18 anos é considerada
imputável.

8) O trabalho do psicólogo dentro do sistema prisional é


indispensável tendo em vista que sua atuação é voltada para a
garantia dos direitos humanos, priorizando a autonomia do sujeito
e procurando fazer com que a LEP seja efetuada de fato para que
se possa ter um resultado satisfatório.

9)
a) Compreendese que o uso abusivo de substâncias
psicoativas afeta integralmente não somente a vida de quem é
usuário, mas acaba por se tornar também uma adversidade que a
saúde pública enfrenta. Tratase de um comportamento
extremamente complexo, sendo um problema abordado como
doença crônica por muitos pesquisadores, que acaba por
necessitar de empenho de uma gama de profissionais e
instituições para amenizálo (Bordin, Grandi, Figlie & Laranjeira,
2010; Laranjeira, 2012). A natureza obscura que permei a a
sensação de prazer mediante o uso da droga é forte e imediata, o
que propicia a dependência. Muitas são as alterações fisiológicas
do cérebro acarretadas por esse uso, como disfuncionalidades
comportamentais e redução drástica nas habilidades sociais, o
que vem contribuindo para o aumento exponencial de diversos
problemas vistos não somente em quem as usa/depende delas,
como também nos contextos sociais em que estão inseridos.
Fazsobre o assunto que por muitas vezes é tra se necessário abrir
discussões tado como tabu em instituições que poderiam gerar
algum tipo de movimento de reflexão sobre o que é, as
consequências e a relação com a vida de cada indivíduo, com seu
corpo, com sua própria saúde e com a saúde de terceiros.
Aprender a lidar com as drogas é fundamental, porque embora
existam pontos positivos para os usuários, muito maiores são os
pontos negativos, dentre eles o comportamento violento, redução
na capacidade de julgamento, dificuldades profissionais e/ou
abandono dos estudos, rompimento de vínculos inclusive
familiares que poderiam ser curativos, problemas psiquiátricos,
entre outros.
Iniciar essa ação com formação de vínculo e escuta das
demandas subjetivas, que muitas vezes podem estar recheadas
de sofrimentos como abandono, violência e falta de perspectiva de
futuro; tais angústias precisam ser elaboradas. A violência
familiar pode ser caracterizada por padrões de comportamentos
que circundam um relacionamento abusivo e agressivo contra
uma pessoa ou contra um dado grupo doméstico, que age de
maneira a promoção de maus tratos físicos e/ou psicológicos e é
uma adversidade enfrentada em muitas casas. O Brasil registrou
quase 20 mil casos de maus-tratos contra crianças e adolescentes
em 2021, de janeiro a 2 de junho de 2022 já foram registradas
mais de 35 mil denúncias de violações de direitos humanos contra
pessoas idosas e existem mais de 31 mil denúncias de violência
doméstica ou familiar somente contra as mulheres até julho de
2022, e os números seguem alarmantes. O combate essa
situação repudiável é imprescindível, que vão desde o
enfrentamento com a denúncia até os autos com as medidas
punitivas. É importante salientar a necessidade de promoção de
ações que estejam voltadas para a prevenção, e, ainda, medidas
de apoio que permitam, por um lado, à vítima e à sua família ter
assistência social, psicológica e jurídica necessárias à
recomposição após a violência sofrida e, por outro lado, que
proporcionem a possibilidade de reabilitação dos agressores.
As equipes de Saúde da Família de cada município são as
responsáveis para conhecer, discutir e buscar a identificação dos
fatores de risco na população, para facilitar a definição de ações a
serem desenvolvidas, com a finalidade de intervir preventivamente
ou confirmar um diagnóstico, visando a adoção das medidas
adequadas às diversas situações de violência intrafamiliar.
b) Atuação inter e multiprofissional, sempre que a
compreensão dos processos e fenômenos envolvidos assim o
recomendar, relacionando-se com o outro de modo a propiciar o
desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua
atuação profissional. Identificar e analisar necessidades de
natureza psicológica, elaborar projetos, planejar e agir de forma
coerente com referenciais teóricos e características da população
alvo. Intervenções em grupos, instituições e comunidades.
Partindo do entendimento do Conselho Federal de Psicologia que
"políticas públicas são um conjunto de ações coletivas geridas e
implementadas pelo Estado, que devem estar voltadas para a
garantia de direitos sociais, norteando-se pelos princípios da
impessoalidade, universalidade, economia e racionalidade e
tendendo a dialogar com o sujeito cidadão" (CFP, 2007, p. 17), o
psicólogo no CRAS tem por finalidade fazer com que os usuários
sejam sujeitos de direitos, além de fortalecer tais políticas. Para
isso, ele deve ter como foco em sua atuação a dimensão subjetiva
dos indivíduos para que sejam autônomos e cidadãos. Nesse
sentido, a Psicologia nesse espaço deve identificar as principais
demandas psicossociais dos usuários. Assim, é imprescindível
compreender e identificar a demanda dos sujeitos a partir de seu
contexto histórico, social e pessoal para que a intervenção
psicológica seja efetiva, juntamente com o planejamento dos
outros profissionais inseridos no CRAS. Analisando as 10
principais teorias psicológicas, que são: • Teoria dualística
cartesiana; Teoria da Gestalt; Teoria comportamental-resposta
estímulo; Teoria da aprendizagem de Jean Piaget; Teoria
sociocultural de Lev Vygotsky; Teoria do aprendizado social
Bandura; Teoria da dissonância cognitiva; Teoria do
processamento de informações; Teoria da cognição incorporada e
Teoria da escolha racional. E utilizando um planejamento de
ação 5W2H:
5W - What (o que será feito?) Why (por que será feito?) Where
(onde será feito?) When (quando?) Who (por quem será feito?)
2H - How (como será feito?) How much (quanto vai custar?)
É de extrema valia o auxílio de outro profissional da saúde, p das
ações necessárias e cabíveis. Destacase que os profissionais de
enfermagem são agentes ara o planejamento e execução chave
no processo da transformação social, participando no desenho e
na implantação de programas e projetos de promoção de saúde,
prev enção do uso e abuso de álcool e outras drogas. Em
constante integração de conhecimentos, os profissionais da
Psicologia e Enfermagem, atuam em situações como: Acolhimento
e Identificação do caso; Atividades Educativas; Reinserção Social
e Rede de Apo io, dentre diversos outros pontos de atendimento.

10) A pratica de redução de danos está sendo uma alternativa que


busca a autonomia do sujeito com o uso de substancias
psicoativas. Por conta disso, é importante o trabalho do psicólogo
em tal contexto.
É de suma importância o psicólogo mediar o processo de
sintoma que o sujeito traz usando a substancia como um escape e
recompensa, realocando a droga como primordial sempre
buscando um prazer para suprir uma falta e quanto menos
autonomia nesse uso, mas tende a ser um processo sintomático,
como contempla Santos e Pratta (2012) mal-estar vinculado às
renúncias de gratificação pulsional impostas pela civilização, alívio
de um sofrimento suscitado pelo peso da realidade como
obstáculo à busca do prazer. O sujeito que faz o uso da
substancia de uma forma sintomática realocando como escape de
algo pode vim a entrar em um processo sintomático.
A importância do lugar de fala e escuta, realocar o sujeito como
personagem principal em todo contexto que lhe são retirados seja
pela família, amigos, comunidade e o discurso da sociedade.
Segundo Gomes e Vecchia (2018), a atuação do psicólogo com
RD é dinâmica e adaptativa, o sujeito deve ser contemplado na
sua totalidade, todo o meio social que o mesmo está inserido, as
estratégias devem condizer com sua realidade fazendo sentindo
para o sujeito.
Para isso é muito importante que o psicólogo compreenda que
seu trabalho assim como seu código de ética cita é pautado nos
Direitos Humanos. Os dispositivos de atenção psicossocial devem
mediar o processo de realocar o sujeito no seu espaço,
comunidade e família, é importante que tal manejo promova
liberdade, empoderamento e direito para o sujeito, respeitando
seu espaço de escolhas, ou seja, o usuário poderia estar em
abstinência ou não a notoriedade está em promover saúde em
todo esse processo respeitando a subjetividade do sujeito, tal
ponto é primordial.

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