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IDENTIFICAÇÃO

E PREVENÇÃO DE
VIOLÊNCIAS
CONTRA O BEBÊ,
A CRIANÇA E O
ADOLESCENTE

DRE – Pirituba / Jaraguá


16 de novembro de 2020
Profa. Dra. Juliana Fonseca O. Neri
NECESSIDADES APÓS
O ISOLAMENTO

• COMO RECEBER OS ESTUDANTES


MODIFICADOS PELA PANDEMIA?
Quem são nossos estudantes?
Todos são “novos” na escola.
Como garantir escuta, expressão de sentimentos,
senso de coletividade, de apoio mútuo, construção
de conhecimentos para reinvenção do mundo pós-
pandemia a que nós e os estudantes estamos sendo
convocados pelo contexto ?
Em “qual tempo” cada um está?
REAPRENDER NOSSOS ESTUDANTES
REDE COLABORATIVA

• A escola não está sozinha.


• Articulação com a rede: aproximação (em quais aspectos podemos colaborar
com nossos parceiros da rede?)
• Planejamento conjunto de ações de prevenção: nossos parceiros podem dar
palestras para a comunidade escolar? Podemos criar “escolas de pais”, reuniões
de orientações para as nossas equipes, para as famílias com a participação dos
parceiros da rede? Podem participar de alguma ação com os estudantes em
projetos da escola? Podemos traçar projetos conjuntos?
• Planejamento de fluxos e de encaminhamentos de cada caso (seguindo as
orientações da Instrução normativa 20 e 21 de 2020).
POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: PROTEGER

Identificar sinais para Construir conhecimentos


CURRÍCULO DA CIDADE
romper o ciclo de violências para prevenir
• Conhecimento sobre o fenômeno das violências
contra bebês, crianças e adolescentes, sobre o
macrossistema da violência doméstica (múltiplas
forças que atuam na família, no indivíduo, na
comunidade e na cultura, considerando os aspectos
históricos, a interação de fatores socioeconômicos,
políticos e as vivências culturais das famílias, que
influenciam os padrões de relacionamento entre pais e IDENTIFICAÇÃO
filhos, entre gêneros e entre gerações)
• Conhecimento sobre os tipos de violência e os sinais
• Sensibilidade para ver
• Olhar atento: trocar as lentes? Aumentar o zoom?
Zoom óptico ou digital?
• acontece em todas as classes sociais
• não há um único perfil de agressor, nem um padrão
único de família em que aconteça o problema, tampouco um
perfil único de vítima.
• Racismo: crime que envolve e se materializa por meio da IDENTIFICAÇÃO
violência estrutural, psicológica, física, sexual e entre as crianças
e adolescentes.
• faltas excessivas não justificadas;
• dificuldade de aprendizagem, distração, dificuldade de memorização;
• alteração no comportamento, passando a apresentar raiva
exagerada ou sinais mais “discretos”, mais difíceis de perceber,
como apatia, introspecção, tristeza, isolamento, “dor da alma”, pois
podem se camuflar no que alguns professores veem como “bom
comportamento”;
SINAIS
• dores e febres inexplicáveis (somatização das angústias);
RECORRENTES
• alteração no relacionamento com outras crianças; DE
• comportamento sexual incompatível com a faixa etária; VIOLÊNCIAS
DOMÉSTICAS
• falta de controle dos esfíncteres;
• marcas físicas aparentes ou escondidas em roupas;
• mudança no comportamento da família em relação à criança ou em
relação à escola.
(NERI, 2013, p.101- 102)
FIQUE ATENTO
- a marcas no corpo;
- a recorrentes queixas de acidentes domésticos;
- ao uso de roupas que cobrem o corpo (blusões, toucas,
luvas, camiseta de manga longa, óculos, entre outros),
principalmente quando não condizem com a temperatura
do dia;
- a mudanças repentinas de comportamento, como
agressividade, introspecção, agitação excessiva, apatia,
choro constante;
Violência física - ao isolamento;
- a queixas frequentes de dores no corpo;
- ao jogo simbólico;
- a posturas agressivas;
- à prática de bullying;
- às alterações na relação com os seus responsáveis,
observáveis nos horários de entrada e saída da escola;
- à alteração no desempenho escolar;
- à recusa em participar de atividades que lhe agradam;
- aos relatos da comunidade.
É importante saber

Nas situações de violência física, há questões


específicas que precisam ser consideradas de modo a
preservar e resguardar a segurança da vítima.

● Evitar conversar com a família sobre a suspeita ou


revelação de violência física, pois essa atitude pode
intensificar e agravar ainda mais as agressões;

● comunicar ao ministério público ou à vara da


infância e juventude concomitantemente ao conselho
Violência física tutelar;

● compreender que a tarefa da escola não é a de


investigar ou julgar casos suspeitos ou revelados de
violência física;

● compartilhar com o núcleo de apoio e


acompanhamento para aprendizagem - NAAPA da diretoria
regional de educação vinculada à unidade educacional para
que a equipe contribua com os encaminhamentos e
acompanhamento da situação.
F IQ U E A TE NTO
● a mudança brusca de comportamento (apatia,
irritabilidade, agressividade, isolamento);
● a sonolência;
● a resistência ao diálogo, por parte dos responsáveis, com
a escola;
● a omissão da comprovação do uso de medicamentos;
● à criança ou adolescente portando medicação sem
Violência química orientação ou informação prévia formalizada pelos
responsáveis;
● a mudança no horário para ministrar o medicamento;
● aos sinais físicos: olhos vermelhos, vômito, enjoo,
tontura;
● às crianças com históricos de envenenamento acidental;
● aos sinais de negligência ou outras formas de maus-tratos;
● a movimentos involuntários, súbitos e repetitivos.
É importante saber

- que a violência química interfere no desenvolvimento


físico, cognitivo e psíquico do bebê, da criança e do
adolescente;
- que costuma vir acompanhada por outras formas de
violência ou serve como estratégia para encobri-las;
- que as situações em que haja suspeita de violência
química precisam ser notificadas ao conselho tutelar, como
acontece com qualquer outra forma de violência;
- que todo médico e outros profissionais de saúde têm o
Violência dever de notificar a suspeita ou confirmação de qualquer
química forma de violência contra bebês, crianças e adolescentes,
conforme preconiza o artigo 245 do estatuto da criança e
do adolescente;
- que os profissionais da saúde são fundamentais na
confirmação desta forma de violência;
- que a exposição da criança a drogas lícitas (cigarro e
bebidas alcoólicas) pode ser caracterizada como violência
química;
- que a frequência e a intensidade com que os sinais
aparecem ajudam a reforçar as suspeitas de que o bebê a
criança e o adolescente estejam sendo vítimas dessa forma
de violência.
Fique atento
● a condutas autodestrutivas;
● a ideação suicida;
● a práticas recorrentes de bullying;
● à agressividade, isolamento, sentimento de
culpa, apatia, pensamentos negativos;
● à demonstração de tristeza, de
comportamentos de ansiedade;
Violência ● a postagens nas redes sociais ou falas que
causem estranhamento para os colegas;
psicológica ● à escolha frequente de músicas com temas
melancólicos, tristes, sem esperança;
● a mudanças repentina de humor;
● à baixa autoestima;
● a alteração no sono dos bebês e crianças,
sonolência das crianças e dos adolescentes
durante as aulas;
● a alterações no apetite;
● a dificuldade na interação.
É impor t a nt e sa ber
● que embora nem sempre seja acompanhada
por evidências físicas, fere o
desenvolvimento cognitivo, psíquico e social;
● que produz intenso sofrimento;
● que é a forma de violência mais recorrente
quando consideramos o bebê, a criança e o
adolescente;
● que traduz a relação de poder desigual
entre adultos dotados de autoridade e
Violência crianças e adolescentes dominados por meio
de atitudes arbitrárias (“obedeça, porque eu
psicológica quero”), de agressões verbais, de chantagens,
de ameaças (inclusive de morte), de
humilhações;
● que desvaloriza, estigmatiza e desqualifica
o sujeito;
● que acontece quando expomos o bebê,
criança ou adolescente ao isolamento, à
exigência de comportamentos inadequados
incompreensíveis para cada faixa etária;
● que o desrespeito às questões culturais,
religiosas e a diversidade étnica e racial e
outras formas de discriminação produzem
sofrimento;
Fique atento
- à pe rd a d o ape tite ou comp u ls ã o alime n tar;
- aos pe s ad e los , me d os in e xp lic áv e is d e p e s s oas ou
lugare s ;
- a apatia e af as tame n to d os amigos ;
Violência sexual - à pe rd a d os an tigos hábitos d e brin car;
- a volta d o hábi to d e c hup ar o d e d o, faz e r xixi ou
cocô n a cama ou n a rou p a;
Abuso sexual - à agre s s iv id ad e , d iminui ç ã o d o re nd ime nto
Exploração sexual e s colar, d if icu ld ad e s d e ap re n d iz age m;
- a fugas d e c as a;
Tráfico de pessoas - ao c onhe c ime nto ou c omportame nto s e xu al f ora
d o e s pe rad o para a faixa e tária ( e xce to conce itos
b á s icos e s aud á ve is d e e d u caç ã o s e xual) ;
- ao c omportame nto e rotiz ad o;
- a irritaç ã o, s angrame nto, inchaç o, d or, coce ira,
corte s ou mach u cad os n a re gi ã o ge nital ou an al.
( MEY ER , 201 6 apud N E R I , 2 0 1 8 , p .1 3 1) .
VIOLÊNCIA SEXUAL
OBSERVE NAS MENINAS
● rejeição sem explicação em relação a uma pessoa mais velha; ● brincadeiras ou cumprimentos com carícias sexuais
● interesse incomum de/por membros mais velhos da família; incompatíveis com os hábitos culturais ou que firam a
●presentes, dinheiro ou outro tipo de benefício material que a privacidade/intimidade do outro;
criança adquire (em troca de manter o segredo com o ● gravidez na infância e na adolescência;
abusador), sem explicações plausíveis dadas para adultos de ● ocorrência frequente e coocorrência de outros tipos
confiança; de violência doméstica contra a criança e o adolescentes
● mudança nos hábitos de se vestir; (VDCA);
● mudança repentina de cuidados ou descuido com o corpo e ● autoflagelo, cutting, outras formas de automutilação;
sem explicações plausíveis, condizentes com a faixa etária; ● ideação suicida ou tentativa de suicídio;
● desenhos, redações ou outras formas de expressão com ● mudanças súbitas de comportamento (apatia ou
tema recorrente voltado para relações sexuais; agressividade);
● interesse público e exagerado por questões sexuais; ● isolamento;
● questionamentos detalhados sobre relações sexuais que vão ● depressão;
além do esperado para a faixa etária; ● problemas acadêmicos e de atenção. (NERI, 2018, p.
● conhecimentos sobre detalhes de relações sexuais (cheiros, 132 – 133
sensações, reações), não condizentes com a faixa etária;
VIOLÊNCIA SEXUAL
OBSERVE NOS MENINOS
● dificuldades esfincterianas, dores abdominais, dores no ● confusão quanto à identidade sexual.
corpo; ● à baixa autoestima (com repercussões na sua
● inconstância de comportamento (saem do retraimento para capacidade de criar e aprender);
explosões de fúria em situações de estresse); ● ao medo exagerado (de falar do acontecido, de ficar
sozinho, do escuro, das pessoas, da estigmatização e da
● nível de curiosidade sobre a sexualidade incondizente com a homossexualidade);
faixa etária;
● ao sentimento de culpa (por achar que poderia ter
● necessidade de domínio em relação a crianças menores ou reagido, pela própria família ter responsabilizado o menino pelo
com comportamento passivo. ato abusivo e por ter revelado o abuso, pelo afastamento do
abusador da família);
● recusa de participar de aulas, brincadeiras e atividades em
● ao nojo de si mesmo e preocupação com limpeza;
grupo;
● a dificuldade de reconhecimento do ato abusivo,
● ausência de resposta aos adultos; revolta e impotência (pelo fato de não conseguirem ter reagido
● desatenção; diante do ato abusivo)
● ao constrangimento, vergonha, aversão a si mesmo;
● perda de orientação de espaço e tempo;
● a ambivalência entre amor e ódio (principalmente
quando o abuso é cometido pelo pai).
VIOLÊNCIA SEXUAL
OBSERVE NOS BEBÊS, CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA

● extrema resistência à higiene; ● exposição de seu corpo ou partes íntimas;


● fugas ou medo exagerado de alguém de determinado sexo ● regressão no desenvolvimento;
ou determinada pessoa;
● mudança repentina nos hábitos alimentares;
● piora progressiva do desempenho intelectual;
● nervosismo sem causa aparente;
● comportamento sexual adiantado para sua idade física e,
principalmente, mental. (SANTOS, 2004, p. 52); ● condutas autoagressivas antes não observadas;

● presença de feridas ou assaduras atípicas na região genital; ● interesse repentino pelo corpo ou partes íntimas dos
colegas que sejam incompatíveis com a faixa etária.
● recusa a troca de fraldas;
● medo de adultos de um determinado sexo;
● masturbação excessiva;
VIOLÊNCIA SEXUAL
É IMPORTANTE SABER

● que a criança depende do adulto para conhecer o mundo; ● que o abusador busca conquistar a amizade e ganhar
a atração e a confiança da vítima, criando uma atmosfera mista
● que um adulto pode induzir a criança a acreditar que a de acolhimento e dependência;
violência é normal;
● que o abusador passa a testar a capacidade da
● que quando ocorre uma situação de medo ou criança ou do adolescente para guardar segredo;
constrangimento, é comum que muitas crianças tenham
reações de “paralisia”, por não saberem expressar-se, não ● que o abusador aborda temas sexuais nas conversas
saberem nomear o ocorrido, não serem capazes de dizer: “não com o propósito de acabar paulatinamente com a inibição da
quero” ou “isso eu não faço”; criança;
● que os relatos mais frequentes demonstram que é comum o ● que o abusador pode oferecer recompensas para a
abusador agir num crescente: aproxima-se da vítima vítima se ela fizer o que ele pede;
demonstrando os mesmos interesses (desenhos animados, ● que o abusador começa a envolver a vítima em
brinquedos, jogos, brincadeiras) para enganar a criança; situações libidinosas e, aos poucos, passa aos jogos sexuais
● que o abusador costuma demonstrar preferência pela vítima “sutis” e prossegue avançando até chegar à penetração, à
e a faz sentir-se especial; conjunção carnal;
VIOLÊNCIA SEXUAL
É IMPORTANTE SABER

● que caso a vítima demonstre que pode denunciar, é comum


o abusador fazer ameaças que ferem moralmente a vítima
(dizer que ninguém vai acreditar, que contará que a vítima
gostava e se envolvia em tudo o que foi proposto);
● que abusadores ameaçam espalhar fotos ou vídeos da vítima
nos momentos de relações sexuais;
● que geralmente a criança é atraída por coisas de que gosta
(desenhos animados, animais de estimação), por algo que lhe
chame a atenção, por promessas do agressor, pelo abusador
fazê-la se sentir especial ou pelo fato de o ofensor conseguir
anular sua capacidade de decisão;
● que na adolescência predominam a sedução, a promessa de
relacionamentos duradouros, os presentes, o pacto de silêncio.
Fique atento
● à evasão escolar
● à troca compulsória do estudante de escola;
● à segregação em sala de aula ou de turma;
● à violência disciplinar (suspensão, punição e ameaças);
● a equívocos no apontamento da frequência escolar;
● à omissão na comunicação ao conselho tutelar em casos
de suspeita de violência;
Violência ● a negação da violência presenciada intramuros;
● a retenções sequenciais;
institucional ● à comunicação violenta (vexatória, com rótulos e
apelidos ou agressão verbal);
● ao abuso de autoridade;
● à violência simbólica (velada, não visível);
● à violência curricular;
● à reprodução de padrões sociais dominantes, que geram
a desigualdade, o desrespeito.
● Ao racismo.
É impor tante saber
● q u e a s p o p u l a ç õ e s v u l n e r á ve i s c o s t u m a m e s t a r m a i s
expostas à violência institucional;
● que o fortalecimento de espaços de participação como o
g r ê m i o e s c o l a r, c o n s e l h o d e e s c o l a , c o m i s s ã o d e m e d i a ç ã o
d e c o n f l i t o s s ã o e s t r a t é g i a s d e e n f re n t a m e n t o à v i o l ê n c i a
institucional;
● que bebês, crianças e adolescentes com a autoestima
f o r t a l e c i d a s s ã o m e n o s v u l n e r á ve i s à v i o l ê n c i a i n s t i t u c i o n a l ;
Violência ● q u e o t r a b a l h o e m re d e é p o t e n t e m e c a n i s m o p a r a o
institucional e n f re n t a m e n t o d a v i o l ê n c i a i n s t i t u c i o n a l ;
● que a negação da singularidade de bebês, crianças e
adolescentes é uma característica desta violência;
● q u e a re l a ç ã o m a rc a d a p e l o a b u s o d e p o d e r p o d e g e r a r
violência institucional;
● q u e o r a n c o r, a i n t o l e r â n c i a é t n i c a , c u l t u r a l , re l i g i o s a ,
s o c i a l , d e g ê n e ro e a s re a ç õ e s a g re s s i v a s i m p rev i s í ve i s s ã o
e x p e r i ê n c i a s m a rc a n t e s q u e p re j u d i c a m a f o r m a ç ã o d o
bebê, da criança e do adolescente, gerando a violência
institucional.
Fique atento
● aos bebês e crianças que frequentemente chegam à
escola com mau cheiro ou sujos;
● a machucados ou feridas pelo corpo que não são
cuidadas;
● à ausência de autocuidado em crianças maiores ou
adolescentes;
● ao uso de roupas inadequadas à temperatura do dia;
● a crianças pequenas que não contam com o
responsável no trajeto de casa para a escola ou da
escola para casa;
● à ausência de vacinação ou de acompanhamento
Violência médico com a regularidade necessária para cada faixa
negligencial etária;
● a frequente administração de medicamentos sem
prescrição médica;
● à falta de acompanhamento da vida escolar;
● aos relatos e sinais de horário inadequado de sono em
que se observa a omissão do responsável;
● à ingestão de alimentação inadequada (salgadinhos,
refrigerantes, doces);
● aos sinais de desnutrição;
● a atitudes destrutivas e autodestrutivas;
● às crianças e adolescentes expostos à situação de
trabalho infantil ou a atividades ilegais;
● a sinais de necessidade extrema de atenção e afeto.
É IMPORTANTE SABER
- Q ue crianças e ad ole s ce nte s e x pos tos ao
comp ortame n to viole n to d os f amiliare s te n d e m a
re pe tir as cond içõe s d e e xploração e aband ono d as
quais s ão vítimas ;

- que a ne gligê n cia e a viol ê n cia e s tru tural cos tumam


Violência te r man i f e s taçõe s mu i to s e me l h an te s , e a ação d e
negligencial cu id ar e m re d e aju d a a d if e re n ciá - las ;

- que a cons trução d e p arce rias e d iálogo com atore s


d a as s is tê ncia s ocial, s aúd e e cons e lho tute lar é
fund ame ntal p ara inte rromp e r e s s a f orma d e viol ê ncia;
F ique a t ent o
● ao excesso de faltas;
● à roupa inadequada ao clima;
● a sonolência durante atividades que o bebê, criança ou
adolescente tem grande interesse;
● a fome em excesso;
● ao baixo rendimento na aprendizagem;
● a moradia em áreas de risco e com ausência de
saneamento básico;
● à higiene inadequada;
Violência ● ao material escolar em condições precárias;
● à permanência no espaço escolar ou no entorno da UE
estrutural fora do horário das atividades;
● à presença de trabalho infantil ou de mendicância;
●ao vestuário não compatível com o gênero, tamanho ou
faixa etária;
● a dificuldades no uso de regras sociais básicas de
convivência, higiene e alimentação;
● à recusa ou dificuldade da criança, adolescente ou seus
responsáveis em fornecer informações sobre a moradia;
● aos responsáveis em situação de desemprego por
período prolongado;
● à ausência de unidade básica de saúde de referência do
núcleo familiar.
É importante saber
● que a promoção de boas condições de aprendizagem é a maior
contribuição da escola para o enfrentamento da violência
estrutural;
● que a participação nos conselhos municipais é uma forma
eficiente de combater a violência estrutural;
● que os bebês, crianças e adolescentes precisam de delicadas
teias sociais que os ajudem a superar os impactos da violência
estrutural;
● que a escola pode ser um espaço seguro e de acolhimento de
bebês, crianças e adolescentes vítimas da violência estrutural;
● que a luta pelo fim da violência estrutural promove e reconhece
os direitos humanos fundamentais;
● q u e p e s s o a s d i fe r e n t e s s e c o m p o r t a m d e f o r m a s d i v e r s a s d i a n t e
de dificuldades semelhantes e a comunidade escolar precisa
Violência compreender isso;
estrutural ● q u e a d i s c r i m i n a ç ã o fe r e a i n t e g r i d a d e d o s u j e i t o e p o d e c a u s a r
danos irreparáveis em seu desenvolvimento;
● que a vítima não deve ser responsabilizada pela violência
estrutural;
● que a violência estrutural desencadeia outras formas de
violência;
● que o direito à aprendizagem não pode ser negado tendo a
violência estrutural como justificativa;
● que o trabalho e a empatia com todos os estudantes é uma
forma importante de diminuir os danos da violência estrutural;
● que o compromisso com a proteção dos mais vulneráveis é de
todos;
● que as denúncias de situações de violência estrutural
contribuem para a criação e a mobilização de políticas públicas
que visem superá-las.
Fique atento
- às atitud e s d is c rimi natórias , d e s re s pe itos as e
d e pre ciativas e ntre pare s ;
- à ame aça, cons trangime n to, intimi d aç ão, hu mi lhação,
is olame nto, manipulação, e xploração, d ifamação,
rid iculariz ação, ind ife re nça, que culminam e m
s ituaçõe s d e violê ncia fís ica, ps icológica e ve rbal;
Violência entre - a autorre je iç ão: e xpre s s ão d o d e s e jo d e s e r
as crianças e os d ife re nte d o que é , prod uz id o pe la ve rgonha que a
adolescentes vítima s e n te e m d e corrê n cia d e con s tan te
marginaliz ação, d e pre ciação e e xclus ão s ofrid a;
- a d ific uld ad e d e pe rc e pç ão e re con he c ime n to d e
s uas próprias trad içõe s culturais ou re ligios as como
me re ce d oras d e re s pe ito e valoriz ação;
- às faltas , baix o re nd ime nto ou e vas ão e s c olar;
- à d e pre s s ão, an s ie d ad e , d if ic u ld ad e p ara come r;
- aos s intomas f ís ic os mais comuns : d ore s d e c abe ç a e
d e e s tômago.
É importante saber
- que a e s cola q ue trabalh a com e d u cação e m d ire itos
humanos pre ci s a ol har para tod as as s uas p ráticas
cotid ian as com o in tu ito claro d e q u e b rar o ciclo d e
re pe tição caracte rís tico d o bu llyin g;
- que o d e s conhe cime nto d e que s e e s tá s e nd o vítima
d e violê ncia por parte d os cole gas pre cis a s e r
d e s ve lad o, a fim d e re conhe ce r a prática viole nta e
e limin á- la;
Violência entre - que a aus ê ncia d e inte nção n ão d e s q ualif ica um ato
as crianças e os como viole n to;
- que o d iálogo é f u nd ame ntal p ara q u e cad a e s tu d ante
adolescentes pos s a e xpre s s ar s u a pe rce pção d o que é violê n cia;
- que o trabalh o com o te ma d a vi olê nci a e ntre os
e s tu d an te s imp lica e m d e s n atu raliz ar p ráticas viole n tas ,
criar d is tân cia re f le x iva, agu çar a s e n s ib ilid ad e p ara
s e us s e ntid os e s ignificad os ;
- que a re s olução d e conf litos d e f orma autoritária
e s timu la re laçõe s viole n tas ;
- que a aus ê nci a d e re gras d e f in id as col e tivame nte
pod e caus ar re laçõe s viole ntas e ntre os e s tud an te s ;
- que as re gras abus ivas p od e m s e r d is p arad oras d e
violê n cia n a e s cola;
É importante saber
● que a re d e d e p rote ção s ocial d e ve articular cui d ad os
e m algu mas s itu açõe s d e violê n cias e n tre os e s tu d an te s ;
● que os proce s s os d e patologiz ação d a vid a prod uz e m
s ituaçõe s d e violê ncia e ntre os e s tud ante s ;
● que o ato d e vincular comp ortame ntos d e viol ê n cia a
uma d e te rminad a patologi a limita a pos s ibi lid ad e d e o
s uje ito aband onar e s s a prática;
Violência entre ● que o olhar e s tigmatiz an te criad o e m torn o d e algu n s
as crianças e os e s tu d an te s alime n ta os ciclos d e violê n cia;
● que o d e s e n vol vime n to d e proje tos d e in te rve nção na
adolescentes comu n id ad e como ativid ad e d e in te rve n ção, os
T rab alh os Cole tivos d e A u toria - T CA s , pod e m
promove r boas op ortuni d ad e s p ara d is cutir o te ma d a
violê n cia e n tre os e s tu d an te s ;
● que a me d iação d e con f litos é importante e s traté gia
para e nfre ntar as s itu açõe s d e violê n cia e ntre os
e s tu d an te s ;
● que a trans ição e ntre a he te ronomia e a au ton omia
pre cis a d a ação inte ncion al, s e ns íve l e re s pe i tos a d o
ad ulto ao longo d e tod a inf ânci a e ad ole s cê nci a.
VIOLÊNCIA AUTOINFLIGIDA
FIQUE ATENTO
● a diminuição do autocuidado; ● à presença de objetos cortantes, perfurantes ou outros
junto aos pertencentes dos estudantes;
● a mudança repentina ou progressiva no comportamento;
● as queixas do grupo de colegas;
● ao isolamento;
● a situações de luto / perdas recentes;
● a oscilação de humor;
● a produções suspeitas (desenhos, escritas), na escola ou
● ao pessimismo, desesperança e desespero; no ambiente virtual;

● à extrema irritabilidade; ● a falas suspeitas ou que causem algum estranhamento em


amigos ou educadores;
● a verbalização de falta de motivos para viver; ● à queda no rendimento escolar;
● à tristeza frequente; ● a acontecimentos estressantes com o estudante;
● à ansiedade ou outro problema psiquiátrico; ● a vítimas de bullying;
● ao uso constante de roupas de inverno, inclusive capuz ● à baixa autoestima;
quando está calor; ● a condições de saúde limitante;
● aos machucados e cicatriz; ● à dor crônica.
● ao uso de faixas ou munhequeiras no braço;
É importante saber
● que zelar por boas condições de saúde mental é
compromisso de toda a sociedade;
● que todos podem suspeitar de depressão ou qualquer
outro sintoma de transtorno mental, mas que a avaliação
é tarefa dos profissionais da saúde;
● que os tipos de violência autoinfligida têm fronteiras
tênues, então é preciso que a escola mantenha o olhar
atento aos sinais e, caso ocorra algum caso de violência
autoinfligida, articule-se com a rede de proteção social
do território para o acompanhamento posterior e para a
Violência prevenção de reincidências;
autoinfligida ● que o estigma em relação ao tema impede que a vítima
procure ajuda, mas abordar o fenômeno do suicídio de
forma responsável opera mais como um fator de
prevenção do que como fator de risco;
● que a tentativa de suicídio é a expressão de um
processo de crise que se desenvolve de forma gradual e,
muitas vezes, silenciosa;
● que ter sensibilidade, olhar atento aos estudantes,
fortalecimento de vínculos e de diálogo são ações
primordiais para evitar o processo singular de morrência
do sujeito (FUKUMITSU, 2016) ;
É importante saber
● que cabe apenas às equipes de saúde a realização de
diagnósticos;
● que a psicoterapia deve ser realizada por profissionais
devidamente habilitados;
● que a escola deve promover espaços de participação
democrática, escuta e expressão dos estudantes, mas sem
buscar desenvolver intervenções terapêuticas;
● que temos importante papel em desmistificar a
necessidade de cuidados no campo da Psicologia e da
Psiquiatria;
Violência ● que as motivações e explicações para a violência
autoinfligida pertencem ao domínio privado, cada pessoa
autoinfligida que cometeu violência autoinfligida precisa ser observada
de modo singular;
● que a RME pode contar com o amparo do Núcleo de
Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem - NAAPA no
diálogo sobre o tema das condutas autodestrutivas, suicídio,
bem como na busca de assistência e cuidado dos estudantes
que precisam da ajuda dos profissionais de saúde;
● que, conforme a Lei Federal no13.819 (que institui a
política nacional de prevenção da automutilação e do
suicídio), a notificação de casos suspeitos ou confirmados
de violência autoprovocada é compulsória pelos
estabelecimentos de ensino público e privados ao Conselho
Tutelar.
FIQUE ATENTO
- a faltas princi palme n te quand o oc orre m e m d ias
e s p e cíf icos ;
- ao aband ono d a e s c ola;
- a s onolê n c ia e c an s aç o con s tan te e m s ala d e au la;
- ao re l ato d e pe s s oas q ue e vi d e n c iam a e x p loração
Trabalho infantil d o trabalho infantil d os e s tud ante s no comé rcio
re aliz ad o no trâns ito, tráfico d e d rogas , e xploração
s e xual, e s mola porta a porta e s e rviços ( e ngraxate ,
carre gad or) ;
- aos atras os re c orre n te s ;
- a marcas no c orp o que ind iqu e m c ontato f re q ue n te
com p rod u tos q u ímicos .
A pesquisa pela etimologia da palavra prevenir demonstra suas raízes
no Latim praevenire, “antecipar, perceber previamente” (literalmente,
“chegar antes”), compondo-se de prae-, “antes”, mais venire, “vir”.
Para “chegar antes” que algo indesejável aconteça com a criança é
preciso estar sensível, saber perceber os sinais de que ela pode estar
sendo vítima. Para isso, os adultos do entorno, das instituições que a
criança frequenta (escola, posto de saúde, instituições religiosas,
culturais, etc.) precisam de formação para tal. Além de saber
detectar sinais de violência contra a criança, a formação também
precisa abordar a criança como sujeito, pessoa em condição
PREVENÇÃO
peculiar de desenvolvimento, que se reconheça que todos os
seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
direitos, conforme o artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos
Humanos. Em outras palavras, que passem por um processo
formativo com base na EDH. (NERI, 2017, p. 102-103)
NERI, J. F. de O. Educação em Direitos Humanos na prevenção da violência contra a criança. Revista
Unifreire, São Paulo, v. 5, n. 5, p. 96-110, dez. 2017.
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação
dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
atuar de forma articulada na elaboração de políticas públicas e na
execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de
educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações:
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a
divulgação do direito da criança e do adolescente de serem
educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento
cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos
PREVENÇÃO humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
ECA II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e
da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de
Direitos da Criança e do Adolescente e com as entidades não governamentais
que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de
saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que atuam na
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o
desenvolvimento das competências necessárias à prevenção, à
identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de
todas as formas de violência contra a criança e o adolescente;
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica
de conflitos que envolvam violência contra a criança e o
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a
garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a
atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e
responsáveis com o objetivo de promover a informação, a
reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso
de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no
PREVENÇÃO processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
ECA VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a
articulação de ações e a elaboração de planos de atuação
conjunta focados nas famílias em situação de violência, com
participação de profissionais de saúde, de assistência social e de
educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014)
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com
deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas
públicas de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
• Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas
a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em
seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e
comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de
maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes.
(Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
PREVENÇÃO • Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
ECA comunicação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas,
por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou
ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crianças e
adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
retardamento ou omissão, culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei
nº 13.046, de 2014)
• CURRÍCULO: AÇÃO PERMANENTE, INTERDISCIPLINAR
• - lei 13.431 /2017 (sistema de garantia de direitos)
• - planos de enfrentamento específicos contra alguns tipos de
PREVENÇÃO: violência (violência sexual, automutilação e suicídio, por
exemplo)
• - Plano Nacional de Enfrentamento à violência sexual contra
a criança e o adolescente prevê ações voltadas para a
FUNÇÃO sensibilização, educação e autodefesa, implicando as
escolas nas ações de prevenção (BRASIL, 2013)
SOCIAL DA • - Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do
ESCOLA Suicídio, institui estratégias permanentes de prevenção
desses eventos bem como o tratamento dos condicionantes
a ele associados, envolvendo a área da educação de forma
articulada e intersetorial com outras áreas.
• ajudar a nomear os sentimentos (raiva, medo, ciúme,
PREVENÇÃO tristeza, insegurança, frustração);
VIOLÊNCIA FÍSICA
• acolher os sentimentos;
• reconhecer comportamentos próprios de cada idade;
O que você pode fazer • estabelecer relações empáticas;
• dialogar com o bebê, a criança e o adolescente e seus
• possibilitar o jogo simbólico para refletir sobre
responsáveis;
possibilidades de construção de relações não
violentas; • ouvir familiares e responsáveis estabelecendo uma
• proporcionar o Teatro do Oprimido nos anos finais comunicação não violenta e orientá-los a seguir essa
do Ensino Fundamental e no Ensino Médio; prática com o bebê, a criança e o adolescente;
• estabelecer vínculos e relação dialógica com toda a • refletir coletivamente sobre alternativas educativas que
comunidade escolar; não utilizem agressão;
• promover ações e eventos envolvendo estudantes e • investir na troca de experiências entre pares, estimulando
seus responsáveis que tenham como objetivo a o fortalecimento de comportamentos não violentos;
desconstrução da “cultura da palmada”;
• organizar encontros entre a rede de proteção social e
• fortalecer os vínculos e a promoção do diálogo, de a comunidade escolar.
uma cultura de paz e não violência;
PREVENÇÃO – VIOLÊNCIA FÍSICA - POSSIBILIDADES
• dialogar com o estudante e seus responsáveis;
• observar e escutar o estudante com discrição;
• registrar os medicamentos ministrados na escola;
• solicitar a prescrição médica para uso de
medicamentos ministrados na escola;
• elaborar projetos permanentes sobre o uso correto
de substâncias medicamentosas e sobre o cuidado
PREVENÇÃO com a saúde;
VIOLÊNCIA QUÍMIC A • articular com os serviços de saúde e assistência
social (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil -
CAPSij, Unidade Básica de Saúde – UBS e Centro de
O que você pode fazer? Referência Especializado de Assistência Social - CREAS) a
fim de ampliar os estudos sobre o tema na formação
continuada na UE;
• problematizar com a comunidade escolar o uso de
substâncias psicoativas ou outros tipos de substâncias
“socialmente aceitas”: álcool, cigarro, por exemplo;
• Contribuir com informações que auxiliam a construção
do Projeto Terapêutico Singular, conforme a Portaria no
986/2014 da Secretaria Municipal de Saúde, que regula a
prescrição e dispensa de metilfenidato.
• estabelecer espaços de escuta como Conselhinhos,
Assembleias, Grêmios
• estabelecer relações dialógicas;
• trabalhar questões relativas à identidade de gênero;
• realizar projetos focados na expressão dos
sentimentos e emoções e na construção da empatia;
PREVENÇÃO • demonstrar alternativas de resolução de conflitos por
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA meio de vídeos ou dramatizações;
• intensificar atividades de fortalecimento da autoestima;
• promover a valorização da diversidade cultural,
O que você pode fazer?
étnica e racial e o respeito à diversidade de gênero;
• potencializar a comissão de mediação de conflitos ativa
na UE;
• estabelecer parceria para ações formativas com os
serviços de saúde e assistência social.
• valorizar e dar credibilidade aos relatos apresentados;
PREVENÇÃO
VIOLÊNCIA SEXUAL • sensibilizar a comunidade escolar sobre o tema;
• romper com o silêncio que perpetua a violência;
• promover a dignidade humana por meio de um currículo
O que você pode fazer? inclusivo;
• valorizar a integralidade do sujeito;
• oferecer oportunidades para que a criança possa
• estar sensível aos comportamentos dos bebês, perceber o próprio corpo como espaço privado sobre o
crianças e adolescentes; qual ela tem plenos direitos;
• atuar de forma preventiva por meio de informações
• desenvolver a noção de privacidade;
apropriadas a cada faixa etária;
• contribuir com a construção de autoestima; • educar em direitos humanos;
• estimular o desenvolvimento de habilidades de • entender que a prática do cuidado seja uma premissa
autodefesa; (encenações; exposição comportamental) indissociável da prática pedagógica;
• apresentar e falar sobre as possibilidades de
autoproteção; • compreender que nunca se deve culpabilizar a vítima pela
• fortalecer as práticas solidárias; violência sofrida;
• proporcionar espaços de expressão por meio do • buscar apoio quando suspeitar de uma situação dessa
uso de diferentes linguagens; forma de violência.
PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Bebês e crianças até 3 anos : conhecer e nomear corretamente as partes do corpo;


saber dizer onde está doendo/machucado;
incentivar reconhecer e demonstrar os próprios sentimentos e os dos outros;
incentivar a contar sobre tudo e estabelecer uma conexão para compreender o que a criança está expressando
(compreender a linguagem do bebê);
diálogo permanente entre a família e a escola para que ambas tenham elementos para reconhecer essa linguagem do
bebê e troquem informações sobre essa linguagem em construção, sobre a saúde e o desenvolvimento do bebê.
Saber quem são as pessoas autorizadas a auxiliar com a higiene.
A partir do desfralde, reafirmar sempre que a criança tem controle e é dona do seu próprio corpo; que tem o
direito de recusar toques e carinhos quando não quiser;
identificar adultos de confiança para poder pedir ajuda em tudo o que precisar e poder contar tudo para esses
adultos de confiança (nunca estimular a criança pequena a guardar segredos);
contar para os adultos de confiança quando algo desagrada, independentemente do que e de quem a desagradou.
(NERI, 2018, p. 158 – 159)
PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Crianças pequenas (aproximadamente entre 3 e 5 anos):


Além dos saberes anteriores, saber diferenciar partes íntimas do corpo em que só ela e pessoas autorizadas podem
tocar para ajudar na sua higiene;
saber dizer não quando não gostar ou estranhar algum tipo de toque;
contar para um adulto de confiança quando não gostar de algum tipo de toque;
conhecer diferenças entre os corpos de adultos e crianças;
ter informações básicas sobre o corpo e de onde vêm os bebês;
não se relacionar com estranhos;
não aceitar convites para qualquer atividade em que esteja distante de adultos de confiança ou deva guardar segredo
sobre ela;
não aceitar presentes, ou qualquer outra recompensa (de estranhos ou conhecidos) sem o consentimento de um
adulto de confiança;
saber reconhecer que o corpo e as emoções reagem diante do perigo (o coração bate mais rápido, as mãos suam,
as pernas tremem, se arrepiam os pelos, você tem sensação de estar paralisado) e sempre pedir ajuda quando sentir
esse tipo de desconforto em qualquer situação.
(NERI, 2018, p. 159)
PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL
NO ENSINO FUNDAMENTAL

Crianças na meninice (aproximadamente entre 6 e10anos):


Além dos saberes anteriores, intensificar a reflexão sobre partes íntimas do corpo, privacidade e
consenso;
conhecimento básico sobre reprodução humana, relação sexual, transformações do corpo,
puberdade, orientação sexual;
ter orientações sobre perigos no uso de aplicativos e redes sociais;
ter orientações claras sobre violência sexual, formas de proteção e busca de ajuda.
(NERI, 2018, p. 159)
PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL
NO ENSINO FUNDAMENTAL

11 e 12 anos:
além dos saberes anteriores, intensificação do diálogo aberto sobre sexualidade;
conhecimentos sobre direitos sexuais (WAS, 2014);
refletir sobre privacidade, DSTs, maternidade/paternidade responsável e qualquer decorrência de
atos sexuais.(NERI, 2018, p. 159)
PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

12 a18anos:
Além dos saberes anteriores, abertura para esclarecimento com respostas objetivas de acordo com suas dúvidas;
evitar conselhos preventivos que não reconheçam as curiosidades de adolescentes sobre sexo;
planejamento familiar e métodos contraceptivos;
intensificar a reflexão sobre o respeito “ao seu próprio tempo” para desenvolver habilidades sociais de resistência à
pressão do grupo;
promover reflexões e diálogos sobre segurança online, sexting, cyberbullying; crimes digitais e suas consequências para a
vítima e para os envolvidos (desde os que produzem fotos, vídeos, memes, etc. até aqueles que “somente” compartilham);
promover diálogos sobre as consequências da violência sexual para as vítimas;
promover diálogos sobre possibilidades de pedido de ajuda caso a pessoa estranhe seu próprio comportamento sexual ou
o de alguém (instituições, pessoas, telefones);
intensificação do diálogo sobre direitos sexuais, privacidade e consentimento;
reflexão sobre letras de músicas, filmes, memes que promovam relações coisificadoras com o outro e não reconheçam o
outro como sujeito;
intensificação de possibilidades de expressão de sentimentos/educação emocional que preveja a segurança dos afetos, o
conhecimento dos sentimentos, a capacidade de reagir, a possibilidade de se expressar com clareza e serenidade,
conforme abordado por Terenzi e Fabbri (2007);
intensificação dos estudos e diálogo sobre direitos humanos, gênero e diversidade. (NERI, 2018, p. 159 - 160)
SENSIBILIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO CONSTRUÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DE
TODA COMUNIDADE ADEQUADA A SUA AUTOESTIMA; HABILIDADES DE
ESCOLAR E DOS SUJEITOS FAIXA ETÁRIA; AUTODEFESA E DE
DO ENTORNO DA UTILIZAÇÃO DE
ESCOLA; RECURSOS DE
AUTOPROTEÇÃO
(COMO POR EXEMPLO O
PREVENÇÃO–
ROMPIMENTO DO
ISOLAMENTO E SABER VIOLÊNCIA
SEXUAL
FALAR COM CLAREZA
SOBRE OS FATOS).

Ensinar ao estudante os 3 “Rs”: reconhecer, resis4r e relatar.


Reconhecer o risco bem como o potencial ofensor.
Resis4r, percebendo que pode falar não diante de uma situação de abuso.
Relatar o ocorrido para uma pessoa de confiança
PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL

• sexo X sexualidade
• Curiosidade, prazer, descoberta do corpo
• curiosidade/ vivência está de acordo com a idade ?
• Os jogos sexuais infantis têm para a criança um sentido diferente daquele
dado pelo adulto, e jamais deve acontecer com crianças de idades diferentes,
para que não haja coerção.
• Busca “exagerada”, repetitiva (só brinca disso)

Contato: projuliana@yahoo.com.br
PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL

Terenzi e Fabbri (2007) afirmam que a prevenção primária contra o abuso sexual passa pela educação emotiva,
reconhecimento da linguagem do corpo e conhecimento de sensações positivas e negativas que as crianças
sentem em determinadas circunstâncias. Isso passa pelos seguintes níveis de conhecimento:

1- o corpo da criança é só dela e só ela sabe como se sente

2- o corpo está em condições de provar sensações positivas e negativas das quais a criança deve estar consciente

3- os sentimentos da criança em relação às sensações do seu corpo devem ser dignos de crédito e respeitados
pelos adultos

4- é preciso procurar valorizar uma linguagem partilhada, pela qual a criança possa exprimir as suas experiências
agradáveis e desagradáveis e por meio da qual os pais/educadores possam falar com ela da sua sexualidade
PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL

• A segurança do amor: garantir que crianças experimentem a segurança dos afetos através de seu
corpo é um passo determinante para o desenvolvimento de seu bem-estar e prevenção de
experiências negativas

• O conhecimento dos sentimentos: as crianças podem ser ajudadas a reconhecer a sua vontade, a
sua força no saber dizer sim às solicitações positivas e não às solicitações negativas, ou, dito em
outras palavras, a se opor a solicitações que não respeitam o seu bem-estar e constranjam,
sobretudo na ausência de um adulto que possa protegê-las (Terenzi e Fabbri, 2007)

exemplo: não forçar a criança pequena a ser simpática, abraçar ou beijar quando ela não
quer... Força-la dizendo que ”criança boazinha” beija e abraça ou se deixa abraçar e beijar a ensina
que deve sempre permitir que o adulto determine o que fazer com o corpo dela.
PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL

Falar com clareza e serenidade


A criança que fez a experiência de entender e comunicar o que sente, saberá identificar mais
facilmente a sensação de incômodo causada pela aproximação de uma eventual pessoa abusadora,
será capaz de entender que aquela aproximação é negativa, que deve ser evitada, que não lhe
convém e deve ser rejeitada.

No caso do abuso sexual isso é importante porque:


a) As crianças não conseguem entender (por motivos de maturidade) que os pedidos do abusador
são impróprios;
b) A pessoa que abusa pode ter ascendência ou autoridade sobre a criança
c) Pessoas que abusam agem quando a criança está longe de adultos que a defendem e quando não
pode pedir ajuda
(Terenzi e Fabbri, 2007, p.30 - 31)
DIREITOS SEXUAIS
( WA S – WO R L D A S S O C I AT I O N F O R S E X U A L H E A LT H : 1 9 9 7 , 1 9 9 9 , 2 0 0 8 E 2 0 1 4 )

5. O direito de estar isento de todas as formas de violência ou coerção.


Todos deverão estar isentos de violência e coerção relacionadas à sexualidade, incluindo: Estupro,
abuso ou, perseguição sexual, “bullying”, exploração sexual e escravidão, tráfico com propósito de
exploração sexual, teste de virgindade ou violência cometida devido à prática sexual real ou presumida,
orientação sexual, identidade e expressão de gênero ou qualquer característica física.

9. O direito à informação.
Todos devem ter acesso à informação cientificamente precisa e esclarecedora sobre sexualidade, saúde
sexual, e direitos sexuais através de diversas fontes. Tal informação não deve ser arbitrariamente
censurada, retida ou intencionalmente deturpada.

10. O direito à educação e o direito à educação sexual esclarecedora.


Todos têm o direito à educação e a uma educação sexual esclarecedora. Educação sexual
esclarecedora deve ser adequada à idade, cientificamente acurada, culturalmente idônea, baseada nos
direitos humanos, na equidade de gêneros e ter uma abordagem positiva quanto à sexualidade e o
prazer.
Contato: projuliana@yahoo.com.br
PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL

Discutir a violência sexual significa discutir a sexualidade

Pensar possíveis soluções para o problema da violência sexual implica pensar crianças e adolescentes como
sujeitos ativos

Proteger da violência e do abuso não significa isolá-los do mundo (real ou virtual), mas prepará-los para lidar
com essas situações. Para tanto, a abertura para falar sobre sexualidade é imprescindível.

O tema mexe com valores pessoais, morais e religiosos.


Caso o profissional não se sinta preparado é mais prudente e responsável articular-se com a rede de proteção e
abrir a escola, convidá-los para dialogar com a comunidade escolar.
CURRÍCULO E
CONHECIMENTOS PARA AUTOPROTEÇÃO

Autoproteção: Pedir ajuda para alguém


“Não sei o que é mas partes íntimas do corpo
acho estranho…” em quem confie
só você toca

FIM DO SILÊNCIO: Conhecer seus direitos, participar de ações de prevenção e denunciar


Contato: projuliana@yahoo.com.br
AUTODEFESA: VIOLÊNCIA SEXUAL

Orientar os educandos sobre:

Se um estranho se aproxima e oferece doces, presentes, mostra algo bonito,


interessante e lhe convida para sair de perto de quem está cuidando de você para
ir sozinho a algum lugar com ele, não aceite! Se afaste e peça ajuda imediatamente!

Segredo bom e segredo mau (preparo de festa surpresa é bom... Foto e vídeo são
ruins)
Existem segredos que causam tristeza ou desconforto... Se você percebe um
segredo mau, conte imediatamente para pessoas que lhe façam se sentir bem.

Se uma pessoa ou alguma situação que aconteceu na escola ou no seu lar lhe fazem
se sentir mal, se afaste e peça conselho para a sua professora ou para alguém da
família.

Seu corpo e suas emoções reagem diante do perigo: o coração bate mais rápido, as
mãos suam, as pernas tremem, se arrepiam os pelos ou você fica paralisado.

Converse na sala sobre os sinais que lhe fazem detectar desconforto. Link do vídeo sugerido:
https://www.youtube.com/watch?v=VEI-fotjpYg
Contato: projuliana@yahoo.com.br
Autora: Caroline Arcari Meyer
Autora: Caroline Arcari Meyer
Autora: Caroline Arcari Meyer
Autora: Caroline Arcari Meyer
ATUAÇÃO DOS EDUCANDOS
NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL

Saber ajudar (não ficar em silêncio... Convencer a vítima a pedir ajuda)


A parte de imagem com identificação de relação rId2 não foi encontrada no arquivo.

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Contato: projuliana@yahoo.com.br
• organizar formação e buscar a responsabilização da
equipe escolar;
• elaborar projetos interdisciplinares;
• fortalecer as ações da Comissão de Mediação de
P R EV EN ÇÃ O Conflitos;
V I O LÊ N CI A I N ST I T UCI O N A L • promover a articulação de parcerias com a rede de
proteção;

O que você pode fazer? • intensificar processos de avaliação institucional


democrática, participativa, que envolva todos os
sujeitos da comunidade escolar;
• proporcionar práticas de gestão democrática;
• construir permanentemente práticas que busquem
justiça curricular no que se refere ao compromisso
com a existência digna dos estudantes.
• proporcionar acolhimento a toda comunidade escolar;
• flexibilizar horários e formas de atendimento aos
PREVENÇÃO responsáveis de forma a fortalecer os vínculos;
VIOLÊNCIA NEGLIGENCIAL • dialogar com os responsáveis, promovendo a cooperação e
a corresponsabilização do acompanhamento do
desenvolvimento e da aprendizagem do bebê, criança e
adolescente;
O que você pode fazer? • desenvolver projetos preventivos com foco no autocuidado,
alimentação, diversidade, saúde, comunicação não violenta e
justiça restaurativa;
• promover ações preventivas sobre a temática dos cuidados
com o bebê, a criança e com o adolescente, mantendo a
articulação entre a Unidade Educacional e as instituições de
saúde;
• fortalecer vínculos entre os estudantes, familiares e
responsáveis;
• manter estreito diálogo com as equipes de saúde e
assistência social de referência da Unidade Educacional;
• reconhecer o bebê, a criança e o adolescente em sua
singularidade e integralidade;
• proporcionar na UE espaço seguro e acolhedor;
• manter rotina de diálogo com a criança e o adolescente;
• ficar atento aos sinais verbais e não verbais dos bebês.
• tratar de forma ética as informações referentes às
dificuldades sociais do bebê, da criança, do adolescente
PREVENÇÃO e de seus responsáveis;
VIOLÊNCIA ESTRUTURAL
• estar atento a situações de bullying e intervir de forma
pontual e firme;
O que você pode fazer? • investir na capacidade cognitiva do estudante,
oferecendo estratégias diversificadas de promoção de
aprendizagem;
• investir no trabalho com a rede de proteção social do • promover o desenvolvimento integral;
território em que a escola está localizada; • auxiliar o estudante na organização e cuidado do
• evitar expor as fragilidades da criança e do adolescente material escolar;
publicamente;
• dialogar de forma respeitosa e compreensiva com o • fortalecer as ações comunitárias que visam à melhoria
das condições de vida da população do entorno da
responsável;
escola;
• desenvolver estratégias, no espaço escolar, para
oferecer condições de preservar a dignidade humana da • ajudar a criança a compreender a rotina de alimentação
criança e do adolescente por meio de prática de higiene da escola de modo a diminuir a ansiedade nesses
pessoal; momentos;
• oferecer conhecimentos para que a criança • promover interações sociais saudáveis entre os
compreenda regras básicas de convivência, higiene e estudantes;
alimentação; • apoiar projetos e oficinas para geração de renda,
economia solidária e incentivo à economia local.
P R EV EN ÇÃ O • intensificar as orientações aos estudantes sobre as
V I O LÊ N CI A E N T R E A S consequências do bullying no desenvolvimento da
CR I A N ÇA S E O S A D O LE SCE N T E S vítima e do ofensor;
• trabalhar com educação em direitos humanos;
O que você pode fazer? • estimular o uso das habilidades básicas de escuta ativa
e empatia;
● promover ações de protagonismo infantojuvenil
(projetos, grêmios, assembleias, rodas de conversa, • intervir sempre que presenciar ou tiver
conselhos mirins); conhecimento de situações de violências entre os
estudantes, promovendo a reparação;
● envolver crianças e adolescentes no planejamento de • ajudar a vítima a romper com o silêncio;
ações de prevenção de bullying, reparação da violência
sofrida e responsabilização dos agressores pela violência • discutir estratégias para o fortalecimento da
ocorrida na escola; autoestima;
• atuar nos casos de condutas intimidadoras;
● ofertar formação da comunidade escolar para o
reconhecimento e atuação preventiva sobre o assunto; • falar sobre empatia e formas não violentas de
relacionamentos;
● dialogar com a SME, a DRE e a Supervisão Escolar
• apresentar possibilidades apropriadas e seguras para
para o desenvolvimento de propostas voltadas para o
identificar, denunciar e ajudar os estudantes a
enfrentamento do problema;
combaterem a violência;
P R EV EN ÇÃ O • acompanhar o progresso dos resultados obtidos nas
V I O LÊ N CI A E N T R E A S ações, fornecendo indícios para a elaboração de
CR I A N ÇA S E O S A D O LE SCE N T E S intervenções a curto, médio e longo prazo por toda a
comunidade escolar;

O que você pode fazer? • criar programas escolares de prevenção ao bullying


ou qualquer outra forma de violência entre os
● intensificar o trabalho coletivo, jogos cooperativos e estudantes;
demais ações que fortaleçam os vínculos entre os • atuar de forma articulada, em rede,
estudantes em detrimento da competitividade; intersetorialmente e multidisciplinarmente;
● criar na escola meios para a denúncia de forma • explorar a potência do currículo escolar, do espaço e
confidencial e acessível; do conteúdo educativo;
• coibir comportamentos violentos, competição e
● ampliar a reflexão sobre o tema na avaliação
segregação entre os estudantes;
institucional, participativa e dialógica da escola;
• investir na compreensão de coletividade, direitos
● desencadear processo coletivo de monitoramento da humanos, igualdade de gênero, respeito, habilidades
questão; para se comunicar e resolver conflitos pacificamente;
• investir na cultura de paz e não violência.
• combater a glamourização do suicídio quando a mídia
noticiar esses casos;
P R EV EN ÇÃ O
V I O LÊ N CI A AUTO IN FLIGIDA • conversar com o estudante, caso ele esteja apresentando
sinais que lhe chamem a atenção;
• buscar apoio para lidar com a angústia que o tema causa;
O que você pode fazer?
• pedir socorro à direção da escola quando o estudante
● investir no desenvolvimento de um ambiente saudável e verbalizar o desejo de morte ou apresentar sinais
cordial em sala de aula; preocupantes;
● evitar rotular o estudante como fraco ou desajustado;
● atentar-se para não expor o estudante diante de colegas • acreditar na importância do trabalho em rede para
ou outros adultos; garantir o cuidado ao estudante;
● oferecer escuta sincera, sem prejulgamentos; • respeitar os limites de atuação;
● evitar fazer comparações entre os estudantes;
● acolher o sofrimento sem minimizar ou desvalorizar os • quebrar o silêncio;
problemas apresentados; • mostrar-se disponível ao estudante que confia em você,
● tratar o tema de forma natural; mas esclarecer que algumas medidas deverão ser tomadas
● discutir o assunto dentro de suas possibilidades quando para que ele receba o cuidado e o tratamento de que
ele for trazido pela turma; precisa;
● coibir o abuso verbal em sala de aula;
● atuar de maneira firme nas situações de bullying, • manter posição clara em relação às práticas
humilhação ou assédio em sala de aula e no espaço escolar; discriminatórias e racistas, coibindo e combatendo esses
● buscar informações em fontes confiáveis; comportamentos;
• organizar na escola eventos ou momentos em que as
PREVENÇÃO crianças possam conhecer diferentes profissões e
TRAB ALHO INFANTIL possibilidades de formação profissional;
• abordar o tema em reuniões, como a Comissão de
O que você pode fazer? Mediação de Conflitos e nos Grêmios;
● abordar o tema do trabalho infantil durante as aulas; • participar de ações da rede protetiva como fóruns da
● desenvolver projetos para o combate ao trabalho criança e adolescente;
infantil envolvendo a comunidade escolar; • disseminar informações no território sobre a
● desmistificar mitos sobre o trabalho infantil fazendo importância de não dar esmolas, denunciar, não comprar
circular informações adequadas; produtos de empresas com denúncias de trabalho
● realizar controle sistemático da frequência dos infantil incorporado na sua cadeia produtiva;
estudantes para observar a existência de faltas regulares; • disseminar no território a cultura de denúncia de
● buscar apoio da rede de proteção social quando trabalho infantil ao Conselho Tutelar ou ao disque 100;
suspeitar que alguma criança ou adolescente está em
• preencher o formulário on-line do Conselho Nacional
situação de trabalho infantil; da Justiça do Trabalho ou entrar em contato pelo
● compreender que o trabalho infantil está inserido em telefone 08006443444 (para ligações de telefones fixos)
uma complexa dinâmica social e cultural, desafio a ser ou (61) 30438600 (para ligações de telefones celulares)
vencido e enfrentado por toda rede de proteção social; com atendimento das 13 às 18 horas em dias úteis.
● acreditar no potencial da criança e do adolescente e • Promover reflexões com estudantes, professores e
apoiá-los na construção de sonhos e projetos para o familiares sobre as razões pelas quais se condena o
futuro; trabalho infantil.
● confiar no seu potencial de influenciar positivamente a
vida de seus estudantes;
Referências completas disponíveis em:

SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Núcleo de Apoio e


Acompanhamento para a Aprendizagem. Enfrentamento da violência contra o bebê, a
criança e o adolescente. São Paulo, 2020. (no prelo)

NERI, Juliana Fonseca de Oliveira. Possibilidades e limites da escola frente a situações de


violência doméstica contra crianças e adolescentes: um estudo no Ensino Fundamental
I da Rede Municipal de Osasco (SP). 2013. 127 f. Dissertação (Mestrado em Educação:
Currículo) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2013.

NERI, Juliana Fonseca de Oliveira. Currículo escolar e enfrentamento à violência sexual


intrafamiliar contra a criança e o adolescente no município de São Paulo. 2018. 313 f.
Tese (Doutorado em Educação: Currículo) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo, 2018.
OBRIGADA!

• E-mail: projuliana@yahoo.com.br
• Facebook: Juliana Fonseca O. Neri
• Instagram: projulianafonseca.neri

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