Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................4
2. PROCESSO DE GOVERNAÇÃO LOCAL – CASO DO MUNICÍPIO DE CHIMOIO
5
2.1. Definições relacionadas à governação local...................................................9
3. GOVERNAÇÃO LOCAL EM MOÇAMBIQUE......................................................11
3.1. Governação municipal da Cidade de Chimoio..............................................13
3.2. Soluções da gestão Municipal.......................................................................14
4. CONCLUSÃO.......................................................................................................16
5. BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................17
3
1. INTRODUÇÃO
4
2. PROCESSO DE GOVERNAÇÃO LOCAL – CASO DO MUNICÍPIO DE
CHIMOIO
Não devemos esquecer que as instituições locais existem não só para prestar vários
serviços públicos aos cidadãos, mas também para representar da melhor forma
possível a vontade do povo (Tindal, 1977, p. 3). Por fim, à questão de por que deve
haver governo local, podemos responder pelo simples motivo de prestar vários
serviços públicos aos cidadãos e garantir a representação da vontade do povo.
5
onde os governos locais se desfazem da influência política, mas simplesmente são
administradores da prestação de serviços públicos.
Uma unidade local é uma pessoa jurídica que presta serviços públicos à sua
população no território onde exerce jurisdição, mas é também uma instituição
democrática que, do ponto de vista decisório, é regida por um conselho com
representantes eleitos pelo povo que são responsáveis perante seus constituintes
(Tindal, 1977; p. 2).
Para que esse tipo de governo possa funcionar, a literatura sugere que várias
condições devem ser atendidas:
6
A unidade local deve ser bem organizada desde as reformas institucionais e
administrativas, a fim de ter uma divisão clara de responsabilidades entre as
pessoas eleitas e nomeadas.
Isso nos leva a um elemento muito importante que é a responsabilidade. Em
uma instituição onde há democracia, deve haver responsabilidade.
A relação entre os funcionários eleitos diretamente, parte do órgão de tomada
de decisão do conselho e funcionários nomeados deve ser produtiva e
cooperativa, a fim de desempenhar as funções dos serviços oferecidos aos
cidadãos (Tindal, 1977, pp. 2-4).
Dada a definição acima, vemos que este tipo de governação está associado a dois
elementos importantes, descentralização e autonomia local. A questão que surge é o
que é descentralização? A descentralização é a provisão ou distribuição de certas
funções, dentro de atributos administrativos, políticos ou econômicos, do governo
central para o governo local. Este último é independente do centro dentro do
território sob sua autoridade (Faguet, 2005, p. 6).
Durante sua longa experiência e viagem pela América, De Tocqueville, concluiu que
por mais que cidadãos americanos participem de eventos políticos ou não, sejam
sociedades civis, mais os valores democráticos têm chance. Portanto, uma
participação mais ampla constituiu um elemento essencial das práticas democráticas
americanas (De Tocqueville, 1966).
Isso significa que quanto mais próxima for a participação dos cidadãos na gestão
dos assuntos locais em uma determinada unidade local, mais provável será a
governança democrática, autonomia ou autogoverno dessa unidade. Aqui voltamos
7
mais uma vez ao elemento essencial da autogovernação, ou seja, a representação e
participação dos cidadãos.
Porque o processo de governação é visto como uma relação entre a sociedade civil
e o governo, determinando assim as ações do governo (Wilson, 2000; 51-63), se o
governo não tem capacidade adequada para agir, então o processo de governança
permanece algo vazio, sem significado.
Quando se trata de governo local, esse conceito tem um sentido mais amplo. Isso
porque a capacidade e o desenvolvimento da governança local afetam ou não o
desenvolvimento de um estado. Nesse resultado afetam diversos fatores, como a
capacidade de recursos humanos das unidades de governo local, a relação com o
governo central ou a autonomia na tomada de decisões por este último. Dado que
falamos acima sobre a relação entre o governo e a sociedade civil, no caso da
governança local essa relação vai em uma direção, então o governo local presta
serviços aos cidadãos, enquanto este último tem acesso limitado para influenciar a
política local na maioria casos, então o vínculo de governança não é mais eficaz
(Wilson, 2000; 57).
8
Apesar de proclamarmos a importância dos órgãos de autogoverno e da sua
autonomia, não devemos esquecer que este próprio governo está
indissociavelmente vinculado a outros níveis de governo através de disposições
constitucionais, relações financeiras ou responsabilidades partilhadas na
implementação dos vários projectos que podem assumir em conjunto.
9
governo local, o da existência de órgãos locais eleitos diretamente e as finanças
locais, que constituem denominadores comuns de cada governo local.
Enquanto Lockard (1963) pensa que o governo local pode ser definido como uma
organização pública, autorizada a estabelecer e administrar políticas públicas dentro
de um determinado território, este último é uma subdivisão do governo central. Na
verdade, a organização do governo local é uma organização pública, mudando de
organizações privadas, eles visam o interesse geral dos cidadãos.
Stones (1968) define governo local como parte da governação de um país, mas que
lida com problemas ou questões de população dentro de determinado território ou
local. Segundo ele, esse tipo de governo faz os chamados "trabalhos domésticos"
para que morar nessas áreas seja acessível para seus moradores. Ele consegue
isso mantendo as estradas limpas, educação das crianças, construção de moradias
residenciais, etc.
De acordo com Humes e Martin (1961), um governo local deve ter as seguintes
características:
Hampton (1991) em seu livro “O governo local e a política urbana” afirma que as
autarquias têm limites definidos geograficamente, são órgãos altamente funcionais,
eleitos directamente, mas por outro lado têm deficiências relacionadas com a
10
apuração de impostos locais, esta vem a depender da determinação da margem do
governo central.
Do lado das dificuldades ora acima elencados estão associados com a crescente
urbanização que por vezes não segue um eficiente plano de saneamento. Segundo
um relatório do Governo moçambicano (MAEFP, 2017) citado por Ilal e Weimer
(2018) assinala vários desafios actuais que a urbanização em Moçambique coloca,
entre outros:
11
O dimensionamento de serviços públicos e infra-estruturas virado para as
necessidades das cidades de cimento, o que implica que muitas pessoas
vivem em zonas suburbanas sem infra-estruturas, marginalizadas dos
benefícios da vida urbana;
Ineficiência e ineficácia dos serviços sociais básicos, do que resultam
desigualdades que se traduzem num maior acesso no centro do que nas
áreas periurbanas e áreas rurais;
Falta de clareza sobre a identidade e as atribuições dos serviços públicos a
cargo dos municípios, o que propicia dificuldade de responsabilização dos
munícipes aos dirigentes municipais;
Limites estruturais na capacidade técnica de produzir, distribuir e gerir
serviços básicos, e falta de recursos financeiros para melhorar a prestação de
serviços em investir em infra-estruturas.
Portanto, salientar que a lei número 2/97, de 18 de fevereiro e a lei número 1/2008,
de 16 de janeiro, atribui as autarquias locais as seguintes funções e competências:
2. SANEAMETO BÁSICO
2.1. Sistemas autárquicos de abastecimento de água
2.2. Sistemas de esgoto
2.3. Sistemas de recolha e tratamento de lixo e limpeza
3. ENERGIA
3.1. Distribuição de energia eléctrica
3.2. Iluminação pública, urbana e rural
12
4. TRANSPORTES E COMUNICAÇÃO
4.1. Rede viária e urbana
4.2. Transportes colectivos na área da respectiva autarquia
5. EDUCAÇÃO E ENSINO
5.1. Centros de educação pré-escolar
5.2. Escolas para o ensino primário
5.3. Transportes escolares
5.4. Equipamentos para educação de base de adultos
5.5. Outras actividades complementares da acção educativa
8. ACÇÃO SOCIAL
8.1. Actividade de apoio às camadas de população vulnerável
8.2. Habitação social
9. GESTÃO AMBIENTAL
9.1. Protecção ou recuperação do meio ambiente
9.2. Florestamento, plantio e conservação de árvores
9.3. Estabelecimento de reservas municipais
13
Distrito de Cidade De Chimoio (INE, 2012), a Cidade possui uma superfície de 174
km2 com uma população de 285716 e densidade de 1.639,2.
Depois de ser conhecido por ser a cidade mais limpa do país, nos últimos anos a
cidade de Chimoio perdeu esse estatuto, voltando a ter graves problemas de
saneamento. Portanto, os últimos governos municipais podem ser descritos como
sendo os motivos desta estagnação no desenvolvimento da urbe. Portanto, a cidade
de Chimoio como outros municípios moçambicanos não está alheio os problemas.
14
gama de instrumentos, incluindo investimentos em infraestruturas físicas de
importância crucial (p. ex: estradas urbanas), redução da burocracia (p. ex. licenças
para funcionamento de negócios) e a prestação de serviços públicos através de
parcerias público-privadas.
15
dever de cada munícipe tomar parte e se responsabilizar pela melhoria permanente
da sua qualidade.
4. CONCLUSÃO
Como observamos, ações têm sido tomadas para a melhoria das condições dos
municípios em geral e em particular na cidade de Chimoio, dentre elas podemos
descrever as seguintes: Gestão Financeira com a introdução do Sistema
Simplificado de Gestão Municipal, instalação das unidades de aprovisionamento e
de sistemas de cobrança de imposto predial; Responsabilização Social com os
Processos de planificação participativos, com os cidadãos cientes dos seus direitos
e obrigações cívicas, e conselhos municipais transparentes e reativos; e adaptação
local às alterações climáticas.
16
5. BIBLIOGRAFIA
Aijaz, R. (2007). “Challenges for urban Local Governments in India”, Asia Research
Centre Working Paper 19, retrieved from
www.lse.ac.uk/asiaResearchCentre/_files/ARCWP19_Aijaz.pdf on February 22.
Banco Mundial (2009). Desenvolvimento Municipal em Moçambique: As Lições da
Primeira Década. Relatório No: 47876 -MZ. Maputo.
De Tocqueville, A. (1966). “Democracy in America”, Published by Arlington House
Faguet, J. P. (2005 August). “Governance from below, a theory of local government
with two empiricaltests”, Research paper,
http://sticerd.lsc.ac.uk/dps/pepp/pepp12.pdf
Hampton, W. (1991). “Local government and urban politics” Published by: Longman
group UK, 2nd edition, ISBN-13: 978 0582062047.
Hasluck, E. L. (2010). “Local government in England”.
Humes, S., & Martin, E. M. (1961). “The structure of local governments throughout
the world” 1961, published by Martinus Nijhoff.
Ilal, A. e Weimer, B. (2018). Urbanização, serviços públicos e recursos fiscais - os
principais desafios para as autarquias moçambicanas. in Desafios para
Moçambique. Pp. 65-107.
Instituto Nacional de Estatística -INE. (2012). Estatísticas do Distrito de Cidade De
Chimoio. Maputo.
Lockard, D. (1963). “The politics of state and local government”, Macmillian 1st
edition.
Noronha, J. e Brito, L. (2010). Desafios da Gestão Municipal de uma lógica
administrativa e institucional para uma lógica de Desenvolvimento Organizacional e
Sustentabilidade. In: Desafios para Moçambique 2010. Brito, L. et al (org). Maputo.
Sidgwick, H. (2014, October 22). “The elements of politics”.
Stones, P. (1968). “Local government for students” published by Macdonald and
Evans, 3rd edition.
Tindal, C. R. (1977). “Structural changes in local government: Government for
urban regions” (Monographs on Canadian urban government).
Wilson, R. H. (2000, April 3). “Understanding local governance: An international
perspective” (working paper series).
17
18