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PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA

1 - Prevenção e combate ao Aedes aegypti


Proteja sua família

UNICEF/BRZ/João Laet

Dengue, zika e chikungunya são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. A forma mais eficaz de prevenção

dessas doenças é o combate ao mosquito. Por isso, é importante que todos conheçam os riscos e saibam o que é

preciso fazer para não deixar o mosquito nascer.

Combate ao mosquito

A forma mais eficaz de prevenção é o combate ao mosquito Aedes aegypti.

Seguem algumas ações que a população deve tomar, pelo menos uma vez por semana:

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 Verificar se a caixa d’água está bem tampada.

 Deixar as lixeiras bem tampadas.

 Colocar areia nos pratos de plantas.

 Recolher e acondicionar o lixo do quintal.

 Limpar as calhas.

 Cobrir piscinas.

 Tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários.

 Limpar a bandeja externa da geladeira.

 Limpar e guardar as vasilhas dos bichos de estimação.

 Limpar a bandeja coletora de água do ar-condicionado.

 Cobrir bem a cisterna.

 Cobrir bem todos os reservatórios de água.

A limpeza não se restringe só às residências. É importante ficar atento a possíveis focos de água parada na escola, no

trabalho e em outros locais frequentados diariamente.

Prevenção das doenças e cuidados com a família

Para reforçar a prevenção, algumas medidas podem ser tomadas no cuidado pessoal e com a família:

 Utilize repelente.

 Cubra a maior parte do corpo com roupas claras quando possível.

 Coloque telas em janelas e portas.

 O mosquito possui hábitos diurnos, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Por isso, é importante reforçar a

atenção nesse período. Mas atenção: o mosquito é oportunista e pode picar à noite também.

UNICEF Brasil

Cuidados com crianças de até 2 anos:

 Proteja o ambiente com telas em janelas e portas, e procure manter o bebê com uso contínuo de roupas que

cubram a maior parte do corpo, como calças e blusas de mangas compridas.

 Mantenha o bebê em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.

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 A amamentação é indicada até o segundo ano de vida ou mais, devendo ser exclusiva nos primeiros seis meses.

 Caso observe manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, procure um serviço de saúde.

 Mantenha a vacinação em dia, de acordo com o calendário vacinal da Caderneta da Criança.

UNICEF Brasil

Outras possíveis formas de transmissão

É reconhecida a relação direta do mosquito Aedes aegypti na transmissão do zika. Porém, existem poucas provas

a respeito de outras vias de transmissão.

– Sangue: tecnicamente, o vírus zika também pode ser transmitido por meio do sangue. Por isso, devem ser

mantidas todas as precauções já estabelecidas para doação e transfusão de sangue.

– Mãe-filho: também não há muitas provas de transmissão do zika de mãe para filho durante a gravidez e durante

o nascimento. Pesquisas estão sendo feitas a respeito desse tipo de transmissão para compreender melhor o

modo que o vírus afeta os bebês.

– Transmissão sexual: alguns estudos já indicam a possível presença do vírus zika no sêmen humano, mas

ainda é necessário obter mais evidências para confirmar se o contato sexual é um meio de transmissão do zika.

Enquanto as dúvidas permanecem, a prevenção continua sendo a melhor medida para se proteger do zika e

também de outras doenças.

Gestantes

Enquanto faltam respostas precisas sobre o efeito do vírus zika na saúde das gestantes e de seus bebês, a

precaução é fundamental.

UNICEF Brasil

Repelentes

Grávidas podem e devem utilizar repelentes, desde que aprovados para utilização durante a gravidez. É sempre

importante ter a recomendação médica para a escolha do repelente mais seguro.

Viagens

É recomendável que gestantes evitem viagens a zonas com maior concentração do mosquito Aedes aegypti. Se a

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viagem for imprescindível, elas devem conversar com seus médicos e seguir rigorosamente as recomendações de

prevenção e cuidados com a família durante a viagem.

Engravidar

A decisão de engravidar – e a definição do momento certo – é pessoal. É fundamental que grávidas não sejam

estigmatizadas e tenham acesso seguro à informação e ao apoio de que elas necessitam. O zika não deve ser

pretexto para ameaçar os direitos das mulheres. No entanto, as gestantes que suspeitarem ter sido expostas ao

vírus devem consultar um médico e assegurar a realização de um pré-natal de qualidade.

Amamentação

Até o momento, não há notícia de crianças infectadas pelo vírus zika por meio da amamentação. Estudos mostram

que o vírus tem efeito no primeiro trimestre de gestação, e não no nascimento. É recomendável que todas as

mães amamentem seus bebês exclusivamente até o sexto mês de vida, e continuem com o aleitamento materno

complementar preferencialmente até 2 anos de idade.

A síndrome congênita do zika vírus (SCZV)

e outras deficiências

Para as crianças que nascem com a síndrome congênita do zika vírus e outros distúrbios neurológicos, a

estimulação precoce é fundamental para redução do comprometimento no desenvolvimento neuropsicomotor

decorrente da malformação. O período mais importante para essa estimulação vai do nascimento até os 3 anos de

idade. Quanto mais cedo o bebê iniciar a estimulação, melhor. A Rede de Atenção à Saúde, em todos os Estados,

está orientada a receber e notificar os casos, como também encaminhar os pacientes aos serviços especializados

mais próximos. O programa de estimulação precoce inclui estímulos auditivos, visuais, motores, cognitivos e de

linguagem, e é importante que as famílias participem do tratamento de cada criança.

São orientações às famílias que têm bebês com diagnóstico confirmado de síndrome congênita do zika vírus e

outras deficiências:

 Levar o bebê a uma Unidade Básica de Saúde para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

conforme o calendário de consulta de puericultura.

 Procurar os serviços de estimulação precoce de sua cidade ou sua região.

 Não dar ao bebê qualquer medicamento por conta própria.

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 Caso o bebê apresente alterações ou complicações (neurológicas, motoras ou respiratórias, entre outras), o

acompanhamento por diferentes especialistas pode ser necessário, a depender de cada caso, conforme

recomendação médica.

Bebês com microcefalia ou qualquer outro tipo de deficiência têm os mesmos direitos que qualquer bebê, como o

direito a receber atenção médica, nutrição adequada, vacinas, estimulação precoce e, futuramente, educação

inclusiva. Esses direitos estão garantidos no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Convenção sobre os

Direitos da Criança. Informações adicionais podem ser encontradas na Lei Brasileira de Inclusão, baseada

na Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência.

2 – A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA E DO LAZER

Praticar alguma atividade física nos momentos de lazer, como caminhar ou pedalar no parque, aumenta
a expectativa de vida independentemente da intensidade do exercício ou do peso do indivíduo,
concluíram pesquisadores da Universidade de Harvard e do Instituto Nacional de Saúde (NIH, sigla em
inglês) dos Estados Unidos. Em uma nova pesquisa, eles mostraram que unir ue unir momentos de folga
a exercícios físicos pode acrescentar até sete anos na longevidade de uma pessoa.

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Qualidade de vida, atividade física e lazer
Você cuida do seu corpo?

Levar uma vida parada demais aumenta o risco de doenças, nosso corpo precisa do descanso, mas também do
movimento, então ter conforto é bom, mas preguiça, não!

Estudos de Silva, Silva e Tomasi (2010) observaram que, em média, quanto mais ativa a pessoa é melhor sua
qualidade de vida. Além disso, dentre as diferenças na qualidade de vida das pessoas que praticam atividades
físicas comparadas com as que não praticam, não estão apenas os aspectos de saúde física, mas também
aspectos psicológicos e cognitivos.

Os autores Antunes, Santos, Cassilhas, Santos, Bueno & Mello (2006, p. 108) mostram que programas de
exercícios físicos, indivíduos fisicamente ativos possuem um processamento cognitivo mais rápido, embora os
benefícios cognitivos do estilo de vida fisicamente ativos pareçam estar relacionados ao nível de atividade física
regular, ou seja, exercício realizado durante toda a vida, sugerindo uma “reserva cognitiva”, mas nunca é tarde
para se iniciar um programa de exercícios físicos. Esses resultados podem servir de estímulo para incentivo a
rotinas de atividades físicas.

Martins, Mello e Tufik (2010) colocam que o exercício além da melhora do cognitivo, facilita o sono por aumentar o
gasto energético durante a vigília e isto aumentaria a necessidade de sono de forma que se possa alcançar um
balanço energético positivo e se restabeleça a condição adequada para uma boa noite de sono. Assim, os
exercícios podem auxiliar no tratamento e prevenção de alguns distúrbios do ciclo sono-vigília e/ou indiretamente
por meio do controle de peso e aquisição de hábitos saudáveis.

Estudos de Gonçalves e Veigas (2009) encontraram diferenças significativas entre o sedentarismo e à prática de
exercício físico, em que níveis mais baixos de depressão, hostilidade e ansiedade são associadas à prática de
exercício físico, e a falta dessa atividade revela ser um fator importante para o aparecimento de depressão e

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ansiedade. Verifica-se que a atividade física é um excelente meio de descarregar ou libertar tensões, emoções e
frustrações, acumuladas pelas pressões e exigências da vida moderna.

Godoy (2000), conclui que o impacto do exercício físico poderá possibilitar: a redução da ansiedade e depressão
melhora o autoconceito, autoimagem e autoestima, aumenta o vigor, melhora a sensação de bem-estar, melhora o
humor, aumenta a capacidade de lidar com os fatores psicossociais de stress e diminui os estados de tensão. Isso
ressalva para a busca do bem-estar pessoal e benefícios da influência do exercício físico associados, ao humor,
estresse, ansiedade, depressão, sono, entre outros.

De acordo com o Ministério da Saúde as vantagens da prática de atividade física são numerosas, a prática regular
em qualquer idade proporciona benefícios importantes para a saúde como: Controle do peso; Controle da Pressão
Arterial; Controle da glicose (açúcar no sangue); Aumento da resistência contra doenças; Aumento da autoestima;
Alívio do estresse; Aumento do bem-estar; Estímulo a novas amizades; Fortalecimento dos ossos; Melhora da
força muscular; Melhora da resistência física; Melhora da qualidade do sono e Melhora da capacidade respiratória.

Esses seriam alguns benefícios acrescentados a sua qualidade de vida, mas se exercitar, ou se movimentar no
dia a dia, como, dançar, fazer atividades domésticas, levar o cachorro para passear, andar mais a pé, de bicicleta,
cuidar do jardim, praticar esportes, caminhar com amigos/familiares, prefira a escada ao elevador, evite ficar muito
tempo parado, assistindo TV, no computador, videogame, faça atividade física 3x por semana (30 min), já seria um
começo para deixar o sedentarismo de lado e se movimentar mais.

O lazer também entra como uma atividade que traz prazer, ir às vezes ao teatro, assistir um filme no cinema,
passear no parque, ler um bom livro, sair com os amigos e familiares, entre outras atividades que podem fazer
parte de sua rotina que vai te trazer um bem-estar.

A prática de atividade física é uma das maneiras mais eficazes de promover saúde e a qualidade de vida em
vários aspectos, quando conscientemente realizado e sempre ter o acompanhamento de um profissional da área
para orientar.

A prática de atividade física é, sem dúvida, essencial para aumentarmos nossa qualidade de vida. Inúmeros
estudos demonstram como a prática frequente de atividade física evita doenças e melhora, até mesmo, nossa
disposição para a realização de nossas atividades diárias. A seguir, listaremos os principais benefícios de se praticar
atividades físicas e também os riscos de se ter uma vida sedentária.

→ A importância da atividade física na promoção da saúde


As atividades físicas geram uma grande quantidade de benefícios para o nosso corpo e também para nossa mente.
É por isso que a prática dessas atividades é tão recomendada por todos os profissionais de saúde. A seguir,
listaremos alguns dos benefícios já reconhecidos a respeito da importância das atividades físicas:

 A atividade física previne o desenvolvimento de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes.


 As atividades físicas controlam os níveis de colesterol.
 A atividade física pode ser uma importante aliada no tratamento da depressão e ansiedade.
 A atividade física melhora o condicionamento muscular e também cardiorrespiratório.
 A atividade física provoca uma série de mudanças no organismo, tais como o ganho de massa muscular,
que está diretamente relacionado com a melhora da autoestima.
 A atividade física é importante para o controle de peso.
 Atividade física melhora dores e diminui a incapacidade funcional.
 A prática de atividades físicas melhora a qualidade do sono.
 As atividades físicas melhoram o desempenho cognitivo.
 A prática de atividades físicas reduz o estresse e aumenta a sensação de bem-estar.

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A prática de atividades físicas por idosos garante uma maior autonomia.

 A atividade física é importante no processo de envelhecimento, uma vez que um idoso ativo apresenta mais
autonomia para realizar as atividades do seu dia a dia. Além disso, idosos que praticam atividades físicas
apresentam menos riscos de sofrerem quedas, as quais podem ser graves em certas idades.
 A atividade pode melhorar o convívio social.
 A atividade física dá mais disposição para a realização das atividades diárias.

→ Quantos minutos de atividades físicas é o ideal?


Apesar de muitas pessoas afirmarem que não possuem tempo para a realização de atividade física, as
recomendações diárias são relativamente baixas e podem ser incluídas na agenda de atividades diárias. De acordo
com a Organização Mundial de Saúde, a recomendação:

 150 minutos semanais de atividade física leve ou moderada, o que corresponde a um pouco mais de 20
minutos diários de atividades.
 75 minutos semanas de atividade física de maior intensidade, o que corresponde a pouco mais de 10
minutos por dia.

Mudar um hábito de vida é extremamente difícil, entretanto, incluir exercícios na sua rotina é fundamental para a
saúde. Diante dessa necessidade, o Ministério da Saúde dá quatro dicas importantes para começar a prática de
atividades físicas:

1. Encontre um local adequado para praticar as atividades físicas, como parques, praças e similares;
2. Comece com uma atividade que não exige alto preparo físico;
3. Praticar atividade física perto de casa não exigindo grandes deslocamentos, o que ajuda na manutenção
desse hábito;
4. Procure atividades realizadas por várias pessoas, inclusive do seu círculo de amizade, o que poderá ser um
estímulo a mais.

→ Riscos do sedentarismo
O sedentarismo pode ser definido, de uma maneira resumida, como a falta da prática de exercícios físicos
regulares. Muitas pessoas em nosso planeta são sedentárias e esse hábito, juntamente com uma alimentação
inadequada, tem gerado uma série de problemas graves para a saúde da população.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, um em cada cinco adultos e quatro em cada cinco adolescentes não
praticam atividade física suficiente.

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Como sabemos, a atividade física é uma maneira importante de prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas
não transmissíveis, tais como problemas cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer. As pessoas
sedentárias apresentam até 30% mais riscos de desenvolver esses problemas. Não podemos nos esquecer
ainda da obesidade que é também um problema de saúde crônico, que além de afetar negativamente a saúde
física da pessoa, afeta diretamente a autoestima.

A prática de atividades físicas melhora a autoestima e alivia o estresse.

Percebemos, portanto, que a atividade física é importante nos mais variados aspectos da nossa vida e é essencial
para uma vida mais saudável e um envelhecimento tranquilo. Procure seu médico e comece o quanto antes a
mudar sua vida.

3 – PREVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma
doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína é um problema de saúde
pública de ordem internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afeta valores culturais,
sociais, econômicos e políticos.

O alcoolismo é uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômicos, caracterizada


pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação
produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada. Além da
já reconhecida predisposição genética para a dependência, outros fatores podem estar associados:
ansiedade, angústia, insegurança, fácil acesso ao álcool e condições culturais.

Maconha

O uso crônico de maconha está associado a problemas respiratórios, já que a fumaça é muito irritante e
seu teor de alcatrão é muito alto, além de conter benzopireno, substância cancerígena. As conseqüências
do uso da maconha são semelhantes aos do tabaco: hipertensão, asma, bronquite, cânceres, doenças

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cardíacas e doenças crônicas obstrutivas aéreas. No caso de pessoas com transtornos psicóticos (pré-
existentes) pode ocorrer um agravamento do quadro, como a esquizofrenia, exigindo assim mudanças no
tratamento da doença psiquiátrica. O uso regular acarreta problemas cognitivos como: comprometimento
do rendimento intelectual, perda de memória e na habilidade de resolver problemas. A abstinência é
caracterizada por: ansiedade, insônia, perda de apetite, tremor das mãos, sudorese, reflexos aumentados,
bocejos e humor deprimido.

Cocaína

A cocaína é uma substância psico-estimulante que é consumida de diferentes formas: aspirada, via
intravenosa ou fumada (crack). O consumo da cocaína em grande parte dos usuários aumenta
progressivamente, sendo necessário consumir maiores quantidades da substância para atingir o efeito
desejado. No Brasil, a cocaína é a substância mais utilizada pelos usuários de drogas injetáveis. Muitas
dessas pessoas compartilham agulhas e seringas e expõem-se ao contágio de várias doenças como
hepatite e Aids.

Crack

O crack é resultante da mistura de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, resultando
em grãos que são fumados em cachimbos. O consumo do crack é maior que o da cocaína, pois é mais
barato e seus efeitos duram menos. Além disso, tem terrível ação sobre o sistema nervoso central e
cardíaco.

Anfetaminas

São drogas sintéticas de efeito estimulante do sistema nervoso central e só podem ser comercializadas
sob prescrição médica. Um tipo de anfetamina ilícita não encontrada em farmácias é a droga conhecida
por êxtase, que provoca dependência fazendo com que o usuário tenha de consumir maiores
quantidades de comprimidos para obter os mesmos efeitos. O uso indevido e prolongado pode provocar
alterações psíquicas, lesões cerebrais e aumento do risco de convulsões e overdose.

Calmantes e sedativos

Os medicamentos capazes de diminuir a atividade do cérebro são chamados de sedativos, já os que são
capazes de diminuir a dor são conhecidos como analgésicos. Os hipnóticos ou soníferos são os sedativos
capazes de afastar a insônia, já os ansiolíticos têm o poder de atuar sobre estados exagerados de
ansiedade.

Tratamento

Quem necessita de tratamento no SUS devido ao abuso de álcool e outras drogas deve procurar as
Unidades Básicas de Saúde (UBS), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os Centros de Atenção
Psicossocial Álcool e Drogas III (CAPS AD). O atendimento conta com equipes multiprofissionais
compostas por médico psiquiatra, clínico geral, psicólogos, dentre outros.

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Prevenção

É muito difícil convencer alguém a não fazer algo que lhe dê prazer; drogas e álcool, antes de qualquer
outra coisa, oferecem prazer imediato, e por causarem dependência física, psicológica e síndrome de
abstinência são de difícil tratamento. As ações preventivas devem ser planejadas e direcionadas para o
desenvolvimento humano, o incentivo à educação, à prática de esportes, à cultura, ao lazer e a
socialização do conhecimento sobre drogas, com embasamento científico.

O uso abusivo de bebidas alcoólicas e outras substâncias psicoativas constitui um


problema relevante nas sociedades contemporâneas, não obstante, o consumo de
bebidas alcoólicas está profundamente enraizado em nossa sociedade e cultura.

Álcool

O consumo de álcool assiduamente ou semanalmente pode ter consequências para a


saúde, tanto a curto como a longo prazo. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
afirma que não há nível seguro de consumo de álcool e que a situação mais saudável é
beber o mínimo possível.

Também é importante notar que o álcool é uma substância psicoativa com agradáveis
efeitos imediatos, mas com o aumento da frequência e da quantidade ingerida pode
causar efeitos secundários, como: acidentes de trânsito; violência; dependência;
comprometimento de certos órgãos, como o fígado; baixa no sistema imunológico;
aparecimento de doenças crônicas, como o câncer.

O alcoolismo é definido como o consumo excessivo de álcool e/ou a preocupação


exacerbada com bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira na
vida pessoal, familiar, social ou profissional de um indivíduo. Do ponto de vista
médico, o alcoolismo é uma doença crônica, que pode resultar em condições
psicológicas e fisiológicas e, por fim, na morte.

Além da importância dos fatores ambientais, há evidências que indicam a existência


de fatores genéticos que elevam o risco de desencadear a doença. O alcoolismo tende
a acometer certas famílias com maior frequência, gêmeos univitelinos, e até filhos
biológicos de pais alcoólatras que são adotados por casais que não bebem.

O álcool atravessa a barreira hematoencefálica rapidamente, sendo que poucos


minutos após o primeiro gole, a concentração no cérebro já está igual à concentração
sanguínea. Em indivíduos que não possuem o costume de ingerir bebidas alcoólicas,
níveis sanguíneos entre 50mg/dl a 150mg/dl são suficientes para gerar sintomas.
Esses, por sua vez, irão depender da velocidade com que o álcool é consumido.

Os efeitos físicos causados pelo álcool são:

– Redução dos reflexos;

– O uso prolongado eleva o risco do surgimento de doenças como câncer na cavidade


oral, esôfago, faringe, fígado e vesícula biliar;

– Pode causar hepatite, cirrose, gastrite e úlcera;

– Quando usado em grandes quantidades pode ocasionar danos cerebrais irreversíveis;

– Pode levar à desnutrição;

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– Pode causar problemas cardíacos e de pressão arterial;

– Durante a gestação, causa má formação fetal.

Já os feitos psicológicos e comportamentais causados pelo álcool são:

– Perda da inibição;

– Alteração de humor, podendo ocasionar comportamento violento, depressão e até


mesmo suicídio;

– Perda de memória;

– Problemas na vida familiar do alcoólatra;

– Queda no desempenho profissional.

A tolerância e a dependência ao álcool são dois processos diferentes, mas que


caminham juntos. A tolerância ao álcool é a necessidade de doses maiores para a
manutenção do efeito de embriaguez obtido nas primeiras doses. Já a dependência é
quando um indivíduo não apresenta mais forças por si mesmo de interromper ou
reduzir o consumo de álcool. Não necessariamente uma pessoa que desenvolva
tolerância ao álcool se tornará dependente. Todavia, à medida que o individuo
desenvolve tolerância ao álcool, ela está mais próxima de desenvolver a dependência.

O alcoólatra sempre acha que consegue parar quando quiser, na tentativa de encobrir
o problema. O paciente tenta negar qualquer problema relacionado ao álcool, mesmo
que ninguém acredite, mas ele acaba por acreditar na ilusão que criou. A negação do
alcoolismo é uma defesa de auto-imagem, pois fazer que uma pessoa admita essa
doença é exigir dela uma forte quebra de autoimagem e consequentemente de
autoestima.

Os tratamentos para o alcoolismo são muito variados e procuram ajudar os


dependentes a diminuírem o consumo de álcool, seguido por um treinamento de
suporte social de modo que ajude a pessoa a resistir ao retorno do consumo dessa
droga. Um exemplo para esse tipo de tratamento é a desintoxicação seguida por um
conjunto de terapia de suporte, atendimento em grupos de autoajuda (como os
Alcoólicos Anônimos), etc.

Por todas estas razões, para manter a saúde, independentemente do motivo pelo qual
bebemos, é importante decidir qual o papel que o álcool terá nas nossas vidas.

Outras drogas

As drogas têm feito parte da nossa cultura desde a metade do século passado.
Popularizadas nos anos 60 pela música e pelos meios de comunicação de massa, elas
invadiram todos os aspectos da sociedade.

O termo “Droga”, em seu sentido original, é um termo que abrange uma grande
quantidade de substâncias – desde o carvão vegetal à aspirina. Na medicina, refere-se
a qualquer substância com o potencial de prevenir ou curar doenças ou aumentar o
bem-estar físico ou mental. Em farmacologia, refere-se a qualquer agente químico
que altera os processos bioquímicos e fisiológicos de tecidos ou organismos.

Contudo, em um contexto legal e no sentido corrente, o termo “droga” refere-se,


geralmente, a substâncias psicoativas (natural ou sintética) e às drogas ilícitas ou

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àquelas cujo uso é regulado por lei, por provocarem alterações do estado de
consciência do indivíduo. Certos fármacos de uso médico controlado, tais como os
opiáceos, também podem ser tratados como drogas ilícitas, quando produzidos e
comercializados sem controle dos órgãos sanitários ou se consumidos sem prescrição
médica.

Em relação ao consumo dessas substâncias, os motivos para consumi-las são diversos:


pode acontecer em ambientes de festa, com substâncias estimulantes ou como
consequência de situações de marginalidade, exclusão social ou dificuldades de vária
ordem. Este tipo de consumo tem como consequências a dependência e doenças
físicas e mentais, com tratamentos complexos e com o risco constante de recaídas.

Quanto ao tipo de efeito no sistema nervoso podem ser classificadas como:

– Depressoras (psicodislépticas) – diminuem a atividade do sistema nervoso atuando


em receptores (neurotransmissores) específicos. Exemplos: álcool, barbitúricos,
diluentes, quetamina, cloreto de etila ou lança perfume, clorofórmio, ópio, morfina,
heroína, e inalantes em geral (cola de sapateiro, etc).

– Psicodistropticas ou psicodislépticas (drogas perturbadoras/modificadoras) – têm por


característica principal a despersonalização ou modificação da percepção (daí o
termo alucinógeno para sua designação) em maior ou menor grau. Exemplos: Algumas
espécies de cogumelos, LSD, maconha, MDMA ou ecstasy e o DMT.

– Psicolépticas ou estimulantes – produzem aumento da atividade pulmonar (ação


adrenérgica), diminuem a fadiga, aumentam a percepção ficando os demais sentidos
ativados. Exemplos: cocaína, crack, cafeína, teobromina (presentes em chocolates),
GHB, metanfetamina, anfetaminas (bolinha, arrebite) etc.

No que diz respeito à forma de produção, classificam-se como:

– Naturais – aquelas que são extraídas de plantas. Exemplos: tabaco, cannabis, ópio.

– Semissintéticas – são produzidas através de modificações em drogas naturais.


Exemplos: crack, cocaína, heroína.

– Sintéticas – são produzidas através de componentes ativos não encontrados na


natureza. Exemplos: anfetamina, anabolizante

4 – CULTURA DA PAZ, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

Você sabe qual é a importância da cultura de paz e não-


violência na saúde pública?

Entender que a SAÚDE é um conjunto de vários fatores que envolvem o bem-estar físico, mental e social – e não
meramente a ausência de doença, nos permite perceber o quanto é relevante nos apropriamos de
uma linguagem mais acolhedora, diversa, plural e inclusiva para melhorar o acesso das pessoas aos serviços de
saúde, sobretudo no que diz respeito a informação como ferramenta de transformação social.

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Em 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu a Cultura de PAZ como um conjunto de valores e
atitudes baseados no respeito pleno à vida e na promoção dos direitos humanos para a transformação da realidade
por meio da cidadania e da inclusão social. No Brasil, o direito ao acesso à saúde está garantido na
nossa Constituição Federal, na Lei 8080/1990, por meio dos princípios da universalidade, equidade e integralidade.
Nesse sentido, de acordo com o Ministério da Saúde, a Política Nacional de Promoção da Saúde está
intrinsecamente ligada à Cultura de Paz, na medida em que visa à promoção da equidade e da melhoria das
condições e dos modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo
vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais
dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

A #CulturaDePaz acredita que Linguagem + Informação = Transformação Social


Outro exemplo de promoção da Cultura de Paz na saúde pública é a Política Nacional de Humanização
(PNH), cujo objetivo é concretizar os princípios do SUS no cotidiano da atenção (primária, secundária e terciária) e na
gestão na saúde pública no Brasil, incentivando a educação permanente em saúde, por meio de trocas solidárias
entre gestores (as), trabalhadores (as) e usuários(as) do sistema de saúde pública. Clique aqui para entender mais
sobre esse como a cultura de paz tem a ver com a saúde pública.
Dentro desse contexto, a cultura de paz e não-violência busca alternativas e soluções para estas questões que
afligem a humanidade como um todo, não se foca na questão da violência, muito menos na linguagem bélica, mas na
paz como um estado social de dignidade onde tudo possa ser preservado e respeitado. Por entender que as palavras
podem interferir no modo como o leitor é apresentado a um determinado assunto, recomenda-se o seguinte:
 Palavras utilizadas na Cultura de Paz (origem mobilizadora): Enfrentar, eliminar, descartar, alertar, agir,
realizar, promover, interagir, encontrar, conversar, debater, acolher, respeitar, tolerar, participar, propor, informar,
diversidade, pluralidade, igualdade, socialização/socializar, mobilizar, reunir, amigo, amizade, solidariedade,
união, coletivo, roda de conversa, encontro, público, público-prioritário, grupo, grupo social, pessoas com câncer,
pessoas com diabetes, pessoas com hanseníase, pessoas com HIV, etc.
 Palavras não utilizadas na Cultura de Paz (origem bélica): Guerra, arma, agressão/agredir,
portador/portadores, adversário, inimigo, combate/combater, batalha, golpe, luta, matar, assassinar, massacrar,
violentar, brigar, exterminar, atacar, alvo, público-alvo, alvo atingido, inimigo, inimigo público, etc.
De acordo com a UNESCO, a cultura de paz tem como base oito pilares:
1.Educação para uma cultura de paz
2. Tolerância e solidariedade
3. Participação democrática
4. Fluxo de informações
5. Desarmamento
6. Direitos humanos
7. Desenvolvimento sustentável
8. Igualdade de gêneros

A cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive em sociedade, no que se refere
ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e na sua posição em poder nele intervir e
transformá-lo.

Essa expressão vem do latim civitas, que quer dizer cidade. Antigamente, cidadão era aquele que fazia parte da
cidade, tendo direitos e deveres por nela habitar. Atualmente, esse conceito extrapola os limites urbanos, podendo
ser compreendido no espaço rural.

A expressão da cidadania frequentemente está associada ao campo do Direito, em que existe uma série de
legislações voltadas para os direitos e deveres que o cidadão possui. Entre os deveres, destaca-se o voto eleitoral
(que também é um direito), o zelo pelo espaço e o cumprimento das leis. Entre os direitos, destaca-se o de ir e vir,
bem como o de ter acesso à saúde, moradia, alimentação e educação.

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O conceito de cidadania também está relacionado à nacionalidade do indivíduo, isto é, à legalidade de sua
permanência em um determinado território administrado por um Estado Nacional. Fala-se, por exemplo, de
cidadania brasileira, cidadania portuguesa e cidadania americana.

Em casos de descumprimento aos deveres, o indivíduo poderá ter parte de sua cidadania cassada, a exemplo de
presidiários que possuem o direito de votar vetado, entre outras limitações impostas pela lei penal.

O Cidadão e o Direito ao Espaço


Se, no campo do direito, somos todos cidadãos, na prática, isso ocorre? Em outras palavras, sobre o benefício do
uso do espaço entre os nossos direitos, somos todos cidadãos? Infelizmente, nem todos. Existem muitos indivíduos
que legalmente possuem cidadania, mas que não dispõem de condições sociais, estruturais e materiais para
exercê-la.

Existem muitos autores no âmbito da Filosofia e das Ciências Sociais, como Henri Lefebvre, Theodor Adorno e
muitos outros, que se portam de maneira crítica sob a pretensa ideia de que todos os indivíduos são cidadãos.
Primeiramente, muitos são excluídos socialmente em função das desigualdades geradas pelo sistema capitalista de
produção. Em segundo lugar, ocorre, muitas vezes, a reificação – isto é, a coisificação, a transformação do ser em
mercadoria – da figura do cidadão na sociedade contemporânea.

O geógrafo Milton Santos – em sua obra O Espaço Cidadão – afirma que “Em lugar do cidadão formou-se um
consumidor, que aceita ser chamado de usuário”, ou seja, o processo de produção e reprodução capitalista
transformou o indivíduo em consumidor e as relações de cidadania, em disputas pelo espaço da cidade.

Os direitos humanos

São normas que reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres humanos. Os direitos humanos regem o

modo como os seres humanos individualmente vivem em sociedade e entre si, bem como sua relação com o

Estado e as obrigações que o Estado tem em relação a eles.

A lei dos direitos humanos obriga os governos a fazer algumas coisas e os impede de fazer outras. Os indivíduos

também têm responsabilidades: usufruindo dos seus direitos humanos, devem respeitar os direitos dos outros.

Nenhum governo, grupo ou indivíduo tem o direito de fazer qualquer coisa que viole os direitos de outra pessoa.

Universalidade e inalienabilidade

Os direitos humanos são universais e inalienáveis. Todas as pessoas em todo o mundo têm direito a eles.

Ninguém pode voluntariamente desistir deles. Nem outros podem tirá-los dele ou dela.

Indivisibilidade

Direitos humanos são indivisíveis. Sejam de natureza civil, política, econômica, social ou cultural, eles são todos

inerentes à dignidade de toda pessoa humana. Consequentemente, todos eles têm o mesmo valor como direitos.

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Não existe um direito "menor". Não há hierarquia de direitos humanos.

Interdependência e inter-relação

A realização de um direito muitas vezes depende, no todo ou em parte, da realização de outros. Por exemplo, a

realização do direito à saúde pode depender da realização do direito à educação ou do direito à informação.

Igualdade e não discriminação

Todos os indivíduos são iguais como seres humanos e em virtude da inerente dignidade de cada pessoa humana.

Todos os seres humanos têm direito a seus direitos humanos sem discriminação de qualquer tipo, como raça, cor,

sexo, etnia, idade, idioma, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, deficiência, propriedade,

nascimento ou outro status como explicado pelos órgãos dos tratados de direitos humanos.

Participação e inclusão

Cada pessoa e todos os povos têm direito à participação ativa, livre e significativa no desenvolvimento civil,

político, econômico, social e cultural, por meio do qual os direitos humanos e as liberdades fundamentais podem

ser realizados. Têm também direito a contribuir para esse desenvolvimento e a desfrutar do mesmo.

Responsabilização e Estado de Direito

Os Estados e outros detentores de deveres têm de cumprir as normas e padrões legais consagrados nos

instrumentos de direitos humanos. Quando não o fizerem, os titulares de direitos lesados têm o direito de instaurar

procedimentos para uma reparação adequada perante um tribunal competente ou outro adjudicador, de acordo

com as regras e procedimentos previstos na lei.

5 – PREVENÇÃO DAS VIOLÊNCIAS E DOS ACIDENTES


Os acidentes e as violências são classificados como causas externas de morbidade e mortalidade, e estão incluídas no
capítulo XX da Classificação Internacional de Doenças – CID-10. Os acidentes englobam as quedas, o envenenamento
acidental, o afogamento, as queimaduras, o acidente de trânsito, entre outros, situações fortuitas que resultam em danos não
intencionais; já as violências são eventos considerados intencionais, ou seja, os resultado e danos provocados são
propositais. Tanto os acidentes quanto as violências são eventos passíveis de prevenção. Em 2017, no estado de São Paulo,
as causas externas representaram a primeira causa de óbitos entre as faixas etárias de 10 a 39 anos e a segunda na faixa de
5 a 9 anos.

Conforme disposto no Relatório Mundial sobre Violência e Saúde, considera-se violência “o uso intencional da força física ou
do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou
tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação” (OMS, 2002).
Diferencia-se dos acidentes, pois nestes últimos, faltaria o componente da intencionalidade. A OMS estabelece uma tipologia
de três grandes grupos segundo quem comete o ato violento: violência contra si mesmo (autoprovocada); violência
interpessoal (doméstica e comunitária); e violência coletiva (grupos políticos, organizações terroristas, milícias). Destaca
também distinções de acordo com a natureza da violência, sendo elas: violência física, violência psicológica/moral, tortura,

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violência sexual, tráfico de seres humanos, violência financeira/econômica, negligência/ abandono, trabalho infantil e em
intervenção legal.

Com intuito de conhecer e divulgar informações sobre acidentes e violências em nossa sociedade, e, em especial a sofrida
pelas populações mais vulneráveis como as mulheres, crianças, idosos, portadores de deficiências e necessidades especiais,
indígenas e etc., o Ministério da Saúde implantou em 2006 o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA). A partir
de 2009, o “VIVA” passou a integrar o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), contendo informações sobre
violência fornecidas pelos serviços de saúde, que são coletadas através do preenchimento da Ficha de Notificação Individual
de Violência Interpessoal e Autoprovocada, a qual, desde 2011, passou a ser de notificação compulsória para todos os
serviços de saúde.A vigilância de violências e acidentes tem o objetivo de subsidiar ações de enfrentamento dos
determinantes e dos condicionantes das causas externas, que se tornaram objeto de vigilância e de prevenção em saúde, no
âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a coordenação do Ministério da Saúde. Embasada numa perspectiva intersetorial,
incentiva a formação de redes de atenção e proteção às pessoas em situação de violências e vítimas de acidentes, buscando,
desta forma, garantir a atenção integral, a promoção da saúde e a cultura de paz.

Este monitoramento tem subsidiado a elaboração de políticas públicas e de ações de saúde que estão voltadas para o
enfrentamento desses problemas.

Instituída em 2004, por meio da Portaria GM/MS nº 936 de 18 de maio de 2004, a Rede Nacional de Prevenção das
Violências e Promoção da Saúde e Cultura de Paz tem por objetivos:

 Promover a articulação da gestão de conhecimento sobre o agravo por meio da qualificação da Vigilância de
Violências;
 Desenvolvimento de pesquisas;
 Formulação de indicadores, disseminação de conhecimentos e práticas bem-sucedidas, criativas e inovadoras
nacionais, regionais e locais;
 Implementar a troca de experiências de gestão e formulações de políticas públicas intersetorias e
intrasetoriais;
 Fomentar o intercâmbio das práticas de atenção integral às pessoas vivendo situações de violência e
segmentos populacionais sob risco;
 Intercambiar as formas de participação da sociedade civil, organizações não-governamentais e comunidades
no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento à violência, de atuação sobre os determinantes sociais
em saúde e de promoção da Cultura de Paz e;
 Acompanhar o desenvolvimento dessas estratégias nas várias esferas de gestão.

6 - Identificação de educandos com possíveis sinais de agravos


de doenças em eliminação.
A hanseníase, a esquistossomose, as geo-helmintíases e o tracoma são doenças classificadas pela
Organização Mundial da Saúde – OMS como negligenciadas por possuírem ferramentas para a sua prevenção e
controle, mas que permanecem coexistindo como problema de saúde pública em populações que vivem em locais
com baixos indicadores de qualidade de vida e de saúde. As ações de vigilância e controle preconizadas para
esse grupo de doenças devem ser realizadas considerando as especificidades e o perfil epidemiológico do
território. A hanseníase, as geo-helmintíases e o tracoma possuem ampla distribuição no país, enquanto a
esquistossomose está situada de forma endêmica ou focal nos estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe na região nordeste, e nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo
na região sudeste. Vale destacar que o tracoma também tem ocorrência em áreas indígenas com altas taxas de
positividade devido às baixas condições socioeconômicas, a falta de saneamento básico e aos costumes, além
dos aspectos geográficos, linguísticos e culturais que dificultam a atenção à saúde desta população.

A busca ativa de casos de hanseníase compreende os menores de 15 anos (ensino fundamental e médio), pois é
a faixa etária que sinaliza focos de infecção ativos e transmissão recente da doença. A triagem de casos é

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realizada pelos profissionais do PSE com o uso da “ficha de autoimagem”1 . Os estudantes levam a ficha para
casa e junto com os pais ou responsáveis sinalizam a presença de manchas ou áreas dormentes no corpo. Após a
devolução das fichas à escola, a equipe de saúde local recolhe e seleciona as que possuem suspeição da doença,
com encaminhamento desses escolares (acompanhados por responsáveis) às unidades de saúde, para avaliação
e, se confirmado o diagnóstico, iniciado o tratamento. O desdobramento desta ação é o exame dos contatos dos
casos novos diagnosticados na ação. Para as geo-helmintíases (ascaridíase, ancilostomíase e tricuríase) as
crianças em idade escolar (5 a 14 anos do ensino fundamental) constituem um importante grupo de risco,
Ministério da Saúde Ministério da Educação 3 uma vez que estão em fase de intenso crescimento físico e
desenvolvimento cognitivo. Deve-se considerar também, que as crianças são mais vulneráveis quanto à exposição
a ambientes com fatores de risco e hábitos de higiene inadequados. Para o controle dessas infecções o Ministério
da Saúde recomenda o tratamento preventivo anual, que reduz as complicações pela diminuição da carga
parasitária e resulta em uma melhora imediata na saúde e no desenvolvimento da criança.2 Para
esquistossomose, a estratégia recomendada para identificar os casos precocemente e evitar o aparecimento de
formas graves é a busca ativa de casos na população escolar de 7 a 14 anos (ensino fundamental e médio) nas
áreas com focos ativos da doença. Nesta ação os agentes de saúde distribuem recipientes para a coleta de
material fecal, recolhem no dia seguinte, encaminham ao laboratório e após o resultado encaminham os infectados
para tratamento na unidade de saúde.3 Os resultados laboratoriais da coletividade podem indicar a necessidade
de tratamento dos familiares do escolar. O tracoma na sua forma transmissível ocorre principalmente em crianças
na faixa etária de 1 a 9 anos. É uma doença que também requer a busca ativa, por meio do exame ocular externo,
com o uso de lupa, para verificar a presença dos sinais chaves que caracterizam a doença. Para essa ação é
necessária equipe de saúde capacitada de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde. O controle do
tracoma tem como eixos estratégicos os componentes de tratamento dos casos e de seus contatos domiciliares,
lavagem facial e de melhorias ambientais, principalmente o acesso à água. A ação de busca ativa de tracoma
pode ser realizada em articulação com a equipe de saúde ocular.

7 - SAÚDE BUCAL

A boca desempenha importantes funções que repercutem na saúde do organismo como um todo. Além
de exercer papel fundamental na fala, na mastigação e na respiração, a boca é a maior cavidade do corpo
a ter contato direto com o meio ambiente, sendo a porta de entrada para bactérias e outros
microrganismos prejudiciais à saúde.

Uma boa higiene bucal diminui o risco de desenvolvimento de problemas bucais e dentários. É
importante ressaltar que doenças da boca têm relação direta com o fumo, com o consumo de álcool e
com a má alimentação.

Problemas mais comuns:

– Cárie: desintegração do dente provocada pela higiene inadequada, ingestão de doces e carboidratos
ou, ainda, por complicações de outras doenças que diminuem a quantidade de saliva na boca. (Ex.:
pessoas em tratamento quimioterápico ou radioterápico para o câncer).

– Lesões bucais e aftas: inchaços, manchas ou feridas na boca, língua ou lábios; podem ser provocadas
por herpes labial, candidíase (sapinho) e próteses (dentaduras) mal ajustadas.

– Mau hálito: tem várias causas, dentre elas: higiene bucal inadequada (falta de escovação adequada e
falta do uso do fio dental); gengivite; ingestão de certos alimentos como, alho ou cebola; tabaco e
produtos alcoólicos; boca seca (causada por certos medicamentos, por distúrbios e por menor produção

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de saliva durante o sono); doenças sistêmicas como câncer, diabetes, problemas com o fígado e rins. A
língua possui diversas papilas gustativas entre as quais se formam criptas, ou seja, saquinhos que retêm
resíduos de alimentos, células descamadas que começam a fermentar, formando uma placa bacteriana
esbranquiçada que aparece no fundo da língua, em direção à ponta, a chamada saburra lingual; essa é,
sem dúvida, a principal causa do mau hálito.

– Gengivite: inflamação da gengiva provocada pela placa bacteriana.

– Placa bacteriana: é o conjunto de bactérias que coloniza a cavidade bucal. A placa bacteriana fixa-se
principalmente nas regiões de difícil limpeza, como a região entre a gengiva e os dentes ou a superfície
dos dentes de trás, provocando cáries e formação de tártaro.

– Tártaro: é o endurecimento da placa bacteriana na superfície dos dentes.

A saúde bucal é um assunto bastante importante e muitas vezes ignorado por grande parte da população,
principalmente crianças e adolescentes. Quem não conhece uma criança que odeia escovar os dentes, não é
mesmo? E quantas pessoas você conhece que usam o fio dental diariamente?

O que vemos, normalmente, é uma negligência com a saúde da boca. De acordo com o Conselho Federal de
Odontologia, cerca de 27% das crianças de 18 a 36 meses apresentam pelo menos um dente com cárie. Na faixa
etária de cinco anos, mais da metade das crianças possui o problema. A questão é ainda mais preocupante nos
adolescentes com idade entre 15 e 19 anos. Nessa faixa etária, pelo menos 90% dos indivíduos já
enfrentaram cárie em pelo menos um dente.

→ Qual a importância de termos uma boa saúde bucal?

Muitas pessoas pensam que ter uma boca saudável é fundamental apenas para garantir uma boa aparência, um
sorriso bonito e um hálito puro. Entretanto, isso não é verdade. Uma boca saudável é essencial, por exemplo, para
garantir uma boa mastigação dos alimentos e conseguir um processo de digestão eficiente. Além disso, os
dentes ajudam também na articulação de palavras, sendo fundamentais, portanto, no processo da fala.

→ Quais sinais indicam que a sua boca está com problemas?

Alguns sinais indicam que a sua saúde bucal está comprometida de alguma forma, sendo necessário, nesses casos,
procurar um odontologista. Entre os principais problemas, podemos destacar:

 Mau hálito;
 Gosto ruim na boca;
 Sangramento nas gengivas;
 Feridas na boca;
 Recuo ou retração da gengiva;
 Dor de dente;
 Sensibilidade;
 Dores ao mastigar.

→ Como posso ter uma saúde bucal adequada?

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Para isso, é necessário ter alguns cuidados básicos. Veja alguns deles:

 Escovar bem os dentes após as refeições: Escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia, após as
principais refeições. Isso impede a formação de placa bacteriana, que pode causar gengivite e cárie, por
exemplo;
 Utilizar o fio dental todos os dias: O uso do fio dental ajuda a retirar a placa bacteriana localizada entre os
dentes e próximo à gengiva, local onde a escova geralmente não alcança;
 Utilizar creme dental com flúor: O creme dental ajuda a limpar os dentes, prevenindo diversos problemas,
como a cárie, placa, tártaro, gengivite e mau hálito. Além disso, os cremes dentais com flúor ajudam a
proteger e fortalecer os dentes;
 Ter uma alimentação saudável: Uma pessoa que se alimenta de alimentos ricos em açúcares e amido cria
o ambiente perfeito para a multiplicação de bactérias. Esses organismos apresentam relação direta com a
cárie;
 Evitar cigarros: Além de aumentar riscos de câncer de pulmão e enfisema, o cigarro pode causar
problemas como o câncer de boca, doença periodontal (infecção da gengiva e ossos ao redor dos dentes),
mau hálito e pigmentação dos dentes;
 Consultar sempre um odontologista: Esse profissional, além de fazer uma análise de toda a saúde bucal,
fornecerá dicas valiosas a respeito da higiene bucal, mostrando os locais onde a boca merece mais
cuidados.

Lembre-se sempre de que a saúde bucal é essencial e de que a prevenção é a melhor forma de evitar
problemas mais graves.

8 - VACINAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO (EM TODAS AS IDADES)

Quem não se vacina não coloca apenas a própria saúde em risco, mas também a de seus familiares e outras pessoas com
quem tem contato, além de contribuir para aumentar a circulação de doenças. Tomar vacinas é a melhor maneira de se
proteger de uma variedade de doenças graves e de suas complicações, que podem até levar à morte.

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A maioria das doenças que podem ser prevenidas por vacina são transmitidas pelo contato com objetos contaminados ou
quando o doente espirra, tosse ou fala, pois ele expele pequenas gotículas que contém os agentes infecciosos. Assim, se
um indivíduo é infectado, pode transmitir a doença para outros que também não foram imunizados.

Graças à vacinação, houve uma queda drástica na incidência de doenças que costumavam matar milhares de pessoas
todos os anos até a metade do século passado - como coqueluche, sarampo, poliomielite e rubéola. Mas, mesmo estando
sob controle hoje em dia, elas podem rapidamente voltar a se tornar uma epidemia caso as pessoas parem de se vacinar.

VACINAS SÃO SEGURAS E EFICAZES


As vacinas são feitas com microrganismos da própria doença que previne. Por exemplo: a vacina contra o sarampo
contém o vírus do sarampo. No entanto, estes microrganismos estão enfraquecidos ou mortos, fazendo com que o corpo
não desenvolva a doença, mas se torne preparado para combatê-la se for necessário.

Toda vacina licenciada para uso passou antes por diversas fases de avaliação, garantindo sua segurança. Elas também
passam pela avaliação de institutos reguladores rígidos. No Brasil, essa função cabe à Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Algumas pessoas podem ter efeitos colaterais leves depois de tomarem uma vacina, como dor no local
da injeção e febre baixa.

VACINAS CERTAS PARA CADA FASE


Além de levar os filhos para serem vacinados, é fundamental ficar atento para quais você deve tomar. O Ministério
da Saúde tem um calendário de vacinação específico para recém-nascidos e crianças, bem como para pré-adolescentes e
adolescentes, adultos, idosos; e ainda para gestantes. Peça mais informações para seu médico.

A importância da vacinação vai muito além da prevenção individual. Ao se vacinar, você está ajudando
toda a comunidade a diminuir os casos de determinada doença.

As vacinas são um meio de prevenção contra doenças infecciosas


Vacinas são substâncias que possuem como função estimular nosso corpo a produzir respostas imunológicas a fim
de nos proteger contra determinada doença. Elas são produzidas a partir do próprio agente causador da doença,

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que é colocado em nosso corpo de forma enfraquecida ou inativada. Apesar de não causar a doença, as formas
atenuadas e inativadas do antígeno são capazes de estimular nosso sistema imunológico.

→ Como a vacina atua no nosso corpo?


Quando nos vacinamos, apresentamos ao nosso corpo um antígeno até então desconhecido. O corpo passa,
com isso, a produzir anticorpos contra ele. Nesse primeiro momento, a produção de anticorpos é relativamente
lenta. Além da produção de anticorpos, o organismo produz células de memória, ou seja, células que, ao serem
expostas novamente ao mesmo antígeno, serão capazes de produzir anticorpos mais rapidamente.

Em virtude da presença de células de memória, uma pessoa vacinada consegue que seu sistema imune atue de
maneira mais rápida, evitando que a doença se desenvolva. Assim sendo, a vacina atua como um agente
preventivo, devendo ser utilizada antes do contágio. Ela é considerada uma forma de imunização ativa, pois
estimula nosso organismo a produzir substâncias de defesa.

→ Por que a vacinação é importante?


 Redução dos números de casos de doenças infecciosas em toda a comunidade, uma vez que a transmissão é
diminuída;
 Diminuição do número de hospitalizações;
 Redução de gastos com medicamentos;
 Redução da mortandade;
 Erradicação de doenças.

→ As vacinas realmente podem erradicar doenças?


Ao vacinar a população, diminuímos a incidência de determinada doença. À medida que toda a população vai
sendo vacinada, os índices caem até que nenhum caso seja mais registrado, pois toda a população está protegida.

Apesar de parecer, muitas vezes, impossível proteger toda a população, a imunização tem dado resultados no Brasil
e no mundo. Em nosso país, já ocorreu a erradicação da poliomielite e da varíola graças à utilização de
vacinas. Além disso, segundo a Fundação Oswaldo Cruz, ocorreu a eliminação da circulação do vírus autóctone
do sarampo em 2000 e da rubéola desde 2009. Outras doenças também tiveram seus casos reduzidos, como é o
caso do tétano neonatal.

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9 - SAÚDE AUDITIVA: O MELHOR CAMINHO É A PREVENÇÃO!

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase 10 milhões de brasileiros possuem
algum grau de deficiência auditiva. Algumas ligadas ao envelhecimento natural da audição outros, porém, devido à
falta de cuidado com a audição.

Por isso, conversamos com a fonoaudióloga Milena Nakamura, do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, e ela
nos deu algumas dicas de como conservar a nossa audição. Segundo ela, o primeiro passo para desfrutarmos de
uma saúde auditiva saudável, principalmente na terceira idade, é a prevenção.

“Quanto mais intensos são os sons, menos quantidade de tempo deve-se expor a ele. Por exemplo, para um nível
de 90 decibéis (motor de ônibus, feira livre), é recomendado uma exposição máxima diária de até 4 horas. Perto
de uma caixa de som, dentro da balada, os níveis podem chegar a 115 decibéis, e desta forma, acima de 7
minutos de exposição já poderá ocorrer algum dano auditivo”, explica a especialista.

Pesquisas apontam um crescimento significativo de jovens com perdas auditivas e sensações de zumbido (ou o
chamado tinnitus), que podem ocorrer devido à exposição a ambientes com música alta, shows, fones de ouvido,
entre outros, os quais o nível de pressão que o som faz dentro do ouvido pode ser muito prejudicial.

“Na maioria dos casos, a perda auditiva precoce pode ser evitada. Muitas pessoas possuem uma predisposição
genética a perdas auditivas na terceira idade, porém acabam acelerando e aumentando o grau dessa perda pela
falta de cuidados com a audição”, explica Milena.

Como prevenir?

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 Evite ambientes com sons muito altos, e o uso excessivo de fones de ouvidos***.

 Mantenha sua vacinação em dia e o cuidado com sua saúde geral

 Use protetores auriculares sempre que necessário, seu uso evita que o barulho prejudique sua audição
 Evite o uso de hastes flexíveis, pois se usado de forma inadequada pode causar algum dano físico, como o rompimento
da membrana do ouvido, rolha de cera (por empurrar a cera ainda mais para o fundo do conduto auditivo)
 Procure periodicamente realizar exames com o médico otorrinolaringologista para verificar o estado da sua saúde
auditiva
“Os prejuízos causados pela deficiência auditiva podem ser inúmeros (social, psicológico, perceptíveis). Por vezes, a
deficiência é silenciosa e progressiva. Portanto, a prevenção é o melhor caminho para garantir o futuro de uma saúde
auditiva”, orienta a fonoaudióloga.

*** Um hábito cada vez mais comum, que pode trazer problemas sérios para a saúde dos ouvidos: fones. É cada vez maior o
número de pessoas que usa fones de ouvido diariamente. O que pouca gente sabe é que o fone de ouvido com som alto é o pior
inimigo da audição. A associação entre o volume e o tempo de uso dos fones é o que causa o dano.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo já têm algum tipo de
deficiência auditiva.

— Foto: Arte/TV Globo

Apesar de liberar a endorfina (hormônio do prazer), o som alto pode lesar o ouvido de qualquer pessoa. E,
dependendo do tempo de exposição ao barulho, as células auditivas podem até morrer. A cóclea, parte interna do
ouvido, tem entre 15 mil e 18 mil células ciliadas, que têm a função de transformar as ondas sonoras que chegam
do ambiente ao ouvido em ondas elétricas e carregam informações para o cérebro.
Quando o som é absurdamente alto, esses cílios são “arrancados” e destruídos. Eles não se regeneram mais. Aí
se dá a perda auditiva por exposição excessiva a ruídos.

10 – SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL


Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

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 O que é?
Trata-se de um sistema de gestão intersetorial, participativa e de articulação entre os três níveis de governo para a
implementação e execução das Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional, para promover o
acompanhamento, o monitoramento e avaliação da segurança alimentar e nutricional do país.

A execução da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) envolve a integração dos esforços
entre governo e sociedade civil e ações e programas estratégicos como:

➢ Acesso a Água (Cisternas);

➢ Fomento Rural às atividades produtivas da agricultura familiar;

➢ Programa de Aquisição de Alimentos (PAA);

➢ Apoio à Agricultura Urbana e Periurbana;

➢ Distribuição de Alimentos;

➢ Inclusão Produtiva Rural de Povos e Comunidades Tradicionais e/ou Grupos e populações tradicionais e
específicos;

➢ Apoio a estruturação de Equipamentos Públicos de Alimentação e Nutrição, como Rede de Bancos de


Alimentos, Restaurantes Populares e Cozinhas Comunitárias;

➢ Ações de apoio a Educação Alimentar e Nutricional, etc.

São ações que vão desde o campo do fomento à produção, até a comercialização, distribuição e consumo de
alimentos saudáveis como forma de garantia do Direito Humano a Alimentação Adequada e o combate a todas as
formas de má nutrição.

 Quais objetivos?
O sistema público visa promover e garantir o acesso à alimentação adequada e a segurança alimentar e
nutricional como direito fundamental do ser humano, de modo a:

➢ Formular, articular e implementar, de maneira intersetorial e com a participação da sociedade civil organizada
políticas, planos, programas e ações de segurança alimentar e nutricional em âmbitos nacional, estadual e
municipal, com vistas em assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA);

➢ Monitorar e avaliar as mudanças que ocorreram na área de alimentação e nutrição e;

➢ Verificar o impacto dos programas e ações de segurança alimentar e nutricional sobre a população a qual se
destinava a política.

10.1 - ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL


Uma alimentação saudável, diferentemente do que muitos pensam, não é uma alimentação cheia de restrições
ou sem sabor. Uma alimentação saudável é aquela que garante, principalmente, que seu organismo esteja
recebendo todos os nutrientes de que ele precisa. Para ser uma alimentação realmente saudável, é preciso

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pensar em variedade, equilíbrio, quantidade e na segurança dos alimentos que estão sendo ingeridos.

Não é novidade que a alimentação inadequada está relacionada com uma série de doenças, não é
mesmo? Entre os principais problemas de saúde relacionados com uma má alimentação estão
a obesidade, o diabetes, hipertensão e até mesmo alguns tipos de cânceres.

Não podemos nos esquecer ainda que uma alimentação deficiente é causa de desnutrição. Todos esses
problemas são graves e podem levar um indivíduo à morte, portanto, uma alimentação saudável é sinônimo de
saúde.

A má alimentação é cada vez mais comum nos nossos dias. A falta de tempo para apreciar a refeição, a
necessidade de alimentos fabricados rapidamente e a grande variedade de produtos pouco saudáveis auxiliam no
aumento do número de pessoas que não fazem uma alimentação correta. A seguir, descreveremos alguns
erros muito comuns que cometemos quando o assunto é alimentação.

O consumo exagerado de sal pode causar problemas de saúde, sendo essencial consumir com moderação.

 Colocar muito sal nos alimentos. Esse erro está relacionado com o aumento da pressão arterial e também
com o aumento da retenção de líquidos.

 Consumir muito açúcar. O consumo exagerado de açúcar está relacionado com problemas como o
desenvolvimento de obesidade.

 Montar pratos com pouca variedade. Pratos coloridos apresentam mais nutrientes e, portanto, são mais
saudáveis.

 Não comer verduras, frutas e legumes. Esses alimentos são essenciais para nos fornecer vitaminas e
também fibras.

 Não se hidratar adequadamente. O recomendado é que se ingira, em média, dois litros de água diariamente.

 Pular as refeições. Ao pular refeições, uma pessoa fica muito tempo sem se alimentar e isso pode fazer com
que na hora de se alimentar a pessoa coma exageradamente.

Pirâmide alimentar
A pirâmide alimentar, diferentemente do que muitos pensam, não mostra uma dieta que deve ser
seguida. A função primordial da pirâmide é orientar a população sobre as nossas necessidades alimentares, nos
alertando sobre a necessidade de pensar em variedade e equilíbrio no nosso dia a dia.

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A pirâmide alimentar ajuda a nos orientar a respeito dos nutrientes que devem estar presentes em nossa dieta.

Existem diferentes pirâmides alimentares e aqui consideraremos a pirâmide proposta por Philippi, em 2013, em
seu trabalho “Redesenho da Pirâmide Alimentar Brasileira para uma alimentação saudável”. Nela, são
encontrados oito grupos de alimentos que estão distribuídos em quatro níveis. Os oito grupos e suas
recomendações em quilocalorias são:

1. Arroz, pão, massa, batata, mandioca: 900 kcal (6 porções por dia)

2. Legumes e verduras: 45 kcal (3 porções por dia)

3. Frutas: 210 kcal (3 porções por dia)

4. Carnes e ovos: 190 kcal (1 porção por dia)

5. Leite, queijo e iogurte: 360 kcal (3 porções por dia)

6. Feijões e oleaginosas: 55 kcal (1 porção por dia)

7. Óleos e gorduras: 73 kcal (1 porção por dia)

8. Açúcares e doces: 110 kcal (1 porção por dia)

Na base, temos o arroz, pão, massa, raízes e tubérculos. No segundo nível, temos os legumes, verduras e frutas.
No terceiro, estão reunidos os grupos do leite e produtos lácteos, carnes, ovos e feijões e oleaginosas. Por fim,
temos o topo da pirâmide com óleos, gorduras e açúcares e doces.

Na base da pirâmide, observamos os grupos responsáveis por nos fornecer energia, uma vez que temos o grupo
dos carboidratos. No segundo nível, temos alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras, sendo esses
alimentos considerados reguladores. No terceiro nível, temos alimentos ricos em proteínas. Já no último nível,
temos um grupo de alimentos que deve ser consumido de maneira moderada, uma vez que apresentam
relação direta com o desenvolvimento de obesidade.

Além dessas orientações, na pirâmide alimentar, observa-se a recomendação para a realização de atividades
físicas e a necessidade de se realizar 6 refeições diariamente.

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10.2 – PREVENÇÃO DA OBESIDADE

Obesidade infantil: Criança comendo um hamburguer

Foi-se o tempo em que criança gordinha era sinônimo de saúde. Atualmente, a obesidade infantil é preocupação para pais e
médicos e é um dos maiores problemas de saúde pública a ser enfrentado.Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, mostra que uma em cada três crianças brasileiras com idade entre
cinco e nove anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O que é obesidade infantil?


A OMS considera a obesidade uma epidemia mundial causada principalmente por maus hábitos alimentares e falta de atividade
física. A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de peso e costuma ser causada pela associação de fatores
genéticos, ambientais e comportamentais.

O que causa a obesidade?


Muita gente se engana ao pensar que a obesidade acontece apenas por conta de um fator genético. Quando falamos em
obesidade infantil, muitas vezes estamos tocando também em dois temas importantes: alimentação e prática de atividade física.
Ou seja, a obesidade é caracterizada pelo excesso de peso e é resultado de uma associação de fatores genéticos, ambientais e
comportamentais.

Levando em consideração os aspectos ambientais e comportamentais, é inevitável não pensar em como as crianças de hoje em
dia estão deixando de lado as brincadeiras para passar mais tempo em frente às telas. É inevitável também não lembrar de
como os hábitos alimentares das famílias foram afetados pelos alimentos processados e ultraprocessados.

Muitas crianças estão crescendo em ambientes que propiciam o aumento de peso e a obesidade. Ou seja, que favorecem
comportamentos associados ao sedentarismo e à ingestão de alimentos calóricos, ricos em gorduras, sódio, aditivos químicos e
pobres em nutrientes.

Dados obtidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mostram como a situação no Brasil já é bastante preocupante. Em 2019,
entre as crianças acompanhadas na Atenção Primária à Saúde do SUS, 14,8% dos menores de 5 anos e 28,1% das crianças
entre 5 e 9 anos tinham excesso de peso. Destas, 7% e 13,2% apresentavam obesidade. Ainda em 2019, 5% das crianças com
idade entre 5 e 10 anos foram classificadas com obesidade grave.

A mesma avaliação conseguiu constatar também que entre as crianças de seis a 23 meses, 31% consumiram bebidas adoçadas,
48% consumiram algum alimento ultraprocessado e 28% consumiram especificamente biscoito recheado, doces ou guloseimas
no dia anterior à coleta dos dados.

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O que deve ser feito para evitar a obesidade infantil?

Os hábitos alimentares das crianças são formados ainda na barriga da mãe e se estendem nos primeiros anos de vida. Para
evitar que se tornem adultos com excesso de peso (obesos ou com sobrepeso), os pais devem contribuir para que seus filhos
tenham uma alimentação adequada e saudável.

A gestante deve optar por alimentos saudáveis, limitar o consumo de alimentos processados e evitar alimentos ultraprocessados
Antes dos dois anos, os pais não devem oferecer açúcar e alimentos ultraprocessados para seus filhos. Dados da Pesquisa
Nacional de Saúde (2013) apontam que 60,8% das crianças menores de 2 anos comem biscoitos ou bolachas recheadas.
Também devem manter distante dos pequenos suco de frutas e comidas industrializadas e refrigerantes. Viviane recomenda
ainda que seja evitado desde cedo o contato com realçadores de sabor e adoçantes artificiais. “A alimentação deve ser baseada
em alimentos in natura e minimamente processados”, ressalta.

Atividade física ajuda no combate à obesidade infantil?


A prática de atividades físicas é fundamental para todas as etapas do desenvolvimento infantil e auxilia no equilíbrio do
balanço energético e, consequentemente, na prevenção e tratamento da obesidade e de doenças relacionadas à obesidade nesta
fase da vida.“As crianças devem fazer exercícios com o corpo e não só com a mente e os dedinhos”, alerta a nutricionista,
sobre a quantidade de horas que os pequenos gastam na frente de tablets e computadores. Além de evitar doenças crônicas, as
atividades físicas auxiliam na melhora do rendimento escolar.

Independente da fase da vida, os cuidados com a saúde precisam ser constantes. Isso inclui a alimentação, a prática de
atividade física, o controle do ganho de peso e a manutenção de tantos outros hábitos saudáveis. Como a própria palavra já
sugere, hábito é algo constante. E aqueles que começam desde cedo podem se estender pelo resto da vida.

Ter uma boa saúde é uma construção que começa ainda na infância, mas que tem grandes repercussões na vida adulta. É
pensando no futuro dos pequenos que 3 de junho foi escolhido como o dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida
Infantil. A data tem como objetivo conscientizar sobre os cuidados necessários para controle da obesidade em crianças.

Segundo dados do Ministério da Saúde, crianças acima do peso têm mais chances de se tornarem adultos também obesos. A
consequência disso é o aparecimento de diversas doenças, como diabetes, problemas ortopédicos, distúrbios psicológicos,
doenças cardiovasculares e hipertensão, sendo essa última o fator de risco principal para infarto e acidente vascular cerebral,
popularmente conhecido como derrame. Vale lembrar ainda que a obesidade também provoca complicações caso haja infecção
por Covid-19.

Como identificar que uma criança está acima do peso?


Fazer um bom monitoramento da evolução da criança é o primeiro passo para identificar o excesso de peso. O diagnóstico de
obesidade na infância depende das medidas de peso, altura, data de nascimento e sexo. A depender da classificação do Índice
de Massa Corporal (IMC) por idade, tem-se a avaliação do estado nutricional da criança.

É durante o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil que intervenções precoces podem ser feitas, caso seja
observado ganho de peso excessivo nas crianças. Desta forma, o preenchimento correto das informações (idade, peso, altura e
IMC) na Caderneta de Saúde da Criança e o monitoramento desse crescimento ao longo do tempo é uma oportunidade para
prevenir e controlar o problema.

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11 - Direitos Sexuais e Reprodutivos
Como você luta pelos seus direitos?

Desde sempre as pessoas lutam pelos seus direitos. Os movimentos sociais se organizam e, através de
conferências e mobilizações, vão ganhando força e visibilidade para suas demandas e efetivação de seus direitos.

O Feminismo, movimento de mulheres, é um grande exemplo de luta que transformou e, até hoje transforma a
sociedade, em prol da equidade das mulheres frente a uma sociedade desigual na garantia dos direitos de
mulheres e homens. Como parte da história e lutas do movimento, nasce também as primeiras revindicações
sobre os Direito Reprodutivos e Direitos Sexuais, que passaram a fazer parte das pautas de luta logo após as
mulheres conquistarem seus direitos à educação e ao voto. Uma das primeiras vitorias, nesse período, foi a
liberdade de viver a sexualidade e o prazer, conhecer o próprio corpo e ter autonomia para decidir sobre ele. A
partir disso, várias conferências e eventos pautaram o tema dos direitos sexuais e reprodutivos em suas
discussões, auxiliando na conquista de muitos direitos.

Eventos e fóruns internacionais que foram fundamentais para consolidação


dos Direitos Sexuais e Reprodutivos:

1945 - Carta de Constituição das Nações Unidas, que oficializou a possibilidade de nações e pessoas
poderem encontrar motivos de acordo;
1948 - Proclamação dos Direitos Humanos, que não incluem os direitos sexuais e reprodutivos, mas incluem
os direitos básicos e fundamentais de mulheres e homens;
1968 - Conferência sobre os Direitos Humanos de Teherán, que defendeu o direito dos casais decidir o
número de filhos e espaçamento;
1974 - Conferência de População de Bucareste, que tratou do direito dos indivíduos/casais para decidir o
número de filhos e o dever do estado para assegurar esse direito;
1975 - Conferência Mundial do Ano Internacional da Mulher. Tratou do direito à integridade física, decisão
sobre o corpo e as diferentes opções sexuais e aos direitos reprodutivos, maternidade opcional;
1978 - Conferência de Alma Ata. Defendeu a atenção primária e o enfoque holístico;
1979 - Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW);
1985 - Estratégias de Nairobi, orientada para o Futuro do Avanço da Mulher;
1993 - Conferência de Viena sobre os Direitos Humanos;
1993 - Carta de Brasília- “Nossos direitos para Cairo 1994”;
1994 - Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento – Cairo. Definiu o conceito de direitos
sexuais e reprodutivos;
1995 - 4ª Conferência Mundial da Mulher – Beijing. Foi assumido o compromisso datransformação do
mundo usando as experiências das mulheres como principal força no desenvolvimento de uma nova agenda
de atuação.

Direitos Sexuais

Os Direitos Sexuais são os direitos que garante que toda e qualquer pessoa pode viver sua vida sexual com
prazer e livre de discriminação. Incluem o direito.

 De viver a sexualidade sem medo, vergonha, culpa, falsas crenças e outros impedimentos à livre expressão
dos desejos;

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 Direito de viver a sua sexualidade independente do estado civil, idade ou condição física;

 A escolher o/a parceiro/a sexual sem discriminação, e com liberdade e autonomia para expressar sua
orientação sexual se assim desejar;

 De viver a sexualidade livre de violência, discriminação e coerção; e com o respeito pleno pela
independência corporal do/a outro/a;

 Praticar a sexualidade independentemente de penetração;

 A insistir sobre a prática do sexo seguro para prevenir uma gravidez não planejada e as doenças
sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV-Aids;

 À saúde sexual, o qual exige o acesso a todo tipo de informação, educação e a serviços confidenciais de
alta qualidade sobre sexualidade e saúde sexual;

Direitos Reprodutivos

Os Direitos Reprodutivos compreendem o direito básico de todo casal e de todo indivíduo de decidir livre e
responsavelmente sobre o número, o espaçamento e a oportunidade de ter filhos/as e de ter a informação e os
meios de assim o fazer, gozando do mais elevado padrão de saúde sexual e reprodutiva. Incluem o direito.

 Individual de mulheres e homens em decidir sobre se querem, ou não, ter filhos/as, em que momento de
suas vidas e quantos/as filhos/as desejam ter;

 De tomar decisões sobre a reprodução, livre de discriminação, coerção ou violência;

 De homens e mulheres participarem com iguais responsabilidades na criação dos/as filhos/as;

 A serviço de saúde pública de qualidade e acessível, durante todas as etapas da vida;

 A doação e ao tratamento para a infertilidade;

11.1 IST’S
O que são infecções sexualmente transmissíveis?

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos.

Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha
masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda,
da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. De maneira menos comum, as IST
também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com
secreções corporais contaminadas e pela utilização de seringas, agulhas ou outro material perfurocortante partilhado.

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O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas
infecções. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.

A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotada em substituição à expressão
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma
infecção, mesmo sem sinais e sintomas.

Se não tratadas adequadamente, podem provocar diversas complicações e levar a pessoa, inclusive, à
morte.
IMPORTANTE: A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passa a ser adotada em substituição
à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e
transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.

Quais são as principais infecções sexualmente transmissíveis?

Existem diversos tipos de infecções sexualmente transmissíveis, mas os exemplos mais conhecidos são:

 herpes genital;
 Cancro mole (cancroide)
 HPV
 Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
 Donovanose
 Gonorreia e infecção por Clamídia
 Linfogranuloma venéreo (LGV)
 Sífilis
 Infecção pelo HTLV
 Tricomoníase
 Essa orientação todo mundo, com certeza, já ouviu muitas vezes: quem faz sexo sem proteção corre um
alto risco de se contaminar com doenças sexualmente transmissíveis. A lista é grande: herpes genital,
sífilis, gonorreia, infecção pelo HIV, papilomavírus e hepatites A e B. Todo mundo quer passar longe de
todos esses nomes, mas, mesmo assim, os casos ainda são frequentes, principalmente entre os jovens.
Por isso, o Ministério da Saúde atualizou o protocolo com as recomendações de prevenção.

 O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST) orienta pessoas sexualmente ativas e alinha o combate à transmissão
em todo o país. No Sistema Único de Saúde (SUS) tem tratamento e testes para várias dessas doenças,
além de ser referência no tratamento do HIV.

 E quando é hora de procurar uma unidade de saúde? Alguns sinais, como manchas, secreções, são fáceis
de perceber em casa, no banho, por exemplo e são alertas para procurar orientação médica
imediatamente. Não tem razão para ter vergonha e é importante lembrar que, quanto mais cedo o
diagnóstico acontecer, mais chances de um tratamento eficaz. É importante também avisar o parceiro ou
parceira sobre a situação.

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 A principal forma de se prevenir e não precisar se preocupar com nenhuma infecção sexualmente
transmissível é bem simples: usar preservativo masculino e feminino em todas as relações sexuais. E nem
precisa comprar, eles estão disponíveis, gratuitamente, em todas as unidades de saúde do país.

Quais as ISTs mais comuns nos adolescentes do Brasil?

No Brasil, as ISTs ainda não são de notificação obrigatória (nem compulsória imediata ou semanal), por isso
epidemiologicamente há um vácuo de informações sobre quantos adolescentes são infectados, ou se mesmo há a procura de um
profissional de saúde. Geralmente só é procurado quando há exacerbação de um sintoma ou sinal. Sabendo disso, ainda se pode
elencar algumas doenças como as mais comuns no país, tais como a Gonorreia, Clamídia, Sífilis, HPV e Herpes Genital, como
se vê no gráfico a seguir:

Figura 1: DSTs NO BRASIL, Estimativa anual


de transmissões.
Fonte: https://ipemed.com.br/blog/ists-na-
adolescencia/#:~:text=%C3%89%20estimado%20que%201%20a,v%C3%ADrus%20HPV%20(papilomavirus%20h
umano).

Mesmo os dados não sendo estritamente sobre a faixa etária a que se destina este artigo, deve-se lembrar, que essas doenças
podem levar a agravos como infertilidade, câncer, além de sintomas incômodos em qualquer faixa etária, e por isso deve ser
investigada o mais precocemente possível por uma questão de saúde pública.

Além dessas, deve-se citar outras doenças, como o HIV, que sem tratamento pode evoluir para AIDS, e outras menos ouvidas,
pois causam sintomas às vezes leves e/ou passageiros como, Candidíase, Tricomoníase, Vaginoses Bacterianas e Verrugas
genitais. Essas citadas ainda são as mais “conhecidas” pelos adolescentes, porém saber somente o nome não ajudará nosso
paciente.

Educação sexual, porque é necessária?

No que a educação sexual ajudaria o adolescente? A resposta mais básica para essa pergunta sobre um assunto polêmico no
nosso país seria: prevenção. A prevenção é a chave da educação sexual precoce, no início da adolescência, aos 10 anos, como
indicam as instâncias especialistas no assunto. A educação sexual, é uma forma do adolescente saber mais sobre o que
acontece no seu corpo na puberdade, fase praticamente obrigatória ao ser humano, e por que passar por uma fase de mudanças

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tão grandes, difíceis, diferentes sem saber o que está acontecendo? No entanto, para uma boa parcela da sociedade é ainda
“muito cedo para falar sobre isso” ou é até mesmo julgada como uma forma de “influência para iniciação sexual precoce”
saber como se prevenir de doenças, infecções que só lhe causarão prejuízo.

Estudos apontam que o risco de contrair uma IST somente aumenta de acordo com a falta de orientação. Números alarmantes
mostram que essa faixa etária é totalmente vulnerável às ISTs, porque não sabem a importância ou como se utiliza um
preservativo, ou que existem para ambos sexos biológicos, fatores culturais e sociais bloqueiam o conhecimento e orientações
sobre as doenças que podem acometê-los. A baixa escolaridade também é outro fator que aumenta esse risco. Um estudo feito
em Caxias, MA, mostrou que a maioria dos adolescentes conhecem o HIV/AIDS, e como lidar com a outra infinidade de
doenças?

Figura 2: Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST) mais conhecidas pelos adolescentes estudantes de escolas públicas de Caxias
– MA, 2016. Fonte: http://adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=703

12 - Saúde ocular
Os resultados de pesquisas realizadas em 9 países da região revelam que as maiores prevalências de cegueira e deficiência
visual ocorrem nas áreas rurais e periféricas.

O ônus da cegueira não é distribuído de maneira uniforme na América Latina e no Caribe. Em muitos países, estima-se que,
para cada milhão de habitantes, haja 5.000 cegos e 20.000 deficientes visuais. Pelo menos dois terços destes casos são devidos
a causas tratáveis como catarata, defeitos refrativos, retinopatia diabética, cegueira infantil, glaucoma, oncocercose e tracoma.

Principais fatos
A CID-11 (2018) classifica a deficiência visual em dois grupos, de acordo com o tipo de visão: para longe e para perto.

Deficiência da visão para longe:


 Leve: acuidade visual inferior a 6/12
 Moderada: acuidade visual inferior a 6/18
 Grave: acuidade visual inferior a 6/60
 Cegueira: acuidade visual inferior a 3/60

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Deficiência da visão para perto:
 Acuidade visual para perto inferior a N6 ou N8 a 40 cm com correção.
A experiência individual da baixa visão varia devido a muitos fatores diferentes, incluindo a disponibilidade de intervenções de
prevenção e tratamento, o acesso à reabilitação visual (incluindo produtos assistivos como óculos ou bengalas brancas) e a
acessibilidade de edifícios, meios de transporte e meios de informação.
Folha informativa
 Globalmente, estima-se que aproximadamente 1.3 bilhão de pessoas vivam com alguma forma de deficiência visual.
 Em relação à visão para longe, 188.5 milhões de pessoas têm deficiência visual moderada, 217 milhões têm deficiência
visual moderada a grave e 36 milhões são cegas (1).
 Em nível mundial, as principais causas de deficiência visual são os erros de refração não corrigidos e a catarata.
 A maioria das pessoas com baixa visão tem mais de 50 anos.
A cegueira e a deficiência visual podem ser evitadas em cerca de 80% dos casos. É quase quatro vezes mais comum em
pessoas pobres e analfabetas que vivem em áreas periféricas e rurais do que em bairros ricos. Para reduzir a cegueira e a
deficiência visual, é preciso aumentar o acesso aos serviços de atenção oftalmológica, fortalecendo os serviços públicos nas
áreas mais pobres de cada país. O acesso a cuidados com a visão pode reduzir a deficiência visual e os erros de refração ao
longo do curso da vida.

A visão é um dos mais importantes meios de comunicação com o ambiente pois, cerca de 80% das informações
que recebemos são obtidas por seu intermédio. Os olhos merecem atenção especial, que inclui visitas regulares ao
oftalmologista para medição da acuidade visual e detecção precoce de quaisquer outras alterações que requeiram
tratamento médico como forma de prevenir complicações que possam levar à cegueira. Doenças como hipertensão
e diabetes podem provocar o aparecimento de sintomas oculares e requerem acompanhamento constante.

Principais doenças oculares:

– Conjuntivite aguda bacteriana: é reconhecida pela vermelhidão, secreção aquosa, mucosa ou purulenta.
Recomendações: fazer lavagens e limpeza local freqüentes com soro fisiológico ou água filtrada fervida. Se não
houver melhora em dois ou três dias, deve-se procurar um oftalmologista;

– Conjuntivite aguda viral: é reconhecida pela vermelhidão, lacrimejamento e pouca ou nenhuma secreção; às vezes
pode ocorrer hemorragia. Se não houver melhora em uma a três semanas, deve-se procurar um oftalmologista;

– Tracoma: é uma conjuntivite crônica, reconhecida por vermelhidão ocular, que pode levar à cegueira. Deve ser
tratada por oftalmologista;

– Catarata: é a opacificação do olho (cristalino). É reconhecida pela alteração de cor da pupila, que pode variar
entre o cinza e o branco. Acarreta a perda gradativa da acuidade visual, porém sem dor. Deve ser tratada por meio
de cirurgia pelo médico oftalmologista;

– Glaucoma: é o aumento da pressão intra-ocular. Deve ser diagnosticada e tratada pelo oftalmologista.

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Prevenção de acidentes oculares:

– guardar substâncias inflamáveis, químicas e/ou medicamentos fora do alcance de crianças;


– objetos pontiagudos ou cortantes, como facas, tesouras, não devem ser manuseados por crianças;
– brinquedos potencialmente perigosos, como estilingue, dardo, flecha, devem ser evitados;
– usar cinto de segurança no carro;
– transportar crianças no banco de trás do carro e quando menores de dois anos, usar cadeira apropriada;
– tomar cuidado especial com esportes violentos e brincadeiras infantis;
– manter as crianças longe do fogão, quando em uso.

Dicas para proteger seus olhos:

– usar protetor ocular sempre que houver risco de algo atingir seus olhos;
– lavar os olhos com bastante água limpa se neles cair qualquer líquido;
– usar óculos ou lentes de contato apenas quando prescritos por médico oftalmologista;
– as mulheres devem tomar cuidado com as maquiagens, pois algumas podem provocar alergia;
– utilizar óculos escuros em ambientes com claridade excessiva;
– procurar o oftalmologista periodicamente!

IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar


doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem
apenas caráter educativo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
 http://rmmg.org/artigo/detalhes/357
 http://aps.saude.gov.br/noticia/2320
 https://www.unicef.org/brazil/prevencao-e-combate-ao-aedes-aegypti
 https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/importancia-das-atividades-fisicas.htm
 https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-cidadania.htm
 https://bvsms.saude.gov.br/saude-bucal-16/
 https://bvsms.saude.gov.br/saude-ocular/
 https://www.sanarmed.com/infeccoes-sexualmente-transmissiveis-na-adolescencia-dificuldades-no-
acolhimento-colunistas
 https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/i/infeccoes-sexualmente-transmissiveis-ist-
1
 https://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-me-alimentar-melhor/obesidade-infantil-atencao-aos-
fatores-associados
 https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao
 https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/importancia-vacinacao.htm
 https://www.uel.br/revistas/ssrevista/c-v8n2_ariana.htm

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