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Índice

1. Introdução.................................................................................................................................2

2. Grandeza do Sector Público e suas medidas............................................................................3

2.1. Sector Público (Conceito).................................................................................................3

2.2. O Sector Público em Moçambique...........................................................................................3

2.3. Constituição do Sector Público em Moçambique....................................................................3

2.3.1. Administrações Públicas...............................................................................................4

2.3.2. Administração Pública Central......................................................................................5

2.3.3. Administração Pública Local........................................................................................6

2.3.4. Fundos de Segurança Social..........................................................................................7

3. Conclusão.................................................................................................................................9

4. Bibliografia.............................................................................................................................10

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1. Introdução

O presente trabalho aborda sobre o Processo evolutivo de finanças, onde enquadra-se no


contexto do Sector Público em Moçambique. Neste processo irei circunscrever em torno da
grandeza do sector público e suas medidas, e sem descriminar os conceitos básicos.

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2. Grandeza do Sector Público e suas medidas
2.1. Sector Público (Conceito)
Lane (2000, p.15-16) define o sector público como a actividade do Governo e suas
consequências; como o processo decisório geral do Estado e seus resultados; ou consumo,
investimento e transferências governamentais; mais ainda, como consumo e investimento
governamental ou produção governamental.
Por sua vez, a EGRSP (2001-2011) define o Sector Público como o conjunto de instituições e
agências que sendo directa ou indirectamente financiadas pelo Estado tem como objectivo final a
provisão de bens e serviços públicos (CIRESP, 2001).
Por extensão, o sector público é composto por órgãos, cuja existência ou poderes assentam na
autoridade que lhes é conferida pelo Estado, em graus variados, por meio de algum processo
formal (Ayee, 2008).

2.2. O Sector Público em Moçambique


Esta secção aborda sobre as características do sector público em Moçambique. Para o efeito, são
tratados os conceitos de sector público, administração pública nos níveis central, local e fundos
de segurança social.

O sector público consiste em todas as unidades institucionais residentes controladas, directa ou


indirectamente, por unidades das administrações públicas, ou seja, todas as unidades do sector
das administrações públicas e sociedades públicas residentes.

2.3. Constituição do Sector Público em Moçambique

O sector público é constituído pelos seguintes subsectores:


 Administração Pública
 Administração pública central

 Administração pública local

 Fundos de segurança social

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2.3.1. Administrações Públicas
Conceito e funções
As unidades das administrações públicas são tipos únicos de entidades jurídicas estabelecidas por
processos políticos que têm autoridade legislativa, judicial ou executiva sobre outras unidades
institucionais dentro de uma determinada área. Vistas como unidades institucionais, as principais
funções das administrações públicas consistem em:
 Assumir a responsabilidade pelo fornecimento de bens e serviços (principalmente não
mercantis) à comunidade ou às famílias individuais e financiar seu fornecimento por
meio de impostos ou outros rendimentos;
 Redistribuir o rendimento e a riqueza por meio de transferências e;
 Envolver-se na produção não mercantil.
Em termos gerais:
a) Uma unidade das administrações públicas tem autoridade para arrecadar fundos através
da cobrança de impostos ou transferências obrigatórias de outras unidades institucionais.
Para satisfazer os requisitos básicos de uma unidade institucional do SCN1, uma unidade
das administrações públicas, quer ao nível do total da economia, quer de uma região ou
de uma localidade, deve ter fundos próprios captados pela tributação de outras unidades
ou recebidos a título de transferências de outras administrações, assim como autoridade
para desembolsar parte, ou a totalidade desses fundos na prossecução dos objectivos da
sua política. Deve, igualmente, ser capaz de obter fundos emprestados por conta própria;

b) As unidades das administrações públicas costumam fazer três tipos de despesas finais:

c) O primeiro grupo consiste em despesas efectivas ou imputadas na prestação gratuita de


serviços colectivos à comunidade, com a administração pública, defesa, justiça, saúde
pública, etc. que são organizados colectivamente pela administração pública e
financiados com impostos ou outras receitas;

 O segundo grupo consiste em despesas com o fornecimento de bens ou serviços,


gratuitamente, ou a preços que não são economicamente significativos, para famílias
individuais. Essas despesas são deliberadamente realizadas e financiadas com impostos

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Sistema de Contas Nacionais

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ou outras receitas, na prossecução dos objectivos sociais ou políticos da administração,
embora os indivíduos possam ser cobrados de acordo com a sua utilização;

 O terceiro grupo consiste em transferências pagas a outras unidades institucionais,


principalmente famílias, com o objectivo de redistribuir rendimentos ou riqueza.
Como referido anteriormente, o sector das administrações públicas em Moçambique é
constituído por três níveis, designadamente, administração central, administração local e
segurança social.
2.3.2. Administração Pública Central
O subsector da administração central consiste na unidade ou unidades institucionais que
constituem a administração central mais as ISFL2 não mercantis controladas pela administração
central.
A administração central goza de autoridade em todo o território do País. Portanto, tem poder para
cobrar impostos sobre todas as unidades residentes e não residentes que exercem actividades
económicas no País. As suas responsabilidades políticas incluem a defesa nacional, a
manutenção da lei e da ordem e as relações com administrações estrangeiras.
Igualmente, visa garantir o funcionamento eficiente do sistema social e económico por meio de
legislação e regulamentação adequadas. É responsável pela prestação de serviços colectivos em
benefício da comunidade em geral e, para tanto, incorre em gastos com defesa e administração
pública.
Além disso, pode incorrer em despesas com a prestação de serviços, como educação ou saúde,
principalmente para o benefício de famílias individuais.
Por último, pode efectuar transferências para outras unidades institucionais, nomeadamente para
famílias, ISFL, empresas e outros níveis de administração.
A administração Pública Central pode subsectorizar-se em:
 Estado – Inclui os organismos cujas receitas e despesas se inscrevem unicamente no
Orçamento de Estado e na Conta Geral do Estado.

 Serviços e Fundos Autónomos – Engloba os organismos com autonomia financeira e


administrativa financiados, maioritariamente, por transferências provenientes de outras
unidades da Administração Pública e por impostos que lhes estejam consignados. A sua
atuação efectua-se em determinadas áreas, quer através da regulamentação e fiscalização,
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Instituições Sem Fins Lucrativos

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quer através da atribuição de apoios financeiros aos agentes económicos no quadro da
política económica e social do Estado.

 Instituições Sem Fins Lucrativos da Administração Central – Agrupa as ISFL que


exercem, essencialmente, actividades não mercantis e são controladas e financiadas,
maioritariamente, pela Administração Central.
O Estado integra todos os órgãos centrais do aparelho de Estado ou governo central, como os
ministérios, as comissões nacionais, as secretarias de estado, as direcções nacionais e outros
organismos centrais cuja esfera de acção se refere à totalidade do território nacional, bem como
as suas delegações territoriais internas (Decreto Lei n.° 7/2012, de 8 de Fevereiro).
2.3.3. Administração Pública Local
O subsector da administração local compreende as unidades institucionais separadas, incluindo
as ISFL não mercantis que são controladas pelas administrações locais. Em princípio, as
unidades da administração local são unidades institucionais cuja autoridade fiscal, legislativa e
executiva estende-se às menores áreas geográficas estabelecidas para fins administrativos e
políticos.
O âmbito da sua autoridade é, geralmente, muito menor do que o da administração central, e as
unidades das administrações locais podem, ou não, ter o direito de cobrar impostos sobre
unidades institucionais residentes em suas áreas. Frequentemente, estas unidades dependem de
doações ou transferências de níveis mais altos da administração e, também, podem actuar como
agentes das administrações centrais até certo ponto.
As unidades devem, igualmente, nomear seus próprios funcionários, independentemente do
controlo administrativo externo. O facto de, também, poderem actuar como agentes da
administração central ou local, em certa medida, não os impede de serem tratados como unidades
institucionais distintas, desde que possam arrecadar e gastar fundos por sua própria iniciativa e
responsabilidade.
Na organização democrática do Estado, o poder local compreende a existência de autarquias
locais, que são pessoas colectivas públicas dotadas de órgãos representativos próprios que visam
a prossecução dos interesses das populações respectivas, sem prejuízo dos interesses nacionais e
da participação do Estado.

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Em Moçambique, o processo de autarquização decorre de forma gradual, tendo sido criadas as
primeiras 33 autarquias em 1997, 10 em 2007 e outras 10 em 2013, totalizando 53 autarquias,
actualmente existentes no País.
Através da Lei 6/2018 de 03 de Agosto, a Assembleia da República aprova o quadro jurídico
para a implantação das autarquias locais e revoga a lei n° 2/97, de 18 de Fevereiro. Aquele
diploma legal altera profundamente as formas de organização, composição e funcionamento do
Estado ao nível local. Define o que são as autarquias locais, a sua composição, funcionamento,
bem como as competências dos diversos órgãos.

As autarquias locais são os municípios e as povoações: Os municípios correspondem à


circunscrição territorial das cidades e vilas e as povoações correspondem à circunscrição
territorial da sede de um posto administrativo.
As autarquias locais gozam da autonomia administrativa, financeira e patrimonial e estão sujeitas
a tutela administrativa e financeira do Estado, segundo as formas e nos casos previstos por Lei.

2.3.4. Fundos de Segurança Social


Os fundos de segurança social constituem um esquema de segurança social que cobre parte
significativa da comunidade. As prestações sociais oferecidas são, normalmente, cobertas por
fundos provenientes de contribuições dos trabalhadores e empregadores.
Este subsector inclui todas as unidades institucionais centrais e locais, cuja actividade principal
consiste em conceder prestações sociais e que satisfazem os seguintes critérios:
 Certos grupos da população são obrigados, através de lei ou regulamento, a participar no
regime e a pagar contribuições;

 Independentemente do papel que desempenham como organismos de tutela ou como


empregadores, as administrações públicas são responsáveis pela gestão destas unidades
relativamente à fixação ou aprovação das contribuições ou prestações.

Não existe, habitualmente, ligação directa entre o montante da contribuição paga e o risco ao
qual o indivíduo está exposto.
Quando os regimes de segurança social são organizados separadamente das outras actividades
das unidades das administrações públicas e mantêm os seus activos e passivos separadamente
destas e efectuam transacções financeiras por conta própria, são qualificados como unidades
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institucionais descritas como fundos de segurança social. No entanto, os arranjos institucionais
em relação aos esquemas de segurança social diferem de país para país e, em certos casos,
podem tornar-se tão intimamente integrados com as outras finanças da administração e
questiona-se, se devem ser tratados como unidades institucionais separadas.
Os valores pagos em contribuições e benefícios da previdência social podem ser,
deliberadamente, variados a fim de atingir objectivos de política governamental que não tenham
relação directa com o conceito de segurança social como um regime para fornecer benefícios
sociais aos membros da comunidade. A título de exemplo, os valores podem variar para
influenciar o nível de demanda agregada da economia. Contudo, enquanto permanecerem fundos
constituídos separadamente, devem ser tratados como unidades institucionais separadas no SCN3.
Em Moçambique, o subsector dos fundos de segurança social inclui a actividade de dois
organismos:
(i) O Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), que gere o sistema de segurança social
obrigatório, destina-se a:

 Trabalhadores assalariados nacionais e estrangeiros residentes em território nacional e


suas famílias.

 Trabalhadores por conta própria e suas famílias (Artigo 18 e 21 da Lei 4/2007 de 7 de


Fevereiro).

(ii) O Instituto Nacional de Previdência Social, que gere a segurança social obrigatória, destina-
se aos funcionários e agentes do Estado.

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3. Conclusão
No presente trabalho, conclui-se que o sector público deve ser entendido como um conjunto de
actividades económicas exercidas por entidades públicas ou administrativas dimensão do sector
público é maior, dai a necessidade de descentralizar recorrendo a diversas medidas:

4. Bibliografia

O Sector Público em Moçambique: Conceito e Âmbito 2021- Instituto Nacional de Estatística;

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DECRETO 41/2018, 23 de Junho (normas que regulam as atribuições, autonomia, regime, orçamental,
organização e funcionamento dos institutos, fundações e fundos públicos;

LEI n.° 8/2003 de 19 de Maio que estabelece os princípios e normas de organização, competências e
funcionamento dos órgãos locais do Estado;
LEI n.° 4/2019, de 31 de Maio que estabelece os princípios, as normas de organização, as
competências e o funcionamento dos órgãos executivos de governação descentralizada provincial;

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