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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

COMISSÃO INTERNA DE
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
- CIPA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

Diretoria de Educação e Tecnologia - DIRET


Rafael Esmeralda Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia

SESI/DN
Robson Braga de Andrade
Diretor

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor-Superintendente

DIRETORIA DE OPERAÇÕES
Paulo Mól Junior
Diretor de Operações
COMISSÃO INTERNA DE
PREVENÇÃO DE ACIDENTES -
CIPA

Brasília, DF
2021
2021 SESI – Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

SESI/DN
Unidade de Saúde e Segurança na Indústria (SSI)

FICHA CATALOGRÁFICA

S491c

Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional.

Comissão interna de prevenção de acidentes - CIPA / Serviço Social da Indústria. - Brasília : SESI/
DN, 2021

96 p.: il.

1. Saúde e Segurança no Trabalho . 2. CIPA. 3. Prevenções de Acidentes. I. Título

CDU: 613.6

SESI/DN Serviço de Atendimento ao Cliente - SAC


Serviço Social da Indústria Tels.: (61) 3317-9989 / 3317-9992
Departamento Nacional sac@cni.org.br

Sede
Setor Bancário Norte Quadra 1 – Bloco C
Edifício Roberto Simonsen
7 0040-903 – Brasília – DF
Tel.: (61) 3317-9000
Fax: (61) 3317-9994
http://www.portaldaindustria.com.br/sesi/
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Exemplo de Perigo X Risco 39
Figura 2 – Exemplo mapa de risco (classificação de cores dos riscos). 41
Figura 3 – Exemplo mapa de risco. 42
Figura 4 – Exemplo de representação de diversos tipos de risco em um mesmo
local. 43
Figura 5 – Exemplo da representação gráfica das setas indicando os locais de de-
terminado riscos 44
Figura 6 – Exemplo de mapa de riscos com indicação de setas 44
Figura 7 – Ciclo do PDCA. 63
Figura 8 – Tipos de equipamentos de proteção individual – EPI 67
Figura 9 – Constituição da CIPA 72
Figura 10 – Requisitos para dimensionamento da CIPA 73
Figura 11 – Quadro II da NR 05. 74
Figura 12 – Quadro I da NR 05. 75
Figura 13 – Modelo de plano de trabalho 5W2h 83
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Riscos Ambientais 24
Tabela 2 – Riscos ambientais e os danos na saúde do trabalhador 25
Tabela 3 – Riscos de acidentes e seus danos à saúde do trabalhador 26
Tabela 4 – Quantidade de funcionários com deficiência ou reabilitados por empre-
gados 48
Tabela 5 – Quadro de benefícios e tempo de carência 56
Tabela 6 – Tipos, finalidade e equipamentos indicados - EPI 67
Tabela 7 – Tipos, finalidade e equipamentos indicados - EPC 68
Tabela 8 – Distribuição de carga horária por grau de risco 78

LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Quantidade de acidentes do trabalhado, por situação do registro e
motivo 36
SUMÁRIO
AULA I 20
ESTUDO DO AMBIENTE, DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO, BEM COMO DOS RISCOS
ORIGINADOS DO PROCESSO PRODUTIVO 21
Objetivos e atribuições da CIPA 22
Riscos ambientais (Agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
mecânicos) 23

AULA II 28
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES E DOENÇAS DO
TRABALHO 29
Estudo de causas dos acidentes 30
Técnicas de investigação de acidentes do trabalho 31
Acidentes de trabalho: conceitos legais e estatísticas 35
NOÇÕES SOBRE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO DECORRENTES DE
EXPOSIÇÃO AOS RISCOS EXISTENTES NA EMPRESA 36
Identificação de perigos/fatores de risco no ambiente de trabalho 38
Mapa de risco 39

AULA III 46
NOÇÕES SOBRE A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E REABILITADOS
NOS PROCESSOS DE TRABALHO. 47
Aspectos legais relativos a pessoas com deficiência e reabilitados 48
Aspectos psicossociais 50
Noções de adequação dos ambientes de trabalho para pessoas com deficiência e
reabilitados​ 51
NOÇÕES SOBRE AS LEGISLAÇÕES TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA RELATIVAS À
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 54
Noções de legislação previdenciária 54
Ordem de serviço de saúde e segurança do trabalho 58

AULA IV 60
PRINCÍPIOS GERAIS DE HIGIENE DO TRABALHO E DE MEDIDAS DE CONTROLE DOS
RISCOS 61
Inspeção de segurança nos ambientes de trabalho 62
Hierarquia das ações de segurança e equipamentos de proteção 63

AULA V 70
ORGANIZAÇÃO DA CIPA E OUTROS ASSUNTOS NECESSÁRIOS AO EXERCÍCIO DAS
ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO 71
Organização da SIPAT 81
Elaborar plano de trabalho 82
Reuniões da CIPA e avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de
trabalho 83
APRESENTAÇÃO
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Caro(a) aluno(a)

Este caderno tem por objetivo ser um importante material de suporte e apoio pedagógico,
apresentando o Curso Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, possibilitando uma
organização de estudo por meio dos conteúdos aqui apresentados.

O presente curso foi pensado a partir da necessidade de se educar para a prática de Segurança
do Trabalho por meio de uma CIPA ativa e articulada, cujo objetivo é a prevenção de acidentes
e doenças decorrentes do trabalho, de modo a promover a preservação da vida e a promoção da
saúde do trabalhador.

Nesse sentido, é imprescindível a eleição de membros atuantes e comprometidos com a


preservação da saúde, segurança e qualidade de vida dos colegas de trabalho.

Para tanto, o curso de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, é obrigatório para os
membros da CIPA (efetivos e designados), contemplando conteúdo programático obrigatório em
treinamento para cipeiros de acordo com a Norma regulamentadora Nº 05 (NR 05).

O curso agregará aos membros da CIPA conhecimentos básicos acerca da NR 05, possibilitando
a aplicação destes conhecimentos para a prevenção de acidentes, colaborando para com a
empresa e seus trabalhadores, preservando a saúde e vida do trabalhador, diminuindo riscos,
melhorando o clima organizacional, fortalecendo a imagem da empresa e diminuindo gastos com
afastamentos, dentre outros.

Seja bem-vindo(a) e ótimos estudos!


PLANO DE ESTUDOS
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Este caderno de curso da COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA, é divido em
cinco aulas e atende aos conteúdos teóricos para o curso, com cargas horárias de 08, 12, 16 e 20
horas, conforme a NR 05.

O objetivo geral do curso é:

O curso de NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem por objetivo capacitar tra-
balhadores, com conhecimento básico, para a constituição da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes, tendo em vista a manutenção e a melhoraria das condições de trabalho, focadas na
segurança e saúde dos trabalhadores que ali atuam.

Os objetivos específicos do curso são:

Capacitar o trabalhador designado ou eleito para execução de suas atribuições como membro da
CIPA, contribuindo com a preservação da saúde e segurança de todos os funcionários;

• Identificar riscos ambientais existentes nos locais de trabalho;

• Realizar investigação de acidentes do trabalho;

• Elaborar mapa de risco;


16
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

• Conhecer a legislação vigente;

• Conhecer os principais sistemas de proteção coletiva e individual.

• Capacitar os trabalhadores para elaboração do plano de trabalho e gestão da CIPA.


SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
17
GUIA DE ESTUDOS
19

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Cabe ao aluno o planejamento do tempo de dedicação para cada atividade a ser executada du-
rante o curso.

A participação em todas as atividades é necessária para o desenvolvimento das habilidades e


conhecimentos apresentados no decorrer do curso.

As avaliações serão permanentes durante todos os momentos do treinamento. Ao final de cada


unidade de estudo você deverá responder ao(s) exercício(s) de fixação, que será composto por
questões de múltipla escolha e/ou afirmativas às quais você responderá se são Verdadeiras ou
Falsas. Ao final do treinamento você responderá a uma avaliação final composta por dez questões
de múltipla escolha.

É fundamental que você, aluno, dedique tempo de estudo complementar para que haja pleno
aproveitamento das atividades desenvolvidas.
1. AULA I
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


OBJETIVO DA AULA
Ao término dos estudos desta unidade você estará apto para:

• Conhecer e aplicar suas atribuições como membro da CIPA;

• Identificar riscos ambientais (agentes físicos, químicos e biológicos) bem como agentes er-
gonômicos e mecânicos.

Os capítulos que compõem esta aula são:

• Estudo do Ambiente, das Condições de Trabalho, bem como dos Riscos Originados pelo
Processo Produtivo.

1.1. ESTUDO DO AMBIENTE, DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO,


BEM COMO DOS RISCOS ORIGINADOS PELO PROCESSO
PRODUTIVO
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

1.1.1. Objetivos e atribuições da CIPA


Conforme NR 05, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Sendo suas atribuições:

a. acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como a adoção


de medidas de prevenção implementadas pela organização;

b. registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem 1.5.3.3 da
NR-01, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha,
sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e em Medi-
cina do Trabalho - SESMT, onde houver;

c. verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que possam tra-
zer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

d. elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva em segurança e


saúde no trabalho;

e. participar no desenvolvimento e implementação de programas relacionados à segurança e saú-


de no trabalho;

f. dacompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos da NR-1
e propor, quando for o caso, medidas para a solução dos problemas identificados;

g. requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas à segurança e saúde dos


trabalhadores, incluindo as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT emitidas pela organi-
zação, resguardados o sigilo médico e as informações pessoais;

h. propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das condições ou situações de


trabalho nas quais considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalha-
dores e, se for o caso, a interrupção das atividades até a adoção das medidas corretivas e de
controle; e

i. promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Preven-
ção de Acidentes do Trabalho - SIPAT, conforme programação definida pela CIPA.

Além das atribuições já citadas, existem as atribuições por função, sendo as atribuições dos emprega-
dos:

• participar da eleição de seus representantes;

• colaborar com a gestão da CIPA;

• indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para me-
lhoria das condições de trabalho;
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


• observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção de aciden-
tes e doenças decorrentes do trabalho.

Cabe ao presidente da CIPA:

• convocar os membros para as reuniões da CIPA;

• coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as


decisões da comissão;

• manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

• coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;

• delegar atribuições ao Vice-Presidente.

Cabe ao Vice-Presidente:

• executar atribuições que lhe forem delegadas;

• substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários.

Por fim, o secretário da CIPA terá as seguintes atribuições:

• acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para aprovação e assinatura


dos membros presentes;

• preparar as correspondências; e

• outras que lhe forem conferidas.

1.1.2. Riscos ambientais (Agentes físicos, químicos e biológicos,


ergonômicos e mecânicos)
São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de aci-
dentes/mecânicos que em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição
possam trazer ou ocasionar danos à saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho. Veja no Quadro
1, abaixo:
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Tabela 1 – Riscos Ambientais

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul


RISCOS FÍSICOS: RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS DE
apresentam-se em QUÍMICOS: BIOLÓGICOS: ERGONÔMICOS: ACIDENTES:
forma de energia. produtos, microorganismos esforços que todos os fatores
substâncias que provocam produzem que colocam
ou compostos doenças. alteração no em perigo o
químicos que organismo e no trabalhador e
possam penetrar estado emocional. possam afetar sua
no organismo integridade física
do trabalhador e ou mental.
causar danos a
saúde.

Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico Arranjo físico


intenso inadequado

Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e Máquinas e


transporte equipamentos sem
proteção

Radiações Névoas Protozoários Exigência Ferramentas


Ionizantes de postura inadequadas ou
inadequada defeituosas

Radiações Não Neblina Fungos Controle rígido de Iluminação


Ionizantes produtividade inadequada

Frio Gases Parasitas Imposição de Eletricidade


ritmos excessivos

Calor Vapores Bacilos Trabalho noturno Probabilidade


de incêndio ou
explosão

Pressões anormais Produtos químicos Jornadas Armazenamen to


em geral de trabalho inadequado
prolongados

Umidade Monotonia e Animais


repetitividade peçonhentos

Outras situações Outras situações


causadoras de de risco que
estresse físico e/ou poderão contribuir
psíquico para ocorrência de
acidentes

Fonte: Adaptado de Portaria nº25 de 29/12/1994.

Os riscos ambientais provocam danos à saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, quando ul-
trapassados seus limites de concentração, intensidade e/ou tempo de exposição. O Quadro 2, abaixo,
mostra alguns efeitos de danos à saúde.
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Tabela 2 – Riscos ambientais e os danos na saúde do trabalhador.

Riscos ambientais Danos à saúde


Ruído Cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da
audição, problema do aparelho digestivo, taquicardia,
perigo de infarto.

Vibrações Cansaço, irritação, dores nos membros, dores na


coluna, doença do movimento, artrite, problemas
digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos moles.

Calor Taquicardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação,


intermação, prostração térmica, choque térmico,
fadiga térmica, perturbação das funções digestivas,
hipertensão etc.

Frio Feridas; rachaduras e necrose na pele; enregelamento:


ficar congelado; agravamento de doenças reumáticas;
predisposição para acidentes; predisposição para
doenças vias respiratórias.

Radiação não ionizante Queimaduras, lesões nos olhos, na pele e em outros


órgãos

Radiação ionizante Alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais,


acidentes do trabalho.

Umidade Doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças da


pele, doenças circulatórias.

Pressões anormais Ruptura do tímpano quando o aumento de pressão


for brusco: liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos
sanguíneos e morte.

Minerais Silicose, Abestose


Vegetais Bissinose, Bagaçose
Alcalinas Enfizema pulmonar
Incômodas Potencializa nocividade

Fumos metálicos Intoxicação específica de acordo com o metal, febre


dos fumos metálicos, doença pulmonar obstrutiva.

Névoas, Neblina, Gases, Vapores ou Produtos Químicos Irritantes: Irritação das vias aéreas superiores. Ácido
em Geral Clorídrico, Soda Cáustica, Ácido Sulfúrico, etc.

Asfixiantes: Dor de cabeça, náuseas, sonolência,


convulsões, coma, e morte. Ex: Hidrogênio, Nitrogênio,
Hélio, Acetileno, Metano, Dióxido de Carbono, etc.

Anestésicos: Ação depressiva sobre o sistema


nervoso, danos aos diversos órgãos, danos ao
sistema formador do sangue. Ex: Butano, Propano,
Aldeídos, Cetonas, Cloreto de Carbono, Tricloroetileno,
Percloroetileno, Xileno, Etc.

Vírus Hepatite, poliomielite, herpes, varíola, febre amarela,


raiva (hidrofobia), rubéola, aids, dengue, meningite

Bactérias / Bacilos Hanseníase, tuberculose, tétano, febre tifoide,


pneumonia, difteria, cólera, leptospirose, disenterias
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Riscos ambientais Danos à saúde


Protozoários Malária, mal de chagas, toxoplasmose, disenterias.

Fungos Alergias, micose

Agentes Ergonômicos - Consequências à saúde:

De um modo geral, tais riscos podem causar:

• Cansaço, dores musculares, fraquezas;

• Doenças como hipertensão arterial, agravamento do diabetes; taquicardia, cardiopatia (angina,


infarto);

• Alterações do sono, libido, da vida social com reflexos na saúde e no comportamento, acidentes,
problemas na coluna vertebral, úlceras;

• Depressão, tensão, ansiedade, medo, comportamentos estereotipados.

Já os danos causados por riscos de acidentes/mecânicos, dependem da natureza da lesão, podendo


afetar a integridade física e/ou mental dos trabalhadores. Veja alguns riscos de acidentes e seus danos
à saúde no Quadro 3, abaixo:

Tabela 3 – Riscos de acidentes e seus danos à saúde do trabalhador.

Riscos de acidentes Danos à saúde


Ferramentas inadequadas ou Cortes, perfurações nas mãos, braços e membros inferiores e perda de
defeituosas membros.

Incêndio ou explosão Queimaduras e risco de morte

Animais peçonhentos Envenenamento e risco de morte.


SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
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2. AULA II
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


OBJETIVO DA AULA
Ao término dos estudos desta unidade, você estará apto para:

• Conhecer e realizar estudo, investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

• Identificar as causas de acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos


riscos existentes e seu nexo causal;

• Elaborar mapa de risco.

Os capítulos que compõem esta unidade são:

• Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

• Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos exis-
tentes na empresa.

2.1. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES E


DOENÇAS DO TRABALHO
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

2.1.2. Estudo de causas dos acidentes


Os acidentes do trabalho são em geral multicausais, decorrentes de sucessões de condições e situa-
ções, relacionadas aos ambientes, ao indivíduo e ao contexto.

No passado, era comum atribuir as causas de acidentes a apenas dois fatores: os atos inseguros e as
condições inseguras. Entretanto, este conceito mudou consideravelmente.

O primeiro termo “ato inseguro” foi revogado das principais legislações, por entender-se que ele
induzia a uma conclusão equivocada, pois atrbuía a culpa do acidente ao acidentado.

Os acidentes do trabalho decorrem basicamente de duas causas primárias:

• Condições inseguras.

• Fatores pessoais.

Condições inseguras
Condições inseguras são as condições nos locais de serviço que colocam em risco a integridade física e/
ou a saúde dos trabalhadores. Elas são associadas a falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência
de dispositivos de segurança e a própria segurança das instalações e equipamentos. Exemplos:

• Falta de corrimão em escadas;

• Falta de guarda-corpo em patamares;

• Piso irregular;

• Escadas inadequadas;

• Equipamentos mal posicionados;

• Falta de sinalização;

• Falta de proteção em partes móveis;

• Ferramentas defeituosas;

• Falta de treinamento.

Fatores pessoais
As características psicológicas e mentais que a pessoa está vivendo, no momento, podem desencadear
ocorrências de acidentes de trabalho com consequências preocupantes.

Nesse sentido, o estado emocional do trabalhador pode interferir em suas tarefas fazendo com que
ele se sinta triste, preocupado, eufórico, desatento, etc.
31

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Exemplos:

• Fatores circunstanciais: preocupações, problemas familiares, abalos emocionais, vícios,


problemas conjugais e financeiros;

• Inadaptação entre funcionário, maquinário ou função: esse problema de adaptação


pode ocorrer por diversos fatores, tais como sexo, idade, coordenação motora, deficiência
de atenção, doenças neurológicas, dentre outros;

• Fatores relacionados a personalidade e temperamento: o desatento, o brincalhão, o con-


fiante, o exibicionista, alteração repentina de humor, não aceitar ordens, pessoas irritadiças,
outros.

Acidente por parte de terceiro


Isso ocorre quando outra pessoa “provoca o acidente”, podendo ser um ato culposo ou doloso.

• Culposo: sem intenção, por negligência, imprudência;

• Doloso: com intenção, por sabotagem, ofensa física.

2.1.3. Técnicas de investigação de acidentes do trabalho


Investigar um acidente é fazer uma análise do ocorrido com o objetivo de descobrir quais causas levaram
ao acontecimento da ocorrência (acidente) e tomar providências corretivas para evitar a repetição de
casos semelhantes.

PASSOS PARA INVESTIGAÇÃO


• Coletar informações do que aconteceu no momento do acidente;

• Descobrir o que saiu errado;

• Encontrar a causa do acidente;

• Determinar os riscos existentes;

• Evitar que aconteça novamente agindo preventivamente.

Para que a investigação seja conduzida com sucesso é imprescindível a elaboração/preenchimento de


um formulário de investigação de acidente. Contudo, há outras condições importantes que devem ser
seguidas para se obter êxito na investigação. Vamos a elas?

Conhecer o processo de trabalho


32
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Para investigar um acidente de trabalho é preciso saber como é o funcionamento de cada função
desenvolvida pelo trabalhador acidentado. Além disso, quais e como eram as atividades que ele reali-
zava, os movimentos necessários para se locomover, locais por onde se locomovia, dentre outros que
sejam pertinentes ao local do acidente e às funções dos demais envolvidos. Ademais, é indispensável
a participação dos chefes do setor e, se possível, de membros da CIPA na investigação.

O ambiente

Se possível, cabe ao responsável pela CIPA e demais gestores/chefes de setor, impedirem a entrada
de outras pessoas no local do acidente. Logo, ser o primeiro a adentrar ao local lhe garantirá um
ambiente livre de alterações e isso contribuirá com o entendimento do que saiu errado e provocou o
acidente. Outrossim, é essencial que se faça o registro de todos os detalhes que forem considerados
importantes.

Entrevista

Além do isolamento do local do acidente, faz-se necessário entrevistar os envolvidos, caso existam.
Para tanto, seguem, abaixo, algumas sugestões:

• Converse com as pessoas envolvidas no acidente, as que estavam próximas e viram o ocorrido,
as que socorreram e até as que foram vítimas, quando possível. Essa conversa a princípio deve
ser em particular;

• Informe ao entrevistado o objetivo da conversa, salientando que não quer encontrar pessoas
para punir, e sim descobrir o que saiu errado para evitar que aconteçam acidentes semelhantes;

• Durante a entrevista tente descobrir o máximo de detalhes do ocorrido, seja detalhista;

• Se necessário vá com a testemunha ao lugar do acidente, isso pode trazer mais lembranças de
detalhes do acidente, como a posição onde a testemunha estava, a posição da vítima, os movi-
mentos que deram origem ao acidente.

No momento da investigação LEMBRE-SE de observar e anotar:

• A disposição de máquinas e equipamentos no ambiente, objetos fora do local de costume po-


dem ser indícios importantes;

• Se há odores anormais, como cheiro de queimado, solvente ou gás;

• Sinais de fumaça, poeira ou neblina no local;

• A limpeza geral do ambiente e de máquinas e equipamentos, organização do espaço de trabalho;

• Condições e estado de conservação de pisos, paredes, escadas, rampas, corrimãos e outros;

• Existência de água no piso;


33

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


• Existências de cabos de energia ou outros condutores expostos;

• Capacitação e instrução de trabalho do indivíduo acidentado;

• Registros que indiquem manutenção de máquinas e equipamentos.

Após colher os depoimentos dos envolvidos e analisar o local do acidente, poderá ser possível enten-
der o que saiu errado e corrigir a falha.

Exames Médicos

São importantes para determinar a gravidade da lesão e também o agente causador.

Elaborando o relatório final

• O relatório do acidente deve ser pequeno com texto de fácil compreensão e sem termos
técnicos;

• Descreva o agente causador do acidente em detalhes, quanto mais detalhes, maiores as chan-
ces de descobrir a causa;

• Descreva a lesão sofrida pelo acidentado;

• Quantidade de envolvidos;

• Depoimento de testemunhas;

• Detalhes importantes sobre o ambiente de trabalho;

• Quantos dias de afastamento o funcionário terá de cumprir.

No relatório também deve conter:

• Quantas horas de jornada já tinham sido cumpridas no dia do acidente; esse item é importante
porque pode mostrar que o acidente ocorreu por causa de exaustão física no caso de jornadas
muito longas;

• Se o acidentado é portador de alguma enfermidade e se toma algum tipo de medicamento


controlado;

• Outras situações dignas de atenção.

Como esclarecido, acima, o objetivo da investigação de acidente de trabalho não é encontrar cul-
pados, mas sim, evitar que novos acidentes ocorram da mesma forma. Por isso evite apontar falhas
humanas na investigação, por exemplo “o funcionário se acidentou por que cometeu um ‘ato inseguro’
na tarefa que realizava”, não leva a nenhuma causa do acidente e não deve ser considerada.

Para auxiliar na investigação de acidentes podemos utilizar algumas técnicas/metodologia, como:

• Metodologia “Os 5 PORQUÊS”;


34
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

• Metodologia “5W2H”.

METODOLOGIA PARA INVESTIGAÇÃO – OS 5 PORQUÊS


O método 5 porquês é uma das mais simples e efetivas metodologias usadas para se chegar a causa
raiz de um problema.

Uma vez que o problema/acidente é definido, são feitas 5 perguntas até que sua verdadeira causa
seja encontrada. O número cinco, especificamente, não é o que importa. O importante é continuar
perguntando até que a causa raiz seja identificada e eliminada.

A prática de se perguntar “por quê?” repetidamente sempre que se encontra um problema, é utilizada
a fim de ir além dos sintomas óbvios, para que se descubra a causa raiz.

Para melhor ilustrar essa prática, Taiichi Ohno (1988) cita como exemplo uma máquina que parou de
funcionar:

1. Por que a máquina parou? R: Houve uma sobrecarga e o fusível queimou.

2. Por que houve uma sobrecarga? R: O rolamento não foi lubrificado como deveria.

3. Por que não foi devidamente lubrificado? R: Porque a bomba lubrificadora não estava bombe-
ando o suficiente.

4. Por que a bomba não estava bombeando o suficiente? R: O eixo da bomba estava danificado e
fazia barulho.

5. Por que o eixo estava danificado? R: Porque não havia proteção e cavacos acumulavam-se na
bomba.

Sem as perguntas sucessivas, os responsáveis iriam substituir o fusível ou a bomba da máquina e a


falha ocorreria novamente.

Metodologia para investigação – 5W2H


O método 5W2H é muito simples de entender e fácil de aplicar. É um método que pode ser aplicado
em diversas situações.

Os cinco “Ws” representam (em inglês): o que (what), por que (why), onde (where), quando (when) e
quem (who).

Já os dois “Hs” indicam: como (how) e quanto custa (how much).

Exemplo de como utilizar o 5W2H para investigação de acidente de trabalho:


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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


• O que (houve)?

• Por que (aconteceu)?

• Quem (sofreu o acidente)?

• Como (aconteceu o acidente)?

• Custo direto e indireto ($- do acidente)?

• Quando (ocorreu o acidente)?

• Onde (ocorreu o acidente)?

2.1.4. Acidentes de trabalho: conceitos legais e estatísticas


Acidente do trabalho, segundo Art. 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, é o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico
residente, bem como com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão cor-
poral ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente,
da capacidade para o trabalho.

Para melhor compreensão, segue, abaixo, as diferenças de incidente e acidente:

• Incidente é um acontecimento não desejado ou não programado, que venha deteriorar ou


diminuir a eficiência operacional. Normalmente não causa lesão ou prejuízo significativo,
ocorrendo as vezes sem ser percebido ou valorizado;

• Acidente é um acontecimento imprevisto, casual ou não, que resulta em ferimento, dano,


estrago, avaria. Normalmente gera consequências indesejáveis.

Além desses conceitos, acidentes e incidentes também possuem classificações, as quais são:

Classificações Estatísticas

Geralmente, uma classificação estatística é um conjunto de categorias discretas (no sentido matemáti-
co do termo), exaustivas e mutuamente exclusivas que podem ser atribuídas a uma ou mais variáveis
utilizadas na coleta e apresentação de dados e que descrevem as características de uma determinada
população.

Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT)

Apresenta dados sobre acidentes do trabalho e suas principais consequências, bem como a localiza-
ção geográfica e as atividades/setores econômicos mais atingidos. O Anuário Estatístico de Acidentes
do Trabalho (AEAT) é publicado anualmente pelo Ministério da Previdência Social e o Ministério do
36
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Trabalho.

Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS)

O Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS) é outra importante fonte de dados estatísticos sobre
acidentes de trabalho, ele tem informações obtidas por meio da concessão de benefícios acidentá-
rios por parte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os dados fazem parte do Sistema Único
de Benefícios (SUB) e do Sistema de Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), desenvolvido pela
DATAPREV para processar e armazenar as informações da CAT que são cadastradas nas Agências da
Previdência Social ou pela internet. O Quadro 4 mostra a quantidade de acidentes do trabalhado, por
situação do registro e motivo nos anos 2015, 2016 e 2017.

Quadro 1 – Quantidade de acidentes de trabalho, por situação do registro e motivo.

2015 622.379
2017 549.405

385.646 106.721 15.386 340.229 100.685 9.700

Com CAT registrada


Total: 507.753 Total: 450.614

MOTIVO
2016 585.626
2015
Sem CAT registrada

114.626

TÍPICO 2016 107.587


TRAJETO
2017 98.791
DOENÇA DO
TRABALHO 355.560 108.552 13.927

Total: 478.039
Adaptado de: Anuário Estatístico da Previdência Social 2017.

2.2. NOÇÕES SOBRE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO


DECORRENTES DE EXPOSIÇÃO AOS RISCOS EXISTENTES NA
EMPRESA
A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social
e dá outras providências, traz os conceitos, direitos e deveres sobre acidentes e doenças decorrentes
de exposição aos riscos existentes no ambiente de trabalho.

Vejamos alguns artigos importante sobre o tema:


37

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art.
11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar nº 150, de 2015)

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de


proteção e segurança da saúde do trabalhador.

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as


normas de segurança e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação


a executar e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades


representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos
anteriores, conforme dispuser o Regulamento.

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades
mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho


peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Tra-
balho e da Previdência Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições es-


peciais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação men-
cionada no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

c) a que não produza incapacidade laborativa;

d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desen-
volva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determina-
do pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista


nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é execu-
tado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente
do trabalho.

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído direta-
mente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou pro-
duzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
38
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:

a. ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

b. ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

c. ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

d. ato de pessoa privada do uso da razão;

e. desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a. na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b. na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcio-
nar proveito;

c. em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de
seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomo-
ção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d. no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o
meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de ou-


tras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é consi-
derado no exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,


resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior.

2.2.1. Identificação de perigos/fatores de risco no ambiente de


trabalho
Risco é a probabilidade de um evento acontecer, seja ele uma ameaça, quando negativo, ou oportu-
nidade, quando positivo. O perigo é uma ou mais condições que têm o perfil de causar ou contribuir
para que o risco aconteça. Não se mede e não há como eliminar o Risco.

Vejamos um exemplo, observe a figura, abaixo:


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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Figura 1 – Exemplo de Perigo X Risco

Fonte: Lan Geotecnia e Fundação.

2.2.2. Mapa de risco


Consiste na representação gráfica dos riscos à saúde identificados pela CIPA, em cada um dos diversos
locais de trabalho de uma empresa.

Ademais, reúne informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e


saúde no trabalho e também possibilita, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informa-
ções entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.

Por fim, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, é responsável por elaborar uma das
ferramentas mais importante da empresa que é o mapa de risco, é fundamental que todos os colabo-
radores acompanhem e participem desse levantamento para um melhor mapeamento dos riscos de
cada setor da empresa, com assessoria do SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segu-
rança e em Medicina do Trabalho, quando este existir.

Etapas de elaboração

• Conhecer o processo de trabalho no local analisado;

• Identificar os riscos existentes no local analisado;

• Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia;

• Identificar os indicadores de saúde (queixas mais frequentes, acidentes de trabalho, doenças


profissionais, etc.);

• Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.


40
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Entrevista com os colegas de trabalho

Na entrevista com os colegas de trabalho alguns aspectos devem ser levados em consideração,
como:

• Entrevistar colegas de trabalho nos setores e/ou atividades e questionar: “O QUE O INCOMODA?”;

• Conhecer suas condições de trabalho;

• Sempre perguntar como é o ambiente de trabalho;

• Buscar esclarecer dúvidas quanto ao efeito nocivo de qualquer fator ou produtos presentes no
ambiente de trabalho, através de consulta a técnicos e/ou profissionais especializados nesses
assuntos.

Avaliação dos riscos

Como realizar o levantamento dos riscos no ambiente de trabalho para inserir no Mapa de
Risco?

A avaliação dos riscos para elaboração do Mapa de Risco é qualitativa, ou seja, não envolve medi-
ções!

Portanto, quando for elaborar seu Mapa de Risco, pergunte ao trabalhador, quais são os riscos que ele
percebe no ambiente que está analisando.

É importante também observar o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) da empresa.


Nele poderá encontrar orientações interessantes sobre os riscos presentes no ambiente de trabalho.

Representação gráfica

A indicação e representação de um mapa de riscos deve seguir algumas regras, como:

• Os riscos serão representados por círculos de tamanhos e cores diferentes que devem ser apos-
tos sobre a planta (layout) do local analisado;

• O tamanho do círculo indicará se o risco é grande, médio ou pequeno (quanto maior for o cír-
culo, maior o risco);

• Para cada tipo de risco os círculos serão representados por uma cor diferente, de acordo com o
grupo de risco ambiental a qual pertence, conforme segue:
41

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Figura 2 – Exemplo mapa de risco (classificação de cores dos riscos).

Alguns exemplos práticos:

RISCO MÉDIO
Cor Vermelha (risco químico)

Na produção e depósito foi detectada a existência de po-


eira.

RISCO MÉDIO
Cor Amarela (risco ergonômico) – Risco Médio (cadei-
ras fixas)

Em uma área de escritório foram encontradas algumas


cadeiras fixas, utilizadas para operação do microcompu-
tador.

RISCO PEQUENO
Cor Azul (risco de acidente) - Risco Pequeno (gás de
cozinha)

Na cozinha foi encontrado um botijão de gás.


42
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

LAYOUT
O primeiro passo é ter o Layout da empresa.

Não tem o layout da empresa? - Use a imaginação e o poder da observação.

Figura 3 – Exemplo mapa de risco.

Círculos

A intensidade dos riscos no ambiente de trabalho é representada por meio de círculos. Se o risco é
grande o círculo deve ser grande, se o risco for médio o círculo será médio, se o risco for pequeno o
círculo será pequeno.

Os riscos são definidos de acordo com a percepção de riscos dos trabalhadores, da CIPA e do SESMT.

Tamanho dos círculos:

RISCO RISCO
PEQUENO RISCO
MÉDIO
GRANDE
43

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


• Risco pequeno: Quando os agentes existem no ambiente, com concentração ou intensi-
dade que a capacidade de agressão às pessoas possa ser considerada desprezível.

• Risco médio: Quando as condições agressivas dos agentes estiverem abaixo dos limites
toleráveis para as pessoas, mas causem desconforto com ou sem uso de proteção indi-
vidual ou coletiva.

• Risco grande: Quando a concentração, intensidade, tempo de exposição estejam acima


dos limites considerados toleráveis pelo organismo humano e não há proteção individual
ou coletiva eficiente. Também é considerado risco grande quando não existem dados
precisos sobre concentração, intensidade, tempo de exposição e, comprovadamente, os
agentes estejam afetando a saúde do trabalhador.

Pizza

Se o local analisado tiver muitos riscos você poderá colocar os riscos dentro do círculo e utilizar o
modelo geométrico no formato tipo pizza.

É uma questão pessoal do elaborador e da CIPA ou SESMT (quem elaborar o mapa) se fará, por exem-
plo, três círculos grandes um para cada risco encontrado no ambiente, ou se usará um círculo grande
repartido em três pedaços como se fosse uma pizza.

Figura 4 – Exemplo representação de diversos tipos de risco em um mesmo local.

Setas

Se o local analisado for grande você poderá utilizar setas, indicando os locais para os determinados
riscos.
44
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Figura 5 – Exemplo da representação gráfica das setas indicando os locais de determinado risco.

Figura 6 – Exemplo de mapa de riscos com indicação de setas.


SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
45
3. AULA III
47

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


OBJETIVOS
Ao término dos estudos desta unidade você estará apto para:

• Conhecer as principais legislações que garantem o direito ao trabalho e a mobilidade de


pessoas com deficiência e reabilitadas;

• Conhecer aspectos psicossociais relacionadas a inclusão de pessoas com deficiência e rea-


bilitadas nos ambientes laborais;

• Saber identificar possibilidades de melhorias nos ambientes e rotinas de trabalho para


torná-los mais acessíveis.

Os capítulos que compõem esta unidade são:

• Noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados nos processos de trabalho.

• Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no


trabalho.

3.1. NOÇÕES SOBRE A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


E REABILITADOS NOS PROCESSOS DE TRABALHO.
48
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

3.1.1. Aspectos legais relativos a pessoas com deficiência e


reabilitados
Em 1991, as pessoas com deficiência e reabilitadas alcançaram uma grande conquista na garantia do
trabalho e da renda.​

Neste ano foi promulgada no Brasil a Lei 8.213/91, que em seu artigo 93, estabelece a obrigatoriedade
de as empresas com 100 (cem) ou mais empregados, preencherem uma parcela de seus cargos com
pessoas com deficiência ou reabilitados.​A Lei ficou popularmente conhecida como Lei de Cotas.

A quantidade de pessoas com deficiência ou reabilitadas contratadas depende do número geral de


empregados que a empresa possui em seu quadro. Segundo a legislação a proporção deve atender o
quadro a seguir.​

Tabela 4 – Quantidade de funcionários com deficiência ou reabilitados por empregados.

Empregados Funcionários com deficiência ou reabilitados


De 100 a 200 2%

De 201 a 500 3%

De 501 a 1000 4%

De 1001 em diante 5%

Em casos de frações o número deve ser arredondado para cima dando lugar a mais um trabalhador!

Nota
É importante reiterar que para fixar o percentual dos cargos a serem preenchidos, deve ser
utilizado o número de empregados da empresa em sua totalidade. Portanto empresas com
mais de um estabelecimento deve considerar a soma de seus estabelecimentos em todo
território nacional (art. 10, § 1º, da Instrução Normativa nº 20/01).

No Brasil, o Decreto 3.956 de 8 de outubro de 2001, conceitua a deficiência para fins de proteção
legal é qualquer limitação física, mental, sensorial ou múltipla, que incapacite a pessoa para o exercí-
cio de atividades normais da vida e que, em razão dessa incapacitação, a pessoa tenha dificuldades
de inserção social.

Tipos de deficiência:

• Deficiência física

• Deficiência auditiva
49

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


• Deficiência visual

• Deficiência mental

• Deficiência múltipla

O que é uma pessoa reabilitada?

Pessoas reabilitadas, são aquelas que se submeteram a programas oficiais de recuperação da


atividade laboral, perdida em decorrência de infortúnio (um acidente do trabalho por exemplo).​
A reabilitação auxilia a pessoa a tornar-se novamente capaz de desempenhar suas funções ou outras
diferentes das que exercia, adequadas e e compatíveis com a sua limitação.

Como é realizada a comprovação que uma pessoa possui deficiência ou é reabilitada?

De modo a evitar falsas interpretações, fraudes ou mesmo equívocos, a condição de pessoa com
deficiência é comprovada por meio de Laudo Médico.​

Já para as pessoas reabilitadas é requerido o Certificado de Reabilitação Profissional emitido pelo


INSS, ou órgão por ele delegado, comprovando a participação em programa de reabilitação.

Também temos a pessoa com deficiência habilitada!​


É aquela pessoa com deficiência, que independente de processo de habilitação ou reabilitação
profissional, esteja capacitada para o exercício de alguma função.​

Quem deve habilitar a pessoa com deficiência?

Segundo o Decreto Decreto nº 3.298/99, a habilitação, como as demais políticas visando à plena
integração das pessoas com deficiência, pressupõe o desenvolvimento de ações conjuntas do Estado
e da sociedade. Portanto, todos temos uma parcela de responsabilidade, auxiliando na inserção de
pessoas com deficiência e reabilitadas no ambiente de trabalho!​

Nunca se esqueça, preconceito e discriminação são crime!

Atitudes discriminatórias, excludentes, preconceituosas, estereotipadas e outras que atentem


contra o direito das pessoas a serem iguais, além de criminosas, não contribuem para um ambiente
saudável nos ambientes de trabalho.​
Um pouco mais sobre isso falaremos mais adiante!
50
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

3.1.2. Aspectos psicossociais

Deficiências

Uma deficiência pode ser adquirida ou inata. As primeiras são causadas essencialmente por traumas.
As causas externas – e pelo envelhecimento da população.

Entende-se por causas externas, acidentes e violências, incluindo acidentes de trânsito, quedas, afoga-
mentos, fumaça, fogo e chamas, envenenamentos e intoxicações, suicídio, agressões, eventos indeter-
minados, intervenções legais, dentre outras.

Deficiência x Incapacidade: aspectos distintos da mesma questão

O primeiro refere-se à dificuldade em realizar atividades consideradas normais, devido à falta e/ou
mau funcionamento de um órgão ou sistema. O segundo é a desvantagem gerada pela primeira, den-
tro da coletividade.
Cabe à sociedade prover, por meio de políticas públicas, as condições necessárias para que os desi-
guais tenham as mesmas possibilidades de viver com qualidade e dignidade

CUIDADOS BIOPSICOSSOCIAIS

• Os Transtornos Mentais e do Comportamento (TMC) estão geralmente entre os diagnósticos


mais frequentes nos trabalhadores afastados do emprego por incapacidade. O sofrimento
do trabalhador pode decorrer também da própria situação de afastamento e da condição de
incapacidade.

• Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, os transtornos mentais e comportamentais


estão entre as principais causas de perdas de dias de trabalho no mundo. Os casos leves causam
em média perda de quatro dias de trabalho/ano e os graves cerca de 200 dias de trabalho/ano.
Atualmente, mais de 300 milhões de pessoas sofrem ao redor do mundo com a depressão. Mais
de 260 milhões vivem com transtornos de ansiedade. Muitas dessas pessoas vivem com ambos
os transtornos.

COMO A EMPRESA PODE AJUDAR EM RELAÇÃO AOSTRANSTORNOS MENTAIS NO AMBIENTE DE


TRABALHO?

• Proteger a saúde mental reduzindo os fatores de risco relacionados ao trabalho;

• Promover a saúde mental ao desenvolver aspectos positivos de trabalho e as habilidades dos


empregados;

• Enfrentar casos de problemas de saúde mental independentemente da causa;

• Outras medidas incluem entender as oportunidades e necessidades dos empregados indivi-


51

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


dualmente, ajudando a desenvolver melhores políticas para a saúde mental no ambiente de
trabalho.

A OMS lembra ainda que as organizações têm responsabilidade de apoiar indivíduos com trans-
tornos mentais no ambiente de trabalho tanto para continuar como para retornar às atividades.​

Muitas iniciativas podem ajudar indivíduos com transtornos mentais, como a flexibilidade da jornada
de trabalho, a mudança dos fluxos de trabalho, o enfrentamento de dinâmicas negativas do ambiente
e a comunicação sobre apoio confidencial podem ajudar pessoas com transtornos mentais a continu-
ar ou retornar ao trabalho.​

O que fazer para ter uma boa saúde mental?

• Pratique hábitos saudáveis.

• Melhore sua qualidade de vida.

• Não tenha vergonha de buscar ajuda de profissionais.

• Não abra mão de boas noites de sono.

• Reforçe seus laços de amizade.

• Reserve um tempo para curtir a vida e a convivência com os outros.

• Viva intensamente seus momentos em família.

• Pratique atividades físicas.

• Mantenha uma alimentação saudável.

• E Lembre-se: Você não é um super-herói. Reconheça seus limites e viva a vida intensamente!

3.1.3. Noções de adequação dos ambientes de trabalho para


pessoas com deficiência e reabilitados​

ACESSIBILIDADE E ERGONOMIA

Em geral, os ambientes de trabalho são projetados para atender ao conforto físico de um padrão mé-
dio de pessoas.​
Isto significa que as alturas de mesas, cadeiras, bancadas de trabalho, corrimãos, bem como as lar-
guras de corredores, portas, acessos de máquinas entre outros, são desenhados considerando um
dimensões corporais médias para mulheres e homens.​
Portanto, qualquer indivíduo que não se encaixe neste padrão, poderá ter dificuldades na utilização
dos espaços e equipamentos.​
A situação se amplia ainda mais se considerarmos além de dimensões físicas, as diferenças sensoriais,
52
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

entre as pessoas. Por exemplo, quem possui alguma deficiência visual, fonoauditiva, motora, cerebral
entre outras.
Ficando sob responsabilidade do indivíduo compensar sua deficiência para adequar ao padrão.
Porém este conceito de a pessoa se adequar ao ambiente de trabalho, vem sendo substituído pela
lógica inversa, os AMBIENTES E OBJETOS DE TRABALHO DEVEM ESTAR ADAPTADOS ÀS PESSOAS,
independente de suas diferenças físicas.​
Este assunto é objeto de estudo da ERGONOMIA. Área do conhecimento que entre outros assuntos,
busca adequar, adaptar e modelar, os ambientes, as rotinas e os processos de trabalho às nossas
necessidades e características pessoais. Esta medida contribui com a diminuição da probabilidade de
acidentes e de doenças do trabalho.
A ergonomia é tão importante que algumas ocasiões é necessária a elaboração de uma ANÁLISE
ERGONÔMICA DO TRABALHO – AET, para investigar em detalhes as rotinas e os postos de trabalho
dos cargos, funções e setores da empresa. Os critérios para elaboração desta análise estão descritos
na Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17).​
Este é um tema com ainda mais importância se considerarmos a adequação de espaços para pessoas
com deficiência e reabilitados.
Muitas empresas, por não conseguirem adequar devidamente seus ambientes de trabalho para este
público, acabam por limitar suas oportunidades de trabalho e favorecendo um ambiente propenso a
acidentes.​
Por exemplo, é comum a associação de deficientes auditivos com trabalhos em almoxarifados, dos
deficientes visuais com serviços de telefonia e os deficientes físicos com o teleatendimento.​
Estas correlações restringem as potencialidades das pessoas com deficiência e reabilitadas poderiam
desenvolver no trabalho se os postos fossem devidamente adaptados.
A CIPA pode auxiliar a empresa identificando possibilidades de melhorias nos ambientes de trabalho
de pessoas com deficiência e reabilitados, com o intuito de prevenir a ocorrência de acidentes e doen-
ças do trabalho e ajudando a criar ambientes mais inclusivos.​
Para tanto vamos verificar três hipóteses de ambientes de trabalho e verificar como estes ambientes
podem ser melhorados para atender a todos.

COMO TORNAR MAIS ACESSÍVEL UM LOCAL DE TRABALHO EM ESCRITÓRIOS

Para o ambiente de trabalho é importante garantir que as pessoas consigam usar os objetos de
trabalho sem dificuldades. A disposição dos materiais das mesas e cadeiras e demais mobiliários deve
garantir uma boa circulação em seu entorno, especialmente de cadeirantes.

As mesas de trabalho devem ter tamanho suficiente para comportar os objetos necessários para o
trabalho. É conveniente a utilização de meses com alturas ajustáveis e formato que possibilite ajuste
de posição dentro do ambiente.

As cadeiras devem ter altura e encosto para as costas reguláveis e possibilitar o giro no seu próprio
eixo. Os braços podem ficar apoiados sobre a mesa ou no descansa braços da cadeira, que também
devem ser reguláveis e preferivelmente confeccionados em material macio.
53

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Para os computadores, é recomendável que periféricos como mouse e teclado sejam independentes
do monitor e possibilitem regulagem de inclinação, quando necessário utilizar suportes especiais, ou
mesmo periféricos adaptados para pessoas com deficiência. O monitor deve possibilitar o ajuste de
contraste e brilho estar posicionado de modo que favoreça o conforto visual do usuário evitando ex-
cesso de giro do pescoço.

Não podemos esquecer dos aplicativos e softwares dos computadores que facilitem a utilização,
alguns deles possibilitando reconhecimento facial, biométrico, acionamento por voz, pelos olhos, sin-
tetizadores de voz (narração).

As condições ambientais também são muito importantes, a iluminação deve ser adequada e sufi-
ciente, quando possível favorecer a iluminação natural durante o dia. É sempre recomendável que
o local deve ser climatizado, com pouco ruído e sem excesso de divisórias para favorecer o contato
visual entre as pessoas.

COMO TORNAR MAIS ACESSÍVEL UM LOCAL DE TRABALHO NA INDÚSTRIA

As indústrias dispõe de processos produtivos e postos de trabalhos muito variados, porém podemos
listar algumas características que diferem do ambiente de escritórios mencionados anteriormente:​

• É comum a realização de grandes jornadas de trabalho em pé;​

• A carga física é costumeiramente elevada, exigindo em muitas ocasiões movimentação


repetitiva, manuseio de cargas entre outras condições;​

• A carga mental também pode ser grande, com fadiga e cansaço;​

• A segurança e a saúde devem ser consideradas sempre prioritárias, devido uma maior concen-
tração de fatores de risco nos ambientes, portanto quando não for possível mitigar o risco por
outros meios a utilização de EPI nunca deve ser negligenciada, mesmo que cause desconforto
no uso.​

Sempre que as condições físicas da pessoa e também a tarefa permitirem, é importante realizar a al-
ternância de postura em pé e sentado. A permanência por longos períodos em apenas umas destas
posturas favorece a fadiga corporal. A postura sentada é preferida para tarefas de precisão e atenção,
enquanto a postura em pé é mais indicada para tarefas que exijam movimentação e uso de força.

É importante favorecer uma boa postura de trabalho, que possibilitem ao trabalhador olhar para
frente, evitando torcer o tronco ou pescoço excessivamente. É importante reduzir ao máximo a neces-
sidade de transporte manual de cargas, e caso seja indispensável, que as cargas sejam as mais leves
possíveis.

Máquinas, equipamentos e ferramentas manuais devem se adequar ao trabalhador e não o con-


trário. Quando a máquina, equipamento ou ferramenta não for acessível de fábrica, adaptações são
aceitáveis desde que não comprometam sua integridade e segurança e sempre realizada por profis-
54
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

sional habilitado. Ajustes simples em ferramentas manuais são muito úteis como a colocação de alça
de suporte, porta ferramentas, empunhaduras para melhor pega, entre outros.

Bem como mencionado no ambiente anterior, as condições ambientais são muito fundamentais, e
no caso de ambientes industriais estão diretamente relacionados com o aumento da probabilidade
de acidentes ou doenças do trabalho. A iluminação, temperatura e o ruído devem permanecer dentro
dos padrões descritos nos programas legais da empresa. O ruído em especial é o principal fator de
risco identificado nas indústrias e em geral necessitam da utilização de EPI para atenuá-lo.

Comunicações e sinalizações diversas, é importante dispor de diversos meios de comunicação de


modo a alertar as pessoas de diversas maneiras. Placas e cartazes e sinalização luminosa conseguem
alertar um trabalhador surdo mudo por exemplo, mas não são ideais para pessoas cegos ou com
baixa visão, portanto sinalização sonora complementar também é necessária. Tenha sempre isto em
mente.

Deficiências

Em 19 de dezembro de 2000, foi promulgada a Lei Nº 10.098, conhecida como Lei da Acessibilidade,
estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portado-
ras de deficiência ou com mobilidade reduzida.​

Como instrumento de referência para o atendimento desta Lei, foi publicada em 2015 a primeira ver-
são da Norma Brasileira – NBR 9050, que estabelece critérios e parâmetros técnicos de dimensiona-
mento para projeto, construção, instalação e adaptação de edificações para atender ao critério de
acessibilidade.​

A NBR 9050 é atualizada e ampliada periodicamente e conta com mais de 150 páginas de conteúdo
sobre adequação de ambientes para acessibilidade. Alguns dos itens mencionados, que são impres-
cindíveis constar nas edificações.

3.2. NOÇÕES SOBRE AS LEGISLAÇÕES TRABALHISTA E


PREVIDENCIÁRIA RELATIVAS À SEGURANÇA E SAÚDE NO
TRABALHO

3.2.1. Noções de legislação previdenciária


A ocorrência de um acidente ou doença decorrente do trabalho pode levar a pessoa a ficar fora do
trabalho por um período maior que quinze (15) dias. Nesse caso, o INSS estabelece uma série de defi-
nições sobre cada um dos serviços que ele presta ao trabalhador acidentado.
55

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Nessa perspectiva, as definições estabelecidas pelo INSS, são:

• Auxílio-doença: é um benefício previdenciário adequado ao segurado que, ficar incapa-


citado para o seu trabalho ou para sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos. Para que o trabalhador tenha direito ao benefício, deverá ter cumprido,
quando for o caso, o período de carência exigido na lei (12 meses de contribuição). O be-
nefício auxílio-doença cessará com a alta programada, com a reabilitação ou ainda com
a aposentadoria por invalidez;

• Auxílio-acidente: é um benefício previdenciário concedido como indenização ao segu-


rado após a estabilização das lesões decorrentes de acidentes de qualquer natureza que
impliquem redução da capacidade funcional;

• Aposentadoria por invalidez: de acordo com o legalmente estipulado pelo Artigo 42 da


Lei Nº 8.213/91, uma vez cumprida a carência exigida (mínimo de doze meses de contri-
buição), será paga a aposentadoria por invalidez ao segurado a quem for considerado
impossível o processo de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta o sus-
tento. O INSS avaliará se o segurado tem ou não condições de voltar para sua atividade
profissional mediante perícia;

• Pensão por morte: É um benefício pago a família do trabalhador falecido, segurado pela
Previdência Social falecido (art. 74 da Lei 8.213/1991). Para concessão de pensão por
morte não há tempo mínimo de contribuição para a Previdência. Se o óbito ocorrer após
a perda da qualidade de segurado, os dependentes terão direito a pensão desde que o
trabalhador falecido tenha cumprido os requisitos para obtenção de aposentadoria paga
pela Previdência Social, até o dia de sua morte. Com as novas regras, o valor da pensão
será reduzido e os dependentes que já recebem algum tipo de benefício permanente do
INSS, não terão o direito de receber a pensão por morte integral;

• Reabilitação profissional: preconizado pelo artigo 89 da Lei no 8.213/91, a habilitação


e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado,
parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de necessidades especiais,
meios para a (re)educação e (re)adaptação profissional e social indicados para participar
do mercado de trabalho e do contexto em que vive. Os benefícios concedidos pela
reabilitação profissional poderá realizar o fornecimento de aparelho de prótese, órtese,
curso, atendimento psicológico, dentre outros.

Períodos de carência

Os benefícios previdenciários possíveis de serem concedidos aos trabalhadores e trabalhadoras, ví-


timas de acidentes de trabalho, ou de seus dependentes, estão sujeitos a períodos de carência, com
exceção do auxílio acidente e da pensão por morte. Vide quadro abaixo:
56
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Tabela 5 – Quadro de benefícios e tempo de carência.

Benefício Carência (em meses)


Auxílio doença/ Pensão por morte *Não há

Auxílio doença/ Aposentadoria por invalidez 12 meses

* Observação: a duração do benefício pode variar conforme a quantidade de contribuições do instituidor entre
outros fatores.

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO


A CAT é um documento a ser preenchido pela empresa em caso de acidente ou doença do trabalho.
Essa comunicação não deve ser esquecida ou omitida, nem pela empresa nem pelos membros da
CIPA. Isto porque o seu preenchimento é obrigatório por lei. A empresa deve comunicar os acidentes
ao INSS no prazo de 24 horas, (até o primeiro dia útil após o da ocorrência) e, em caso de morte, de
imediato, à autoridade competente, sob pena de multa cobrada pela Previdência Social, utilizando-se
do impresso específico.

A CAT também pode ser emitida pelo sindicato, por um médico, ou qualquer outra pessoa interes-
sada.

Como fazer?
Registro da CAT on-line

Para sua comodidade, o INSS disponibiliza um aplicativo que permite o Registro da CAT de forma online, desde
que preenchidos todos os campos obrigatórios.

Por meio do aplicativo, também será possível gerar o formulário da CAT em branco para, em último caso, ser
preenchido de forma manual (deverá ser encaminhado ao INSS).

Nos casos em que não for possível o registro da CAT de forma online e para que a empresa não esteja sujeita a
aplicação da multa por descumprimento de prazo, o registro da CAT poderá ser feito em uma das agências do
INSS.

A CAT deverá ser preenchida em quatro (4) vias, assim distribuídas:

1ª via - ao INSS

2ª via - ao segurado ou dependente

3ª via - ao sindicato de classe do trabalhador

4ª via - à empresa.
57

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

Qual é o objetivo do PPRA ?

Estabelecer uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalha-
dores, frente aos riscos dos ambientes de trabalho.

Quais são os riscos ambientais?

Para efeito do PPRA, os riscos ambientais são os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos
ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de expo-
sição, são capazes de causar danos à saúde dos trabalhadores.

Quem está obrigado a fazer o PPRA ?

A elaboração e implementação do PPRA é obrigatória para todos os empregadores e instituições que


admitam trabalhadores como empregados. Não importa o grau de risco ou a quantidade de emprega-
dos. Assim, tanto um condomínio, uma loja ou uma refinaria de petróleo, todos estão obrigados a ter
PPRA, cada um com suas próprias características e complexidade.

O PPRA é um documento que deve ser apresentado à fiscalização do ministério do trabalho.

PCMSO - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

Que é o PCMSO ?

Trata-se de um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, o qual é amparado por
uma Legislação Federal específica que consta na Norma Regulamentadora Nº 07, emitida pelo Minis-
tério do Trabalho e Emprego em 1994.

Qual o objetivo do PCMSO?

O PCMSO monitora por anamnese e exames laboratoriais a saúde dos trabalhadores. Tem por obje-
tivo identificar precocemente qualquer desvio que possa comprometer a saúde dos trabalhadores.
58
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

O que deve ser feito primeiro, o PPRA ou o PCMSO ?

O objetivo do PPRA é levantar os riscos existentes e propor mecanismos de controle. Os riscos não
eliminados são objeto de controle pelo PCMSO. Portanto, sem o PPRA não existe PCMSO, devendo
ambos estarem permanente ativos.

3.2.2. Ordem de serviço de saúde e segurança do trabalho


É um instrumento de extrema importância em toda gestão de SST, na empresa. O referido documento
serve para orientar o trabalhador sobre os riscos no ambiente de trabalho, como também para mos-
trar as medidas adotadas pela empresa em favor da segurança do trabalhador.

Além disso, a Ordem de Serviço de Saúde e Segurança do Trabalho é um documento que requer a as-
sinatura do trabalhador e, ao assiná-lo, esta se compromete a trabalhar de forma segura. Outrossim,
a Ordem de Serviço de Saúde e Segurança do Trabalho geralmente é o primeiro documento sobre
segurança do trabalho que o trabalhador, recém contratado, tem ciência.

Cabe acrescentar que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) cita a Ordem de Serviço de Saúde e
Segurança do Trabalho em seu Capítulo V - Artigo 157, Item II, cabendo às empresas:

II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de


evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;

Além da CLT, na NR 01 há uma descrição sobre ordem de serviço, nela consta que cabe ao empregador:

a. cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no


trabalho;

b. informar aos trabalhadores:

I. os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho;

II. as medidas de controle adotadas pela empresa para reduzir ou eliminar tais riscos;

III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os pró-
prios trabalhadores forem submetidos;

IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.

c. elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos trabalhadores;

d. permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais
e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho;

e. determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença relaciona-
da ao trabalho, incluindo a análise de suas causas;
59

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


f. disponibilizar à Inspeção do Trabalho todas as informações relativas à segurança e saúde no
trabalho.

g. implementar medidas de prevenção, ouvidos os trabalhadores, de acordo com a seguinte or-


dem de prioridade:

I. eliminação dos fatores de risco;

II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva;

III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas ou de orga-
nização do trabalho;

IV. adoção de medidas de proteção individual.


4. AULA IV
61

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


OBJETIVOS
Ao término dos estudos desta unidade você estará apto para:

• Realizar inspeção de segurança nos ambientes de trabalho.

• Conhecer a hierarquia das ações de segurança e equipamentos de proteção.

Os capítulos que compõem esta unidade são:

• Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos.

4.1. PRINCÍPIOS GERAIS DE HIGIENE DO TRABALHO E DE


MEDIDAS DE CONTROLE DOS RISCOS
A higiene ocupacional ou higiene do trabalho trata-se de uma ciência do ramo da segurança e
medicina do trabalho, destinado à antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos
riscos provenientes do ambiente de trabalho, que possam ocasionar prejuízo à saúde e a integri-
dade dos trabalhadores.
62
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

4.1.1. Inspeção de segurança nos ambientes de trabalho


É a vistoria que se faz nos locais de trabalho, a fim de se descobrir riscos de acidentes.

Elas podem ser classificadas, como:

Rotina

São inspeções normalmente efetuadas pelos membros da CIPA e que visam, acima de tudo, observar
e evitar a criação de riscos conhecidos, tais como: arrumações perigosas, defeitos nos pontos vitais
dos equipamentos, carpetes descolados, utilização de extensões, atitudes perigosas dos funcionários,
etc.

Periódicas

São inspeções realizadas por meio de intervalos regulares/constantes, principalmente para descobrir
riscos já previstos, que podem caracterizar-se por desgastes, esforços e outras agressividades a que
estão sujeitos móveis, máquinas, ferramentas, etc.

Especiais

São inspeções geralmente realizadas por especialistas em Segurança do Trabalho, nas quais são uti-
lizandos equipamentos especiais para monitoramento de agentes físicos e/ou químicos. Ex.: decibelí-
metro, termômetro, dosímetro, etc.

Etapas da Inspeção

• Observação do ambiente e dos meios de trabalho;

• Coleta de informações;

• Registro de dados e elaboração do relatório;

• Apresentação dos dados coletados nas reuniões da CIPA;

• Encaminhamento do relatório através do Presidente da CIPA;

• Acompanhamento da implantação das medidas recomendadas.

Verificação de segurança

Uma das ferramentas mais importantes para a atuação da CIPA é a manutenção de verificações
regulares nos locais de trabalho. Para a verificação de segurança podemos utilizar o ciclo PDCA.
63

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


O ciclo PDCA é um método interativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria
contínua de processos e produtos. PDCA significa P (PLAN= Planejar), D (DO= Fazer), C (CHECK= Ve-
rificar), A (ACTION= agir), esta ferramenta tem a função de garantir que a empresa organize os seus
processos e produtos.

Figura 7 – Ciclo do PDCA.

ACTION
AGIR
PLAN
PLANEJAR

• Ação corretiva no • Localizar proble-


insucesso; mas;
• Padronizar e • Estabelecer planos
treinar no sucesso. de ação.

CHECK
CHECAR
DO
FAZER

• Verificar atingimen- • Execução do plano;


to de meta; • Colocar plano em
• Acompanhar prática
indicadores.

4.1.2. Hierarquia das ações de segurança e equipamentos de


proteção
Diante dos perigos e riscos ocupacionais, devem ser seguidas precauções e medidas de controle. Essas
medidas de controle, porém, não podem ser adotadas de qualquer jeito, sem critérios. Existe uma or-
dem e prioridade que devem ser seguidas. E essa hierarquia está estabelecida na Norma Regulamen-
tadora N° 1 do MTE, a qual esclarece que faz-se necessário:

"g) implementar medidas de prevenção, ouvidos os trabalhadores, de acordo com a se-


guinte ordem de prioridade:

I. eliminação dos fatores de risco;

II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção
coletiva;

III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas
ou de organização do trabalho;

IV. adoção de medidas de proteção individual.”

Para uma melhor compreensão, segue, abaixo, a hierarquia que deverá ser seguida para que se possa
64
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

eliminar ou minimizar os riscos:

1. ELIMINAR: eliminar o risco;

• Eliminar um produto químico que pode ser substituído por um menos agressivo;

• Substituir uma máquina ruidosa por uma que gere menos ruído;

O que se deve analisar no item, acima, é se realmente o produto e/ou essa máquina são essenciais para
o processo produtivo da empresa. Caso não sejam, cabe aos responsáveis por essa análise orientarem
ou informarem da importância de uma possível substituição ou eliminação do agente causador de
risco ao trabalho.

2. MINIMIZAR: reduzir o risco a níveis aceitáveis.

• Reduzir a exposição do trabalhador ao risco, por meio de rodízios;

• Reduzir o número de máquinas em um determinado setor para diminuir o ruído;

• Reduzir a quantidade de produto químico utilizado.

3. ENGENHARIA: controlar os riscos por meio de projetos de engenharia.

• Colocar proteção nas partes móveis das máquinas e equipamentos- EPC;

• Enclausurar equipamentos;

• Sistemas de ventilação.

Sempre que um processo/procedimento de trabalho for essencial à empresa, mas este gerar algum
tipo de risco à segurança e saúde do trabalhador será necessário a elaboração de uma projeto de
engenharia, visando a proteção das pessoas.

4. ADMINISTRATIVO: administrar o risco

• Elaborar APR;

• Elaborar Permissão de Trabalho;

• Treinamentos e conscientização;

• Placas de advertência;

• Rodízio de trabalho.

Deve-se ter uma atenção especial a esse item, pois ele depende e é influenciado pelo comportamento
humano, apesar de toda identificação e conscientização ainda haverá probabilidade de erros.

5. Equipamento de Proteção Individual - EPI: tornar obrigatório o uso do EPI.

Fornecer o EPI é assumir que o risco existe e que o mesmo não está sob controle, portanto, utilize-os
de forma correta. Tente as demais formas de controle, se não houver outra situação forneça o EPI que
é a nossa última opção de proteção contra o risco.
65

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


O QUE É EPI ?
Segundo a Norma Regulamentadora - NR 06, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI,
todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

O Equipamento de Proteção Individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à


venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito
estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a. sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

b. enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e

c. para atender a situações de emergência.

Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele composto por
vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer
simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO – CA
Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:

a. de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua con-
formidade avaliada no âmbito do SINMETRO (Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial);

b. do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o caso.

Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fa-
bricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador,
o lote de fabricação e o número do CA.

A adaptação do Equipamento de Proteção Individual para uso pela pessoa com deficiência feita pelo
fabricante ou importador detentor do Certificado de Aprovação não invalida o certificado já emitido,
sendo desnecessária a emissão de novo CA. (Inserido pela Portaria MTb n.º 877, de 24 de outubro de
2018) .

“6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho - SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e tra-
balhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em
determinada atividade. (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010)
66
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

6.5.1 Nas empresas desobrigadas a constituir SESMT, cabe ao empregador selecionar o


EPI adequado ao risco, mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, ouvi-
da a CIPA ou, na falta desta, o designado e trabalhadores usuários. (Alterado pela Portaria
SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010).”

Responsabilidades do empregador
Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a. adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b. exigir seu uso;

c. fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de


segurança e saúde no trabalho;

d. orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e. substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f. responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

g. comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;

h. registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema
eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009).

Responsabilidades do trabalhador
Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a. usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b. responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c. comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;

d. cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho:

• cadastrar o fabricante ou importador de EPI;

• receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;

• estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI;

• emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;

• fiscalizar a qualidade do EPI;

• suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora;


67

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


• cancelar o CA.

Sempre que julgar necessário o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, poderá requisitar amostras de EPI, identificadas com o nome do fabricante e o número de
referência, além de outros requisitos. Conforme a NR 06, cabe ao órgão regional do MTE:

a. fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;

b. recolher amostras de EPI;

c. aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento desta NR.

Figura 8 – Tipos de equipamentos de proteção individual – EPI.

A tabela a seguir descreve as proteções necessárias, suas finalidades e os equipamentos mais


recomendados para este riscos.

Tabela 6 – Tipos, finalidade e equipamentos indicados - EPI

Tipos de proteção Finalidade Equipamento indicado


Proteção para a face Contra riscos de impacto Óculos de segurança (para
de partículas, respingos de maçariqueiros, rebarbadores,
produtos químicos, ação de esmerilhadores, soldadores,
radiação calorífica ou luminosa torneiros). Máscaras e escudos
(infravermelho, ultravioleta e (para soldadores).
calor).

Proteção para o crânio Contra riscos de queda de objetos, Capacete de segurança


batidas, batidas por choque
elétrico, cabelos arrancados, etc.
68
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Tipos de proteção Finalidade Equipamento indicado


Proteção auditiva Contra níveis de ruído que Protetores de inserção, protetores
ultrapassem os limites de externos (tipo concha)
tolerância.

Proteção respiratória Contra gases ou outras substâncias Respiradores com filtros


nocivas ao organismo que tenham mecânicos, químicos ou com a
por veículo de contaminação as combinação dos dois tipos.
vias respiratórias.

O QUE É O EPC ?
Considera-se Equipamento de Proteção Coletiva - EPC todo dispositivo de uso coletivo, destinado a
proteger a saúde e a integridade física de um ou mais trabalhadores, que estão expostos ao mesmo
risco no ambiente de trabalho.

Tabela 7 – Tipos, finalidade e equipamentos indicados - EPC

Tipos de proteção Finalidade


Cone, faixa zebrada Sinalização, limitação de acesso a áreas.

Corrimão e guarda-corpo Proteção contra quedas

Capelas Eliminar vapores e odores tóxicos

Enclausuramento de partes móveis em máquinas Proteção de membros inferiores e superiores dos


trabalhadores, evitando prensamentos e outros.
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
69
5. AULA V
71

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


OBJETIVOS
Ao término dos estudos desta unidade você estará apto para:

• Organizar a SIPAT.

• Elaborar plano de trabalho.

• Realizar reuniãos da CIPA e avaliar o comprimento das metas de trabalho.

Os capítulos que compõem esta unidade são:

• Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da


comissão.

5.1. ORGANIZAÇÃO DA CIPA E OUTROS ASSUNTOS NECESSÁRIOS


AO EXERCÍCIO DAS ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO
72
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

O QUE É O SESMT?
É o serviço especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.

O SESMT pode ser formado por:

• Médico do trabalho;

• Engenheiro de Segurança do Trabalho;

• Enfermeiro do Trabalho;

• Técnico de Segurança do Trabalho;

• Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.

Nessa aula vamos aprender a dimensionar a CIPA e como funcionam as eleições e reuniões para dis-
cutir as medidas de prevenção, saúde e segurança dos trabalhadores.

DIMENSIONAMENTO
A CIPA é formada por representantes do empregador e dos empregados, sendo dimensionado de
acordo com a atividade realizada pela empresa e o número de funcionários. Segue, abaixo, a figura 9,
a qual demonstra como deve ser a constituição da CIPA.

Figura 9 – Constituição da CIPA.


73

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Requisitos para dimensionamento da CIPA:

• Empresas com até 19 trabalhadores não se enquadram no Quadro I da NR 05, sendo assim,
deverão designar um trabalhador para cumprir os objetivos da NR 05.

• Para a designação do responsável pelo cumprimento dos objetivos da NR 05, no caso de em-
presas com até 19 empregados, podem ser adotados mecanismos de participação dos empre-
gados por meio de negociações coletivas.

• Empresas com 20 ou mais trabalhadores devem constituir CIPA.

Na Figura 10, observamos os requisitos para o dimensionamento da CIPA.

Figura 10 – Requisitos para dimensionamento da CIPA.

Aprendendo a dimensionar a CIPA

Para dimensionarmos a CIPA, podemos utilizar o seguinte passo a passo:

• 1º Verificar o CNAE - Código Nacional de Atividade Econômica, uma empresa pode ter vários
CNAE, deve-se escolher o que representa a atividade principal da empresa.

• 2º Conforme o CNAE verificar qual grupo pertencente, conforme o quadro II da NR 05.

• 3º Verificar a quantidade de funcionários.

• 4º Consultar o Quadro I da NR 05, relacionando o grupo pertencente e o número de funcionários.

Vejamos o exemplo a seguir:


74
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

A empresa “XX” possui 101 empregados, cuja atividade econômica é a fabricação de sorvetes e outros
gelados comestíveis, enquadrada no CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas com Nº
1053-8.

1º Passo

Consultar o QUADRO II da NR 05, Agrupamento de setores econômicos pela Classificação Nacional de


Atividades Econômicas – CNAE (versão 2.0), para dimensionamento da CIPA (Transcrito parcialmente a
seguir). Verificar no Quadro II, a que grupo o CNAE 1053-8 pertence.

Figura 11 – Quadro II da NR 05.

Esta empresa se enquadra no GRUPO C-2, conforme a tabela nos mostra.

2º Passo

Consultar o Quadro I da NR 05. Dimensionamento da CIPA (Transcrito parcialmente a seguir), rela-


cionando o Grupo C-2 ao número de trabalhadores existentes na empresa, que é 101 empregados, e
verificar quantos membros devem constituir a CIPA.
75

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Figura 12 – Quadro I da NR 05.

A CIPA deve ser constituída por seis membros, sendo três efetivos e três suplentes, representantes
dos empregados, conforme sinalizado em azul na tabela 02. Vale destacar que este quantitativo se
refere aos representantes dos empregados, porém como consta na CIPA, a representatividade deverá
ser a mesma tanto para os empregados como para o empregador. Portanto, a CIPA será composta
por seis membros efetivos (titulares), três membros que representam o empregador e três membros
que representam os empregados. A mesma proporção serve para os suplentes. Os suplentes, cujo
quantitativo está estabelecido no Quadro I, são aqueles eleitos com número de votos imediatamente
inferior ao dos titulares.

A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada
pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do núme-
ro de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.

CONVOCAÇÃO DAS ELEIÇÕES


Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na
CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em curso, conforme NR 05.

Comissão Eleitoral (CE)


Deve ser constituída pela empresa, caso seja a primeira vez da implantação da CIPA. Caso não seja, o
presidente e o vice-presidente são responsáveis por constituí-la. A CE tem a função de acompanhar as
inscrições, divulgar os inscritos, rubricar as cédulas, acompanhar a votação, guardar as cédulas (caso a
76
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

apuração não seja imediata), efetivar a apuração e declarar os eleitos, titulares e suplentes.

A legislação não estabelece a quantidade de membros para a CE, ficando a critério do presidente e do
vice-presidente quando houver CIPA; quando não houver, ficará a critério da empresa.

A empresa é obrigada a comunicar ao sindicato da categoria profissional o início do processo eleitoral.

Desse modo, a eleição é legitimada, pois deixa a situação transparente e garante aos candidatos que
o pleito será disputado e fiscalizado.

Edital de eleição
Deve ser publicado e divulgado em locais de fácil acesso e visualização, de forma que a maioria dos
trabalhadores tome conhecimento do processo de eleição. A empresa tem um prazo mínimo de 45
dias, antes de se finalizar o mandato em curso para publicar o edital.

Comentários
• Conforme destacado anteriormente, as inscrições devem ser livres e com fornecimento de com-
provante, que deve conter a data da efetivação do ato e a assinatura de quem as recebeu. É
importante que a empresa fique com uma cópia desse comprovante, pois é a forma que ela
tem de provar para o órgão fiscalizador, caso solicite, que o forneceu ao empregado durante a
inscrição.

• Após o encerramento das inscrições, a comissão eleitoral deverá dar ampla divulgação dos can-
didatos eleitos.

• O período entre a divulgação dos candidatos inscritos e a realização da eleição deve ser preser-
vado para que os candidatos possam realizar sua campanha eleitoral; o prazo é de, no mínimo,
15 dias.

Eleição
• Deve ser realizada: no prazo mínimo de 30 dias antes de ser finalizado o mandato em curso; em
dia normal de trabalho; em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados,
respeitando os horários de turnos.

No caso de empresas em que os trabalhadores não permanecem nos estabelecimentos, é possível


a utilização de urnas itinerantes, de forma a garantir maior participação. Lembrando que o voto é
secreto.

• A eleição pode ser realizada por meios eletrônicos, informando que estes deverão manter a
77

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


inviolabilidade do voto, garantindo a vontade manifesta do votante e a posterior avaliação das
informações, que devem ser guardadas, de forma acessível à fiscalização do trabalho, pelo pe-
ríodo mínimo de cinco anos.

• Os candidatos mais votados assumirão a condição de membros titulares e suplentes.

• Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.

• Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem
decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.

• Os eleitos tomarão posse no primeiro dia útil após o fim do mandato da CIPA anterior, mas se
for a primeira eleição da CIPA, os eleitos serão empossados imediatamente.

Anulação da Eleição
• As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocoladas na unidade descentralizada
do MTE, até 30 dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.

• A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) terá um prazo de 60 (sessenta) dias


para analisar os fatos das denúncias de irregularidades, podendo solicitar a anulação da eleição
ou a correção das irregularidades.

• Caso a eleição seja anulada, a empresa terá que convocar nova eleição no prazo de cinco dias, a
contar da data de ciência, garantindo as inscrições realizadas anteriormente.

• Serão reabertos todos os prazos anteriormente definidos, observando novamente todas as re-
gras estabelecidas na lei.

• Caso a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, o mandato anterior deverá ser
prorrogado até o término do processo eleitoral.

Treinamento
• O empregador deverá promover treinamento a todos os membros da CIPA, titulares e suplen-
tes, antes da posse, com carga horária de acordo com a tabela abaixo, distribuídas em oito ho-
ras diárias, durante o expediente normal de trabalho . Caso seja a primeira vez da constituição
da CIPA na empresa, deverá ser realizado o treinamento no máximo de 30 dias, contados a
partir da data da posse conforme NR 05.

• O treinamento deverá ser quando o trabalhador for novamente indicado ou reeleito, mesmo
quando o indicado ou eleito já houver feito o curso anteriormente em outro estabelecimento.
78
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Tabela 8 – Distribuição de carga horária por grau de risco.

Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4

Carga Horária 8 horas 12 horas 16 horas 20 horas

C.H. EAD 8 horas 8 horas 8 horas 12 horas

C.H. Presencial ---- 4 horas 8 horas 8 horas

Orientações importantes
• O curso deve ser realizado para todos os membro, de cada mandato da CIPA;

• O conteúdo mínimo a ser contemplado no treinamento é descrito na NR 05;

• Este treinamento pode ser ministrado por profissionais do Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa, por entidade patronal, por
entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas;

• A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou profis-
sional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à empresa escolher a
entidade ou profissional que ministrará o treinamento;

• Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao treinamento, a


unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego determinará a complementação
ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de 30 dias, contados da data de
ciência da empresa sobre a decisão.

Das reuniões
A CIPA deve planejar previamente as reuniões, possuindo uma sequência de assuntos a serem
abordados. De acordo com a NR 05, essas reuniões podem ser de dois tipos:

• Ordinárias, realizadas mensalmente, durante o expediente normal de trabalho, cujo calen-


dário anual foi definido no início do mandato.

• Extraordinária, pode ser solicitada por qualquer membro da CIPA, são realizadas quando
ocorre alguma situação de emergência, tais como: acidente de trabalho grave ou fatal ou
denúncia de situação de risco grave ou eminente.

• As reuniões da CIPA deverão ser registradas em atas e todos os presentes devem assiná-la, cada
representante deve ficar com cópia da ata de reunião.

• Os comprovantes de entrega de cópia das atas a todos os membros da CIPA deverão ficar à
disposição dos Fiscais do Trabalho.
79

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


• As atas ficarão no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.

Das decisões da CIPA


• As decisões da CIPA serão, preferencialmente, por consenso. Não havendo consenso, e frus-
tradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado um processo de
votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.

• Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado. A


reconsideração relativa às decisões pode ser de iniciativa do empregador, de um trabalhador
ou de grupo deles. A reconsideração deve ser encaminhada à CIPA.

• O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quan-
do será analisado, devendo o presidente e o vice-presidente efetivar os encaminhamentos
necessários.

Importante
A mediação, nas decisões da CIPA, pode ser feita por pessoa ou entidade que conte com o aceite das duas
partes. Pode ser alguém da própria empresa, de um dos sindicatos - quer representantes dos trabalhadores,
quer das empresas – pode ser um membro das comissões tripartites ou bipartites, quando existentes, ou
mesmo o órgão regional do MTE.

ESTABILIDADE DOS MEMBROS DA CIPA


É vedada a dispensa arbitrária, ou sem justa causa, do empregado eleito para cargo de direção de
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após
o final de seu mandato. Todos os inscritos têm garantia de emprego até a próxima eleição, portanto,
não poderá ser demitido sem justa causa durante este período.

Informação:

• Os membros da CIPA têm estabilidade garantida desde o registro da sua candidatura até um
ano após o final do mandato.

• Caso o cipeiro deseje sair da empresa, deverá, primeiramente, solicitar por escrito sua renúncia
ao mandato da CIPA ou ao direito da garantia de emprego, quando o mandato já houver se
encerrado.

• A empresa deverá enviar correspondência ao MTE, comunicando o fato e a substituição do


membro da CIPA pelo suplente. A empresa poderá efetivar o acordo junto ao sindicato da
categoria.
80
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

• O número de suplentes, constante no Quadro I, deve ser mantido com a nomeação do próximo
candidato mais votado, conforme a ata de eleição.

• Profissionais titulados em matérias de segurança e saúde no trabalho também deverão fazer o


curso da CIPA se forem eleitos ou indicados para a CIPA. O curso tem eminente caráter de trei-
namento, mas é também uma oportunidade de firmar laços para a consecução dos objetivos
da comissão.

Mandato dos Membros da CIPA


• O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, sendo permitida
apenas uma reeleição consecutiva. Já os indicados pelo empregador podem ficar na CIPA
indefinidamente.

• No caso de prestação de serviços com atividades em períodos menores que um ano em deter-
minado estabelecimento, o fato deve ser comunicado ao órgão descentralizado do MTE, que
avaliará e definirá caso a caso.

• Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades
normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua
anuência.

Orientação:
Reeleição é a eleição subsequente, ou seja, o empregado foi eleito para o mandato referente ao ano
de 2019 e reeleito para o ano de 2020. Ele está formalmente impedido de se candidatar ao mandato
referente ao ano de 2021 porque seria a segunda reeleição, mas não há nenhum impedimento que
ele venha a se candidatar novamente para a eleição de 2022, voltando a valer a mesma regra anterior.

Perda do Mandato dos Membros da CIPA

O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de qua-
tro reuniões ordinárias sem justificativa. O suplente será o candidato, na sequência, que obteve o
maior número de votos.

ATENÇÃO!

• Esta informação será obtida através da ata da eleição;

• Na ausência de suplentes para o cargo vago, deve-se realizar eleição extraordinária, com as
mesmas exigências do processo eleitoral, exceto quanto aos prazos, que deverão ser reduzidos
pela metade. O mandato do novo membro eleito será igual ao dos demais membros da comis-
81

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


são vigente;

• O novo membro deve receber treinamento no prazo máximo de trinta dias, contados a partir
da data da posse.

Afastamento Definitivo do Vice-Presidente


No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da representação dos em-
pregados escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis. Nesta situação, o suplente
que estiver na ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, passará a fazer parte dos
membros titulares, inclusive, podendo ser escolhido como vice-presidente.

5.1.1. Organização da SIPAT


Dentre as atribuições da CIPA está a responsabilidade de organizar a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes de Trabalho - SIPAT.

A SIPAT tem como objetivo principal conscientizar os colaboradores sobre a importância das ações de
saúde e segurança, com foco prevencionista, visando eliminar ou reduzir o número de doenças ocupa-
cionais e acidentes de trabalho. Esta semana proporciona oportunidades para que os colaboradores
se tornem elementos de fiscalização, apontando e sugerindo melhorias quando necessário.

SIPAT é obrigatória

A SIPAT é uma obrigatoriedade contida na Portaria Nº 3.214 da Norma Regulamentadora Nº 05 (NR


05). Sendo uma das atribuições da CIPA elaborar e promover anualmente a SIPAT, durante uma se-
mana inteira.

Para cumprir a legislação trabalhista, as empresas que constituem CIPA (Comissão Interna de Preven-
ção de Acidentes) precisarão organizar, anualmente, a SIPAT. A forma de organizar uma SIPAT, traz
muitas interrogações e dúvidas para os trabalhadores que organizarão o evento. Para tanto, seguem,
abaixo, algumas sugestões.

Sobre o que a SIPAT deve tratar? Quais temas devem ser abordados?

Os temas a serem abordados na SIPAT são de livre escolha da empresa, desde que tenham a seguran-
ça e a saúde como foco.

Recomenda-se assuntos que tratem problemas ou desvios identificados na própria empresa, resulta-
do das inspeções realizadas pela CIPA
82
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Outros temas que podem ser tratados são aqueles que compõem o treinamento da CIPA, ou ainda:
tabagismos, a importância de uma alimentação saudável; formas de prevenção às doenças osteomus-
culares relacionadas ao trabalho; prevenção à AIDS e às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST);
importância do planejamento familiar; como usar corretamente os EPI e os EPC; reduzir acidentes de
trabalho; entre outros.

Como organizar uma SIPAT?

A SIPAT é uma semana com diversas ações relacionadas a saúde e segurança que ocorrem na empre-
sa. Organizado pela CIPA em parceria com os principais gestores da empresa.

As atividades da SIPAT são oferecidas a todos os colaboradores. A organização deverá se reunir para
definir os temas das palestras. Posteriormente, organizar o cronograma e checar as datas. Preferen-
cialmente em uma semana com menor fluxo de atividades para não comprometer a produção. Todo
o evento será programado no horário do expediente para não contar como hora extra.

As palestras não tem carga horária pré-definida, logo, não precisam durar o dia todo.

Ao longo da semana, pode se definir a carga horária das atividades, sendo de uma a duas horas por
atividade. Toda ação realizada durante a semana terá de ser evidenciada em ata.

A SIPAT precisa ser comunicada e divulgada a todos os trabalhadores da empresa, por meio de infor-
mativos, cartazes, e-mails, reuniões, diálogos de segurança, etc.

Tudo deve ser registrado

Tudo o que for realizado tem de t ser registrado em ata. É necessário ser guardado, para registro, a
lista de presença com a assinatura dos participantes, descrição dos temas abordados e assinatura dos
palestrantes.

Toda documentação referente a organização e realização da SIPAT devem ser arquivados na pasta de
documentos da CIPA, pois são evidências de cumprimento da legislação ao Ministério do Trabalho.

Os documentos, comunicando sobre a organização da SIPAT, também terão de ser anexados à pasta
de documentos da CIPA, pois constituem prova junto ao Ministério do Trabalho de que o que a lei de-
termina foi devidamente cumprido.

5.1.2. Elaborar plano de trabalho


Segundo a NR 05 a CIPA “deverá elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solu-
ção de problemas de segurança e saúde no trabalho”.
83

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Para que serve um plano de trabalho?

O plano de trabalho tem o intuito de organizar o trabalho da CIPA ou até SESMT. Ele ajuda na or-
ganização e planejamento na gestão de qualquer parte ou setor da empresa. É documento de grande
utilidade para CIPA, SESMT, inclusive, outros setores.

Ele funciona como um lembrete de seus deveres e obrigações.

O do plano de trabalho da CIPA tem como meta principal, agir de forma preventiva, antecipando os
riscos com ações planejadas e organizadas, implantando as medidas de correção, avaliando os resul-
tados obtidos, e discutindo-os nas reuniões da CIPA.

Os planos de trabalhos, bem como as ações da CIPA devem ser todos registrados e guardados para
fins de fiscalizações.

As tarefas da CIPA são orientativas, portanto têm o intuito de contribuir na preservação da integridade
física e mental dos trabalhadores.

Recomenda-se evitar associar a figura do cipeiro como sendo um repressor ou um “fiscal”.

Nos planos de trabalho é necessário constar ações como: organização da SIPAT; confecção do mapa
de risco; produção de material informativo; realização de diálogo com os trabalhadores; participação
em palestras; entre outros.

Evidentemente, o plano deverá estar articulado com o SESMT da empresa e com a gestão.

Figura 13 – Modelo de plano de trabalho 5W2h.

PLANO DE TRABALHO (MODELO)

Gestão CIPA

Data:

Quando será
O que fazer? Onde fazer? Por que fazer? Como fazer? Quem fará? Quanto custará
feito?

5.1.3. Reuniões da CIPA e avaliação do cumprimento das metas


fixadas em seu plano de trabalho
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Segundo a NR 05, a CIPA “deverá realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas
em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas”.

Esse item da norma será realizado com uso do plano de trabalho citado acima, podendo usar pacote
office: word, excel ou programas específicos.

A CIPA deve planejar previamente as reuniões, possuindo uma sequência de assuntos a serem abor-
dados. De acordo com a NR 05, essas reuniões podem ser de dois tipos: Ordinárias ou extraordinárias.

Conforme NR 05:

Cabe ao Presidente da CIPA:

a. convocar os membros para as reuniões da CIPA;

b. coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as


decisões da comissão;

c. manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido.

Observação
Mesmo com calendário, é importante o presidente, convocar os membros e estabelecer sistemática para tal.

As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da empresa e em local
apropriado.

As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para todos
os membros.

As atas devem ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e Em-


prego.

Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:

a. houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas
corretivas de emergência;

b. ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

c. houver solicitação expressa de uma das representações.

As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.

Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será insta-
lado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado.

O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será
analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários.
REFERÊNCIAS
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


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fax, Virginia: AIHA, 1998.

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SCALDELAI, Aparecida Valdinéia et al. Manual Prático de Saúde e Segurança no Trabalho. São Ca-
etano do Sul, SP: Yendis, 2009.

SESI/Departamento Nacional. Manual SESI para Implantação de Sistema de Gestão de Segurança


e Saúde do Trabalho. Brasília, 2008.

SESI/Departamento Nacional. Manual NTEP e FAP: Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário


(NTEP) e suas implicações na composição do Fator Acidentário de Prevenção (FAP). Brasília, DF,
2011.

TESCH, Nilson. Segurança no Trabalho. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.

TODESCHINI, Remígio; COUTO, Wanderley. O novo seguro de Acidente e o Novo FAP. Editora: LTR,
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enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf>. Acesso em maio, 2020.
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Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 jul. 1991. Dispo-
nível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm>. Acesso em maio,2020.

Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo


V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Di-
ário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 06 jun. de 1978. Suplemento. Disponível
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-trabalho/sst-menu/sst-normatizacao/sst-nr-portugues?view=default>. Acesso em maio, 2020.

NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Alterada pela Portaria SSST n.º 25, de 29 de
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OZÓRIO, Vitor. Segurança do Trabalho, 2013. Referencias: Segurança do Trabalho, 2013. Disponível
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cidentes-de-trabalho/classificacoes-estatisticas>. Acesso em maio, 2020.
90
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET DIRETORIA DE SERVIÇOS CORPORATIVOS - DSC

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Fernando Augusto Trivellato


Diretor de Educação e Tecnologia Diretor de Serviços Corporativos

SESI/DN Superintendência de Administração - SUPAD


Robson Braga de Andrade Maurício Vasconcelos de Carvalho
Diretor Superintendente Administrativo

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Alberto Nomoto Yamaguti


Diretor-Superintendente Normalização

DIRETORIA DE OPERAÇÕES ________________________________________________


Paulo Mól Junior
Diretor de Operações PRODUÇÃO EDITORIAL

Gerência Executiva de Saúde e Segurança na Equipe de Desenvolvimento - SESI DR/MS


Indústria Arilson Lima de Faria
Emmanuel de Souza Lacerda Braulio Gaudencio Cerqueira
Gerente-Executivo de Saúde e Segurança na Indús- João Vitor Dias Toledo
tria Marcio Anjolete
Stefany Gomes Silva
Gerência de Segurança e Saúde no Trabalho
Katyana Aragão Menescal Revisão Ortográfica
Gerente de Segurança e Saúde no Trabalho Andrea Walder Zanatti

Katyana Aragão Menescal


Gerente de Segurança e Saúde no Trabalho Elaboração da pesquisa e organização técnica
Startup FIEMS
Juliana Ferreira Santos
Equipe Técnica Orientação Pedagógica
Luciano Ferraz Servente
DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO - DIRCOM Startup FIEMS
Ana Maria Curado Matta
Diretora de Comunicação Design gráfico e diagramação - SESI MS
Startup FIEMS
Gerência de Publicidade e Propaganda Sara Galdino Bissoli
Armando Uema
Gerente de Publicidade e Propaganda

Katia Rocha
Coordenadora de Gestão Editorial
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