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INTRODUÇÃO

As vacinas são fundamentais para vida da criança, por meio das vacinas as crianças ficam
imunizadas contra doenças infecciosas.

Há relatos de tentativas de prevenção contra doenças como os dos chineses (1000 a.c) que
aspiravam pó de líquidos ressecados de pústulas de varíola, que foi denominado de
variolização. A vacinação propriamente dita, ainda sem esse nome, começou, por relatos
no século XI, seja por aspiração nasal de pó de crostas de feridas, como a dos chineses, seja
por puntura com agulhas de lesões que surgiam nos pacientes submetendo o material ao
calor ou substâncias e injectando-o nos indivíduos saudáveis. A isso se denominou
variolização. Essa prática percorreu o mundo desde a China, pelo oriente até chegar a
Europa, em meados do século XVIII. Em 1758 um médico fazia algo similar, quando
retirava sangue de pessoas em convalescência do sarampo e injectava em sadios e referindo
quadros atenuados da doença nos vacinados (Pinheiro & Alves, 2013, p. 10).

Em relação à história das vacinas, antes da era comum havia tentativas de prevenção
contra doenças, os chineses aspiravam pó de líquidos ressecados de pústulas de varíola
(variolização) como forma de prevenção contra a varíola. Em 1758, um médico retirava sangue
de pessoas em convalescência do sarampo e injectava em pessoas saudáveis para testar as
vacinas atenuadas.

O Calendário de Vacinação é um instrumento de programação das vacinas destinadas às


crianças menores de 5 anos e outros grupos etários. Vacinar é uma das medidas mais
importantes e eficazes de prevenção contra doenças. É melhor e mais fácil prevenir do que
tratar as doenças e é isso que a vacina faz. Ela protege o corpo contra os vírus e as bactérias
(MINSA, 2018, p. 4).

No que concerne o calendário de vacina, é um instrumento onde encontramos o programa


de vacinas que as crianças devem receber, isto é, crianças abaixo dos cinco anos porque essas
vacinas previnem as crianças contra as doenças.

«Apenas 31% das crianças angolanas levaram todas as vacinas, depois da primeira e
segunda vacina as mães deixam de levar os bebés para dar continuidade da vacinação»
(Machado, 2018, p. 1).

Mediante a ideia deste autor, podemos dizer que, algumas das mães angolanas levam os
seus bebés apenas para receberem as primeiras e segundas vacinas.
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IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

Existem mães que têm a dificuldade de levarem as crianças para a vacinação e como
consequência muitas crianças adoecem por falta do não cumprimento do calendário de
vacinação infantil, o mesmo acontece no Bairro Capalanga, por esta razão, decidimos avaliar o
conhecimento das mães sobre a importância do cumprimento do calendário de vacinação, tendo
como pergunta de partida:

Qual é o Conhecimento das Mães sobre a Importância do Cumprimento do


Calendário de Vacinação Infantil, Bairro Capalanga no I Semestre de 2024?

OBJECTIVOS DO ESTUDO

Objectivo Geral

Avaliar o Conhecimento das Mães sobre a Importância Cumprimento do Calendário de


Vacinação Infantil, Bairro Capalanga no I Semestre de 2024.

Objectivos Específicos

1- Caracterizar a amostra de acordo com as variáveis sócio-demográficas quanto a faixa-


etária, a ocupação, o nível académico, e o estado civil;
2- Identificar as consequências da ausência da vacinação infantil;
3- Descrever todas as vacinas previstas no calendário de vacinação de Angola.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

Este estudo é importante porque ajudará as mães a perceberam a importância do


cumprimento do calendário de vacinação infantil e incentivará as mães a levarem as crianças
na vacinação, também contribuirá para a obtenção de conhecimento científico e ajudará em
investigações científicas sobre a importância da vacinação infantil.

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DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O presente estudo delimitou-se no tema Avaliação do Conhecimento das Mães sobre a


Importância do Cumprimento do Calendário de Vacinação Infantil, Bairro Capalanga no I
Semestre de 2024.

DEFINIÇÃO DE CONCEITOS

Conhecimento: «é o conjunto de noções acerca de um assunto ou a faculdade de


conhecer» (Camacho & Tavares, 2019, p. 168).

Mães: «mulher que tem ou teve filho ou filhos ou mulher que cria e educa criança que
não foi gerada por ela, mas com quem estabelece laços» (Memed, 2023, p. 50)

Calendário de Vacinação Infantil: «é um planejamento das vacinas básicas que toda a


criança de 0 a 10 anos precisa tomar para estimular o sistema imunológico na criação de
anticorpos que vão preveni-las das principais doenças infecciosas» (Memed, 2023, p. 20)

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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

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1.1 ABORDAGEM SOBRE O CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
INFANTIL

A vacinação no mundo depende sempre de vários factores, por esta razão, houve a
implementação do calendário de vacinação infantil.

A necessidade do calendário de vacina envolve factores que interveem na vacinação como:


aceitação da vacinação como prática eficaz e científica contra as doenças tanto pelos
profissionais da saúde, quanto pela população; existência e disponibilidade de vacinas;
fatores epidemiológicos; gastos financeiros; decisões políticas; organização dos serviços
vacinais e da observância de prevalência e incidência de doenças passiveis de serem
prevenidas por vacinação, com notificação das mesmas antes e após as vacinações
(Pinheiro & Alves, 2013, p. 22).

No que concerne aos factores da vacinação, o calendário de vacinação foi criado para que
as vacinas fossem aceitas como método de prevenção contra doenças, para que gastos
financeiros fossem controlados, para que factores epidemiológicos não indicassem novos casos
de doenças resultantes da falta de vacinas.

«Calendário de Vacinação é um instrumento de programação das vacinas destinadas às


crianças menores de 5 anos e outros grupos etários» (MINSA, 2018, p. 4).

Assim sendo, o calendário de vacinação é usado como um instrumento das vacinas que
devem ser administradas nas crianças.

Todos devem estar atentos ao Calendário de Vacinação e levar seus filhos e estimular os
parentes a irem aos postos de saúde para que as crianças sejam vacinadas nas idades
recomendadas. O Calendário Nacional de Vacinação compreende a lista de vacinas
recomendadas e garantidas pelo Ministério da Saúde de forma gratuita para os utentes em
todo o território nacional. Orienta sobre o grupo alvo, a dose, a via e local de administração
das vacinas (MINSA, 2018, p. 7).

Existe o calendário nacional de vacinação infantil, onde consta o nome da vacina, a dose,
a via e o local em que deve ser administrada, existe também o calendário básico de vacinação
infantil, onde encontramos o nome da vacina e as doses, este calendário permite o
acompanhamento por meio do registo, para sabermos quais vacinas as crianças já receberam.
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Figura 1: Calendário Básico de Vacinação Infantil

Fonte: (Machado, 2023, p. 1).

Na figura 1, observamos o calendário básico de vacinação de rotina, este calendário é


constituído pelas vacinas básicas que as crianças devem receber. Ao nascer devem ser
administradas as vacinas como: pólio, BCG e hepatite B; aos 2 meses devem ser administradas
as vacinas como: pólio (1ª dose), pentavalente (1ª dose), pneumo (1ª dose), rotavírus (1ª dose);
aos 4 meses devem ser administradas as vacinas como: pólio (2ª dose), pentavalente (2ª dose),
pneumo (2ª dose), rotavírus (2ª dose); aos 6 meses devem ser administradas as vacinas como:
pólio (3ª dose), pentavalente (3ª dose), pneumo (3ª dose), vitamina A (1ª dose); aos 9 meses
devem ser administradas as vacinas como: devem ser administradas as vacinas como: sarampo
(1ª dose), febre amarela (dose única), vitamina A (2ª dose); aos 15 meses devem ser
administradas as vacinas como: Sarampo (2ª dose).

1.1.1 Epidemiologia da Vacinação Infantil

A vacinação infantil em Angola é uma situação preocupante, porque existem crianças que
não receberam nenhuma vacina ou não terminam todas as vacinas.

«Cerca de 18% das crianças angolanas entre os 12 e os 23 meses ficaram sem tomar
vacinas recomendadas internacionalmente em Angola» (Machado, 2018, p. 2).

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Quanto à vacinação infantil, em 2018, 18% das crianças angolanas dos 12 meses e 23
meses ficaram sem tomar as vacinas.

Em Angola, 43% da população infantil não recebeu nenhuma dose de vacina em 2021.
Antes da pandemia da covid-19, as taxas de vacinação já se encontravam abaixo de 80%.
Angola faz parte dos dez países da região africana que apresentam maior número de
crianças dose zero (crianças sem qualquer dose de vacina). No meio rural, 50% dos
menores nunca foram imunizados (Brito, 2023, p. 8).

Mediante a ideia do autor acima referido, houve acréscimo do número de crianças


angolanas que não foram vacinadas, correspondendo a 43% e como resultado a taxa de
vacinação infantil angolana encontra-se abaixo de 80%.

1.2 ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DAS VACINAS

A vacinação é uma forma de imunização das crianças.

A imunologia é o estudo da imunidade, ou seja, dos eventos moleculares e celulares que


ocorrem quando o organismo entra em contato com micro-organismos ou macromoléculas
estranhas presentes no ambiente. As vacinas são produtos preparados para serem
administrados por via oral ou injectável em uma pessoa para prevenção de doenças, fazem
parte da imunização (Pereira, Castro, Silva & Rodruigues, 2014, p. 17).

Quanto à imunologia, é a parte da ciência encarregada pelo estudo da imunidade, é por


meio desta ciência que foi possível a criação de vacinas, pois as vacinas contêm elementos que
fazem parte da imunização.

Os seres humanos estão constantemente expostos a agentes infecciosos, como parasitas,


bactérias, vírus e fungos. Então, para se defender desses agentes, o sistema imune atua de
duas maneiras: resposta natural, inacta ou inespecífica e a resposta adquirida, adaptativa ou
específica. As células da resposta imunológica são produzidas na medula óssea. Os
linfócitos T e os linfócitos B são encontrados na medula óssea, no timo, nos gânglios
linfáticos, no baço e nas placas de Peyer, no intestino (Pereira, Castro, Silva, &
Rodruigues, 2014, p. 16).

Em relação ao sistema imune, cria barreiras por meio dos linfócitos T e B para defender
a criança contra parasitas, vírus, bactérias e fungos, ocorre por meio da resposta natural, inacta
ou inespecífica e resposta adquirida, adaptativa ou específica.

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«Anticorpos: são glicoproteínas também chamadas imunoglobulinas, que possuem como
principal função garantir a defesa do organismo» (Memed, 2023, p. 10).

Os anticorpos são glicoproteínas que actuam como defesa do organismo.

«Antígenos: é toda substância estranha ao organismo que desencadeia a produção de


anticorpo» (Fiocruz, 2023, p. 11).

Os antígenos são moléculas ou substâncias estranhas que produzem anticorpos.

1.2.1 Imunidade inespecífica (natural ou inata)

Em relação a imunidade inespecífica, é uma resposta imunológica natural que ocorre no


sistema imunológico.

É constituída de mecanismos de defesa bioquímicos e celulares que já estão presentes no


organismo antes mesmo de se iniciar o processo infeccioso, respondendo, prontamente, à
infecção. Seus principais componentes são: barreiras físicas: a pele e as mucosas; barreiras
fisiológicas: secreções das glândulas sudoríparas e sebáceas, das mucosas, actividades
ciliares do epitélio das vias respiratórias, saliva, acidez gástrica e urinária, ação mucolítica
da bile, peristaltismo intestinal, ação da lisozima (enzima que destrói a camada protectora
de várias bactérias), presente na lágrima, na saliva e nas secreções nasais; factores séricos
e teciduais: complemento, interferon; fagocitose (Pereira, Castro, Silva, & Rodruigues,
2014, p. 17).

No que tange à imunidade inespecífica, é a linha de frente da defesa do nosso organismo,


capaz de impedir que a doença se instale. Ele reage rapidamente de minutos a horas aos agentes
infecciosos, isso acontece porque existem barreiras físicas, fisiológicas e factores séricos, como
por exemplo, a fagocitose e outros mecanismos que já estão presentes no organismo antes da
infecção, essa é a resposta natural, inacta ou inespecífica.

A imunidade inespecífica não necessita de estímulos prévios e não tem período de


latência. Esse tipo de imunidade se opõe à colonização, à penetração, à multiplicação e à
persistência do agente infeccioso no organismo (Pinheiro & Alves, 2013).

Assim sendo, a imunidade inespecífica actua rapidamente contra o agente infeccioso, para
que o organismo não sofra danos.
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1.2.2 Imunidade específica (adquirida ou adaptativa)

Quanto à imunidade específica, é uma resposta imunológica adquirida que ocorre no


sistema imunológico.

A imunidade adquirida específica corresponde à proteção contra cada agente infeccioso ou


antígeno. A resposta específica inicia-se quando os agentes infecciosos são reconhecidos
nos órgãos linfoides pelos linfócitos T e B. Os linfócitos B iniciam a produção de anticorpos
específicos (imunidade humoral) contra o antígeno. Já os linfócitos T viabilizam a
produção de células de memória (imunidade celular), um exemplo de imunidade adquirida
é a produção de anticorpos específicos para o sarampo (Pinheiro & Alves, 2013, p. 20).

No que concerne a imunidade adquirida, desenvolve mais lentamente ao longo de dias ou


semanas uma resposta imune específica ou resposta adquirida, adaptativa ou específica, porque
fornece uma resposta contra os agentes infecciosos, graças aos linfócitos B que produzem
anticorpos e os linfócitos T que viabilizam a produção de células de memória.

1.2.3 Imunidade activa e passiva

Geralmente, a imunidade activa e passiva estão relacionadas as vacinas.

Imunidade activa: a proteção adquirida de modo ativo é aquela obtida pela estimulação da
resposta imunológica com a produção de anticorpos específicos. A infecção natural (com
ou sem sintomas) confere imunidade ativa, natural e é duradoura, pois há estimulação das
células de memória. Após uma infecção por sarampo, rubéola ou varicela, por exemplo, o
indivíduo ficará protegido, não havendo mais o risco de adquirir a mesma doença
novamente. A imunidade activa, adquirida de modo artificial, é obtida pela administração
de vacinas, que estimulam a resposta imunológica, para que esta produza anticorpos
específicos (MINSA, 2018, p. 12).

Podemos dizer que a imunidade activa, é a proteção adquirida de forma activa por meio
de estimulação da resposta imunológica e pode ser obtida por meio de administração de vacinas
que estimulam a resposta imunológica produzindo assim anticorpos específicos.

Imunidade passiva: a imunidade adquirida passivamente é imediata, mas transitória. É


conferida a um indivíduo mediante a: passagem de anticorpos maternos por via
transplacentária, por intermédio da amamentação pelo colostro e pelo leite materno
(imunidade passiva natural); administração parenteral de soro heterólogo/homólogo ou de
imunoglobulina de origem humana (imunidade passiva artificial) ou de anticorpos
monoclonais. Exemplo: soro antitetânico, antidiftérico, antibotrópico e as imunoglobulinas

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específicas contra a varicela, hepatite B e tétano, palivizumabe (Pereira, Castro, Silva &
Rodruigues, 2014, p. 19).

A imunidade passiva é transitória e imediata, acontece quando ocorre a passagem de


anticorpos maternos por meio da placenta, por meio do colostro que sai na primeira
amamentação da criança e por meio de soros pela via parenteral.

1.2.4 Resposta Primária e Secundária

As imunidades são apresentadas por meio de respostas e estas respostas podem ser
primária e secundária.

Quando os mecanismos da resposta inespecífica não são suficientes para deter a infecção,
a resposta específica será desencadeada. Inicialmente, haverá um período indutivo, fase
que corresponde à procura do linfócito específico. Durante o período indutivo, não haverá
a produção de anticorpos específicos. Após o reconhecimento do linfócito B específico,
inicia-se a produção de anticorpos. A primeira classe de imunoglobulina a ser produzida é
a IgM e, posteriormente, a IgG (resposta primária). A IgG ficará presente, na maioria das
vezes, para o resto da vida. As imunoglobulinas específicas contra esse antígeno serão
produzidas todas as vezes em que o organismo entrar em contacto com esse agente
etiológico (resposta secundária). Tal resposta é mais rápida, uma vez que não há período
indutivo, pois na resposta primária ocorreu a estimulação dos linfócitos T de memória
(Fiocruz, 2023, p. 5).

No que tange a resposta primária e secundária, a resposta primeira acontece após o


reconhecimento do linfócito B que é responsável pela criação de anticorpo chamado IgM ou
Imunoglobulina e a resposta secundária acontece quando os antígenos produzidos pelas
imunoglobulinas presentes no organismo entram em contacto com o agente etiológico.

As vacinas atenuadas são aquelas em que o vírus se encontra activo, porém, sem capacidade
de produzir a doença (exemplo: caxumba, febre amarela, poliomielite oral, VOP, rubéola,
sarampo, varicela) vacinas virais e bacterianas, atenuadas ou inactivadas, são eficazes e
estimulam a produção de células de memória (antígenos T-dependente). As vacinas que
estimulam as células de memória têm uma grande vantagem, pois – em situações de atraso
no cumprimento do calendário vacinal – não haverá necessidade de recomeçar o esquema
vacinal. No entanto, é importante salientar que, durante o período em que as pessoas não
estiverem com o esquema vacinal completo, elas não estarão protegidas (Pinheiro &
Alves, 2013, p. 20).

Contudo, as vacinas vivas atenuadas são aquelas em que o vírus não se encontram activo,
como por exemplo: a caxumba, a febre amarela, poliomielite, rubéola e outras doenças virais,
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a resposta imunológica primária e secundária funcionam como defesa e ajudam na produção de
anticorpos e antígenos que combatem contra os agentes etiológicos, os antígenos T ajudam na
produção de célula de memória que funciona como uma barreira protectora, no sentido de que,
a vacina presente no organismo evita a instalação do vírus ou da bactéria.

1.3 VACINAÇÃO INFANTIL

As vacinas na infância, protegem a criança contra doenças como a tuberculose, pólio,


sarampo, hepatite B, influenza, febre amarela, rubéola e contra outras doenças.

«A vacinação é o acto de administrar correctamente a vacina» (MINSA, 2018, p. 4).

Deste modo, a vacinação é vital para as crianças e são promovidas por meio de campanhas
de vacinação, onde profissionais de saúde administram as vacinas de casa em casa ou por meio
de montagem de postos de vacinação nas comunidades.

A vacinação de rotina consiste no estabelecimento de um calendário nacional de vacinação


que deve ser aplicado a cada pessoa a partir do seu nascimento, visando garantir a protecção
da pessoa e da comunidade. Para que a vacinação de rotina exista e seja eficaz, é importante
que as pessoas sejam vacinadas nas idades recomendadas (Memed, 2023, p. 7).

No que tange à vacinação de rotina, são vacinas estabelecidas no calendário nacional de


vacinação que devem ser aplicadas em crianças e servem de proteção contra doenças.

1.3.1 BCG

A BCG é uma vacina administrada quando o bebé nasce.

BCG- protege da Tuberculose, uma doença causada por bactéria e muito contagiosa. Afecta
principalmente os pulmões, mas pode afectar os intestinos, ossos, articulações e outros
tecidos do corpo. A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa pelo ar, por meio de tosse,
espirro ou fala. A vacina BCG deve ser administrada logo após o nascimento, ainda na
maternidade ou até antes da criança completar um ano de idade (Pinheiro & Alves, 2013,
p. 8).

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Em relação à BCG, é uma vacina que protege a criança contra a doença infecciosa e
contagiosas denominado por Tuberculose e pode ser administrada logo após o nascimento do
bebé ou até antes da criança completar um ano de idade.

A vacina contra a tuberculose é denominada BCG (Bacillus Calmette-Guerin) e é obtida


através de cepas atenuadas do Mycobacterium bovis estabilizados com glutamato de sódio,
diminuindo assim a sua termolabilidade. A vacina é reconstituída com solução fisiológica,
isto é, cloreto de sódio a 0,9% de forma cuidadosa, evitando agitar intensamente o frasco,
seguindo com o procedimento até que se obtenha homogeneização completa. Após a
reconstituição, deve-se usar a vacina no mesmo dia, desprezando o resto ao final do
expediente. A vacina BCG é apresentada liofilizada em ampola âmbar, contendo 1 mg, 2
mg ou 5 mg, com 10, 20 ou 50 doses respectivamente, sendo acompanhada de uma ampola
com 1 ml, 2 ml ou 5 ml de diluente (solução fisiológica de cloreto de sódio a 0,9%)
respectivamente (Pinheiro & Alves, 2013, p. 29).

A vacina BCG, é uma vacina atenuada da bactéria Mycobacterium bovis, reconstituída


com solução fisiológica de cloreto de sódio a 0,9%, é apresentada como uma substância que
precisa ser diluída e quando obtém a homogeneização deve ser administrada no mesmo dia.

A vacina deve ser administrada por via intradérmica na região do músculo deltoide, no
nível inferior da inserção deste, na face externa superior do braço esquerdo. Cada dose deve
ter rigorosamente o volume de 0,1 ml. É administrada uma dose a partir do nascimento e
uma dose reforço na idade escolar (entre 6 e 10 anos). Na ausência de cicatriz vacinal, é
indicada revacinação seis meses após a primeira aplicação (Pinheiro & Alves, 2013, p.
29).

A vacina BCG, deve ser administrada por via intradérmica no músculo deltoide, no nível
inferior do braço esquerdo e a dose deve ter o volume de 0,1 ml, uma dose é administrada após
o nascimento da criança.

1.3.2 Pólio

A pólio é uma vacina administrada quando a criança tem dois, quatro e seis meses de
vida.

Protege contra a Poliomielite ou Pólio, doença causada por um vírus que afecta o sistema
nervoso deixando a pessoa aleijada e pode levar à morte. A vacina contra a Poliomielite ou
Pólio deve ser administrada em quatro doses: ao nascer, aos 2, 4, e 6 meses. Cada dose
corresponde a 2 gotas. A dose única de Pólio Inactivada, deve ser administrada aos 4 meses.
Crianças menores de 5 anos de idade devem apanhar a vacina contra a Pólio. Durante as

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campanhas de vacinação, toda criança com idade menor que 5 anos, mesmo se já tenha sido
vacinada, deve apanhar a vacina (Brito, 2023, p. 5).

Quanto a vacina contra a pólio, é uma vacina administrada nas crianças com dois, quatro
e seis meses de vida e está dividida em três doses, cada dose corresponde a duas gotas e são
administradas por via oral, protegendo a criança contra a poliomielite que é uma doença óssea.

Figura 2: Administração da Vacina contra Pólio na Criança

Fonte: (Machado, 2023, p. 1).

Na figura 1, observamos a administração por via oral da vacina contra a poliomielite na


criança, essa vacina protege a criança contra a pólio.

Todas as vacinas inactivadas contra poliomielite são de potência elevada. O polivírus é


cultivado em cultura de células diploides humanas ou células Vero (rim de macaco verde
africano). Contém traços de neomicina, estreptomicina e polimixina B. Tem os 3 tipos de
poliovírus: 1, 2 e 3. A vacina é administrada por via intramuscular (até 2 anos em região
glútea ou anterolateral da perna e acima disso em região deltoide ou subcutânea. Esquema:
2,4 e 6 meses, reforços aos 15 meses e 4 a 6 anos. Conservada entre 2º c e 8º c. É
relativamente termoestável suportando pequenas elevações de temperatura. Não deve ser
congelada (Canettieri, 2013, p. 35).

Deste modo, a vacina contra pólio existe também por meio da via intramuscular, diferente
da vacina contra pólio via oral, a vacina inactivada contra a poliomielite é muito forte, por isso,
deve ser administrada apenas por via intramusculat até dois anos em região glútea ou
anterolateral da perna e acima disso em região deltoide ou subcutânea.

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1.3.3 Hepatite B

A hepatite B é uma vacina administrada quando o bebé nasce.

«Protege contra a Hepatite B, doença causada por um vírus, é a principal causa de


icterícia, doença do fígado, cirrose e cancro de fígado, deve ser administrada até 7 dias após
a data de nascimento» (Pereira, Castro, Silva, & Rodruigues, 2014).

No que concerne a vacina contra a hepatite B, é uma vacina que protege a criança contra
a icterícia, a doença do fígado e deve ser administrada até 7 dias após a data de nascimento.

A vacina contra a hepatite B é apresentada sob a forma líquida em frasco de dose única ou
em frascos de 10 ou 50 doses. A primeira dose deve ser aplicada ao nascer, a segunda do
primeiro ao segundo mês de vida e a terceira aos seis meses. Para facilitar a
operacionalização, o esquema comum pode ficar assim: a primeira dose pode ser
administrada ao nascer junto; a segunda aos dois meses e a terceira dose aos nove meses
com a vacina contra o sarampo e contra a febre amarela. A vacina deve ser administrada
por via intramuscular: É importante que os locais selecionados estejam distantes dos
grandes nervos e vasos sangüíneos. Os mais utilizados são: O músculo vastolateral da coxa,
no terço médio da coxa, medido entre o joelho e o trocanter maior, no músculo deltoide.
Em crianças maiores de dois anos pode-se aplicar a vacina tanto no deltoide como na região
ântero-lateral da coxa (Canettieri, 2013, p. 53) .

Assim sendo, a vacina contra a hepatite B é apresentada sob forma líquida em frasco de
dose única ou em frascos de 10 ou 50 doses, nas crianças, a primeira dose é administrada ao
nascer, a segunda aos dois meses e a terceira com nove meses, deve ser administrada no
musculo vastolateral da coxa, no terço médio da coxa, também pode ser administrada no
músculo deltoide.

1.3.4 Pentavalente

A vacina Pentavalente é composta por cinco vacinas importantes para a vida da criança.

Previne Difteria, tétano, tosse Convulsa, haemophilus influenza B e hepatite B. A Difiteria


é causada por uma substância tóxica que atinge as amígdalas e a faringe. Pode acontecer
obstrução total da garganta e levar à morte. É trasmitida através de tosse, ou espirro de uma
pessoa para outra. Tétano é uma infecção causada por uma substância tóxica produzida
pelo bacilo tetânico, que entra no organismo através de ferimentos na pele ou pelo resto do

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cordão umbilical após ser cortado com tesoura ou outro objeto sujo. Atinge o sistema
nervoso e pode levar à morte (MINSA, 2018, p. 9).

Em relação a vacina pentavalente, protege a criança contra a difteria, tosse convulsa,


hepatite B, influenza e tétano. A difteria afecta as amígdalas e pode causar obstrução, por esta
razão, está vacina é importante para a criança, o tétano é uma infecção causada pelo bacilo
tétano e pode levar a criança a morte.

Tosse convulsa é uma doença infecciosa que atinge o aparelho respiratório. É transmitida
por tosse, espirro ou fala de uma pessoa para a outra. Em crianças com menos de seis meses
apresenta-se de forma mais grave e pode levar à morte. Haemophilus infleuenzae do tipo
B é uma bactéria que causa um tipo de meningite, sinusite e pneumonia. Hepatite B é
causada por um vírus, muito contagiosa. É a principal causa de icterícia, doença hepática
fulminante, cirrose e cancro de fígado. A Vacina Pentavalente, deve ser administrada: aos
2, aos 4 e aos 6 meses (MINSA, 2018, p. 9).

Em relação a tosse convulsa, é uma infecção no aparelho respiratório que pode levar a
morte da criança, a influenza do tipo B causa infecções graves como a meningite, sinusite e
pneumonia e a hepatite B é muito contagiosa, por isso, foi criada a vacina pentavalente para
combater está doenças, prevenindo a criança contra estas doenças.

Via de administração e aplicação: inicialmente deve ocorrer a reconstituição da vacina,


juntando lentamente com auxílio de uma seringa e agulha estéreis o conteúdo do frasco-
ampola (2,5 ml) da vacina DTP ao frasco liofilizado da vacina hib. A vacina DTP será
utilizada como diluente da vacina HIB. Misturar o conteúdo dos frascos e agitar
imediatamente antes da administração para garantir suspensão homogênea. Desprezar o
produto caso permaneçam grumos após a agitação. Utilizar em até 5 dias desde que
conservado sob temperatura adequada e não haja contaminação. Sua conservação deverá
ser sob refrigeração entre +2º c e + 8º c. Os frascos com os componentes poderão ser
utilizados somente com a reconstituição referida, e não deverão ser utilizados em separado
e não utilizar outro tipo de diluente. A administração deverá ser realizada por via
intramuscular profunda, preferencialmente no músculo vasto lateral da coxa em crianças
menores de 1 ano (Pinheiro & Alves, 2013, p. 33).

A vacina pentavalente, é apresentada num frasco-ampola de 2,5ml e é diluída da vacina


HIB, após a mistura e agitação do frasco, deve ser utilizada até 5 dias e deve ser administrada
pela via intramuscular profunda, preferencialmente no músculo vasto lateral da coxa em
crianças menores de 1 ano.

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1.3.5 Pneumo ou Pneumococo

A pneumo é um tipo de vacina que protege a criança contra a pneumonia.

As vacinas pneumococo pode ser Polissacarídea e conjugadas, com o avanço tecnológico,


a engenharia genética criou uma nova vacina de complexo polissacarídeo proteico a
chamada 7-valente com proteção para os sorotipos 4, 6B, 9V,14, 18C, 19F e 23F, sorotipos
estes prevalentes em vários países, após essa, surgiram a 10-valente e a 13-valente com
intervalos de poucos anos, as 7, 10 e 13-valente vêm em frascos-ampola com 0,5 ml para
serem utilizadas exclusivamente por via intramuscular (IM). Seu esquema é vacinação aos
2,4 e 6 meses com reforço entre 12 e 15 meses. Reforços posteriores são feitos com a 23-
valente, pode trazer reações locais como dor e edema até 48 horas após e febre geralmente
< 37,8º (Canettieri, 2013, p. 54).

Assim sendo, as vacinas pneumococo foram são feitas para combater a pneumonia e a
vacina é administrada exclusivamente por via intramuscular, pode ser administrada quano a
criança tem dois, quatro e seis meses, pode ser fornecida a dose de reforço entre 12 e 15 anos,
está vacina pode causar febre, dor e edema.

1.3.6 Rotavírus

A vacina rotavírus é uma vacina essencial para a saúde da criança.

Protege contra uma doença causada por um vírus que provoca inflamação do estómago e
da parede do intestino causando diarréia grave, acompanhada de febre e vómitos que levam
rapidamente à desidratação. A diarréia por Rotavírus é muito contagiosa e atinge de forma
mais grave crianças de até 2 anos de idade (MINSA, 2018, p. 10).

No que concerne a vacina rotavírus, é uma vacina que protege a criança contra o vírus
que provoca inflamação do estomago e da parede do intestino causando diarreia grave e atinge
crianças de até 2 anos de idade.

O Rotavírus não é a única causa de diarréia, mas é uma das mais graves. A criança elimina
muita água do corpo pelas fezes e fica desidratada rapidamente. A Vacina Rotavírus deve
ser administrada à criança, em duas doses: a primeira dos 2 meses a menores de 4 meses
de idade, a segunda dos 4 meses a menores de 7 meses de idade. Se uma criança estiver
atrasada para vacinação: ela não pode iniciar a vacinação contra o rotavírus depois de 4
meses de idade, a segunda dose não pode ser administrada depois de 7 meses de idade
(MINSA, 2018, p. 10).

16
Em relação ao rotavírus, não é única diarreia em crianças, mas é uma das mais graves,
por esta razão, devem ser administradas aos dois meses e quatro meses, em caso de atraso,
devemos administrar a primeira dose quando a criança tem quatro meses e a segunda com sete
meses.

1.3.7 Sarampo e Rubeóla

As vacinas contra o sarampo e a rubéola protegem a criança.

«O Sarampo é uma doença altamente infecciosa e contagiosa. É transmitida às pessoas


que não foram vacinadas através de gotículas que saem da boca quando se fala, tosse ou
espirra. O Sarampo é uma doença grave» (MINSA, 2018, p. 11).

Em relação ao sarampo, é uma doença infecciosa e contagiosa muito grave, que pode ser
transmitida pela saliva.

A Rubéola é uma doença grave que também é transmitida facilmente a outras pessoas. Tem
maior impacto quando identificado numa mulher grávida porque o bebé em formação
infectado poderá nascer com malformações sendo as mais frequentes a surdez, a cegueira
(cataratas) ou malformações do coração. O bebé pode transmitir a doença a outras grávidas
até um ano depois da nascença. A Rubéola manifesta-se com febre e borbulhas na pele,
principalmente na cara e descem até aos pés. A única forma de evitar o Sarampo e a
Rubéola é através da vacinação. A vacina dupla Sarampo Rubéola será administrada à
criança aos 9 e 15 meses de idade (Pereira, Castro, Silva, & Rodruigues, 2014, p. 20).

Mediante a ideia dos autores, a rubéola é uma doença grave caracterizada por sinais e
sintomas como febre e borbulhas na pele, a única forma de evitar o sarampo e a rubéola é através
da vacinação dupla e a vacina deve ser administrada quando a criança estiver com 9 e 15 meses
de idade.

1.3.8 Febre Amarela

A febre amarela é prevenida por meio da vacina contra a febre amarela.

«A Febre amarela é uma febre hemorrágica causada por um vírus. O vírus é transmitido
de pessoa para pessoa pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. A vacina contra a

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Febre amarela é administrada à criança em dose única aos 9 meses de idade» (Fiocruz, 2023,
p. 5).

No que tange a febre amarela, é uma febre hemorrágica causada por um vírus e pode ser
transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, por esta razão, a vacina contra a
febre amarela deve ser administrada quando à criança estiver com 9 meses de idade.

1.4 IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO INFANTIL

As vacinas são essenciais na vida das crianças, graças as vacinas as crianças conseguem
crescer sem muitas doenças infecciosas.

«A importância da vacinação consiste em: irradiação e controle de doenças; prevenção


de doenças; proteção da saúde; prevenção compilação graves e mortes; segurança e eficácia
comprovadas» (Fiocruz, 2023, p. 7).

No que concerne a importância das vacinas na infância, quando administradas, as vacinas


beneficiam as crianças, as vacinas são importantes porque fortalecem o sistema imunológico
das crianças, contribuem na eliminação de doenças infecciosas e contagiosas, protegem a saúde
da criança, diminuem a taxa de morbimortalidade infantil.

1.5 FACTORES QUE INFLUENCIAM A RESPOSTA IMUNE NO


VACINADO E NA VACINA

Existem factores que influenciam a resposta imune no vacinado e na vacina.

1.5.1 Factores que influenciam a resposta imune ao Vacinado

Os factores que influenciam na resposta imune ao vacinado, podem estar relacionadas


com a idade, a amamentação, gestação e em crianças que precisaram de antitérmico-
profiláctico.

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Idade-no primeiro ano de vida, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Para
algumas vacinas, devido à sua composição, é necessária a administração de um número
maior de doses, de acordo com a idade, como ocorre com a vacina conjugada pneumocócica
10 valentes, a meningocócica C e a vacina hepatite B (Pinheiro & Alves, 2013, p. 30).

Quanto à idade, é um factor que influencia na resposta imune ao vacinado, porque, quando
a criança está no primeiro ano de vida o sistema imunológico está em desenvolvimento, por
isso, é preferível aplicar vacinas até o primeiro ano de vida da criança.

Reacção anafilática: alguns indivíduos poderão apresentar reação anafilática a alguns


componentes dos imunobiológicos. No mecanismo dessa reação, estão envolvidos os
mastócitos. A reação ocorre nas primeiras duas horas após a aplicação e é caracterizada
pela presença de urticária, sibilos, laringoespasmo, edema de lábios, podendo evoluir com
hipotensão e choque anafilático. Geralmente, a reação anafilática ocorre na primeira vez
em que a pessoa entra em contacto com o referido imunobiológico. Neste caso, as próximas
doses estão contraindicadas (Machado, 2018, p. 10).

Em relação as reações anafilácticas, são factores da resposta imune porque alteram o


mecanismo imunobiológicos, as reacções ocorrem nas primeiras duas horas após a aplicação, é
caracterizada pela presença de urticária e outros sinais.

Uso de antitérmico profilático: em estudos realizados, observou-se que as crianças que


receberam paracetamol profilático apresentaram uma redução nos títulos de anticorpos das
vacinas administradas, recomenda-se a sua utilização apenas para as crianças com história
pessoal e familiar de convulsão e para aquelas que tenham apresentado febre maior do que
39,5ºC ou choro incontrolável após dose anterior de vacina tríplice bacteriana (penta ou
DTP ou DTPa). Nessas situações, indica-se antitérmico/analgésico no momento da
vacinação e com intervalos regulares nas 24 horas até as 48 horas subsequentes (Pereira,
Castro, Silva, & Rodruigues, 2014, p. 24).

Quanto ao uso de antitérmico profiláctico, é considerado um factor porque causa


alterações nos títulos de anticorpos das vacinas administradas e recomenda-se a utilização de
antitérmicos quando a febre está em 39,5ºC, caso contrário, não é recomendado a administração
de antitérmicos em crianças com idade inferior a 1 ano.

1.5.2 Factores que influenciam a resposta imune a Vacina

No que concerne aos factores que influenciam a resposta imune a vacina, encontramos a
via de administração, dose e esquema de vacinação e adjuvante.

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«Via de administração: uso de vias de administração diferentes da preconizada poderá
interferir na resposta imune» (Pereira, Castro, Silva, & Rodruigues, 2014, p. 26).

A via de administração pode ser considerada como um factor que influencia a resposta
imune a vacina, pelo facto de existirem diferentes vias de administração das vacinas.

Dose e esquema de vacinação, de modo geral, as vacinas inactivadas necessitam de mais


de uma dose para uma adequada proteção (por exemplo: a vacina hepatite B, tétano e
difteria), enquanto as vacinas virais atenuadas, geralmente, necessitam apenas de uma dose
para uma adequada proteção (Machado, 2018, p. 9).

Quanto a dose e o esquema de vacinação, são factores porque as vacinas inactivadas


necessitam de mais de uma dose para fazer efeito, como no caso da vacina contra a hepatite B,
tétano e difteria, por outro lado, as vacinas atenuadas necessitam de uma dose certa para a
proteção da criança.

Adjuvante: são substâncias presentes na composição de algumas vacinas e que aumentam


a resposta imune dos produtos que contêm micro-organismos inativados ou seus
componentes (por exemplo: os toxoides tetânico e diftérico). Não são utilizados em vacinas
que contêm micro-organismos vivos. Os sais de alumínio são os adjuvantes mais utilizados
em vacinas para o uso humano (Pereira, Castro, Silva, & Rodruigues, 2014, p. 23).

Em relação ao adjuvante, podemos dizer que são substâncias presentes na composição de


algumas vacinas que aumentam a resposta imune dos produtos, então, pela sua variedade e
efeito se torna um fator que influencia na resposta imune a vacina.

1.6 CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA DA VACINAÇÃO INFANTIL

As consequências surgem quando não a controlo e administração das vacinas.

Sem a vacinação, as crianças ficam susceptíveis a desenvolverem doenças que seriam


evitadas, além disso, as que não foram vacinadas aumentam a transmissibilidade destas
doenças, podendo passá-las não somente para crianças saudáveis como também para
imunocomprometidas, devido as outras doenças como: diabetes tipo I, doenças renais e
crianças com tratamento oncológico, uma criança que não foi vacinada por catapora pode
pegar a varicela de forma hemorrágica e perder a vida. Outra que se contamina com
meningite tem consequências como perda de visão, sequelas neurológicas graves, também
pode ocorrer a perda de membros, porque a meningite não atinge só o cérebro (Mattar,
2023, p. 3).

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No que tange as consequências da vacinação infantil, as consequências podem ser
doenças renais, doenças respiratórias como a pneumonia, doenças infecciosas como a varicela,
meningite infecciosa que pode causar a perda da visão infantil, alterações neurológicas, doenças
metabólicas e oncológicas.

1.7 PAPEL DO ENFERMEIRO NA VACINAÇÃO INFANTIL

O profissional de enfermagem que trabalha na área do programa alargado de vacinação,


deve estar capacidade para administrar as doses correctas de vacinas nas crianças, por isso, o
profissional de enfermagem deve conhecer as vacinas infantis.

O técnico de vacinação da unidade - garantir que todas as crianças e as mulheres em idade


fértil sejam vacinadas, escutar os utentes e responder as suas perguntas; comunicar as
famílias sobre a importância de completar o calendário de vacinação; uma pessoa bem
atendida e orientada pelos profissionais de saúde é um mobilizador para as boas práticas
em saúde na sua comunidade (Brito, 2023, p. 7).

Contudo, o profissional de enfermagem deve garantir que todas as crianças sejam


vacinadas, deve escutar com atenção e responder as suas perguntas, comunicar as famílias sobre
a importância de completar o calendário de vacinação e administrar as vacinas de modo
correcto.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brito. (27 de Abril de 2023). Metade das crianças em Angola, no meio rural, nunca foi vacinada
diz Unicef. Fonte: News: http://www.news.un.org

Camacho, A., & Tavares, A. (2019). O Nosso Dicionário da Língua Portuguesa. Luanda:
Plátano.

Canettieri, R. V. (2013). Manual de Vacinação para estudantes de Medicina (1ª ed.). Rio de
Janeiro: Irmão Drumond LTda.

Fiocruz, O. (2023). Importância da Vacinação (1ª ed.). Brasília: Porto Livre.

Machado, A. P. (11 de Agosto de 2018). Saúde/Vacinas. Fonte: Observador:


http://www.observador.com

Machado, A. P. (14 de Março de 2023). Tira dúvidas sobre as Vacinas. Fonte:


UNICEF/ANGOLA: http://www.unicefangola.com

Mattar, Z. (25 de Outubro de 2023). As consequências da não vacinação infantl no futuro das
crianças. Fonte: CDD: http://www.cdd.org.br

Memed. (17 de Março de 2023). Calendário de Vacinação Infantil. Fonte: Medmed:


http://www.memed.com.br

MINSA. (2018). Manual do Mobilizador Social: Vacinação de Rotina (1ª] ed.). Luanda:
Ministério da Saúde.

Pereira, F. M., Castro, P. H., Silva, K., & Rodruigues, M. (2014). Manual de Normas e
Procedimentos para Vacinação (1ª ed.). Brasília: MSB.

Pinheiro, R. B., & Alves, F. A. (2013). Manual de Vacinação para Estudantes de Medicina (1ª
ed.). Rio de Janeiro: Irmão Drumond LTda.

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