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Quinta-feira, 24 de Junho de 1993 I SÉRIE — Número 25

BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICACÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Nestes termos, ao abrigo do disposto no no 1 do ar
tigo 135 da Constituição, a Assembleia da Republica deter
A V I S O mina
CAPÍTULO I
A matéria a publicar no «Boletim da Repú-
blica» deve ser remetida em cópia devidamente Disposições gerais
autenticada, uma por cada assunto, donde ARTIGO 1

conste, além das indicações necessárias para Âmbito de aplicação


esse efeito, o averbamento seguinte, assinado A presente lei regula a actividade do ensino superior na
e autenticado Para publicação no «Boletim República de Moçambique e aplica se a todas as institui
da República». ções de ensino superior

ARTIGO 2

Princípios
SUMÁRIO Para alem dos princípios gerais e pedagogio-os definidos
Assembleia da Republica nos artigos 1 e 2 da Lei n ° 6/92, de 6 de Maro as insti
o
tuições de ensino superior actuam de acordo com os se
Lei n 1/93 guintes princípios
Regula a actividade do ensino superior na Republica de
a) democracia e respeito pelos direitos humanos,
Moçambique
b) igualdade e não discrimmaçao
Lei no 2/93. c) valomação dos ideais da patria, ciência e huma
Institucionaliza os Juizes da Instrução Criminal nidade,
d) liberdade de criação cultural artística cientifica
Lei n° 3/93
e tecnológica
Define o quadro legal básico e uniforme do processo de e) participação no desenvolvimento economico cien
realização, na Republica de Moçambique de investimentos
racionais e estrangeiros elegíveis ao gozo das garantias tifico, social e cultural do pais da regiao e do
e incentivos nela previstos mundo,
f) autonomia das instituições de ensino superio

ARTIGO 3
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Objectivos

Lei no 1/93 1 Na realização dos princípios referidos no artigo ante


nor, e em conformidade com os artigos 20 e 21 da Lei
de 24 de Junho n ° 6/92 de 6 de Maio, são objectivos do ensino superior
A Lei n ° 6/92, de 6 de Maro procedeu ao reajusta a) formar nas diferentes areas do conhecimento tec
mento do quadro geral do sistema educativo e aprovou os nicos e cientistas com elevado grau d e qualifica
princípios objectivos e estrutura do Sistema Nacional de ção,
Educação na Republica de Moçambique b) incentivar a investigação cientifica tecnologica e
Integra o ensino escolar do Sistema Nacional de Educa cultural como meio de formação de solução
ção, o ensino superior que pela sua importância e com dos problemas com relevância para a sociedade
plexidade, carece de lei especifica para a qual remete e de apoio ao desenvolvimento do pais contri
aliás, a citada Lei n 6/92 em algumas das suas disposi buindo para o patrimonio cientifico da huma
çoes nidade,
c) assegurar a ligaçao ao trabalho em todos os secto- ARTIGO 6
res e ramos de actividade aconómica «social, Acesso ao ensino superior
como meio de formãcao recnica e profssional
dos estudantes 1. Pederão candidatar-se ao ensino superior 06 indivíduos
d) realizar actividade de extensao, principalmente que tenham concluído com aprovação a 12.a classe do en-
através da difuxxx e intercâmbio do conheci- sino geral ou equivalente
mento técnico-científico, 2. Poderão excepcionalmente candidatara ao ensine
e) realizar acções actualização dos profissionais superior indivíduos sem os requisitos do número prece-
graduados pelo ensino superior, dente, desde que preencham os que a própria instituição
f) desenvolver acçoes de pos-graduação tendentes ao de ensino superior fixar e séjam aprovados peio Conselho
aperfeiçoamento cientifico e técnico dos docen- Nacional de Ensino Superior.
tes @ dos profissionais de nível superior em 3 As condições de acesso a cada instituição de ensino
serviço nos vários ramos e sectores de activi- superior são regulamentadas pela referida instituição.
dade, 4. O acesso a cada curso do ensino superior deve ter em
g)formar os docentes e cientistas necessários ao fun- conta a preferência do candidato, o seu nível de conhe-
cionamento do ensino e da investigação. cumentos- científicos e aptidões, bem como a capacidade da
respectiva instituição.
2 Constituem também objectivos do ensino superior 5. Para permitir a frequência do ensino superior e de
a) difundir valores éticos e deontológicos, forma a atenuar os efeitos discriminatórios decorrentes de
b) prestar serviços à comunidade; desigualdades económicos e regionais ou de desvantagens
c) promover acções de intercâmbio cultural, cientí- sociais prévias
fico, técnico e artístico, com instituições nacio- o) o Estado deve garantir bolsas de estudo com quo-
nais e estraifgeiras tas pré-estabelecidas e outras formas de apoi
para indivíduos de menor rendimento econó-
Artigo 4 mico e para cada região. Essas bolsas poderio
Natureza juridica das instituicoes públicas de ensino superior ser atribuídas a estudantes de instituições pri-
vadas de ensino superior as quais também po-
As instituições públicas de ensino superior são pessoas derão conceder bolsas a partir de fundos pró-
colectivas de direito publico, têm personalidade jurídica prios;
e gozam de autonomia científica, pedagógica e administra- b) nas instituições publicas de ensino superior pode-
tiva
rio ser consideradas quotas e ou reserva para
ARTIGO 5
os varios grupos de indivíduos mencionados na
Autonomia alínea anterior;
1. A autonomia de que gozam as instituições públicas c) o disposto no número precedente não poderá pre-
de ensino superior confere-Ihes, em conformidade com os judicar a condição de qualidade para o acesso
objectivos das instituicoes e com as políticas e os planos ao ensino superior
nacionais, em particular, de educação, ciência e cultura,
o direito de: CAPÍTULO II

à) cnar, suspender e extinguir cursos, Instituições de Ensino Superior


b)elaborar os curricula dos cureos,
c) ARTIGO 7 aprovar regulamentos
d) definir as áreas, planos, programas e projectos de Tipos deInstituiçoesdeensino superior
investigação científica, cultural e artística,
e) criar ou extingui* unidades orgânicas e definir os O ensin
respectivos estatutos, superiores, escolas superiores e academias
f) recrutar, promover, exonerar e exercer a acção
CAPÍTULO III
disciplinar em relação a docentes, investigadores
e ao pessoal do corpo técnico-administrativo,
Direcção das instituições públicas
nos termos da lei:
de ensino superior
g) dispor do seu património com Observância de
legislação aplicável, Artigo 8
h) gerir as verbas que lhe são atribuídas pelo Orça- ReitoraseVice-Reitores
mento Geral do Estado dentro das normas sobre das Instituiçoes públicas de ensino superior
a sua execução e prestação de contas;
i) obter outras receitas e geri-las através de orçamen- 1 As instituições públicas de ensino superior na Repú-
tos privativos, submetendo anualmente as contas blica de Moçambique são dirigidas por Reitores
ao Ministério das Finanças; 2 No exercício das suas funções, os Reitores são
j) estabelecer acordos de cooperação nos domínios coadjuvados por Vice-Reitores
científico, de ensino e de extensão com entida- 3 Compete ao Presidente da República nomear, exonerar
des nacionais e estrangeiras e demitir os Reitores e Vice-Reitores das Universidades
estatais
2 A autonomia de que gozam as instituições privadas 4. A competência para nomear, exonerar e demitir os
de ensino superior será definida no respectivo estatuto Reitores e Vice-Reitores de institutos superiores, escolas
orgânico superiores e academias será fixada pelos respectivos diplo-
3 Sem prejuízo do direito a autonomia, as instituições mas de criação
de ensino superior asseguram a coordenação entre si, em 5. Compete ao Reitor dirigir a instituição de ensino
particular, por intermédiò do Conselho Nacional do Ensino superior de acordo com os objectivos, o estatuto orgânico
Superior. e demais regulamentação da instituição
CAPÍTULO IV cial e ao funcionamento por um período corres-
pondente ao número de anos do curso de maior
Criação de instituições de ensino superior duração mais dois
ARTIGO 9
7 A proposta ou pedido para inicio de funcionamento
Criação de uma instituição de ensino superior devera ser apresen
tado com a antecedência mínima de quinze meses em rela-
1 Compete ao Conselho de Ministros criarção
instituições
à data prevista para o inicio de funcionamento do
publicas de ensino superior e autorizar a criação de insti primeiro curso
tuições privadas de ensino superior mediante parecer do
ARTIGO 11
Conselho Nacional do Ensino Superior
Instrução do processo e decisão
2 Qualquer orgão central do aparelho de Estado pode
tomar a iniciativa de apresentação da proposta de criação 1 O Ministro da Educação ouvido o Conselho Nacional
de uma instituição publica de ensino superior do Ensino Superior, instruíra os processos de pedidos de
3 Podem solicitar autorização para a criação de instr criação e de inicio de funcionamento das instituições de
tuições privadas de ensino superior todas as pessoas colec ensino superior podendo solicitar pareceres ou informações
tivas de direito privado que revistam a forma de associação de entidades ou serviços especializados ou especialistas de
fundação, sociedade ou cooperativa e que se encontrem reconhecido mérito na area que constitua o objecto de
devidamente constituídas nos termos da lei em vigor cada curso proposto, elaborando o respectivo parecer que
assentará fundamentalmente sobre o preenchimento dos
ARTIGO 1 0 requisitos previstos na legislação em vigor sobre o ensino
Procedimentos
superior
2 As decisões sobre as propostas ou pedidos de criação
1 A proposta ou pedido de criação de uma instituição ou de inicio do funcionamento de uma instituição de ensino
de ensino superior e dirigida ao Ministro da Educação superior serão proferidas no prazo máximo de doze meses
2 A proposta ou pedido de criacao de uma instituição após a entrada das respectivas propostas ou pedidos no
de ensino superior deve ser acompanhado dos seguintes ele Ministério da Educação
mentos 3 A criaçao ou autorização de criação de uma instituição
a) tipo denominação e sede da instituição a criar de ensino superior concedida pelo Conselho de Ministros
sera publicada no Boletim da Republica de cujo diploma
b) proposta do estatuto orgânico em conformidade
legal fara parle integrante o estatuto orgânico da ins
com o disposto no artigo 19 da presente lei
tituição de ensino superior autorizada
c) indicaçao do curso ou cursos a ministrar inicia!
mente e data de previsao do inicio dos mesmos ARTIGO 12
bem como os graus e diplomas que pretende Validade a prorrogação da autorização
conferir
d) indicação do numero máximo de alunos em cada 1 As autorizações de criação e de inicio do funciona-
curso para efeitos de admissão anual e de fre mento de uma instituição de ensino superior caducam
quência global vinte e quatro meses após a data prevista na alinea c) do
n ° 2 do artigo 10 se não tiver sido dado inicio ao funcio-
3 O pedido de criação de uma instituição privada de namento do primeiro curso
ensino superior deve ser acompanhado da escritura de 2 O prazo referido no numero anterior pode ser prorro
constituição e estatutos da entidade requerente gado por um período não superior a doze meses mediante
4 Por cada pedido de criação de uma instituição pri- solicitação devidamente fundamentada
vada de ensino superior sera prestada uma caução em 3 A caução prestada nos termos do no 4 do artigo 10
valor e condições a fixar em despacho do Ministro das da presente lei so será restituída a entidade requerente
Finanças, ouvido o Conselho Nacional do Ensino Superior quando esta fizer prova de que a instituição de ensino
5 A proposta ou pedido de criação de uma instituição superior iniciou efectivamente as suas actividades
de ensino superior devera sei apresentado com a antece 4 Expiradas as prorrogações de prazos sem inicio efec-
dência mínima de quinze meses em relação a data prevista tivo das actividades, a caução sera perdida a favor do
para o inicio de funcionamento do primeiro curso Estado
6 A proposta ou ped do pira inicio do funcionamento
de uma instituição de ensino superior deve ser acompa CAPITULO V
nhado dos seguintes elementos
a) curricula dos cursos a ministrar inicialmente res
Obrigações geras
ARTIGO 13
pectiva carga horaria e sistema de avaliaçao
b) indicaçao dos membros dos órgãos dc direcção Obrigações das instituições de Ensino Superior
dos responsáveis pedagogicos e científicos da
Após a entrada em funcionamento de uma Instituição de
instituição de ensino superior e dos professores
Ensino Superior esta fica obrigada a comunicar ao Con-
responsáveis pelos cuisos apresentando os res
selho Nacional do Ensino Superior
pecíivos curricula vitae
c) planta ou projecto do imorel onde ira funcionar a) alterações cientificas e pedagógicas introduzidas,
a instituição e respectiva memoria descritiva nos cursos cuja informação tenha constado da
d) indicaçao dos meios e do equipamento didáctico proposta ou pedido inicial de criação da insti
e técnico a afectar a cada curso tendo em conta tuição,
o disposto no artigo 16 da presente lei 6) os elementos mencionados nas alineas c) e d) do
e) plano economico e financeiro que garanta a cober n° 2 e alíneas a), b) e d) do no 6 do artigo 10
tura das despesas inerentes ao investimento ini da presente lei antes de dar inicio ao funcio
namento de alguin curso não constante da pro- ARTIGO 17
posta ou pedimos de criação da instituição de Graus
ensino superior;
c) relatório anual de actividade da instituição de èn- 1. O ensino superior confere os graus de bacharel,
sino superior, bem como informação estatística licenciado, mestre e doutor
de acordo com modelos aprovados pelo Conse- 2 Todos os graus conferidos por uma instituição de en-
lho Nacional do Ensino Superior, sino superior são certificados por documento assinado pelo
d) anualmente, e até três meses antes da data do dirigente respectivo
início do ano lectivo, o numero máximo de
ARTIGO 18
alunos que pode admitir no primeiro ano de
cada curso em funcionamento. Certificados, diplomas e títulos honoríficos

Artigo 14 1 As instituições de ensino superior podem atribuir


Obrigações das entidades proprietárias certificados e diplomas de frequência ou aprovação em
de Instituições privavas daensinosuperior cursos referidos no artigo 15
1 Compete à entidade proprietária de uma instituição 2 As condições de atribuição de certificados e diplomas
privada de ensino superior, através dos seus órgãos de em cursos especializados constarão de regulamento próprio
direcção e administração» criar e assegurar as condições a ser aprovado e publicado antes do início do respectivo
para o normal funcionamento da instituição curso
2 A entidade proprietária de uma instituição privada 3 As instituições de ensino superior outorgam títulos
de ensino superior garantir a afectação exclusiva de um honoríficos
património especifico à respectiva instituição de ensino 4. As condições de outorga de títulos honoríficos cons- I
superior tarão de regulamento específico da respectiva instituição
3 O exercício das competências próprias da entidadé de ensino superior
proprietária da instituição privada de ensino superior não
CAPÍTULO VII
pode prejudicar a autonomia científica, pedagógica e admi-
nistrativa da instituição, tal como se encontrar estabelecido
Estatutos e regulamentos
no respectivo estatuto orgânico
ARTIGO 19

CAPITULO VI Estatuto orgânico

Cursos e graus, diplomas e certificados 1 O estatuto orgânico de cada instituição de ensino


superior deve conter os princípios e objectivos gerais da
Artigo 15
instituição, a sua organização e estrutura interna, bem
Cursos como as normas fundamentais no que concerno aos aspec-
1 Para efeitos do disposto na presente lei, entende-se tos científico, pedagógico, administrativo, financeiro, patri-
por curso, uma organização de matérias e experiências de monial e gestão de recursos humanos
aprendizagem relacionadas, ministradas a estudantes numa 2 As alterações ao estatuto orgânico carecem de apro-
base regular e sistemática, geralmente por um período de vação do Conselho de Ministros, mediante parecer do Con-
tempo pré-determinado, e que conduz à formação de um selho Nacional do Ensino Superior, devendo ser publicadas
graduado do ensino superior no Boletim da República
2 Os programas de ensino e todo o sistema de formação
deverão ser objecto de avaliação periódica e estar sujeitos ARTIGO 2 0
a actualização permanente. Regulamento geral interno
3 Os cursos ministrados à distância obedecerão a uma
regulamentação especial 1 As instituições de ensino superior ficam obrigadas
a aprovar o seu regulamento geral interno e a apresentá-lo
ARTIGO 16
ao Conselho Nacional do Ensino Superior no prazo de
Abertura de cursos noventa dias após a publicação do estatuto orgânico
1 A abertura de um curso deve ser precedida peia publi- 2 O regulamento geral interno deve conter, nomeada-
cação no Boletim da República, do respectivo curriculum mente, as condições de acesso à instituição e a cada
e sistema de avaliação curso, as unidades orgânicas que compõem a respectiva
2 A abertura de um curto numa instituição de ensino instituição de ensino superior, as respectivas competências
superior deve obedecer ao disposto no número anterior e grau de autonomia e subordinação e os cursos que são
e está condicionada oferecidos.
a) à existência de um corpo docente qualificado; 3 O regulamento geral interno bem como as suas alte-
rações carece de publicacão no b) Boletim da República
ao respectivo curso,
ARTIGO 21
c) à existência de irtfria-estruturas adequadas ao en-
sino dos respectivos cursos, tais como laborató Outros regulamentos
rios, oficinas;
d) à garantia de condições para realização de prá- As instituições do ensino superior aprovarão os regula-
ticas ou estágios profissionais pelos respectivos mentos académico e disciplinar, bem como os demais que
estudantes e docentes. se mostrem necessários ao exercício da sua actividade
capitulo VIII é) fiscaíizar a actividade das instituições de ensino
superior,
Regime jurídico do pessoal
f) apreciar e avaliar o nível de ensino e da investi
ARTIGO 2 2 gação cientifica nas instituições de ensino
superior,
Categorias
g) apresentar propostas e recomendações visando
1 O quadro do pessoal de cada uma das instituições aumentar a qualidade e eficiencia das institui-
de ensino superior c constituído por professores assisten ções de ensino superior,
tes reitores, investigadores tecnicos e corpo técnico admi h) propor modalidades de estabelecimento de equiva-
nistrativo lências de estudos graus e diplomas de ensino
2 Legislação especial definira o estatuto jurídico do supenor obtidos em instituições de ensmo supe
pessoal das instituições de ensino superior nor estrangeiras e decidir sobre os respectivos
pedidos de equivalências,
ARTlGO 23 i) preparar legislação pertinente sobre a organização
Pessoal das instituições publicas de ensino superior e funcionamento do ensino superior para apro
vaçao competente,
1 As categonas e respectivas formas de provimento, l) aprovar o regimento do Conselho
os qualificadores profissionais e carreira profissional os
direitos e deveres de cada categoria constarao do Esta ARTIGO 27
tuto do Pessoal das Instituições Publicas de Ensino Supe
nor, a ser aprovado pelo Conselho de Ministros, mediante Composição
parecer do Conselho Nacional do Ensino Superior
1 O Conselho Nacional do Ensmo Superior tem como
2 O quadro de pessoal das instituições publicas de
membros o Ministro da Educação que a ele preside, os
ensino superior e fixado para cada instituição por des
Reitores das instituições publicas de ensino superior e os
pacho conjunto do Ministro das Financas e do dirigente da
dirigentes com funções equivalentes nas instituições pri
respectiva instituição
fadas de ensino superior
ARTIGO 24
2 O Conselho Nacional do Ensino Superior poderá
Pessoal das instituições privadas de ensino superior
convidar entidades públicas ou privadas para participarem
1 As instituições privadas de ensino superior aprovam nas suas reuniões, sem direito a voto
em regulamento proprio o quadro e as categorias do seu
pessoal os direitos e deveres bem como as respectivas ARTIGO 2 8

tabelas salariais Funcionamento


2 O pessoal das instituições privadas de ensino superior
esta sujeito a legislação laboral em vigor em Moçambique 1 O Conselho Nacional do Ensino Superior so poderá
cm tudo o que nao estiver especialmente previsto na legis deliberar achando-se presente a maioria dos seus membros
lacão para o ensino superior 2 As deliberações do Conselho Nacional do Ensino
Superior sao tomadas por consenso Quando necessário,
sao tomadas por maioria simples, tendo o Presidente voto
CAPÍTULO I X
de qualidade
3 Nas suas ausencias ou impedimentos o Presidente
Conselho Nacional do Ensino Superior
do Conselho Nacional do Ensino Supenor designara, de
ARTIGO 2 5 entre os membros do Conselho quem o substitui
Natureza
ARTIGO 2 9
O Conselho Nacional do Ensino Superior e o órgão de Recursos e organização
coordenação, analise e corsulta do Conselho de Ministros
para todos os assuntos respeitantes ao ensino superior 1 O Ministério da Educação assegura o funcionamento
do Conselho Nacional do Ensino Superior com a afectação
ARTIGO 2 6
dos necessarios recursos humanos materais e financenos
Competências
2 Os encargos a que der lugar a actividade do Conselho
Compete ao Concelho Nacional do Ensino Superior Nacional do Ensino Superior serão suportados por dotação
orçamental a inscrever anualmente no Orçamento do
a) pronunciar se sobre a criacao ou encerramento de Ministério da Educaçao
instituições de ensmo superior
b) pronunciar se sobre as propostas ou dedidos de
inicio de funcionamento das instituições de CAP1TUIO X

ensino superior b m como sobre as respectivas


propostas de estatutos orgânicos Fiscalização das instituições do ens no supenrior
c) propor a que curso do ensino superior dao acesso ARTIGO 3 0
os dife entes ramos do 2 ° ciclo secundário geral, Fiscalização
bem como os diveisos cursos do ensino medio
técnico Para efeitos de venficaçao do cumprimento do disposto
d)pronunciai se sobre os requisitos de candidatura na presente lei, o Conselho de Ministros e o Conselho
ao ensino superior conforme o estabelecido no Nacional do Ensino Superior poderão determinar acções
n ° 2 do artigo 6 da presente lei de fiscalização as instituições de ensino superior, estando
estas obrigadas a conceder todas as facilidades necessárias, Lei n° 2/93
prestando informações e facultando a consulta de docu- de 24 de Junho
mentos solicitados pelos representantes d a fiscalização.
Ao tratar das garantias dos direitos e liberdades funda-
CAPITULO XI mentais dos cidadãos, a Constituição estabelece que a
autoridade judicial é a única competente para decidir sobre
Disposições finais e transitórias a validação e manutenção da prisão sem culpa formada.
Na sequência deste princípio constitucional impõe-se
ARTIGO 31
clarificar as competências para o exercício das funções
Sanções jurisdicionais que devam ter lugar no decurso da instrução
1. O nao cumprimento das obrigações previstas na preparatória dos processos-crime e actualizar os preceitos
presente lei, poderá levar à suspensão de Alguma ou algumas legais que atribuem o poder de ordenar a prisão preventiva.
das actividades ou ao encerramento da instituição de ensino Nestes termos, ao abrigo do disposto no n° 1 do
superior por decisão do Conselho de Ministros, mediante artigo 135 da Constituição, a Assembleia da República
proposta fundamentada do Conselho Nacional do Ensino determina:
Superior Artigo 1 — 1 As funções jurisdicionais que devam ter
2 A aplicação das medidas referidas no número anterior lugar no decurso da instrução preparatória dos processos-
será precedida de notificação à instituição de ensino -crime passarão a ser exercidas por magistrados judiciais,
superior em causa, para sanar as irregularidades constatadas designados por juízes da instrução criminal
num prazo não superior a noventa dias. 2. Constituem funções jurisdicionais para os efeitos
referidos no número anterior, entre outras constantes da lei,
ARTIOO 32 designadamente quaisquer medidas limitativas dos direitos
Instituíçõesdeensino superior existentes dos cidadãos
As instituições públicas de ensino superior que se encon- a) a validação e manunteção das capturas,
tram em funcionamento deverão apresentar ao Conselho b) as decisões sobre liberdade provisória,
de Ministros as respectivas propostas de estatuto orgânico, c) as decisões sobre buscas e apreensão de objectos
em conformidade com os requisitos e condições estabele- e instrumentos do crime,
cidas, no prazo máximo de doze meses a contar da data d) a aplicação provisória de medidas de segurança
de entrada em vigor da presente lei e) a admissão de assistente,
f) a condenação em multa e imposto de justiça;
ARTIGO 3 3 g) as decisões nos incidentes relativos a impedimentos,
Estatuto do pessoal das Instituições Públicas de Ensino Superior suspeições, falsidade e alienação mental do
arguido
Até à aprovação do Estatuto do Pessoal das Instituições
Públicas de Ensino Superior, o pessoal destas está sujeito Art 2 — 1. Nos tribunais judiciais de província e de
ao Estatuto Geral dos Funcionários do Estado e demais distrito em que o movimento de processos-crime o justificar,
legislação em vigor serão criadas secções de competência especializada em que
ARTIGO 3 4 funcionarão os juízes da instrução criminal
Regimento do Conselho Nacional do Ebsino Superior 2 Onde não for ainda possfvel criar as secções referidas
no número anterior, serão as competências dos juízes da
1 O Conselho Nacional do Ensino Superior deve apro- instrução criminal assumidas pelo juiz da causa ou do
var o seu regimento no prazo máximo de quatro meses lugar da pnsão
a contar da data de entrada em vigor da presente lei
Art 3. Caberá ao Governo, nos termos do n ° 1 do
2 O Regimento do Conselho Nacional do Ensino Supe-
rior será publicado no Boletim da Republica. artigo 81 da Lei n ° 10/92, de 6 de Maio, determinar a
criação das secções de competência especializada indicadas
ARTIGO 3 5 no n ° 1 do artigo anterior e providenciar pelas dotações
Regulamento de aplicação da lei orçamentais necessárias ao seu funcionamento
Art 4. O provimento dos lugares de juiz da instrução
Compete ao Conselho de Ministros a aprovação do criminal será feito entre magistrados judiciais de qualquer
regulamento de aplicação da presente lei categoria ou classe
Art 5 A alínea d) do n ° 2 do artigo 23 e a alínea e)
ARTIGO 3 6 do artigo 24, ambos da Lei n ° 6/89, de 19 de Setembro,
Revogação passam a ter a seguinte redacção
São revogados o artigo 37 da Lei n ô 6/92, de 6 de Maio, «Ordenar a prisão dos arguidos nos processos que
e demais disposições legais que contrariem a presente lei lhes hajam sido distribuídos, bem como a respectiva
restituição à liberdade, se ainda não tiverem sido
Aprovada pela Assembleia da República apresentados ao juiz da instrução criminal para
legalização da captura»
Presidente da Assembleia da República, Marcelino
dos Santos Art 6 O artigo 293° do Código de Processo Penal
passa a ter a seguinte redacção
Promulgada aos 24 de Junho de 1993
«Fora dos casos de flagrante delito, a prisão preventiva
Publique-se. só poderá ser levada a efeito mediante ordem por
escrito do juiz, do Ministério Público ou das demais
O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO autoridades de polícia de investigação criminal».
Parágrafo único São autoridades de policia de investi quer que seja a sua natureza levada a cabo
gaçao criminal, alem do Ministério Publico, para efeitos em qualquer sector da economia nacional
do disposto neste artigo b) Capital estrangeiro — a contribuição susceptível
J ° Os directores, inspectores subinspectores da de avaliaçao pecuniara disponibilizada sob as
Policia de Investigação Criminal formas de investimento previstas no Artigo 9
2 o Os oficiais da Policia da Republica de Moçam- e de conformidade com as disposições regula
bique com funções de comando mentares desta lei a aprovar pelo Conselho de
3 o Os administradores de distrito chefes de posto Ministros, provenientes do estrangeiro e desti
adminstrptivo ou presidentes de conselho execu nados a realização de projecto de investimento
tivo de localidade onde não haja oficiais em territorio moçambicano
da Policia com funções de comando c) Capital investido — o capital efectivamente reali
zado e aplicado num projecto de investimento
Art 7 É revogada toda a legislação que contrarie o directo, nacional ou estrangeiro, nos termos do
disposto na presente lei definido nas alíneas m) e u) deste artigo,
Aprovada pela Assembleia da Republica d) Capital nacional — o somatorio da contribuição
avaliavel em termos pecuniários e correspon
O Presidente da Assembleia da Republica Marcelino dente as diferentes formas de participação no
dos Santos investimento através de capitais proprios, supri
mentos, bens moveis e imóveis e direitos incor
Promulgada aos 24 de Junho de 1993 porados ou a incorporar num projecto de investi-
Publique-se mentos, de conformidade com as disposições
regulamentares da presente lei,
O Presidente da Republica JOAQUIM A L B E R T O CHISSANO e) Capital proprio — a parte ou componente do invés
timento directo realizado através de disponibili
dades financeiras ou de bens e direitos devida
Lei 3/93 mente avaliados e certificados por uma entidade
de 24 de Junho
idónea, pertencentes ao investidor, nacional ou
estrangeiro, e empregues para a realizaçao da
Consciente da necessidade de adopçao de um quadro respectiva participaçao no capital social da
legal orientador do processo de realização, em territorio empresa constituída ou a constituir para através
moçambicano de empreendimentos que envolvam investi dela, se levar a cabo a implementação e expio
mentos privados nacionais e estrangeiros, susceptíveis de ração de um proiecto de investimento,
contribuir para o progresso e bem estar social no pais, for f) Capital investido reexportavel — bens e direitos
em 1984, aprovada a Lei n ° 4/84, de 18 de Agosto e, que compreendem o investimento directo estran-
através do Decreto n ° 8/87, de 30 de Janeiro o Regula geiro, nos termos definidos na alínea m) deste
mento do Investimento Directo Estrangeiro artigo, de conformidade com os valores resul
Complementarmente em 1987 foi emanada a Lei n ° 5/ tantes da liquidaçao em caso de extinção do
/87, de 19 de Janeiro, e aprovado pelo Decreto n ° 7/87 empreendimento, ou do produto da alienaçao
de 30 de Janeiro o Regulamento do Processo de Investi ou de indemnização total ou parcial, relativo
mentos Nacionais tendo-se ainda definido através do aos referidos bens ou direitos depois de pagos
Decreto n ° 10/87 de 30 de Janeiro os incenti\os fiscais e os impostos e emprestimos devidos e cumpridas
aduaneiros aplicaveis aos investimentos privados nacionais as demais obrigações eventualmente existentes
As profundas transformações que se têm vindo a operar ou previstas, nos termos da autorizaçao conce
no mundo em geral e no pais em particular especialmente dida para a realizaçao do respectivo projecto
as decorrentes do processo de implementação das medidas de investimento,
do Programa de Reabilitaçao Economica e da entrada g) Empreendimento — actividade de natureza econo
em vigor da nova Constituição da Republica associadas mica em que se tenha investido capital estran
a pertinente exigencia em se adoptar uma politica econo geiro e/ou nacional e para cuja realizaçao e
mica mais aberta objectiva e que previlegre uma maior exploração haja sido concedida a necessaria
participação, complementaridade e igualdade de tratamento autorizaçao,
dos investimentos nacionais e estrangeiros determinam a h) Empresa — entidade que exerce uma actividade
necessidade de revisão da legislação existente sobre esta economica de forma organizada e continuada
matéria responsável para implementação de projecto de
Neste contexto com vista a adequação e melhoria do investimento e pela subsequente exploração da
quadro legal regulador de matérias sobre investimentos respectiva actividade ou actividades
privados no pais a Assembleia da Republica ao abrigo i) «Franchising» (ou franquia) — modalidade de con
do disposto no n ° 1 do artigo 135 da Constituição trato comercial através da qual o detentor
determina (franchisor ou licenciador) de um dado know
CAPÍTULO I -how, marca sigla ou símbolo comercial os cede
Disposições gerais no todo ou em parte a outrem e em regime
de exclusividade com ou sem garantia da
ARTIGO 1
respectiva assistência técnica e serviços de co
Definições mercialização obrigando se o «franchisee» (ou
1 Para efeitos da presente lei considera se licenciado) a realização dos investimentos neces
sarios ao pagamento de remuneração periodica
a) Actividade economica — a produção e comercia e a aceitação do controlo do «franchisor» sobre
lização de bens ou prestação de serviços qual a sua actividade comercial,
/) Investidor estrangeiro — pessoa singular ou colec- detido em mais de 50 % (cinquenta por cento)
tiva que haja trazido do exterior, para Moçam- por pessoas estrangeiras, nos termos do número 2
bique, capitais e recursos próprios ou sob sua deste artigo,
conta e risco, com vista à realizado de algum r) Pessoa moçambicana — qualquer cidadão de nacio-
investimento dilecto estrangeiro, nos termos da nalidade moçambicana ou qualquer sociedade
alínea m) do presente artigo, em projecto pre- ou instituição constituída e registada nos termos
viamente autoricado pela entidade competente da legislação moçambicana, com sede na Repú-
nos termos deste lei, blica de Moçambique, e na qual o respectivo
capital social pertençal) em, pelo menos 50 %
que tenha disponibilizado Capitais e recursos (cinquenta por cento) a cidadãos nacionais ou
próprios ou sob sua conta e risco, destilados sociedades ou instituições, privadas ou públicas,
à realização de algum investimento directo moçambicanas,
nacional, nos termos previstos na alínea n)
deste artigo, num projecto previamente autori- s) Projecto — empreendimento de actividade econó-
zado pela e n t i d a d e competente, de conformidade mica em que se pretenda investir ou se tenha
com a presente lei, investido capital estrangeiro ou nacional ou
m) Investimento directo estrangeiro — qualquer das amda a combinação de capital estrangeiro e
formas de contribuição do capital estrangeiro nacional, em relação ao qual haja sido conce-
susceptível de avaliação pecuniária, que consti- dida a necessária autorização pela entidade
tua capital ou recursos proprios ou sob conta competente,
e risco do investidor estrangeiro, provenientes t) Reinvestimento directo estrangeiro — aplicação,
do exterior e destinados à sua incorporação no total ou parcial, dos lucros exportáveis resul-
investimento pára a realização de um projecto tantes da exploração das actividades de algum
de actividade económica, através de uma em- projecto de investimento directo estrangeiro,
presa registada em Moçambique e a operar a quer no próprio empreendimento que os produ-
partir do território moçambicano; ziu quer em outros empreendimentos realizados
n) Investimento directo nacional — qualquer das for- no país,
mas de contribuição de capital nacional suscep- u) Reinvestimento directo nacional — aplicação, total
tível de avaliação pecuniária, que constitua ou parcial, dos lucros não exportáveis resultantes
capital ou recursos próprios ou sob conta e da exploração de actividades de algum projecto
risco do investidor nacional, destinados à reali- de investimento, quer essa aplicação se verifique
zação de projecto de investimento autorizado, no próprio empreendimento que os produziu
tendo em vista a exploração da respectiva quer se efectue em outros empreendimentos
actividade económica através de uma empresa realizados no país,
registada em Moçambique e a operar tendo
v) Rendimentos — quaisquer quantias geradas num
a sua base em território moçambicano,
determinado poríodo de exercício e exploração
o) Investimento indirecto — qualquer modalidade de
da actividade de um projecto de investimento,
investimento cuja remuneração e/ou reembolso
tais como lucros, dividendos, «royalities» e ou-
não consista, exclusivamente, na participação
tras eventuais formas de remuneração associada
directa dos seus contribuintes na distribuição
à cedência de direitos de acesso e utilização de
dos lucros finais resultantes da exploração de
tecnologias e mart as registadas, bem como de
actividades dos projectos em que formas espe-
juros e outras formas de retribuição de investi-
cíficas de realização do investimento, previstas
mentos directos e indirectos com base nos.
no artigo .10, tiverem sido aplicadas;
resultados de exploração da actividade do
p) Lucros exportáveis — a parte dos lucros ou divi-
respectivo projecto,
dendos, líquidas de todas as despesas de explo-
ração, resultantes da actividade de um projecto x) Zona franca industrial — área ou unidade ou série
que envolva investimento directo estrangeiro de Unidades de actividade industrial, geografica-
elegível à exportação de lucros nos termos do mente delimitada e regulada por um regime
Regulamento desta lei, a aprovar pelo Conselho aduaneiro especifico na base do qual as mercar
de Ministros, cuja remessa para o exterior o dorias que aí se encontrem ou circulem, desti-
investidor pode efectuar sob sua livre iniciativa, nadas exclusivamente à produção de artigos de
assim que providenciados o pagamento dos exploração, bem como os próprios artigos de
impostos e outras obrigações devidas ao Estado exportação daí resultantes, estão isentos de todas
e as deduções legais relativas à constituição ou as imposições aduaneiras, fiscais e para-fiscais
reposição de fundos de reservas, bem como de correlacionadas, beneficiando, complementar-
reembolso de empréstimos e respectivos juros mente, de regimes cambial, fiscal e laboral espe-
e demais obrigações eventualmente existentes cialmente instituídos e apropriados à natureza
para com terceiros, e eficiente funcionamento dos empreendimentos
q) Pessoa estrangeira — qualquer pessoa singular cuja que aí operem, particularmente no seu relaciona-
nacionalidade não seja moçambicana, ou, tra- mento e cumprimento das suas obrigações co-
tando-se de pessoa colectiva, toda a actividade merciais e financeiras para com o exterior,
societária constituída originariamente nos termos assegurando-se, em contrapartida, o fomento do
da legislação diferente de legislação moçambi- desenvolvimento regional e a geração de bene-
cana, ou qua, lendo sido constituída na Repú- fícios económicos em geral e, em especial, de
blica de Moçambique, nos termos da legislação incremento da capacidade produtiva, comercial,
moçambicana, o respectivo capital social seja tributária e de geração de postos de trabalho
e de moeda externa para o país
z) Zona económica especial — área de actividade aos mesmos deveres e obrigações consagrados na legislação
económica em geral, geograficamente delimitada em vigor na República de Moçambique
e regida por um regime aduaneiro especial com 2 Exceptuam-se do disposto no numero anterior os
base no qual todas as mercadorias que ai entrem, casos de projectos ou actividades de nacionais que, pela
se encontrem, circulem, se transformem indus- sua natureza como pela dimensão dos respectivos investi-
trialmente ou saiam para fora do território mentos e empreendimentos, possam merecer do Estado
nacional estão totalmente isentas de quaisquer um apoio e tratamento especiais
imposições aduaneiras, fiscais e para-fiscais
ARTIGO 5
correlacionadas, gozando, adicionalmente, de um
regime cambial livre e de operações «off-shore» Assunção de acordos internacionais
e de regimes fiscal, laboral e de migração especi-
As disposições da presente lei não restrigem as eventuais
ficamente instituídos e adequados a entrada
garantias, vantagens e obngações especialmente contem-
rápida e eficiente funcionamento dos empreen-
pladas em acordos ou tratados internacionais de que a
dimentos e investidores que aí pretendam ou se
República de Moçambique seja signatária
encontrem ja a operar ou a residir, particular-
mente no seu relacionamento e cumprimento ARTIGO 6
das suas obrigações comerciais e financeiras Principio básico e orientador dos investimentos
para com o exterior, assegurando-se, em contra-
partida, a promoção do desenvolvimento regio- Os investimentos abrangidos por esta lei, independente-
nal e geração de benefícios económicos em geral mente da forma de que se revistam, deverão contribuir
e, em especial, de incremento da capacidade para o desenvolvimento económico e social sustentável
produtiva comercial tributária e de geração de do pais subordinar se aos princípios e objectivos da politica
posto de trabalho e de divisas para a República económica nacional e as disposições desta lei e sua regula-
de Moçambique mentação e da demais legislação aplicavel em vigor no pais
ARTIGO 7
2 Para o cômputo da percentagem da participação no
capital social, para efeitos da determinação da nacionali- Objectivos dos Investimentos
dade do investidor, em conformidade com as alíneas q) e r) A realização de investimentos abrangidos pela presente
do número anterior, terse-a em consideração a ongem lei deverá visar, nomeadamente, os seguintes objectivos
dos capitais somando-se, respectivamente, as participações
a) a implantação, reabilitação, expansão ou moderni-
das pessoas estrangeiras e das pessoas moçambicanas
zação de infra-estruturas económicas destinadas
ARTIGO 2 à exploração de actividade produtiva ou a pres
tação de serviços indispensáveis para o apoio
Objecto da lei
a actividade económica produtiva e de fomento
1 A presente lei tem por objecto definir o quadro legal do desenvolvimento do país,
básico e uniforme do processo de realização na República b) a expansão e melhoria da capacidade produtiva
de Moçambique, de investimentos nacionais e estrangeiros nacional ou de prestação de serviços de apoio
elegíveis ao gozo das garantias e incentivos nela previstos a actividade produtiva,
2 Os empreendimentos cujos investimentos sejam ou c) a contnbuição para a formação, multiplicação e
tenham sido realizados sem a observância das disposições desenvolvimento de empresanado e parceiros
desta lei e respectiva regulamentação não beneficiarão das empresanais moçambicanos,
garantias e incentivos nela preconizados d) a criação de postos de emprego para trabalhadores
nacionais e a elevação da qualificação profis
ARTIGO 3
sional da mão-de-obra moçambicana,
Âmbito de aplicação e) a promoção do desenvolvimento tecnológico e a
elevação da produtividade e eficiência empresa
1 A presente lei aplica-se a investimentos de natureza
riais,
económica que se realizem em terntório moçambicano e
/) o incremento e a diversificação de exportações,
pretendam beneficiar das garantias e incentivos nela consa-
grados bem como aos investimentos levados a cabo nas g) a prestação de serviços produtivos e de serviços
zonas francas industriais e zonas económicas especiais, geradores de divisas,
cujos processos obedeçam as disposições dos diplomas regu h) a redução e substituição de importações
larmente previstos nos termos do artigo 29 independente- i) a contnbuição para a melhona do abastecimento
mente da nacionalidade e natureza dos respectivos invés do mercado interno e da satisfação das neces-
tidores sidades priontanas e indispensáveis das popu
lações,
2 Esta lei não se aplica aos investimentos realizados ou
j) a contnbuição directa ou indirecta para a melhoria
a realizar nas áreas de prospecção, pesquisa e produção
da balança de pagamentos e para erário publico
de petróleo, gás e indústria extrativa de recursos minerais
3 Não são abrangidos por esta ler os investimentos ARTIGO 8
públicos financiados por fundos do Orçamento Geral do
Formas de investimento directo nacional
Estado bem como os investimentos de carácter exclusiva
mente social O investimento directo nacional pode isolada ou cumu-
ARTIGO 4 lativamente, assumir qualquer das formas seguintes desde
Igualdade de tratamento que susceptíveis de avaliação pecuniária
1 No exercício das suas actividades, os investidores, a) numerário,
empregadores e trabalhadores estrangeiros gozarão, tal b) infra-estruturas, enquipamentos e respectivos aces-
como os nacionais dos mesmos direitos e sujeitar se-ão sórios, matenais e outros bens,
c) cedência de exploração de direitos sobre conces- CAPITULO II
sões, licenças 4 outros direitos de natureza garantias e Incentivos Fiscais
económica, comercial ou tecnológica,
ARTIGO 1 3
d) cedência, em casos específicos e nos termos
acordados e sançionados pelas entidades compe- Protecção dos direitos de propriedade
tentes, dos direitos de utilizarão de terra, tecno-
1. O Estado garante a segurança e protecção jurídica
logias patenteadas e de marcas registadas, cuja
da propriedade sobre os bens e direitos, incluindo os
remuneração se limitar à participação na distri- direitos de propriedade industrial, compreendidos no
buição dos lueros da empresa, resultantes das âmbito dos investimentos autorizados e realizados de con-
actividades em que tais tecnologias ou marcas formidade com esta lei e respectiva regulamentação
tiverem sido ou forem aplicadas
2. Com fundamento em ponderosas razões e interesses
nacional, saúde e ordem públicas, a nacionalização ou
Artigo 9 expropriação de bens e direitos que constituam investi-
Formas deInvestimentodirecto estrangeiro mento autorizado e realizado nos termos desta lei será
objecto de indemnização justa e equitativa
O investimento directo estrangeiro pode revestir, isolada 3 Decorridos mais de noventa dias sem que as eventuais
ou cumulativamente, qualquer das formas seguintes, desde reclamações submetidas pelos respectivos investidores, nos
que susceptíveis de avaliação pecuniária. termos a regulamentar pelo Conselho de Ministros, tenham
sido solucionados e quando desse* facto tenham resultado
a) moeda externa livremente convertível; prejuízos de ordem financeira decorrentes da imobilização
b) equipamentos e respectivos acessórios, materiais dos capitais investidos, os referidos investidores terão
e outros bens importados; direito a uma remuneração justa e equitativa pelos prejuízos
c) cedência, em casos específicos e nos termos incorridos por explícita responsabilidade de instituições
acordados e sancionados pelas entidades compe- do Estado.
tentes, dos direitos de utilização de tecnolo- 4 A avaliação de bens ou direitos nacionalizados ou
gias patenteadas e de marcas registadas e cuja expropriados bem como de prejuízos de ordem financeira
remuneração se limitar à participação na distri- sofridos por investidores por explícita responsabilidade
buição dos lucros da empresa resultantes das de instituição do Estado, para efeitos de determinação do
actividades em que tais tecnologias ou marcas valor de indemnização ou remuneração previstas nos
n os 1 e 2 deste artigo, será efectuada no prazo de noventa
tiverem sido ou forem aplicadas
dias por uma comissão especialmente constituída para esse
efeito ou por uma empresa de auditoria de idoneidade
ARTIGO 10 e competência reconhecidas;
Formas de Investimento Indirecto 5 O pagamento da indemnização ou remuneração refe-
ridas nos números an tenores terá lugar no prazo de noventa
Com ressalva do disposto nas alíneas b) e c), respectiva- dias contados a partir da data da aceitação, pelo órgão
mente dos artigos 8 e 9, e no n.° 2 do artigo 17, o investi- do Estado competente, da avaliação efectuada nos termos
mento indirecto, nacional ou estrangeiro, compreende, do número anterior. O tempo de apreciação para efeitos
isolada ou cumulativamente, as formas de empréstimos, de tomada de decisão sobre a avaliação efectuada e apresen-
suprimentos, prestações suplementares de capital, tecnologia tada ao órgão competente do Estado não deverá exceder
patenteada, processos téçnicos, segredos e modelos indus- quarenta e cinco dias contados a partir da data da entrega
triais franchising, marcas registadas, assistência técnica e e recepção do dossier de avaliação
outras formas de acesso ã utilização ou de transferência
ARTIGO 14
de tecnologia e marcas registadas cujo acesso à sua utili-
zação seja em regime de exclusividade ou de licenciamento Transferência de fundos para o exterior
restrito por zonas geográficas ou domínios de actividade
1. O Estado
industrial e/ou comercial.
na respectiva autorização ou outros instrumentos jurí-
dicos pertinentes ao investimento, a transferência para o
ARTIGO 11 exterior de
Amas para investimentos de livre Iniciativa privada
a) lucros exportáveis resultantes de investimentos
elegíveis à exportação de lucros nos termos da
Constituem áreas abertas à livre iniciativa de investi-
regulamentação desta lei,
mentos privados todas as actividades económicas que não
b) royalities ou outros rendimentos de remuneração
estejam expressamente reservadas à propriedade ou explo-
de investimentos indirectos associados à cedên-
ração exclusivas do Estado ou à iniciativa de investimentos cia ou transferência de tecnologia,
do sector público
c) amortizações e juros de empréstimos contraídos no
ARTIGO 12
mercado financeiro internacional e aplicados em
Areas rsssrvadas àiniciativado sector público projectos de investimentos realizados no país,
d) produto de indemnização nos termos do n ° 2 do
O Conselho de Ministres definirá as áreas de actividade artigo anterior,
económica reservadas à iniciativa do sector público para e) capital estrangeiro investido e reexportavel, inde-
a realização de investimentos, com ou sem envolvimento pendentemente da elegibilidade ou não do res-
da participação do sector privado, definindo ainda as pectivo projecto de investimento à exportação
percentagens de participação de investimento privado, de lucros, nos termos da regulamentação da
nacional e estrangeiro presente lei
2 A efectivação das transferências referidas no número nos capitais próprios do respectivo empreendimento, com
anterior observara as formalidades fixadas no artigo base no valor do produto da liquidação, alienação ou
seguinte indemnização, totais ou parciais, desse empreendimento
ARTIGO 15 ou, ainda se findo o prazo de autorização do investimento
Formalidades para transferências para o exterior directo estrangeiro sem que se verifique a sua renovaçao

1 Em harmonia com a definição contida na alínea p) ARTIGO 16


do numero 1 do artigo 1, satisfeitas as obrigações fiscais Incentivos
aplicaveis, os investidores estrangeiros que tiverem reali-
zado investimentos autorizados nos termos desta lei e 1 Em complemento das garantias de propriedade e de
respectiva regulamentação poderão mediante a obser- transferências de fundos para o exterior consagrados nos
vância das formalidades cambiais aplicaveis transferir para artigos 13 a 15 precedentes, o Estado garante a concessão
o exterior ate a totalidade dos lucros que lhes couberem dos incentivos fiscais e aduaneiros a serem definidos no
em cada exercício economico Codigo dos Benefícios Fiscais para Investimentos em
Moçambique, realizados em conformidade com a presente
2 O documento de quitaçao comprovativo da realização lei e sua regulamentação
do investimento e do cumprimento das obrigações fiscais 2 O direito ao gozo dos incentivos concedidos nos
para efeitos de transferência de lucros, sera passado pelo
termos do numero anterior é irrevogável durante a vigên
Ministério das Finanças no prazo de trinta dias contados
cia do respectivo prazo que for previsto no Código dos
a partir da data da apresentação do respectivo pedido
Benefícios Fiscais para Investimentos em Moçambique
3 As transferências do capitai reexportável ou do pro- desde que não se alterem os condicionalismos que tiverem
duto de indemnização ou remuneração previstas nos termos fundamentado a sua concessão
do artigo precedente serão efectuadas em prestações escalo- 3 Compete ao Conselho de Ministros aprovar por
nadas num período não superior a cinco anos e por forma decreto o Codigo dos Benefícios Fiscais a que se referem
a evitarem se perturbações na balança de pagamentos os números anteriores
4 As transferências de lucros exportáveis bem como
do capital investido reexportavel, processar-se ão na moeda CAPÍTULO III

convertível da opção do investidor em conformidade com Financiamento e operações cambiais


o disposto nesta lei e respectiva regulamentação e no
ARTIGO 17
documento de autorização de cada projecto específico
5 Com observância do disposto no numero seguinte, Financiamento do investimento directo
as transferências previstas nos termos do estatuído na
1 O investimento directo em projectos a realizar no
presente lei e sua regulamentação efectivar se ão assim
pais ao abrigo da presente lei e sua regulamentação sera
que tenham sido efectuada
financiado por capitais próprios disponibilizados pelos
a) a constituição ou reposição do fundo de reserva respectivos investidores
legal 2 Consideram-se parte do investimento directo os
b) a liquidação dos impostos devidos, valores financiados com recurso aos suprimentos e/ou
c) a tomada de providências necessarias ao pagamento prestações suplementares de capital disponibilizado pelos
corrente das prestações de capital e juros rela investidores e cuja remuneração não assuma a forma de
tivos a emprestimos contraídos para a realização cobrança de juros sobre o empreendimento em que forem
do empreendimento, aplicados
d) a provisão adequada para se garantir o cumpri- ARTIGO 1 8
mento das prestações de capital e juros a vencer Acesso ao crédito Interno
antes da ocorrência de novos fundos suficientes As empresas constituídas com a participação de investi
para cobertura de tais responsabilidades mento directo estrangeiro poderão beneficiar de acesso ao
credito interno nos mesmos termos e condições aplicaveis
6 A transferência de lucros exportáveis, em cada exer- as empresas moçambicanas e de conformidade com a
cício económico, sera prontamente assegurada sempre que legislação vigente no pais
o saldo positivo em divisas produzido pelo empreendi
mento ou pelo conjunto de empreendimentos levados ARTIGO 19
a cabo pelo mesmo investidor ou grupo de investidores A locação de moeda externa
estrangeiros associados permitir a necessaria cobertura
1 Para os empreendimentos de actividades geradoras
7 Venficando-se a insuficiência de fundo cambial para
de divisas o Banco de Moçambique poderá mediante a
a cobertura dos lucros a exportar em um dado exercício
apresentação pelas respectivas empresas de planos anuais
económico por projecto que não produza saldo positivo
das suas necessidades cambiais, autorizar a retenção em
em moeda externa o remanescente transitara, para efeitos
conta de moeda externa de uma parte das receitas que
da sua transferência para o exercício ou exercícios econó-
forem sendo pelos mesmos geradas
micos seguintes
8 A transferência de lucros exportáveis gerados por um 2 Para os casos não abrangidos pelo número anterior
investimento estrangeiro que demonstrar a substituição e adoptar se ão mecanismos apropriados para cada caso tendo
redução efectivas de importações ou comprovar o aforro em conta o interesse económico e importância social de
de divisas ao pais e não apresentar fundos em moeda cada empreendimento
ARTIGO 2 0
externa que assegure a cobertura dessa transferência será
Operações cambiais
autorizada e efectuada em condições a acordar com o
respectivo investidor estrangeiro As operações cambiais e a conversão da moeda externa
9 A transferência do capital reexportavel processar se a para a moeda local e vice versa processar-se ão em confor-
nos termos dos números 3 e 4 deste artigo e proporcio- midade com a legislação e normas vigentes no pais sobre
nalmente a participação do investimento directo estrangeiro a matéria
CAPITULO IV ARTIGO 2 4
Sancionamento e registo de investimentos indirectos
Autorização e registo
1. A realização de qualquer investimento indirecto
ARTIGO 2 1 estrangeiro, contemplado nos termos da presente lei e sua
Tomada de decisao sobre projectos de Investimentos regulamentação, carece de sancionamento prévio pela
entidade competente.
1 A realização, no pais, de projectos de investimentos 2. Para efeitos do disposto no número anterior, é
elegíveis ao gozo das garantias e incentivos previstos nos entidade competente
termos desta lei carece de autorização de entidades gover- a) o Banco de Moçambique, para os investimentos que
namentais competentes. assumirem a forma de empréstimos associados
2. O Governo estabelecerá, em regulamento, os níveis a investimento directo, com ou sem envolvi-
de competência para tomada de decisão sobre projectos de mento de investimento directo estrangeiro;
investimentos por entidades governamentais b) a entidade responsável, nos termos da lei, pelo
3 O Conselho de Ministros regulamentará os prazos a registo de cada uma das demais formas de
observar para tomada de decisão sobre as propostas de investimento indirecto estrangeiro, desde que
investimentos, bem como os procedimentos a seguir quando proveniente do exterior ou de outra proveniência
determinada proposta n o for decidida pela entidade equiparável.
competente dentro do prazo estipulado.
3. É condição necessária para a elegibilidade de qualquer
4. Competirá ainda ao Conselho de Ministros regula-
das modalidades previstas no artigo 10, para a sua consi-
mentar as situações em que poderio ocorrer alterações ou
deração como investimento indirecto aplicado em projecto
a revogação de autorizações concedidas para a realização
autorizado em conformidade com esta lei e sua regular
de projectos de investimentos em território nacional. mentação, que a respectiva forma de investimento tenhxx
subsequentemente, sido objecto de sancionamento e registo
ARTIGO 2 2 junto da entidade moçambicana competente, nos termos
Registo do lnvestimentodirectoestrangeiro do artigo anterior.
CAPITULO V
1 O investidor estrangeiro deverá, no prazo de cento
e vinte dias contados a partir da notificação da decisão, Disposições diversas
proceder ao registo do seu empreendimento com investi- ARTIGO 2 5
mento directo estrangeiro junto da entidade licencladora Resoluçao de diferendos
de importação de capitais, bem como ao registò de cada
1. Os eventuais diferendos relativos à interpretação e
operação efectiva de importação de capitais que realizar
aplicação da presente lei e sua regulamentação, que não
2 A não efectuação dos registos estipulados neste artigo possam ser solucionados por via amigável ou negocial,
poderá determinar o nao reconhecimento do direito à serão submetidos, para resolução, às entidades judiciais
exportação de lucros e a reexportação do capital investido competentes, em conformidade com a legislação moçam-
3 Os registos preconizados neste artigo fai-se-ão sem bicana.
prejuízo da verificação e confirmação, nos termos previstos 2. Os diferendos entre o Estado e investidores estran-
na regulamentação desta lei, dos valores declarados para geiros concernentes a investimentos autorizados e realizados
efeitos do respectivo registo. no país, que não puderem ser solucionados nos termos
previstos no número anterior, serão, salvo acordo em
contrário, resolvidos por arbitragem, com possível recurso
ARTIGO 2 3
mediante a prévia concordância expressa de ambas
Cedência de pesiçao ou direitos de Investdor partes, a:
1 O investidor poderá ceder, no todo ou em parte, a) regras da Convenção de Washington, de 15 de
a sua posição ou dirteitos sobre um investimento ou a Março de 1965, sobre a Resolução de Diferendos
sua participação no respectivo capital, mediante pedido Relativos a Investimentos entre Estados e Nacio-
expresso devidamente fundamentado dirigido ao Ministro nais e de outros Estados, bem como do respec-
do Plano, que deverá dar entrada no Centro de Promoção tivo Centro Internacional de Resolução de Dife-
de Investimentos, ou do seu delegado provincial. rendos Relativos a Investimentos entre Estados e
2 O cedente deverá indicar, no seu pedido, além da Nacionais de outros Estados,
identificação do cessionário, as eventuais condições acor- b) regras fixadas no Regulamento do Mecanismo
dadas em conexão com a cedência da posição ou direitos Suplementar, aprovado a 27 de Setembro
em causa de 1978 pelo Conselho de Administração do
3 Sendo o cedente, de todo ou de parte da sua posição Centro Internacional para a Resolução de Dife-
no investimento ou capital social, um investidor estrangeiro, rendos Relativos a Investimentos, se a entidade
o mesmo poderá solicitar a transferência para o exterior estrangeira não preencher as condições de nacio-
do produto dessa alienação, assim que satisfeitas as even- nalidade previstas no artigo 25 da Convenção,
tuais obrigações fiscais incidentes sobre as mais-valias que, c) regras de arbitragem da Câmara de Comércio
porventura, tiverem lugar na operação da alienação, acima Internacional, com sede em Paris
do montante do capital efectivamente investido.
ARTIGO 2 6
4. O cessionário só poderá gozar das garantias e incen-
Proteeçao do meio ambiente
tivos previstos nesta lei se a cessão tiver sido autorizada,
efectuada e registada nos termos do artigo 22, e durante 1 Os investidores, e subsequentemente as respectivas
a vigência da autorização do respectivo empreendimento empresas, deverão, no processo de elaboração, implemen-
taçao e exploração dos respectivos projectos, providenciar ARTIGO 2 8

o estudo e avaliação do impacto ambiental e dos problemas Regularização de investimentos estrangeiros não registados
de poluição e sanidade susceptíveis de resultar das activi-
dades, desperdícios e/ou resíduos dos seus empreendi 1 Os investidores com projectos que envolvam investi
mentos, incluindo os efeitos potenciais c outras eventuais mento directo estrangeiro autorizado nos termos da Lei
implicações sobre os recursos florestais geológicos e n ° 4/84, de 18 de Agosto, e respectivo Regulamento,
hídricos, tanto nas suas areas de concessão como na que se encontrem em processo de implementação ou dentro
periferia das areas de implementação e exploração desses do prazo estabelecido na respectiva autorizaçao para o ini-
empreendimentos cio da sua implementação, mas que não tiverem ainda sido
2 Cabera as mesmas empresas e investidores a tomada objecto de registo nos termos do disposto no artigo 22,
de medidas apropriadas para a prevenção e minimização deverão efectuar o seu registo junto do Ministério das
dos problemas ambientais, em especial dos que tiverem ja Finanças, no prazo de cento e oitenta dias contados a partir
sido identificados no estudo de avaliaçao do impacto da data da entrada em vigor da presente lei
ambiental referido no numero precedente, e em conformi 2 A nao observância do disposto no numero anterior
dade com as normas e instruções emanadas das entidades poderá determinar a revogação da autorizaçao concedida,
competentes neste domínio de alguma disposição legal ou cessando, por consequência, o reconhecimento e os compro-
nos termos especificados na autorização concedida para a missos assumidos pelo Governo em relação aos referidos
realização do projecto ou na licença emitida para o investimentos ao abrigo da Lei n ° 4/84, de 18 de Agosto
exercício da actividade e respectivo Regulamento
3 As actividades com níveis de poluição e contami
nação susceptíveis de alterar e afectar negativamente o ARTIGO 2 9
meio ambiente ou a saúde publica sujeitar se ão às lum- Regulamentação
iaçoes impostas pela legislação e determinações emanadas
das entidades competentes, assim como as normas e even- O Conselho de Ministros aprovara os diplomas regula
tuais acordos internacionais sobre a materia, relativamente mentares da presente lei
aos quais Moçambique seja signatario
ARTIGO 3 0
ARTIGO 2 7 Disposição final
Projectos de investimentos anteriores
Ficam revogadas as disposições da Lei n o 4/84, de
1 A presente lei e sua regulamentação não se aplicam 18 de Agosto, e da Lei n ° 5/87, de 19 de Janeiro no que
aos investimentos autorizados antes da sua entrada em contranem o disposto na presente lei
vigor, os quais continuam, ate ao respectivo termo, a ser
legidos pelas disposições da legislação e dos termos ou Aprovada pela Assembleia da Republica
contratos específicos através dos quais a autorização de
realização de cada projecto, no pais, tiver sido concedida O Presidente da Assembleia da Republica, Marcelino
2 Os projectos de investimentos submetidos para análise dos Santos
e aprovação até a entrada em vigor desta lei, serão anali
Promulgado aos 24 de Junho de 1993
sados e decididos nos termos da Lei n ° 4/84, de 18 de
Agosto, ou da Lei n ° 5/87 de 19 de Janeiro consoante Publique-se
o caso salvo se os proponentes optarem e solicitarem,
expressamente, a aplicação da presente lei O Presidente da Republica, JOAQUIM A L B E R T O C H I S S A N O

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