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SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO

A maior parte dos sintomas ou sinais não são inequívocos de


determinado tipo de mau trato:
Qualquer criança ou jovem pode ser objecto de maus tratos e
portanto, qualquer deles que apresente lesões pode ser uma vítima;
Em cada um pode haver uma sobreposição de diferentes maus
tratos;
Aos sintomas de qualquer tipo de maus tratos associam-se,
sempre, sintomas de maus tratos emocionais;
Os sinais, mas sobretudo os sintomas, variam conforme a
gravidade dos maus tratos, o sexo e a idade da vitima, a sua
capacidade para reagir e a existência de estruturas de apoio no seu
meio;
Podem existir situações em que não existem sinais ou sintomas
evidentes e em que a vitima revele uma relação saudável com o
abusador;
Podem existir sintomas sugestivos de maus tratos sem que estes
se verifiquem de facto;
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
O ser humano manifesta o sofrimento de diversas formas, por isso,
não se poderá dizer que o surgimento de determinado sintoma
psicológico determine a vivência de uma situação especifica;
Assim, não é possível descrever um quadro sintomatológico
específico e exclusivo;
É somente possível relacionar um determinado quadro
sintomatológico com uma forma de mau trato, pela sua
expressividade estatística;
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Negligência:

Sinais:
 Atraso no crescimento,
 Cabelo fino;
 Falta de higiene;
 Cáries dentárias;
 Alimentação desadequada e em horários inadequados;
 Vestuário não compatível com a época do ano;
 Doenças recorrentes que não mereceram tratamento médico;
 Lesões por acidentes decorrentes de falta de supervisão;
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Negligência:

Sintomas:
 Atraso no desenvolvimento (linguagem, motricidade, socialização);
 Perturbações no comportamento alimentar (e.g. roubo de comida
e enfartamento);
 Sonolência;
 Apatia;
 Depressão;
 Agressividade;
 Absentismo ou abandono escolar;
 Dificuldades de relacionamento com pares e adultos;
 Falhas no acompanhamento parental na escola ou saúde;
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Maus tratos físicos:

Sinais:
 Nódoas negras com colorações diferentes, em locais pouco
comuns e em diferentes localizações;
 Lesões desenhando objetos (e.g. ferro de queimar creme, fivela de
cinto);
 Queimaduras, mordeduras, peladas etc.
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Maus tratos físicos:

Sintomas:
 Inadequação da explicação dada pelos pais ou cuidadores sobre a
forma como se produziu a lesão;
 Mudanças nas explicações ou recusa em explicar o seu
aparecimento;
 Atraso na ida ao médico – inadequação do intervalo de tempo
entre a ocorrência e a procura de cuidados médicos;
 Explicações contrárias ou discordantes;
 Lesões repetidas
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Maus tratos físicos:

Indicadores ou Impacto Psicológicos:


 Comportamentos agressivos;
 Dificuldades na regulação emocional;
 Reatividade emocional;
 Dificuldades na relação com pares (como resultado de défices de
competências sociais);
 Envolvimento em atividades de delinquência;
 Sentimentos de valor pessoal reduzidos;
 Internalização (quadros depressivos, stress pós-traumático,
ideação suicida, comportamentos autolesivos);
 Lentificação do desenvolvimento cognitivo e menor rendimento
escolar
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Abuso Sexual:

Sinais:
 Vermelhidão órgãos genitais ou anal;
 Lesões genitais;
 Hemorragias genitais e anais;
 Doenças sexualmente transmissíveis;
 Esperma sangue ou outras substancias como lubrificante na roupa
ou corpo;
 Gravidez;
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Abuso Sexual:

Sintomas:
 Dor nos órgãos genitais ou anal;
 Perturbações apetite;
 Perturbações do sono;
 Perturbação do controlo de esfíncteres;
 Dificuldades no relacionamento com pares;
 Agressividade;
 Conduta sexualizada (e.g. conhecimentos e ações não
compatíveis com a idade e etapa desenvolvimental, masturbação
compulsiva, brincadeiras sexuais);
 Bizarria (dormir de roupa, urinar na cama, destruição de aspetos
atrativos, recusa em tomar banho ou mostrar o corpo);
 Consumo de substâncias, prostituição, depressão, automutilação,
fugas.
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Abuso Sexual:

Indicadores ou Impacto Psicológicos:


 Alterações ao nível emocional (angústia, medo, raiva,
instabilidade, perturbações do humor);
 Ansiedade (e crises de pânico);
 Depressão, sentimentos de valor pessoal reduzidos, desânimo,
insegurança, isolamento social;
 Ambivalência afetiva;
 Sexualização traumática (procura excessiva e inadequada de
envolvimento sexual ou recusa total de proximidade ou toque);
 Alterações comportamentais (fugas, consumos de substâncias);
 Comportamentos auto- lesivos, ideação e tentativas de suicídio.
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Abuso Emocional:

Sinais:
 Doenças de pele;
 Infeções;
 Alergias;
 Automutilação.
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Abuso Emocional:

Sintomas:
 Perturbações do apetite, do sono, do controlo de esfíncteres,
perturbações cognitivas (e.g. atraso no desenvolvimento da
linguagem, alterações da concentração e memória, dificuldades de
aprendizagem);
 Perturbações afetivas (e.g. choro fácil, vergonha, culpa, medos,
timidez);
 Perturbações do comportamento (e.g. ansiedade, relações sociais
passivas ou conflituosas, fugas, problemas na escola,
delinquência, abuso de substâncias, agitação, depressão)
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Abuso Emocional:

Indicadores ou Impacto Psicológicos:


 Tristeza persistente;
 Sentimentos de valor pessoal reduzidos;
 Atraso desenvolvimento;
 Comportamentos de oposição;
 Stress pós- traumático;
 Estados depressivos;
 Problemas alimentares;
 Comportamentos auto- lesivos;
 Sentimentos de abandono e rejeição; dificuldades de
relacionamento interpessoal, isolamento social, padrões de
vinculação inseguros ou desorganizados, comportamentos anti-
sociais, perturbação reactiva de vinculação (vinculação não
selectiva, imaturidade afectiva, indiferenciação afectiva,
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Abuso Emocional:

Indicadores ou Impacto Psicológicos:


 Dificuldades de relacionamento interpessoal;
 Isolamento social;
 Padrões de vinculação inseguros ou desorganizados;
 Comportamentos antissociais;
 Perturbação reativa de vinculação (vinculação não seletiva,
imaturidade afetiva, indiferenciação afetiva, superficialidade)
SINAIS, SINTOMAS & IMPACTO PSICOLÓGICO
Diagnóstico de maus tratos físicos nunca deverá ter em
consideração apenas a observação de uma lesão, sequela ou
qualquer tipo de sinais isolados;
 Diagnóstico final deverá ter em consideração diversos indicadores
inseridos em determinado contexto;
 Importante estar atento ao que se observa e o que é
testemunhado;
 Estar atento a lesões em locais desadequados, lesões em
diversos estádios de desenvolvimento (mesmo que a explicação
para estarem ali parecer adequada), atrasos na procura de
cuidados de saúde, no caso de existirem lesões significativas;
 Inadequação da explicação ou ausência de explicação quanto a
como ocorre a lesão;
FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO
Os maus-tratos às crianças, parecem resultar de uma interação
complexa entre fatores do meio, dos pais, da criança e da interação
que se estabelece entre eles;
 A identificação de características individuais da criança e dos pais,
do sistema familiar e do contexto sociocultural, que podem
constituir-se como fatores protetores ou precipitar situações de
risco ou de perigo para a criança, parece ser útil em todo o
processo de avaliação/intervenção;
 Os fatores de risco e de proteção podem ser estáticos, ou seja
imodificáveis (e.g. antecedentes de vivência pessoal de mau-trato)
ou dinâmicos e por isso plausíveis de intervenção (e.g.
desconhecimento de necessidades infantis);
FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO

Os fatores de risco e de proteção organizam-se em:


1. Fatores individuais da criança (e.g. fatores de risco -
temperamento, doenças, défices, etc.) e dos pais (e.g. fatores de
risco – história de mau-trato na infância, dificuldade em tolerar a
frustração, hiper-reactividade a estímulos do ambiente, etc.);
2. Fatores familiares (que dizem respeito à estrutura, composição
familiar e interações);
3. Fatores socioculturais (que dizem respeito aos valores e crenças
que podem por exemplo legitimar o recurso à violência física - e.g. a
punição física continua a ser uma prática amplamente aceite pela
sociedade portuguesa).
FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE RISCO INDIVIDUAIS

As características individuais das pessoas maltratantes não são, por si só, causadoras de
maus tratos, mas podem demonstrar que existe uma série de fatores de ordem individual que
podem afetar negativamente algumas pessoas na sua qualidade de cuidadores ou
educadores.

Entre os fatores individuais dos pais/cuidadores destacam-se os seguintes:


FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FACTORES DE RISCO INDIVIDUAIS

• Ter sido vítima de abuso ou negligência na infância e carecer de modelos de educação


adequados;
• Hiper-reactividade aos estímulos do ambiente, concretamente aos relacionados com o
criança, como o choro ou a brincadeira, originando respostas desproporcionadas e
impulsivas;
• Baixa tolerância ao stress, descontrolando-se facilmente com o comportamento dos filhos;
• Falta de capacidade para resolver conflitos, negação do problema, isolamento e/ou
comportamentos agressivos;
• Défice de estratégias para resolver os problemas que surgem na educação das crianças;
• Perturbações emocionais (ansiedade, depressão, etc.), mentais ou físicas, que os impedem
de reconhecer e responder adequadamente às necessidades da criança;
• Baixa auto-estima e grande dependência emocional de outras pessoas, dando prioridade às
suas necessidades emocionais em detrimento das dos filhos;
• Problemas de toxicodependência ou alcoolismo que os impedem de perceber e responder
às necessidades dos filhos;
• Dificuldades em se colocarem no lugar dos filhos e falta de sensibilidade relativamente às
suas necessidades;
• Estilo comportamental e conceptual rígido, baixo nível intelectual, que lhes dificulta a
adaptação às necessidades das diferentes etapas de desenvolvimento dos filhos.
FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE RISCO INDIVIDUAIS

Há que considerar a própria criança. Algumas características das crianças podem ser
entendidas pelos seus pais/ cuidadores como causadoras de stress e, portanto, estar
associadas a uma maior probabilidade de ocorrência dos maus tratos, nomeadamente
grande irritabilidade, híper reatividade aos estímulos do ambiente, doenças ou deficiências,
etc. Em geral, estas características requerem uma maior atenção e cuidados especiais.

Entre os fatores individuais da criança destacam-se os seguintes:


FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE RISCO INDIVIDUAIS

• Nascimento prematuro, com baixo peso e temperamento difícil;


• Défice físico e/ou psíquico;
• Doenças neurológicas congénitas ou adquiridas;
• Problemas de saúde crónicos e/ou atrasos de desenvolvimento;
• Problemas de comportamento (agressividade, hiperatividade, oposição, mentiras,
absentismo escolar, etc.);
• Características físicas que não satisfazem as expectativas dos pais (sexo, saúde, atrativos
físicos, etc.).
FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE RISCO FAMILIAR

Os estudos realizados revelaram fatores de risco familiares associados ao funcionamento


familiar nas seguintes dimensões:

Composição familiar, quando se evidencia desestruturação e falta de coesão e quando os


papéis e funções dos seus membros não estão delimitados, nem definidos. Em geral,
detetou-se maior número de fatores de risco associados a famílias monoparentais, a famílias
com elevado número de filhos, a pais adolescentes ou excessivamente imaturos e a famílias
reconstituídas.

Relação conjugal, quando existem conflitos conjugais que podem culminar com episódios
de violência dirigida contra a criança. A violência interparental funciona como modelo para a
resolução dos conflitos da criança com os outros e para a legitimação da violência como forma de
resolver conflitos.
FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE RISCO FAMILIAR

Estilo preceptivo dos pais/cuidadores em relação à criança, quando está distorcido e


tendem a entender o comportamento da criança de forma negativa, por exemplo, como
sendo intencional e para os provocar. Por outro lado, esta distorção cognitiva implica
frequentemente a existência de falta de expectativas realistas dos pais/cuidadores em
relação ao comportamento e à capacidade da criança, atribuindo-lhe, por vezes, mais
responsabilidades e capacidades do que as que consegue assumir, e outras vezes
subestimando as suas capacidades.

Desconhecimento das necessidades da criança, que gera frequentemente sentimentos de


impotência ou incapacidade nos pais /cuidadores e gera conflitos com a criança.
FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE RISCO FAMILIAR

Estilo de disciplina utilizado pelos pais/cuidadores, quando é excessivamente permissivo


ou punitivo e revela dificuldades em controlar o comportamento da criança.

Interação e Comunicação, quando existe, em geral, uma baixa frequência de


comportamentos positivos dirigidos à criança, assim como uma fraca interação e
comunicação com a mesma.
FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE RISCO SÓCIO-CULTURAIS

O contexto extrafamiliar e comunitário tem um papel importante no funcionamento familiar e


pode converter-se numa fonte de stress significativa.

Algumas situações geradoras de stress podem ser:

O desemprego, a pobreza ou os problemas laborais, na medida em que causam, entre


outros, sentimentos de insegurança, temor, irritabilidade e falta de esperança no futuro.

O isolamento social, porque implica que a família careça de fontes de apoio e de informação,
assim como de modelos ou pontos de referência na área afetiva e económica.
FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE RISCO SÓCIO-CULTURAIS

A família viver num bairro que carece de um sentimento de identidade e de responsabilidade


coletiva e onde as condições de vida dominantes são a pobreza, a marginalização e a
violência.

Aprovação social da violência como método de resolver os problemas de relacionamento.

A defesa extrema do valor da privacidade da família.

Predominância de valores e atitudes negativos em relação à mulher, à infância e à


paternidade.
FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE PROTEÇÃO FATORES DE RISCO
(fatores que poderão diminuir a ocorrência do (fatores que poderão potenciar a existência e/
fenómeno) ou prevalência do fenómeno)
Criança · Boa auto-estima · Prematuros, com baixo peso e temperamento
· Desejo de autonomia e comportamentos difícil
exploratórios · Défice físico ou psíquico
· Capacidade de pedir ajuda · Doenças neurológicas congénitas ou adquiridas
· Forte vinculação com um dos progenitores · Problemas de saúde crónicos ou atrasos de
· Relação afetiva securizante com adulto desenvolvimento.
significativo · Problemas de comportamento (agressividade,
· Competências adaptativas ( resiliência) oposição,
· Estado geral saudável mentira, absentismo escolar, …)
· Capacidade de empatia e de pro -atividade · Não satisfação das expectativas dos pais
· Boas capacidades cognitivas (sexo, saúde, atractivo físico)
FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE PROTEÇÃO FATORES DE RISCO
(fatores que poderão diminuir a ocorrência do (fatores que poderão potenciar a existência e/ ou
fenómeno) prevalência do fenómeno)
Família . Vinculação segura com a criança; · Desestruturação familiar
. Relação afetiva securizante da parte dos · Elevado número de filhos
pais com um adulto significativo; · Pais adolescentes
. Exercício efetivo das responsabilidades · Conflitos conjugais
parentais · Violência doméstica
.Estilos parentais adequados às necessidades da · Expectativas irrealistas relativamente ao
criança comportamento e capacidade dos filhos
. Expectativas adequadas ao desenvolvimento e · Desconhecimento das necessidade infantis
necessidades dos filhos · Autoridade parental ausente ou demasiado permissiva
. Interações positivas pais -filhos ou punitiva
. Suporte conjugal · Ausência de comunicação pais-filhos
. Capacidade de resolução dos problemas · Ausência de interação compensatória pais -filhos
familiares · Vinculação insegura
. Disponibilidade emocional · Problemas de comunicação
. Comunicação e expressão de afetos presente entre · Défice do exercício das responsabilidades parentais
pais e filhos · Elemento da família com vulnerabilidades particulares
. Estabilidade económica (toxicodependências, desemprego, doença mental,
. Saúde e bem estar deficiência ou doença crónica alcoolismo, exclusão social,
, História familiar sem violência ou maus -tratos precaridade laboral, etc)
. Presença de suporte familiar e social · Antecedentes de vivência pessoal de maus-tratos
· Monoparentalidade
FATORES DE RISCO E FATORES DE PROTEÇÃO
FATORES DE PROTEÇÃO FATORES DE RISCO
(fatores que poderão diminuir a ocorrência do (fatores que poderão potenciar a existência e/
fenómeno) ou prevalência do fenómeno)
Contexto social . Meio escolar integrador · Aceitação de violência como forma de disputa
e cultural . Apoio social disponível interpessoal
. Grupos formais e informais de pares · Exaltação mediática da violência
. Recursos adequados na comunidade · Tolerância social para a educação através da
. Comunidade com recursos de educação, punição física
saúde. · Escassez na efetividade dos mecanismos de
. Ocupação de tempos livres, etc punição da violência intrafamiliar
· Definição do mau trato como práticas tidas
como aceitáveis pela cultura de pertença de
crianças e adultos
CONSEQUÊNCIAS

Apesar da possibilidade de os maus tratos contra crianças e jovens incorrerem na morte


da vítima, a maioria dos casos não se revela fatal.

Mesmo assim, as experiências de mau trato não letais podem provocar graves prejuízos
para o bem-estar e desenvolvimento físico, emocional, psicológico, comportamental e
relacional, com danos persistentes e duradouros manifestos ao longo de todo o percurso
desenvolvimental da criança ou jovem.

Os prejuízos subsequentes à experiência de mau trato encontram-se especialmente


aumentados nos casos em que a violência assume um carácter progressivo e recorrente,
ocorrendo uma escalada na frequência e na gravidade associada aos episódios de
violência exercidos e uma exposição continuada da criança ou jovem a uma situação
traumática, circunstância que, neste fenómeno de vitimação de crianças e jovens, é, de
facto, bastante comum.
CONSEQUÊNCIAS
Facilmente se compreende que os efeitos negativos da vitimação que ocorre na infância
e adolescência se podem manter ao longo de todo o ciclo de vida, com impacto negativo
ao nível da saúde física e mental do adulto.

A exposição da criança ou jovem a este tipo de experiências de vida coloca em causa o


seu adequado desenvolvimento, interferindo com seu projeto de vida futuro.

Considerando a ampla gama de formas de maus tratos que podem ser concretizados
contra crianças e jovens e a diversidade de comportamentos que cada tipo específico de
mau trato pode incorporar, compreende-se que as consequências que podem advir da
experiência de vitimação são bastante diversificadas e apresentam diferentes níveis de
intensidade e gravidade.
CONSEQUÊNCIAS

A manifestação de consequências varia, igualmente, em função das características


físicas e psicológicas da criança ou jovem, o que acrescenta ainda maior variabilidade
aos efeitos possíveis de uma experiência de vitimação

Não existe um conjunto de consequências típicas e universais que se manifestem,


invariavelmente, em todas as situações de maus tratos.

Aspeto que dificulta, a identificação de situações de violência cometidas contra crianças e


jovens, alertando para a importância de dotar os profissionais que lidam e contactam, no
decurso da sua prática profissional, com crianças e jovens de conhecimentos sólidos
sobre as diferentes formas de maus tratos, sobre a ampla gama de sinais e sintomas,
bem como das diversas e possíveis consequências que a experiência pessoal desta
forma de vitimação tem ou poderá ter no desenvolvimento e bem-estar da criança e
jovem.
CONSEQUÊNCIAS

É possível que a experiência de maus tratos não provoque sinais ou sintomas na vítima,
facto que em momento algum invalida a efetiva experiência de vitimação da criança ou
jovem.

A ausência de sintomas poder-se-á explicar pelas seguintes situações ou circunstâncias:

- Características específicas dos maus tratos (ex: episódio único com níveis menores de
violência física envolvida);
- Características da criança ou jovem (ex: maior idade da criança ou jovem; resistência
física; competências comunicacionais e de assertividade para procura de ajuda;
optimismo; auto-estima; inteligência);
- Recursos e suporte (especialmente os informais, como família alargada, pares, adultos
de confiança exteriores ao seio familiar).
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