Você está na página 1de 5

ELETIVA FASHION SCHOOL: ÉTICA NA MODA E CONSUMO CONSCIENTE

Professor(es) Apresentador(es):

Ementa;

As Disciplinas Eletivas na Escola de Ensino Integral possibilitam a diversificação das


experiências escolares com a finalidade de aprofundar, enriquecer e ampliar estudos relativos
às áreas de conhecimento da Base Nacional Comum. Para tanto, a temática da Eletiva “Fashion
School” considerou os Projetos de Vida dos alunos, tratando o espaço como lugar de
construção de novos conhecimentos e desenvolvimento de práticas pedagógicas
interdisciplinares. A inovação que essa disciplina traz à sala de aula exigi do professor uma
constante disposição à pesquisa e à renovação de sua prática. Esta é a evidência de uma escola
que aprende.

Objetivo GERAL

Posicionar-se criticamente diante das questões que interferem na vida coletiva, a partir da
reflexão do consumo sustentável, o estereótipo do corpo e a distorção dos padrões de beleza,
que controlam e influenciam de forma negativa nossa sociedade. Compreender a realidade e a
participação social no desenvolvimento de ações que, além de levar à reflexão sobre o
consumo consciente, também traga uma proposição para a problemática apresentada.
Superar a indiferença, intervindo de forma responsável, posicionando-se contra qualquer
discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia
ou outras características. Ampliar, de forma consciente, a visão da realidade brasileira e sua
inserção no mundo, através de evidências históricas do conceito de moda e estilo, como forma
de manifestação da sua cultura e costumes. Estabelecer um paralelo do universo da moda com
um trabalho educativo, possibilitando uma participação real.

Objetivo Específico

• Refletir sobre o consumo consciente e sustentável.

• Buscar uma solução na vida prática para o problema ambiental.

• Refletir e analisar situações que são prementes ao indivíduo.

• Pesquisar sobre características fundamentais do Brasil como meio para construir


progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal em relação ao que nos trazem as
tendências, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações.

• Simular o ambiente da alta-costura e suas atividades relacionadas.

• Participação da família como voluntários do projeto.

Desenvolvimento/ Metodologia

As atividades da Disciplina Eletiva foram organizadas de acordo com a seguinte sequência


didática:
• Explanação do projeto

• Reprodução do filme “O diabo veste Prada”

• Roda de conversa

• Pesquisa na sala de informática, ( história da moda, tendências, influência na sociedade)

• Paralelo entre o filme e a poesia “Eu etiqueta”

• Seminário com a apresentação de tendências para escolha da qual norteará o produto final
de nossa grife

• Busca de habilidades, blog, propaganda, marca e croqui de figurino

• Elaboração do blog, propaganda, marca e croqui de figurino

• Confecção de figurino e acessórios

• Ensaio do desfile

• Culminância: Desfile

Desenvolvimento/ Metodologia Habilidades/conteúdos

• Reconhecer as diferentes manifestações culturais como meio de comunicação em massa e


divulgação de valores e padrões de comportamento associados ao que se entende socialmente
por beleza e saúde do corpo humano;

• Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da


organização do mundo e da própria identidade;

• Identificar-se como parte de seu grupo social, como agente potencial de mudanças da
realidade;

• Expressar suas opiniões pessoais através de diferentes linguagens.

• Elementos constitutivos do agrupamento tipológico injuntivo.

• Considerar o desenho como modo de pensar, perceber, observar, imaginar, projetar e


expressar-se;

• Investigar processos de criação pessoais e de artistas, ampliando o conceito do processo de


criação;

Recursos Utilizados

• Recursos audiovisuais

• Livros, DVDs

• Laboratório de informática

• Equipamentos de multimídia, data-show, televisão e vídeo.

• 500 Folhas de sulfite

• 20 Sulfitão e lápis H2B


• 3 Tesoura de costura

• 3 Fitas métricas

• 10 Linhas de costura e zíper

• 20 Botões de pressão

• 10 metros de tecido

• Máquina de costura e agulhas,

EU, ETIQUETA

Em minha calça está grudado um nome

que não é meu de batismo ou de cartório,

um nome..estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida

que jamais pus na boca, nesta vida.

Em minha camiseta, a marca de cigarro

que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produto

que nunca experimentei

mas são comunicados a meus pés.

Meu tênis é proclama colorido

de alguma coisa não provada

por este provador de longa idade.

Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,

minha gravata e cinto e escova e pente,

meu copo, minha xícara,

minha toalha de banho e sabonete,

meu isso, meu aquilo,

desde a cabeça ao bico dos sapatos,

são mensagens,

letras falantes,

gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,

costume, hábito, premência,

indispensabilidade,

e fazem de mim homem-anúncio itinerante,

escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

É duro andar na moda, ainda que a moda

seja negar minha identidade,

trocá-la por mil, açambarcando

todas as marcas registradas,

todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser

eu que antes era e me sabia

tão diverso de outros, tão mim mesmo,

ser pensante, sentinte e solidário

com outros seres diversos e conscientes

de sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio,

ora vulgar ora bizarro,

em língua nacional ou em qualquer língua

(qualquer, principalmente).

E nisto me comparo, tiro glória

de minha anulação.

Não sou - vê lá - anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago

para anunciar, para vender

em bares festas praias pérgulas piscinas,

e bem à vista exibo esta etiqueta

global no corpo que desiste

de ser veste e sandália de uma essência

tão viva, independente,


que moda ou suborno algum a compromete.

Onde terei jogado fora

meu gosto e capacidade de escolher,

minhas idiossincrasias tão pessoais,

tão minhas que no rosto se espelhavam

e cada gesto, cada olhar

cada vinco da roupa

sou gravado de forma universal,

saio da estamparia, não de casa,

da vitrine me tiram, recolocam,

objeto pulsante mas objeto

que se oferece como signo de outros

objetos estáticos, tarifados.

Por me ostentar assim, tão orgulhoso

de ser não eu, mas artigo industrial,

peço que meu nome retifiquem.

Já não me convém o título de homem.

Meu nome novo é coisa.

Eu sou a coisa, coisamente.

Carlos Drummond de Andrade ANDRADE, C. D. Obra poética, Volumes 4-6. Lisboa: Publicações
Europa-América, 1989.

Você também pode gostar