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DE RISCOS
Professor:
Fábio Maciel de Almeida
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Demonstrar a importância das inspeções no âmbito da prevenção de
acidentes e doenças do trabalho.
•• Abordar conceitos referentes ao emprego de cores na identificação de risco
e aspectos gerais de sinalização de segurança.
•• Apontar a importância da etiquetagem e bloqueio durante operações e
serviços de manutenção e reparo, entre outros.
•• Apresentar a necessidade, bem como a importância dos treinamentos
e capacitação dos trabalhadores, no tocante à redução do número de
ocorrências de acidentes e doenças do trabalho.
PLANO DE ESTUDO
introdução
6 Pós-Universo
Inspeções e
Vistorias de Segurança
Inspecionar deve ser compreendido como um ato de observação minuciosa.
Para Rossete (2014, p. 85), inspecionar é: “vistoriar, verificar ou examinar, qualquer
atividade que envolva situações que devem ser analisadas para que sejam desenvolvidas
conforme padrões desejáveis”.
As inspeções de segurança visam corroborar com a redução de incidentes e
consequentemente de acidentes, ou seja, para minimizar os riscos que certas atividades
possam implicar aos trabalhadores. Quando realizada de forma adequada, contribui
para desvendar diversas irregularidades, bem como justificar a implementação de
novos procedimentos a fim de reduzir os perigos e riscos nos ambientes de trabalho
(ROSSETE, 2014, p. 86).
Pós-Universo 7
Tipos de Inspeções
Vários podem ser os tipos de inspeções (ROSSETE, 2014, p. 88), cabendo defini-los,
antes do início do processo. Vejamos quais as etapas que comporão o rito para a
realização de uma inspeção, segundo o autor:
•• Vistoria – Observar, reconhecer e definir condições e atos de baixo padrão
dentro do ambiente de trabalho.
•• Inspeções Internas.
saiba mais
Os membros da CIPA possuem várias responsabilidades com relação à
segurança dos demais trabalhadores da empresa, é de reponsabilidade dos
membros da comissão, entre outras: realizar periodicamente verificações nos
ambientes e condições de trabalho visando à identificação de situações que
venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. Caso seja
constatado que a ocorrência de um acidente de trabalho foi causada por
omissão da CIPA ou de um de seus membros, poderá esse ou a comissão
responder civil ou criminalmente pelo ocorrido.
Fonte: Blog Segurança do trabalho (s/d, on-line)1.
Sinalização de
Segurança
A vigésima sexta Norma Regulamentadora do trabalho estabelece a padronização das
cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho,
visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores (ARAUJO,
2013, p. 285).
Tais cores identificam os equipamentos de segurança, delimitam áreas e identificam
as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases, além
de advertência contra riscos (SZABÓ JR, 2015, p. 514).
Conforme estabelecido por Szabó Jr. (2015, p. 514), a utilização das cores na
segurança do trabalho “não dispensa a aplicação de outros métodos de prevenção
de acidentes e doenças nos ambientes de trabalho.”
Pós-Universo 13
Ar comprimido
Vapor
Essa norma apresenta algumas peculiaridades que devem ser atendidas com relação
à seleção da tonalidade das cores que deverão corresponder à classificação do
sistema Munsell, ex.: Azul-segurança empregado para tubulações de ar comprimido
correspondente à classificação 2.5 PB 4/10 do sistema Munsell e assim para as demais
cores (ABNT NBR 6493:1994).
Pós-Universo 15
Rotulagem Preventiva
Os produtos químicos utilizados nos locais de trabalho devem ser classificados quanto
aos perigos para a segurança e a saúde dos trabalhadores de acordo com os critérios
estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem
de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas (BRASIL, 2017, p. 786).
saiba mais
O Sistema Harmonizado Globalmente para a Classificação e Rotulagem de
Produtos Químicos (GHS) foi considerado uma ação prioritária e consta do
documento de Prioridades de Ação após 2000 do Fórum Intergovernamental
de Segurança Química – FISQ adotado na 3ª Sessão – Fórum III, realizada
em outubro de 2000 em Salvador – Bahia. Na Declaração da Bahia, definiu-
se que o GHS deve estar plenamente operacional em todos os países, até
o ano de 2008.
Fonte: ABIQUIM - Associação Brasileira da Indústria Química. Departamento
de Assuntos Técnicos (2005, p. 12).
““
26.2.3.4 O empregador deve assegurar o acesso dos trabalhadores às fichas
com dados de segurança dos produtos químicos que utilizam no local de
trabalho.
PERIGO
NÃO
OPERE PERIGO
EQUIPAMENTO
BLOQUADO
NÃO REMOVER
Etiquetagem e
Bloqueio
Todos os dias ocorrem milhares de acidentes de trabalho no Brasil e no mundo,
essas ocorrências não desejadas acabam por comprometer toda a cadeia produtiva,
nesse sentido muito vem se buscando a fim de melhorar os controles permitindo
aos trabalhadores executarem suas atividades de forma mais segura.
O que se deve entender é que acidentes não ocorrem, simplesmente; os acidentes
de trabalho não devem ser compreendidos como um fato de ocorrência isolada em
função da geração espontânea de um determinado risco.
18 Pós-Universo
““
é aplicada ou executada quando a função segurança - constituída por ações
de controle - deixa de cumprir seu papel, ou seja, falha. Portanto quando o
componente (homem ou equipamento) de um sistema, executa de maneira
inadequada uma função ou deixa de executa-la, é possível aplicar a teoria
das falhas.”
Normas Regulamentadoras
Muitas das falhas que levam à ocorrência de acidentes durante a manutenção, inspeção
e reparo de máquinas ocorriam devido ao acionamento involuntário do equipamento
ou ainda por falta de procedimentos com relação à saída dos trabalhadores das zonas
de perigo. “Eu não percebi que meu colega estava no equipamento” era uma das frases
mais ouvidas e relatadas após a ocorrência de acidentes (REVISTA PROTEÇÃO, 2016).
Pós-Universo 19
““
10.5 - Segurança Em Instalações Elétricas Desenergizadas.
10.5.1. Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas
liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida
a sequência abaixo:
b) impedimento de reenergização;
d) delimitações de áreas;
““
12.113. A manutenção, inspeção, reparos, limpeza, ajuste e outras intervenções
que se fizerem necessárias devem ser executadas por profissionais capacitados,
qualificados ou legalmente habilitados, formalmente autorizados pelo
empregador, com as máquinas e equipamentos parados e adoção dos
seguintes procedimentos:
““
33.3.2 Medidas técnicas de prevenção:
reflita
“Eu não percebi que meu colega estava no equipamento”, frase de um
trabalhador após a ocorrência de um acidente de trabalho com um colega
de trabalho. O fato mencionado é decorrente do relato de trabalhadores,
referente ao acionamento de máquinas e equipamentos quando outros
trabalhadores ainda encontravam-se com parte de seu corpo exposto na
zona de risco da máquina.
Fonte: Revista Proteção (2016).
Procedimentos de Etiquetagem e
Bloqueio
A empresa deverá estabelecer mecanismos para que essa metodologia esteja
estabelecida em procedimentos administrativos, devidamente formalizados e
divulgados.
Toda atividade de inspeção, manutenção e reparos em máquinas e equipamentos,
onde possa ocorrer qualquer tipo de acionamento mesmo que involuntário, com
trabalhadores ainda operando dentro das zonas de risco, deve ter o comando do
acionamento das tomadas de força do equipamento devidamente bloqueado, sejam
esses comandos mecânicos, hidráulicos ou elétricos.
O bloqueio ou travamento deve ser eficaz, garantindo a proteção para trabalhadores
envolvidos na atividade. Recomenda-se a utilização de bloqueio acompanhado de
etiquetagem. A etiquetagem deverá conter as seguintes informações:
Caso não seja possível aplicação de bloqueio junto ao equipamento, a empresa deverá
garantir a utilização do procedimento de etiquetagem eficaz, garantindo a proteção
para trabalhadores envolvidos na atividade.
De acordo com a OSHA (1910.147), poderão ser utilizados para a realização do
procedimento de bloqueios instrumentos como: cadeados de segurança, lacres, garras
de bloqueio e cartões de bloqueio. Os materiais utilizados nesses procedimentos
devem apresentar durabilidade adequada, devendo ser garantida sua vida útil no
mínimo durante o período de realização da atividade.
Sua aplicabilidade se destinará exclusivamente à finalidade de bloqueios de
segurança para máquinas e equipamentos, sendo proibida a descaracterização de seu
uso, mediante o risco potencial de acidentes, em função da banalização da utilização
dos equipamentos de bloqueio, travamento e etiquetagem em outras tarefas.
O procedimento deverá adotar o uso de bloqueios múltiplos quando se tratar
de atividades desenvolvidas por mais de um profissional ou equipe, podendo ser
aplicado o uso de cores específicas para a identificação do tipo de atividade ou para
a identificação de profissionais ou ainda de equipes. Ex.: cadeado verde, equipe
“a”, manutenção no sistema de refrigeração, cadeado vermelho, equipe “b”, reparos
na rede elétrica. Nesse caso, o comando só poderá ser acionado quando todos os
cadeados forem removidos, sendo de reponsabilidade exclusiva de cada equipe ou
profissional remover seu cadeado. Para que o procedimento seja eficaz, deve ser
terminantemente proibida a remoção de bloqueio por pessoas alheias à atividade
especificada no referido bloqueio.
Todos os profissionais envolvidos nas atividades de inspeção, manutenção,
reparos e demais trabalhadores que possam interagir com o ambiente devem
receber treinamentos com relação às orientações e proibições que devem constar
no procedimento de etiquetagem e bloqueio.
Pós-Universo 23
Treinamentos e
Capacitação
Torna-se impossível falar em prevenção de acidentes e doenças do trabalho sem
abordarmos as questões pertinentes aos treinamentos. Trata-se de matéria corrente
nas rodas onde o assunto é a segurança do trabalho, mas qual será o papel do
treinamento na prevenção de acidentes e por que, mesmo realizando treinamentos,
os acidentes ainda ocorrem? (ROSSETE, 2015, p. 146)
Para o autor, os treinamentos em segurança do trabalho representam “uma parte
importantíssima nos programas e na política de saúde e segurança do trabalho
merecendo atenção especial”.
Segundo Kops e Ribeiro (2013, p. 34), a preocupação com a capacitação “dos
trabalhadores existe desde os tempos da produção artesanal, onde o artesão treinava
o aprendiz para assumir suas funções”.
24 Pós-Universo
OHSAS 18001
Para a implantação de um programa de treinamentos, as empresas deverão observar e
garantir que trabalhadores e prestadores de serviços que atuem em suas dependências
ou fora delas, mas em seu nome, tenham conhecimento adequado com relação
aos perigos e riscos provenientes da atividade ou do ambiente de trabalho. Deverá
a empresa manter registro de todos os treinamentos ministrados, bem como da
relação de seus participantes, as empresas ainda devem, com base em seu programa
de treinamentos, identificar necessidade quanto à capacitação, referente à saúde
e segurança do trabalho, para todas as etapas de seus processos. A empresa deve
prover tal capacitação, bem como avaliar a eficácia das ações tomadas, mantendo
os registros arquivados (OHSAS 18001:2007).
Implementação do Programa
A fim de implementar um programa de treinamentos, a empresa deverá responder
a alguns questionamentos (ROSSETE, 2015, p. 148).
a. Quais treinamentos serão necessários?
b. Quais os funcionários que deverão ser treinados?
c. Quem será responsável por ministrar os treinamentos?
d. Qual será a periodicidade dos treinamentos?
e. Quais os treinamentos prioritários?
f. Qual será a metodologia aplicada em cada treinamento?
saiba mais
Você sabe a diferença entre um profissional qualificado e habilitado para
um profissional capacitado? Profissional qualificado é aquele que comprovar
conclusão de curso específico na área, sendo esse reconhecido pelo Sistema
Oficial de Ensino. Habilitado é o profissional previamente qualificado e com
registro no competente conselho de classe. Capacitado é aquele que receba
capacitação sob a orientação e responsabilidade de profissional habilitado
e autorizado ou trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado
e autorizado.
Fonte: BRASIL (2017, p. 255).
atividades de estudo
A sequência correta é:
a) F, F, V, V.
b) V, F, F, F.
c) F, V, V, F.
d) F, V, V, V.
e) V, V, F, V.
atividades de estudo
Olá, aluno(a)! Com satisfação concluímos mais uma etapa de nossos estudos, nesse encontro,
abordando aspectos e conceitos sobre as inspeções de segurança nos ambientes de trabalho,
comentamos com você, caro(a) aluno(a), que essa metodologia deve encontrar-se estabelecida
junto aos procedimentos técnicos e administrativos da empresa e que a implementação dos
procedimentos de vistorias visa garantir a adequação dos ambientes de trabalho e dos processos
produtivos aos requisitos normativos estabelecidos.
Durante a abordagem desse tema, foram demostrados requisitos da legislação a qual norteia a
classificação quanto aos perigos para a segurança e a saúde dos trabalhadores, no trato diário
ou eventual com produtos químicos, sendo terminantemente proibido manter tais produtos
inseridos no ambiente de trabalho sem a devida rotulagem alertando para os perigos e riscos
inerentes ao seu manuseio ou contato involuntário.
Finalizamos nossos estudos tratando de um dos temas de maior importância quando o assunto é
prevenção de acidentes e doenças do trabalho, sendo o treinamento e a capacitação fundamentais
para o enraizamento de atitudes proativas a fim de se propagar o comportamento seguro por
parte dos trabalhadores.
Desta forma, esperamos ter contribuído para seu aprendizado e enriquecimento profissional.
Bons estudos.
material complementar
Na Web
A importância dos treinamentos com relação aos aspectos de perigos e riscos encontra-se
inserida na legislação Brasileira, a Norma Regulamentadora 26, que trata exclusivamente da
sinalização, quanto aos riscos provenientes do ambiente de trabalho, essa norma apresenta
também aspectos pertinentes à rotulagem de segurança, aplicada a esse tema a FISPQ,
Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos, que consiste em um documento
fundamental para proteção do trabalhador. Os vídeos disponibilizados visam sanar possíveis
dúvidas a respeito do assunto.
Acesse os links disponíveis em: <https://www.youtube.com/watch?v=vyb5MoSYoxo> e
<https://www.youtube.com/watch?v=0p6mQu6NGZo>.
referências
ABNT. ABNT NBR 7195:1993: Cores para segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 1993.
ABNT. ABNT NBR 6493:1994: Cores para tubulação. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.
BRASIL. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho. 13. ed. São Caetano do Sul: Editora Difusão,
2017.
ROSSETE, A. C. Segurança e Higiene do Trabalho. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
SZABÓ JR, M. A. Manual de Segurança, higiene e medicina do trabalho. 9. ed. São Paulo:
Rideel, 2015.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.blogsegurancadotrabalho.com.br/2015/09/responsabilidade-da-cipa-nos-
acidentes-de-trabalho.html>. Acesso em: 25 ago. 2017.
resolução de exercícios
2. b) V, F, F, F.
3. b) II e III, apenas.