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braz j infect dis.

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sugestivas de endocardite infecciosa, evoluindo com hemodinamicamente, com reduç a ~ o importante do nu  mero
~o se
embolizaç a ptica para sistema nervoso central, sendo qua- de leuco  citos (6.200/mm3) e plaquetas (402.000/mm3) apo s
tro hemoculturas e duas culturas de líquor positivas para ^ s semanas do início do tratamento medicamentoso e cui-
tre
Staphylococcus aureus sensíveis a meticilina. A presença de dados hospitalares. Foi submetido ao procedimento ciru  rgico
imagens compatíveis com a embolizaç a ~ o mico  tica na de enxerto periauricular a  direita. Apresentou posterior-
ressona ^ ncia magne  tica de ence  falo, de acordo com as diretr- mente, boa evoluç a ~ o, com alta hospitalar cinco dias apo s a
izes, infere na necessidade de tratamento ciru  rgico, porem, cirurgia pla  stica, para acompanhamento ambulatorial de
devido ao elevado risco perioperato  rio, optou-se apenas pelo lesa~ o. Casos de miíase aural sa ~ o raros em adultos, pore m
tratamento conservador com antibioticoterapia, tendo inicial- ^
aqueles com fatores de risco, como a deficiencia intelectual
mente realizado ceftriaxone empírico e apo  s resultados das que requerem cuidados, tornam-se vulnera  veis. Quanto mais
culturas foi substituído por oxaciclina. Meningite bacteriana cedo diagnosticada e tratada, a repercussa ~o estrutural pode
isolada como manifestaç a ~ o de endocardite e  raro e e uma difí- ser menor. Neste relato, a demora na procura por serviço
cil suspeita diagno  stica. A paciente continuou com culturas medico levou a um grande comprometimento estrutural da
positivas para S. aureus por tempo prolongado. O quadro evo- orelha externa do indivíduo, necessitando de cuidados que
luiu com dissecç a ~ o de aorta por e ^mbolos mico  ticos, o que a incluíram a antibioticoterapia siste ^ mica e abordagem da
levou ao o  bito. A suspeita clínica precoce associada aos  rgica pla
ciru  stica para reparo das leso ~ es.
exames laboratoriais e de imagem foram importantes para o
diagno  stico ra
 pido e para início da terapia correta. Entretanto, https://doi.org/10.1016/j.bjid.2021.101895
devido a  alta morbi-motalidade do quadro apresentado, a
paciente evoluiu a o  bito devido complicaç o ~ es.
EP 160
https://doi.org/10.1016/j.bjid.2021.101894 e POR BACILLUS
PACIENTE COM INFECÇ AO
ALTITUDINIS: RELATO DE CASO EM UM
EP 159 HOSPITAL PRIVADO DE SALVADOR-BAHIA

 jo a,
Claudilson Bastos a, Sarah Caroline Arau
MIIASE AURAL COM DESTRUIÇ AO
e DA ORELHA
b
Corine Sampaio
EXTERNA - RELATO DE CASO
a
Universidade do Etado da Bahia (UNEB), Salvador,
Tiago Galan de França a,
BA, Brasil
Juliana Rodrigues Martins b, b
HA, Salvador, BA, Brasil
Felipe Aguiar dos Santos b,
Emanuely Magno da Silva c, O ge ^ nero "Bacillus"e  composto por bacte rias formadoras de
Tiago Galan de França a esporos, Gram-positivas aero  bias ou anaero  bias facultativas
(Liu et al., 2013). O "Bacillus altitudinis"foi isolado pela pri-
a
 rio Joa
Hospital Universita ~ o de Barros Barreto
meira vez em tubos crioge ^ nicos utilizados para coletar amos-
(HUJBB), Belem, PA, Brasil
tras de ar atmosfe ricos (Shivaji S. et al, 2006) e pertence ao
b
Hospital de Pronto Socorro Municipal Ma rio Pinotti
Bacillus pumilus group (Lemjiber N. et al., 2021). Estes micro-
(HPSM), Belem, PA, Brasil
organismos raramente sa ~ o reportados como pato  genos,
c
Universidade Federal do Para  (UFPA), Belem, PA,
podendo representar contaminaç a ~ o da amostra (Borsa et al.,
Brasil
2016). Apesar do antraz ser a doença mais conhecida causada
Miíase pode ser definida como uma infestaç a ~ o de tecidos por "Bacillus spp." (Turnbull et al., 1996), ja  existem relatos de
vivos por larvas de va  rias espe  cies de moscas da ordem Dip- espe  cies relacionadas ao "Bacillus pumilus group" como
tera. A distribuiç a ~ o da miíase humana e  mundial, com mais agentes de feridas infectadas, assim como casos mais graves,
espe  cies e maior prevale ^ ncia em regio ~ es socioecono ^ micas como sepse e artrite se ptica (Shivamurthy, et al. 2016; Tena et
pobres de países tropicais e subtropicais. Paciente de 35 anos, al., 2007; Borsa et al., 2016). Homem, 48 anos, sem comorbi-
masculino, solteiro, com histo  rico de de ficit cognitivo, deu dades, com histo  ria de infecç a~ o de pele e partes moles em tor-
entrada em serviço de emerge ^ncia de um hospital municipal nozelo direito desde dezembro/2020 apo  s acidente com
pu blico de Bele m-PA, por apresentar “ferida em ouvido”, com corais. Esteve internado em unidade de sau  de em fevereiro
início ha  14 dias. Durante a avaliaç a ~ o clínica, percebeu-se que 2021, onde realizou debridamento, microneurolise, tenoplas-
paciente apresentava lesa ~ o fe tida em pavilha ~ o auricular ~o de retalho em funç a
tia, rotaç a ~ o da lesa
~o de partes moles.
externo direito com secreç a ~ o purulenta e grande quantidade Foi obtida amostra da ferida e encaminhada ao Laborato  rio de
de larvas, característica de miíase. Ale  m disso, havia tecido Microbiologia, onde foi submetida a bacterioscopia pelos

necrotico ao redor e edema de hemiface ipsilateral. O exame me todos de Gram, Ziehl e pesquisa de fungos. A cultura para
hematolo  gico, do mesmo dia da admissa ~ o, mostrava leucoci- fungos foi negativa apo  s o período de incubaç a ~ o. A ana  lise
tose (27.400/mm3) e plaquetose (451.000/mm3). Foi estabele- microbiolo  gica da amostra mostrou crescimento de "Bacillus
cido, na ocasia ~ o, a internaç a ~ o do paciente e início da altitudinis" sensível a linezolida e clindamicina. Os exames
antibioticoterapia com Ceftriaxone e Metronidazol endoveno- de imagem do membro afetado apresentaram edema no
sos, ale  m de Ivermectina oral, retirada manual das larvas e tecido subcuta ^ neo situado lateralmente ao osso calca ^ neo, de
curativo dia  rio da lesa~ o. Paciente manteve-se esta  vel clínica e prova  vel natureza inflamato  ria. O tratamento foi iniciado
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com clindamicina, mas apo  s dois dias em uso, paciente apre- outros estudos, havendo variaç o ^ncia
~ es no perfil de resiste
sentou quadro ale rgico. Retornou com agudizaç a ~ o do quadro, microbiana.
referindo dor intensa, ao exame físico, apresentou dor a  pal- Conclusa ~ o: Os dados observados demonstram que a etiolo-
~ o e mobilizaç a
paç a ~ o do pe  . O antibio  tico foi substituído por ~ es urina
gia das infecç o  rias e
, em parte, semelhante a  encon-
Linezolida 600 mg 12/12 e apo  s dez dias em antibioticoterapia trada em outras partes do país e do mundo. A fosfomicina e a
hospitalar, foi transferido para home care, onde fez uso do nitrofurantoína sa ~ o boas opç o~ es para a terapia empírica. E
medicamento por mais 8 semanas. Um me ^s apo s concluir o importante a realizaç a ~ o de estudos sobre perfis de resiste ^ncia
tratamento, o paciente retornou apresentando melhora aos antimicrobianos.
clínica, com recuperaç a ~ o funcional, ause ^ ncia de dor e edema
local. Ainda que pouco frequentes, o "Bacillus na ~ o-anthracis" https://doi.org/10.1016/j.bjid.2021.101897
tem potencial como agente de infecç a ~ o de feridas, a avaliaç a
~o
do perfil de sensibilidade e  uma importante ferramenta na
orientaç a~o da terapia. EP 162


PERFIL EPIDEMIOLOGICO e
DAS INTERNAÇ OES
https://doi.org/10.1016/j.bjid.2021.101896
POR ENCEFALITE VIRAL NO NORDESTE DO
BRASIL NO PERIODO DE 2015 A 2020
EP 161 Nata lia Arthuso Lopes,
^ NCIA MICROBIANA EM Pedro Cavalcante Castro,
PERFIL DE RESISTE
 ria Cosenza Fahel de Andrade
Vito
e
INFECÇ OES 
DO TRATO URINARIO
ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE EM UMA Universidade Salvador (UNIFACS), Salvador, BA,
CIDADE DO NOROESTE PAULISTA Brasil

Marcelo Mouaccad Peres, Introduç a ~ o/Objetivo: A encefalite e  uma doença inflamato -


Arlindo Schiesari Junior, ria do pare ^ nquima cerebral com presença de disfunç a ~o
Lívia Mayra de Paula Ruela, neurolo  gica, podendo ser causada por infecç a ~ o ou autoimuni-
Mariana Arantes Santos, dade. A etiologia mais comum e  a viral, sendo responsa  vel
Nata lia Campos Lima Taveira por altos índices de morbidade e, em muitos casos, de mortal-
idade. Os agentes virais mais comuns dessa patologia sa ~o o
 rio Padre Albino (UNIFIPA),
Centro Universita
Herpes Vírus dos tipos 1 e 2, o enterovírus na ~ o po lio e as arbo-
Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA),
viroses, como a Dengue, a Zika e a Chikungunya. Um impor-
Catanduva, SP, Brasil
tante fator de risco para a complicaç a ~ o dessa infecç a ~o e a
Introduç a ~ o/Objetivo: A infecç a ~ o do trato urina  rio (ITU) imunossupressa ~ o em pacientes portadores de agentes
 entre as infecç o
esta ~ es comunita rias mais importantes no  gicos da encefalite. Neste cena
etiolo  rio, a regia ~ o Nordeste do
mundo, sendo uma das principais causas de procura de Brasil mostrou a maior incide ^ ncia de casos confirmados no
atendimento me  dico, tanto em situaç o ~ es eletivas quanto país. O presente estudo tem como objetivo analisar o perfil
de urge ^ncia e emerge ^ ncia. Apesar de sua importa ^ ncia, epidemiolo  gico dos pacientes internados devido a  encefalite
ainda sa ~ o escassos os dados sobre a prevale ^ ncia e a viral na regia ~ o Nordeste do Brasil entre os anos de 2015 e 2020.
^ncia microbiana dos pato
resiste  genos causadores de ITU Me todo: Trata-se de um estudo ecolo  gico e retrospectivo,
no município de Catanduva e regia ~ o, o que pode compr- atraves da ana  lise do banco de dados do Sistema de
ometer a conduta terape ^utica inicial. Isso e  particular- Informaç o ~ es Hospitalares do SUS (SIH/SUS) do Departamento
mente importante em pacientes que precisam iniciar de Informa  tica do Sistema Unico de Sau  de do Brasil (DATA-
prontamente uma terapia antimicrobiana, ainda sem os SUS). Considerou-se a classificaç a ~ o Internacional de Doenças
resultados de culturas e antibiogramas. O trabalho tem por (CID-10), capítulo I. Os crite rios de elegibilidade foram: pes-
objetivo identificar os principais agentes etiolo  gicos das soas de ambos os sexos (masculino e feminino), de todas as
~ 
infecç oes do trato urinario e seus respectivos padro ~ es de idades e raças declaradas.
^ncia antimicrobiana, e assistir no manejo de
resiste Resultados: O total de casos notificados de encefalite viral
pacientes no contexto de terapia empírica. no Nordeste brasileiro foi de 5.113 no período de 2015 a 2020.
Metodos: Estudo transversal no qual se realizou um levan- O sexo de maior prevale ^ncia foi o masculino com 2.669
tamento de dados acerca da etiologia e padra ~ o de resiste ^ncia (52,2%). Ademais, notou-se maior expressividade na cor
de uropato  genos em ambiente comunita  rio no município de parda, apresentando 3.558 (69,58%) casos e uma menor preva-
Catanduva (SP) e regia ~ o. ^ncia em indígenas, com apenas 6 (0,11%) casos nesse
le
Resultados: O uropato  geno mais frequente foi E. coli período. No mesmo cena  rio, a faixa eta  ria com maior quanti-
(66,88%). A faixa eta  ria mais prevalente foi de 50 a 84 anos. dade de casos foi a de 30 a 39 anos, apresentando 668
Fosfomicina e nitrofurantoína apresentaram as maiores taxas (13,06%), enquanto as idades de 80 anos e mais contiveram a
de sensibilidade frente a  s principais enterobacte rias causado- menor quantidade, com 124 (2,42%) casos confirmados.
ras de ITU. As taxas de resiste ^ ncia a sulfametoxazol-trimeto- Conclusa ~ o: O presente estudo mostrou maior prevale ^ncia
prima contraindica seu uso no tratamento de ITU. Os dados de encefalite viral em homens, de cor parda com idade entre
sobre etiologia e prevale ^ncia de ITU sa ~ o semelhantes aos de 30 e 39 anos. Portanto, para controle dessa patologia na regia ~o

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