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Psicologia Jurídica

Aula 5
Professora: Érica Vieira
20/03/2019--- 25/03/2019

Lei da palmada
Escuta Especializada
Tipos de Violência (continuação)

• Violência Institucional- entendida como a praticada por instituição


pública ou conveniada, inclusive quando gerar revitimização.
Tipos de Violência (continuação)

• Violência intrafamiliar Violência doméstica

 Enquanto a primeira está relacionado a condição de parentesco da criança e do


autor, a segunda para alguns autores se refere ao local onde a violência ocorre.

OBS: Há na atualidade uma discussão sobre a ou à proximidade de relação entre a


vitima e o agressor.
Refletindo sobre a violência contra a crianças e o adolescentes

A violência é um fenômeno que envolve diversos fatores:

• Individuais/psicológicos
• Socioeconômicos-
• Familiares-
• Culturais

*Necessita portando de uma abordagem intersetorial


Lei 13.010/ 14 - “Lei da Palmada”
• Também conhecida como Lei Menino Bernardo, foi sancionada em
2014.

• “Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e


cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Lei 13.010/ 14 - “Lei da Palmada”
Pela lei considera-se:

• Castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a
criança ou o adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;

• Tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao


adolescente que:

a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.
Lei 13.010/ 14 - “Lei da Palmada”
De acordo com a gravidade do caso , podem ser aplicadas as seguintes medidas:

• Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;

• Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

• Encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

• Obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;

• Advertência.

*As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
providências legais.
Lei 13.010/ 14 - “Lei da Palmada”
• Para os defensores da Lei, a violência física não educa o público
infantojuvenil para que resolvam os seus problemas através do diálogo
e da compreensão mútuas.
• Para os críticos da Lei é inadequado a intervenção do Estado em
assuntos privados, como a educação de crianças em casa.

• Muitos apontam a punição severa demais com pena de 1 a 4 anos de


prisão além de perda do poder familiar, não só para adultos que
espanquem fortemente os filhos, mas também que deem beliscões,
"palmadas pedagógicas” ou até agressões psicológicas, como castigos
sem punição físicas em menores de idade.
Registros dos últimos 7 anos
Comparativo 2016- 2017
Perfil por gênero- 2017
Perfil por Faixa Etária- 2017
Violência Contra a Criança e o Adolescente
Sinais que podem indicar diferentes tipos violência:

• Relato recorrentes de acidentes,


• Hematomas , arranhões, marcas e manchas no corpo sem explicações.
• Lesões nas zonas genitais
• Infrequência escolar
• Isolamento
• Baixa autoestima
• Choro imotivado
• Comportamento agressivo
• Inquietação
Violência Contra a Criança e o Adolescente

 Comportamentos sexuais inadequados


 Irritabilidade
 Diminuição do rendimento escolar
 Medo
 Fuga de casa
 Comportamento sedutor
 Medo de adulto (principalmente homens)
 Automutilação
 Ideias suicidas
Violência Contra a Criança e o Adolescente

ATENÇÃO

• Nenhum desses sinais sozinho é indício seguro de que a violência


ocorreu. É fundamental o exame minucioso e circunstanciado do
caso!!!!!!
Escuta a Crianças e Adolescentes Vítimas de
Violência
• Hoje meninos e meninas são ouvidas em diferentes órgãos, cerca de
oito a dez vezes ao longo de um processo judicial. (Childhood Brasil)

• Revitimização -É reviver o sofrimento já experimentado pela situação


de violência em si mesmo, seja enquanto vítima ou enquanto
testemunha. Se baseia na repetição desnecessária da história de
violência vivida ou presenciada, oriunda da repetição excessiva de
interrogatórios e dos danos provocados na produção de provas.
Refletindo sobre a violência sexual contra
crianças e adolescentes
Embora o número de casos denunciados seja expressivo, sabe-se que
muitas situações continuam acontecendo na surdina, ou são tratadas
como segredos de família:

• Medo que as ameaças se concretizem


• Receio de ver a família desmoronar
• Descrença na justiça
• Dependência emocional e financeira
• Falta de compreensão do que lhe acontece
Refletindo sobre a violência sexual contra
crianças e adolescentes
• As sequelas da violência sexual podem ser evidentes ou
imperceptíveis. Poderão variar de acordo com os seguintes
elementos:

• Tipo de de violência

• Idade da criança

• Duração da situação
Refletindo sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes

• Segundo Furniss (1993) danos provenientes do abuso podem ser


agrupados da seguinte maneira:

1) Danos Primários- decorrentes da própria situação de violência.

2) Danos Secundários- decorrentes de intervenções inadequadas ou de


não intervenções da rede de atendimento e proteção.
Refletindo sobre a violência sexual contra
crianças e adolescentes
• Grau de violência

• Diferença de idade entre a pessoa que cometeu e a criança

• Relação entre a vitima e o autor

• Rede de apoio

• Presença de ameaça.
Sobre o autor da Violência
• Em geral são pessoas próximas

• No caso da violência física em geral são mulheres

• No caso da violência sexual em geral são homens heterossexuais

• Não apresentam características esteoripadas

• É comum que possuem histórico de violência em suas vidas

• Furniss fala sobre a síndrome da adição:


Sobre o autor da Violência
• Sabem que é errado

• Sabem que é prejudicial

• Como em outras adições alivia a tensão

• Compulsão à repetição, dependência psicológica


Furniss  Sindrome da Adição
• Sentimentos de culpa podem fazer tentar parar

• Tentativa pode para a sintomas de abstinência


Depoimento Especial
Pretende:

• Evitar que a memória se perca


• Resguardar a integridade da vítima
• Evitar e Revitimização

Críticas ao DSD:

• O psicólogo não tem entre suas atribuições o papel de inquiridor


• A fala da criança sendo usada como prova, coloca sobre ela uma responsabilidade para a qual ainda
não esta preparada.
• Mesmo com a proposta de evitar revitimização continua provocando novos atendimentos.
• Se por seu estado emocional diz algo isso fica registrado na gravação
Referências Bibliográficas
• Signorini, HG. Violência contra a criança e o adolescente. In:
Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Nau, 2014.

• Brasil. Ministério dos Direitos Humanos. Relatório anual disque


direitos humanos. Brasília, 2018.

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