Você está na página 1de 1

STREPTOCOCCUS AGALACTIAE EM GESTANTES

Amanda Caroline Golfeto Pereira1; Flávio Henrique Brianezzi Ferreira2; Nathally Claudiane de Souza Santos 3*

Graduanda do curso de Biomedicina – Bacharelado, do Centro Universitário UniFatecie.


1

2
Graduando do curso de Farmácia – Bacharelado, do Centro Universitário UniFatecie.
3
Doutora; Professora orientadora vinculada ao curso de graduação em Biomedicina e Farmácia – Bacharelado, do Centro Universitário UniFatecie.
*nathally.santos@fatecie.edu.br
O rastreamento, um procedimento simples e acessível, é feito usando um
INTRODUÇÃO caldo de cultura enriquecido, ou métodos moleculares, a partir de coletas
em dois locais anatômicos, com dois swabs, sendo um retal e outro vaginal,
O Streptococcus agalactiae, habitualmente encontrado na microbiota da
permitindo identificar em qual área há maior colonização, com resultados
mulher, é um microrganismo preocupante para a saúde coletiva pois apesar
mais confiáveis, sendo necessário que a gestante não evacue pela manhã e
do rastreamento em gestantes ser acessível e a coleta simples, observa-se
nem tome banho até o momento da coleta do material, caso contrário, o
que sua cultura atualmente ainda não é realizada rotineiramente no exame
material deverá ser coletado no final da tarde (Nogueira et al., 2013; Riedel;
pré-natal, sendo o principal agente etiológico de doença precoce neonatal,
Morse; Mietzner, 2022).
além de poucos estudos sobre a temática. (Agostinho et al., 2021; Nogueira
Evidências recentes sugerem que os EGB encontrados na área retal são o
et al., 2013; Silva, Glagiani, 2022; Oliveira, et al., 2020).
fator mais importante na determinação da colonização vaginal, reforçando a
Este projeto tem como objetivo descrever S. agalactiae como um
necessidade de coleta no local retal. Segundo Centros de Controle e
problema de saúde pública até hoje não resolvido, apresentando evidências
Prevenção de Doenças (CDC - do inglês Centers for Disease Control and
e sintetizando-as. E, como objetivos específicos, oferecer subsídios para o
Prevention), para uma coleta satisfatória, o material deve ser obtido
planejamento de uma revisão com o foco na área de microbiologia clínica.
ultrapassando-se o esfíncter anal (Souza et al. 2012).
A bactéria deve ser identificada e tratada antes do trabalho de parto, já
MATERIAL E MÉTODOS que a colonização por EGB pode ser transitória, crônica ou intermitente.
Este resumo expandido foi ancorado em pesquisas qualitativas e Com isso, ele é capaz de desenvolver uma rápida resistência aos
quantitativas, artigos científicos, livros e resoluções oficiais que possam antibióticos, tornando-o particularmente perigoso ao ambiente hospitalar
elucidar cada questão, como os procedimentos de pesquisa utilizados na (Agostinho et al., 2021).
investigação do microrganismo Streptococcus agalactiae. Para o tratamento, deve-se prezar pelo uso racional de antibióticos. Se for
Para a realização deste resumo expandido de revisão bibliográfica identificada bacteriúria, ou seja, presença de bactérias na urina, o obstetra
procedeu-se uma pesquisa em algumas bases de dados como, PubMed® estabelecerá tratamento com antibioticoterapia adequado para combater as
(National Library of Medicine, National Center for Biotechnology mesmas (Barros; Machado; Sprinz, 2013).
Information), LILACs (Literatura Latino-Americana
M e do Caribe em
Ciências da Saúde) e Google Acadêmico, sem qualquer limitação temporal CONCLUSÃO
e com limitação aos idiomas inglês, espanhol ou português. Foram também
Com o estudo realizado, almeja-se elucidar a importância da realização
utilizadas algumas referências de artigos específicos e livros pela relevância
do exame para identificação, diagnóstico precoce e correta profilaxia no
da temática abordada nas mesmas. Um dos critérios de inclusão de artigos,
momento do parto das mulheres colonizadas com o Streptococcus
foi a presença de informação relevante para o conhecimento sobre o
agalactiae, bactéria responsável por causar variados prejuízos à saúde da
impacto do S. agalactiae maternos nas complicações materno-fetais.
gestante e do neonato, tais como sepse neonatal, meningite e pneumonia em
neonatos, possibilitando uma adequada assistência no acompanhamento
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA pré-natal, com tratamento efetivo, a fim de reduzir possíveis complicações,
O microrganismo Streptococcus agalactiae, ou Estreptococo do grupo bem como, a necessidade de implementação de protocolo padronizado na
B (EGB), é um importante patógeno entre gestantes e neonatos, é rotina pré-natal, em âmbito nacional, para rastreio do S. agalactiae,
encontrado na microbiota natural da vagina e no trato gastrointestinal baixo reduzindo as taxas de mortalidade para o binômio materno-neonatal.
em 5 a 30% das mulheres, com rastreamento retal e vaginal de gestantes
com 35 a 37 semanas, e determinado este intervalo por ser a REFERÊNCIAS
colonização/infecção transitória, sendo importante conhecer o status da AGOSTINHO, Deysielle Katerine Maia de Oliveira; OLIVEIRA, Izadora Letícia Dias de; GUZEN, Fauto Pierdoná; ANDRADE NETO, Francisco
Vicente de. Colonização por streptococcus do grupo b no período gestacional: uma revisão narrativa. Repositório Universitário da Ânima
gestante no período próximo ao parto, já que os recém-nascidos terão um (RUMA) 2021

risco maior de infecção se houver rompimento prematuro da bolsa BARROS, Elvino; MACHADO, Adão; SPRINZ, Eduardo. Antimicrobianos. [Porto Alegre]: Grupo A, 2013. E-book. ISBN 9788565852616.

amniótica, trabalho de parto prolongado, parto prematuro ou infecção MURRAY, Patrick R. Microbiologia Médica Básica. [Rio de Janeiro]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595151758.

generalizada por EGB na mãe e se esta não apresentar anticorpos sorotipo- NOGUEIRA, Isadora Moreira Costa do Nascimento; GONÇALVES, Sthéfanie Chaves de Almeida; CARREIRO, Vanessa Moreira da Silva; SANTOS,
Adriana dos. ESTREPTOCOCOS B COMO CAUSA DE INFECÇÕES EM MULHERES GRÁVIDAS: REVISÃO DE LITERATURA. Vol.16,
específicos e tiver níveis de complemento baixos. (Murray, 2018; Nogueira n.3, p. 36-41 (Out - Dez 2013) Revista UNINGÁ Review. 2013.

et al., 2013; Riedel; Morse; Mietzner, 2022). OLIVEIRA, Taís Viana Lédo de; SANTANA, Fabrícia Almeida Fernandes; SOUZA, Claudio Lima; OLIVEIRA, Márcio Vasconcelos. Prevalência e
fatores associados a colonização por estreptococo do grupo B em gestantes. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 20, p. 1165-1172,
As gestantes colonizadas geralmente são assintomáticas, mas podem 2021.

apresentar sintomas de infecções como endometrite pós-parto, infecções de RIEDEL, Stefan; MORSE, Stephen A.; MIETZNER, Timothy A.; et al. Microbiologia Médica de Jawetz, Melnick & Adelberg. [Porto Alegre]:
Grupo A, 2022. E-book. ISBN 9786558040170.
ferimentos e infecções do trato urinário, podendo ocorrer complicações
SILVA, Juliana Lima; GAGLIANI, Luiz Henrique. ESTUDO DE ESTREPTOCOCOS DO GRUPO B EM GESTANTES E AS
disseminadas, além de infecções como pielonefrite, cistite, comprometer a CONSEQUÊNCIAS GERADAS AO RECÉM-NASCIDO. UNILUS Ensino e Pesquisa (out./dez.) v. 19, n. 57, p. 113-126, (2022).

evolução da gestação, causar abortos, morte fetal intra-uterina, ruptura SOUZA, Nícolas Thiago Nunes Cayres de; MAGALHÃES, Hugo Leonardo Gonçalves de Oliveira; VOGT, Maria de Fátima Brito; ZACONETA,
Alberto Carlos Moreno; WANDERLEY, Miriam da Silva; MARTINS JÚNIOR, Paulo Oliveira; FRANÇA, Paulo Sérgio. Detecção da colonização por
precoce de membrana e prematuridade (Oliveira et al., 2020). Streptococcus agalactiae e avaliação da suscetibilidade aos antimicrobianos em gestantes atendidas no Hospital Universitário de Brasília.
Brasília méd, v. 49, n. 1, p. 18-26, 2012.
É de início precoce que os recém-nascidos adquirem da mãe. As
infecções por EGB durante o 1º mês de vida podem causar sepse AGRADECIMENTOS:
fulminante, meningite ou síndrome da angústia respiratória. Assim, é a À nossa orientadora, família, amigos e a todos os que nos
causa mais comum de septicemia e meningite em recém-nascidos. (Murray, acompanharam nesta jornada, obrigado!
2018; Riedel; Morse; Mietzner, 2022)

Você também pode gostar