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UNIVERSIDADE UNYLEYA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EM QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E


SEGURANÇA DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

MARCO CESAR RODRIGUES

DIAGNÓSTICO DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL


COM BASE NA NBR ISO 14001:2004 EM EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL E
MONTAGEM – ESTUDO DE CASO

SÃO PAULO

Fevereiro 2015
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DIAGNÓSTICO DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL


COM BASE NA NBR ISO 14001:2004 EM EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL E
MONTAGEM – ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Pós-
Graduação em Gestão em
Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e
Segurança do trabalho na Indústria
do Petróleo, da Universidade
Unyleya, como requisito à obtenção
do título de Pós Graduado em
QSMS.

Orientadora: Prof. Mônica Regina da


Costa Marques

São Paulo

Fevereiro 2015
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Dedico este trabalho a Deus


primeiramente que me deu o dom da
vida e a minha família que sempre
foi minha estrutura e minha fortaleza
e aos meus amigos que sempre me
apoiaram e incentivam.
4

"Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"

Autor: Antoine Lavoisier


5

RESUMO

Com o acelerado crescimento do Setor da Construção Civil no Brasil nos últimos


anos, as empresas deste ramo tornaram-se um dos maiores geradores de impactos
ao meio ambiente, e a falta de exigências contratuais, interesse e até mesmo
desconhecimento acabaram gerando o baixo interesse das empresas deste ramo
em implantar um sistema de Gestão Ambiental. Desta forma, este estudo visa
avaliar a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental em uma empresa de
Construção Civil e Montagem hipotética, verificando o que a empresa deve definir
como meta para buscar atender cada requisito da NBR ISO 14001, visando suas
adequações e quais os pontos de melhoria que possa permitir a consolidação e
amadurecimento do sistema de gestão ambiental existente. As informações foram
obtidas por meio de instrumentos de coleta de dados e análise de documentos de
empresas certificadas na NBR ISO 14001, possibilitando verificar que mesmo uma
empresa de construção civil e montagem, onde envolve uma série de atividades
impactantes ao meio ambiente, desde a aquisição de insumos, até a geração de
resíduos, quando se propõe a implantar um sistema de gestão ambiental de acordo
com práticas, atendimento as leis e normas ambientais corretas, conseguem
respeitar o meio ambiente, atender as expectativas dos clientes e consumidores,
além de obter uma imagem positiva no seu mercado de atuação.

Palavras-chave: Sistema de Gestão Ambiental. NBR ISO 14001. Meio Ambiente.


Certificação.
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ABSTRACT

With the accelerated growth of the construction industry in Brazil in the last years,
companies in this industry have become one of the largest generators of impacts to
the environment, and the lack of contractual requirements and even lack interest and
knowledge generate the low interest of companies to implement a system of
Environmental Management. So, this study aims to evaluate the deployment of an
Environmental Management System in a hypothetical Construction and Assembly
company, checking what the company set a goal to seek meet each requirement of
NBR ISO 14001, aiming their suitability and which improvement points would enable
the consolidation and maturation of existing environmental management system. The
information was obtained by instruments of data collection and analysis of
documents of certified companies in NBR ISO 14001, enabling it to verify that a
construction and assembly company, which involves a series of activities impacting
the environment, since the purchased inputs, to the generation of waste, when it
proposes to implement an environmental management system according to
practices, attending the correct environmental laws and regulations, can be
environmentally friend, meeting the expectations of customers and consumers, in
addition to obtaining a positive image in the market.

Keywords: Environmental Management System. NBR ISO 14001. Environment.


Certification.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Modelo de sistema de gestão ambiental: PDCA (Plan, Do, Check, Act
(Fonte: ABNT NBR ISO 14001:2004,
modificado).....................................................166
Figura 2 - Critérios para avaliação dos aspectos ambientais .................................... 28
Figura 3 - Sugestão de Matriz de Atribuições e Responsabilidades de SMS...........31
Figura 4 - Modelo do Software RH Web .................................................................... 32
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela das principais Legislações Ambientais Federais atendidas pela


Empresa .................................................................................................................... 29
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


AIA - Aspectos e Impactos Ambientais
APR - Análise Preliminar de Riscos
BS - British Standart
EAP - Estrutura Analítica de Projeto
ISO - Empresa Internacional de Normalização
NBR - Norma Brasileira
POM - Plano de Objetivos e Metas
PDCA - Plan, Do, Check, Action
SGA - Sistema de Gestão Ambiental
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13

2. OBJETIVOS.................................................................................................................. 13

2.1 Geral ............................................................................................................................. 13

2.1 Específicos ................................................................................................................... 13

3. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................... 14

3.1 REQUISITOS GERAIS ................................................................................................. 17

3.2 POLÍTICA AMBIENTAL – REQUISITO 4.2 ................................................................... 17

3.3 PLANEJAMENTO – REQUISITO 4.3 ............................................................................ 18

3.3.1 Aspectos ambientais – Requisito 4.3.1 ................................................................. 18

3.3.2 Requisitos Legais e Outros Requisitos – Requisito 4.3.2 .................................. 2019

3.3.3 Objetivos, metas e programas – Requisito 4.3.3 .................................................. 19

3.4 IMPLEMENTAÇÃO ...................................................................................................... 20

3.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades – Requisito 4.4.1................ 20

3.4.2 Competência, treinamento e conscientização – Requisito 4.4.2 ........................... 20

3.4.3 Comunicação – Requisito 4.4.3 ............................................................................ 21

3.4.4 Documentação e Controle de Documentos – Requisito 4.4.4/ 4.4.5 ..................... 21

3.4.5 Controle Operacional – Requisito 4.4.6 ................................................................ 21

3.4.6 Preparação e atendimento a emergências – Requisito 4.4.7 ................................ 22

3.5 VERIFICAÇÃO – REQUISITO 4.5 ................................................................................ 22

3.5.1 Monitoramento e medição – Requisito 4.5.1 ......................................................... 22

3.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros – Requisito 4.5.2 .............. 22

3.5.3 Não conformidades, ação corretiva e ação preventiva – Requisito 4.5.3 .............. 23

3.5.4 Controle de Registros – Requisito 4.5.4 ............................................................... 23

3.5.5 Auditoria interna – Requisito 4.5.5 ........................................................................ 23

3.5.6 Análise crítica – Requisito 4.6 .............................................................................. 24

4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 25

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 26


12

5.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA APRESENTADA NESTE ESTUDO ..................... 26

5.2 REQUISITOS GERAIS – REQUISITO 4.1 .................................................................... 26

5.3 POLÍTICA AMBIENTAL – REQUISITO 4.2 ................................................................... 26

5.4 PLANEJAMENTO – REQUISITO 4.3 ............................................................................ 27

5.4.1 Aspectos e impactos ambientais – Requisito 4.3.1 ............................................... 27

5.4.2 Requisitos Legais e Outros Requisitos – Requisito 4.3.2 ...................................... 30

5.4.3 Objetivos, Metas e Programas – Requisito 4.3.3 .................................................. 30

5.5 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO – REQUISITO 4.4 ................................................. 30

5.5.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades – Requisito 4.4.1................ 30

5.5.2 Competência, treinamento e conscientização – Requisito 4.4.2 ........................... 32

5.5.3 Comunicação – Requisito 4.4.3 ............................................................................ 36

5.5.4 Documentação - Requisito 4.4.4 .......................................................................... 38

5.5.5 Controle de Documentos – Requisito 4.4.5 .......................................................... 38

5.5.6 Controle Operacional – Requisito 4.4.6 ................................................................ 40

5.5.7 Preparo e Resposta a Emergências – Requisito 4.4.7.......................................... 43

5.6 VERIFICAÇÃO – REQUISITO 4.5 ................................................................................ 45

5.6.1 Monitoramento e Medição – Requisito 4.5.1 ......................................................... 45

5.6.2 Avaliação e atendimento a requisitos legais e outros requisitos – Requisito 4.5.2 46

5.6.3 Não Conformidade, Ação Corretiva e Ação Preventiva – Requisito 4.5.3 ............. 47

5.6.4 Controle de Registros – Requisito 4.5.4 ............................................................... 48

5.6.5 Auditoria Interna ................................................................................................... 49

5.7 ANÁLISE CRÍTICA – REQUISITO 4.6 .......................................................................... 49

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 51

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 52
13

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta um estudo, realizado por meio de instrumentos de


coleta de dados e análise de documentos de um Sistema de Gestão Ambiental a ser
implantado em uma Empresa de Construção Civil e Montagem.
Uma vez que grande parte da poluição tem origem nas organizações privadas
e públicas, e somente por meio de melhorias em seus produtos, processos e
serviços, será possível a redução dos impactos ambientais causados por eles, a
implantação de um Sistema de Gestão Ambiental vem crescendo consideravelmente
nos últimos anos, principalmente nos setores das grandes e médias empresas que
possuem o interesse em demonstrar uma qualidade ambiental e o respeito ao Meio
Ambiente não só a sociedade, mas principalmente ao mercado consumidor.
Como forma de encontrar soluções para este problema, as empresas
procuram as normas de gestão ambiental para prover as organizações de elementos
de um sistema eficaz que possam ser integrados a outros requisitos da gestão e
auxiliá-las a alcançar seus objetivos econômicos e ambientais.
É fato que realizar uma mudança de hábitos para se implantar algo novo é
muito difícil e desgastante em uma empresa, sendo necessário estabelecer um
processo contínuo e estruturado para a referida mudança, que aproveite as
ameaças e oportunidades do mercado, transformando-as em visões do futuro.
Desta forma, este trabalho tem como objetivo identificar os requisitos da
implantação e métodos de atendimento de um sistema de gestão ambiental com
base na norma ISO 14001, descrevendo os requisitos como a Política Ambiental,
Planejamento e Implementação.
14

2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Realizar o diagnóstico do sistema de gestão ambiental numa empresa de


construção civil e montagem industrial com foco no sistema de documentação
existente, almejando identificar os pontos de conformidade e adequação.

2.1 Específicos

A. Pesquisar na literatura as características envolvidas no processo de


implementação de um SGA, segundo os requisitos da NBR ISO 14001.

B. Avaliar a implantação de cada requisito do Sistema de Gestão Ambiental da


NBR ISO 14001:2004;

C. Avaliar a necessidade de adequação para atendimento de cada requisito.

Para desenvolvimento deste estudo, exemplificou-se item a item do sistema


de gestão ambiental que pode ser implantado numa empresa de construção civil e
montagem, através do levantamento de documentação e registros associados ao
sistema.
15

3. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

O Sistema de Gestão Ambiental (SGA), segundo a NBR ISO 14001:2004, é a


parte do sistema de gestão que compreende a estrutura organizacional, as
responsabilidades, as práticas, os procedimentos, os processos e recurso para
aplicar, elaborar, revisar e manter a política ambiental da empresa.
A ISO (International Organization for Standardization) desenvolveu em 1996,
a ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental – Especificação e Diretrizes, para
encontrar uma estrutura de requisitos que pudesse ser gerenciada objetivamente,
assegurando o controle, o monitoramento e a melhoria contínua dos aspectos e
impactos ambientais relacionados com as atividades produtivas.
Esta norma foi elaborada com base na norma britânica BS 7750 e especifica
requisitos que, quando seguidos, ajudam as organizações a equilibrarem suas
atividades produtivas com os níveis de poluição nelas gerados, atendendo às
legislações e às partes interessadas. Em 2004 essa norma passou pela primeira
revisão, e, no Brasil, a ABNT é a responsável pela publicação para uso.
A norma não estabelece requisitos absolutos de desempenho ambiental além
daqueles comprometidos com uma política ambiental ou que estejam em
conformidade com a legislação e com a necessidade de melhoria contínua
(CERQUEIRA, 2006).
O atendimento aos requisitos da NBR ISO 14001:2004 permite às
organizações:

• Implantação, manutenção e melhoria contínua do sistema de gestão


ambiental;

• Assegurarem a si mesmas a conformidade com suas políticas


ambientais e requisitos legais, demonstrando a conformidade a outras
partes interessadas;

• Redução de desperdícios;

• Prevenção de riscos como acidentes ambientais, multas, ações


judiciais;
16

• Divulgação e disseminação da responsabilidade sobre o problema


ambiental para toda a empresa.

A norma ISO 14001:2004 pode ser utilizada para certificação e registros da


conformidade dos sistemas de gestão ambiental através de organismos de
certificação externos, ou para auto avaliação e auto-declaração da conformidade dos
sistemas de gestão ambiental com na norma (CERQUEIRA, 2006).
A ISO 14001: 2004, segundo o Manual da FIESP - Melhore a competitividade
com o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – publicado em 2007, se aplica a
qualquer empresa que deseje, principalmente:

• Implantar, manter e aprimorar um SGA;

• Assegurar-se da conformidade com a política ambiental, os objetivos e


as metas ambientais que estabeleceu e comprovar a melhoria contínua
do desempenho ambiental;

• Utilizar-se de um parâmetro internacional para demonstrar


conformidade ambiental, em caso de:

- Realizar auto-avaliação ou auto-declaração;

- Buscar o reconhecimento das partes interessadas, tais como clientes,


ou seja, o reconhecimento de uma “segunda parte”;

- Buscar confirmação de sua auto-declaração por meio de uma


empresa externa, uma “terceira parte”, sem obter uma certificação;

- Buscar, por meio de uma empresa externa, uma “terceira parte”, a


“certificação” ou o “registro”, oficial e internacional de seu SGA.

A estrutura da norma ISO 14001:2004 é fundamentada no PDCA como


demonstrado na Figura 1 e baseia-se:

• No estabelecimento de uma política ambiental;

• No planejamento e estabelecimento de objetivos, metas e programas


para lidar com os aspectos e impactos ambientais significativos para
empresa e com a legislação aplicável;
17

• Na implementação de ações operacionais e controles necessários para


assegurarem o desempenho ambiental e na consequência da tomada
de ações corretivas e preventivas;

• Na análise crítica periodicamente pela Alta Administração da empresa


visando à correção e à melhoria contínua do desempenho ambiental.

Figura 1 - Modelo de sistema de gestão ambiental: PDCA (Plan, Do, Check, Act (Fonte: ABNT NBR ISO
14001:2004, modificado)

O sucesso de qualquer sistema de gestão consiste na aparente simplicidade


do PDCA. Uma falha na aplicação desses conceitos pode gerar vários tipos de
problemas de gestão em qualquer empresa (MOREIRA, 2001).
A ISO 14001:2004 especifica os requisitos gerais e específicos, relativos a um
SGA que uma empresa deve levar em conta ao desenvolver e implantar um sistema
ambiental. Os requisitos apresentam o que é necessário fazer para se ter um SGA
implementado e funcionando, cumprindo a política ambiental, praticando a
prevenção da poluição e comprovando a melhoria contínua do desempenho
18

ambiental, adotando-se a abordagem do “PDCA” – (Plan, Do, Check, Act) (FIESP,


2007).

3.1 REQUISITOS GERAIS

De acordo com a NBR ISO 14001:2004 a organização deve estabelecer,


documentar, implementar, manter e continuamente melhorar um SGA em
conformidade com os requisitos desta norma e determinar como ela irá atender a
esses requisitos.
Nesse item também é requerida a definição e documentação do escopo do
SGA da organização.

3.2 POLÍTICA AMBIENTAL – REQUISITO 4.2

A política ambiental é a declaração da empresa, expondo suas intenções e


pode ser considera a bússola do sistema, pois contém as diretrizes que devem
norteá-lo, servindo de base para a definição de seus objetivos e metas ambientais.
De forma estratégica a NBR 14001:2004 exige que estejam explícitos no texto da
política três compromissos: atendimento aos requisitos legais aplicáveis e outros
requisitos, prevenção da poluição e melhoria contínua (MOREIRA, 2001).
A NBR ISO 14001:2004 não prevê nenhuma forma de disseminação da
Política, todo e qualquer recurso de divulgação pode ser utilizado pela empresa,
desde os mais simples aos mais modernos ou dispendiosos, a critério da empresa. A
divulgação interna deve ser realizada de uma forma criteriosa, pois é necessário que
todos os empregados e prestadores de serviço que operam dentro da instalação da
empresa compreendam o conteúdo da política ambiental e como a mesma é
atendida na sua rotina de trabalho. (MOREIRA, 2001).
19

3.3 PLANEJAMENTO – REQUISITO 4.3

Esta etapa é de grande importância, pois é a base de um SGA. A partir daí


serão definidas as formas de levantamento e quantificação dos aspectos/ impactos
ambientais, como será a forma de controle dos requisitos legais e outros requisitos,
quais serão os objetivos e metas e os programas ambientais. Caso alguma destas
etapas não seja cumprida ou determinada de forma correta, todo o sistema pode ser
comprometido.

3.3.1 Aspectos ambientais – Requisito 4.3.1

A NBR ISO 14001:2004 define aspecto ambiental como elemento das


atividades, produtos ou serviços de uma empresa que pode interagir com o meio
ambiente e impacto ambiental como qualquer modificação do meio ambiente,
adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em partes, das atividades, produtos ou
serviços de uma empresa que podem interagir com o meio ambiente.
Considera-se como impacto ambiental qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante de atividade humana e que, direta ou indiretamente,
possam afetar a saúde humana, as atividades socioeconômicas, o ecossistema, as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos
ambientais (CERQUEIRA, 2006).
A NBR 14001:2004 especifica que as organizações devem manter
procedimentos para identificar os aspectos e impactos ambientais de suas
atividades, produtos ou serviços, incluindo novos ou planejados, aqueles que ela
possa controlar e aqueles que ela possa influenciar. Após essa identificação deve
ser feita uma avaliação, visando determinar aqueles que tenham ou possam ter
impacto significativo sobre o meio ambiente (FIESP, 2007).
O levantamento de aspectos e impactos ambientais deve ser documentado e
mantido atualizado.
20

3.3.2 Requisitos Legais e Outros Requisitos – Requisito 4.3.2

Após a identificação dos aspectos e impactos ambientais e definida sua


importância relativa, a empresa deve levantar quais os requisitos legais aplicáveis às
suas atividades, e outros requisitos, tais como normas, códigos e princípios setoriais
(FIESP, 2007).
Os critérios legais são denominados requisitos legais, na norma ISO
14001:2004, sendo fundamentados na legislação ambiental aplicável à empresa, o
que depende de sua localização e respectivas condições ambientais, de seu porte e
da natureza de seus processos, produtos e serviços (FIESP, 2007).
Segundo a ISO 14001:2004, a legislação aplicável deve estar sempre
atualizada, para que a empresa não deixe de cumprir qualquer requisito legal
aplicável a sua atividade alegando falta de conhecimento, ou por falha de seus
registros (FIESP, 2007).

3.3.3 Objetivos, metas e programas – Requisito 4.3.3

A norma ISO 14001:2004 define objetivo ambiental como propósito ambiental


global, decorrente da política ambiental, que uma empresa se propõe a atingir e a
meta ambiental sendo um requisito de desempenho detalhado, quantificado
aplicável à empresa ou a parte dela, resultante dos objetivos ambientais e que
necessita ser estabelecido e atendido para que tais objetivos sejam atingidos
(MOREIRA, 2001).
As metas são os desdobramentos dos objetivos conforme é possível verificar
nas definições da norma ISO 14001:2004. O objetivo tem caráter global, enquanto a
meta é detalhada. Objetivo é o todo, meta é a parte. Significa dizer que, se todas as
metas forem atingidas, o objetivo será automaticamente alcançado (MOREIRA,
2001).
O principal subsídio para o estabelecimento dos objetivos deve ser a
avaliação dos aspectos e impactos ambientais e, sempre que possível, deve ser
baseado na análise de dados mensuráveis (MOREIRA, 2001).
21

3.4 IMPLEMENTAÇÃO

A fase de execução ou implementação do SGA de acordo com a NBR ISO


14001:2004 envolve várias etapas, como segue abaixo.

3.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades – Requisito


4.4.1

A empresa deverá indicar um representante da alta administração para


assegurar o estabelecimento, a implementação e a manutenção do SGA, para
relatar sobre o desempenho ambiental alcançado e fazer recomendações de
melhoria. A atribuição de sua função, responsabilidade e autoridade para o exercício
da função deverá ser documentada e comunicada internamente e às partes
interessadas (FIESP, 2007).
As atribuições de responsabilidades, autoridades e funções dos profissionais
de modo geral, para implementação e manutenção do SGA, devem ser claramente
definidas, sendo documentadas e comunicadas (FIESP, 2007).

3.4.2 Competência, treinamento e conscientização – Requisito 4.4.2

Partindo da premissa que no centro de todas as ações estão às pessoas e


sem ação e a vontade das mesmas nada se consegue implantar, a conscientização
quanto às questões ambientais é fundamental (CERQUEIRA, 2007).
Pode ser assegurada a competência pela experiência, pela educação e pelo
treinamento, visando promover o conhecimento e as habilidades necessárias para
as operações. Mas a conscientização dos profissionais para com as questões
ambientais decorrentes das atividades produtivas torna-se fundamental para
assegurar o melhor desempenho da empresa (CERQUEIRA, 2007).
A NBR ISO 14001: 2004 determina a implementação e a manutenção de
procedimentos para assegurar o treinamento, a conscientização e a competência
necessárias, associadas com seus aspectos e impactos ambientais, para todas as
pessoas que trabalhem para ela ou atuem em seu nome.
22

3.4.3 Comunicação – Requisito 4.4.3

A empresa deverá elaborar um procedimento para assegurar que toda a


comunicação na área ambiental recebida de partes interessadas seja analisada,
respondida e documentadas. São considerados como partes interessadas a
vizinhança que ocupam áreas adjacentes às instalações da empresa, os próprios
funcionários, os clientes, o mercado, os acionistas, entre outros (MOREIRA, 2001).

3.4.4 Documentação e Controle de Documentos – Requisito 4.4.4/


4.4.5

A documentação pertinente à empresa pode ser resumida no Manual do SGA


que é o documento que declara a política do Sistema de Gestão Ambiental e
descreve o sistema de empresa. É constituído por uma série de procedimentos
seguindo os requisitos da Norma NBR 14001 (MOREIRA, 2001).
A documentação deve ser controlada, ou seja, planejada, analisada,
aprovada, revista e aprovada novamente, sempre que necessário, de modo a evitar
a incorreta implementação, manutenção, verificação e revisão dos elementos do
SGA, devido à desatualização, obsolescência, erro de aplicação ou inadequação ao
objetivo a que se propõe, entre outros problemas (FIESP, 2007).

3.4.5 Controle Operacional – Requisito 4.4.6

Controle operacional significa realizar as atividades sem provocar poluição


mediante: procedimentos operacionais/ instruções de trabalho, instalação de
dispositivos de controle de poluentes, manutenção e atuação junto aos fornecedores
(MOREIRA, 2001).
O controle operacional visa garantir o nível de desempenho ambiental da
empresa e é responsável pelo compromisso expresso na política ambiental no que
faz referência à prevenção da poluição (MOREIRA, 2001).
Os procedimentos operacionais podem ser estabelecidos isoladamente para
atender a gestão ambiental ou de forma integrada, complementando o atendimento
23

a requisitos operacionais de outros sistemas de gestão: qualidade, segurança,


saúde ocupacional e responsabilidade social (CERQUEIRA, 2006).

3.4.6 Preparação e atendimento a emergências – Requisito 4.4.7

A empresa deverá demonstrar prontidão para atender situações de


emergência, devendo identificar as possíveis situações emergenciais, definir formas
de mitigar os impactos associados, prover os recursos necessários e treinar
periodicamente uma equipe específica (MOREIRA, 2001).
A empresa deve, periodicamente, analisar e rever procedimentos nas
situações que possam ocasionar uma emergência ambiental, além de realizar testes
e simulações de acidentes e situações de emergência (FIESP, 2007).

3.5 VERIFICAÇÃO – REQUISITO 4.5

A etapa de verificação e ação corretiva tem por objetivo certificar que as


etapas anteriores estão sendo cumpridas, ou se é necessária alguma correção para
adequação ao sistema.

3.5.1 Monitoramento e medição – Requisito 4.5.1

Monitoramento é o acompanhamento de dados sobre as características de


aspectos e impactos ambientais significativos e sua comparação com padrões legais
aplicados, sendo realizadas medições periódicas. O monitoramento é uma
importante ferramenta de verificação da eficácia do sistema (MOREIRA, 2001).

3.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros –


Requisito 4.5.2

É recomendado que a empresa demonstre como é realizada avaliação quanto


ao atendimento dos requisitos legais e outros requisitos identificados como
pertinente a sua atividade (NBR ISO 14001:2004).
24

3.5.3 Não conformidades, ação corretiva e ação preventiva –


Requisito 4.5.3

A NBR ISO 14001:2004 prescreve que a empresa deve estabelecer e manter


procedimentos para definir responsabilidade e autoridade para tratar e investigar as
não conformidades, empregando medidas para mitigar qualquer impacto ambiental
ocorrido e para iniciar e concluir ações corretivas e preventivas (CERQUEIRA,
2006).
As ações imediatas têm por objetivo mitigar os efeitos, as ações corretivas
visam evitar a repetição do evento indesejável e as ações preventivas objetivam
evitar que problemas possam ocorrer. As ações tomadas devem sempre ser
adequadas à magnitude e à significância dos impactos ambientais associados
(CERQUEIRA, 2006).
As causas da não conformidade devem ser investigadas, analisadas,
registradas e classificadas para realizar a manutenção de dados históricos e de
lições aprendidas (CERQUEIRA, 2006). Deve ser avaliada a eficácia das ações
tomadas.

3.5.4 Controle de Registros – Requisito 4.5.4

A empresa deverá manter registros e respectivo controle das medições e


monitoramentos, os resultados dos procedimentos de avaliação do atendimento aos
requisitos legais e outros requisitos, das não-conformidades e das ações corretivas e
preventivas. Além de outros registros que possam comprovar a conformidade do
SGA.
Deverá estabelecer e implementar procedimentos de controle dos registros,
que inclua identificação, proteção, recuperação, armazenamento e descarte.

3.5.5 Auditoria interna – Requisito 4.5.5

Auditoria é um instrumento de verificação e manutenção do sistema como um


todo e apresenta pontos de melhorias. Há diversos tipos de auditoria, sendo de
25

grande importância auditoria interna que é o principal meio de verificação de


conformidade do SGA com todos os requisitos (legais e outros requisitos, subscritos
pela empresa, e os próprios requisitos da norma), com a política ambiental, com os
objetivos e metas ambientais, entre outros elementos, fornecendo, junto com o
monitoramento, as medições, avaliações de não-conformidades e com as
consequentes ações preventivas e corretivas, as informações necessárias sobre a
adequada implantação e funcionamento do SGA e sobre desempenho ambiental da
empresa (MOREIRA, 2001).
A empresa deve garantir que as auditorias internas do SGA sejam periódicas,
planejadas, estabelecidas e implementadas por meio de programas de auditoria
ambiental, tendo que haver procedimentos claros, com definição de
responsabilidades, formas de registrar e relatar resultados, critérios, escopo,
frequência e métodos (FIESP, 2007).

3.5.6 Análise crítica – Requisito 4.6

De acordo com a NBR ISO 14001:2004, a alta administração deve analisar


periodicamente o sistema de gestão ambiental, para assegurar sua continuidade, de
forma permanente, eficiente e adequada à empresa. A análise deve identificar
oportunidades de melhoria e necessidades de mudanças no sistema (FIESP, 2007).
Os resultados da análise pela alta administração devem ser registrados e
mantidos conforme o controle de registro do SGA (FIESP, 2007).
É recomendável que a análise crítica pela administração abranja a política
ambiental, os objetivos e metas, os resultados de auditorias (internas e externas),
comunicação de partes interessadas, avaliação de atendimento de requisitos legais,
desempenho ambiental da empresa, contínua adequação do sistema de gestão
ambiental em relações as mudanças e os procedimentos do sistema (CERQUEIRA,
2006).
Sendo assim, um dos maiores desafios da construção civil é conciliar essa
atividade com tecnologias limpas que eliminem ou reduzam os impactos ambientais
associados.
26

4. METODOLOGIA

Conforme Gil (1989) constata-se como estudo de caso o estudo profundo e


exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento amplo e
detalhado do mesmo.
Este delineamento se fundamenta na idéia de que a análise de uma unidade
de determinado universo possibilita a compreensão da generalidade do mesmo ou,
pelo menos, o estabelecimento de bases para uma investigação posterior, mais
sistemática e precisa.
A metodologia utilizada neste estudo apresentado foi proposto através do
sistema de gestão ambiental que pode ser implantado em empresas de construção
civil e montagem e, como resultado deste sistema utilizou-se como referência a
norma NBR ISO 14001: 2004 para evidenciar o atendimento aos requisitos da
mesma.
27

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA APRESENTADA NESTE ESTUDO

A empresa onde o estudo está baseado é hipotética.


Para este caso, a empresa possui significativa representação no mercado
nacional. Para a realização deste trabalho a empresa possui em seu quadro 1.800
profissionais.
O escopo contratado é composto de fornecimento de materiais, equipamentos
e serviços relativos à análise de consistência de projeto básico, elaboração do
projeto executivo, construção, montagem eletromecânica, condicionamento e
assistência a pré-operação, partida, operação e apoio a manutenção.

5.2 REQUISITOS GERAIS – REQUISITO 4.1

A empresa possui uma política ambiental que demonstra a implantação,


manutenção e melhoria contínua do seu Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
através da devida aplicação de todos os requisitos da NBR ISO 14001:2004,
conforme descrito neste trabalho.

5.3 POLÍTICA AMBIENTAL – REQUISITO 4.2

A política ambiental definida pela Alta Direção contempla os requisitos


requeridos pela NBR ISO 14001. Além disso, foi formatada de maneira didática,
representada num desenho que apresenta o seu tipo de negócio, facilitando o
aprendizado e o entendimento por parte dos profissionais.
Essa Política contempla além da NBR ISO 14001, as Normas ISO 9001,
OHSAS 18001 e NBR 16001, foi aprovada pelos diretores do contrato e está
documentada no Plano de Gestão Integrado.
A Política Integrada pode ser simbolicamente representada no formato de
uma casa, que faz uma analogia ao seu processo construtivo: a base e os alicerces
28

da casa representam os itens mínimos necessários para o início de um grande


projeto, ou seja, atender todas as legislações vigentes necessárias, promovendo a
ética e o desenvolvimento com atividades baseadas no tripé da sustentabilidade
social, ambiental e econômica com interfaces e sempre em busca da melhoria
contínua, através das boas práticas.
As paredes são o elo entre a base e o telhado, onde são descritos os itens
que são abordados ao longo de todo o projeto para que, de forma segura, com
pessoas altamente capacitadas, controlando e monitorando os impactos ambientais
e sociais adversos, com base nos requisitos, possa desenvolver os processos com
qualidade, atendendo as necessidades do Cliente (que é o objetivo principal da
Política) e das demais partes interessadas, representada aqui pelo telhado da casa.
O diagrama definido (a casa) e as frases curtas facilitam a divulgação e o
entendimento da Política Integrada, formando-a com um visual enxuto e
interessante.
A divulgação aos profissionais efetivos e terceiros é feita por meio de
treinamento de integração dos novos funcionários, treinamentos regulares aos
profissionais já efetivados, DDEs (Diálogos Diários de Excelência), cartilhas de
bolso, quadros de gestão a vista, proteção de tela dos computadores, crachás,
Internet, Intranet, placas e banners distribuídos no interior da Empresa, boletins
informativos e jornais internos.
A proposta é utilizar uma Política didática de fácil entendimento entre seus
profissionais e visitantes, pois quando a organização adota políticas com textos
extensos, isto pode acabar gerando desinteresse do público em conhecê-la em sua
integra.

5.4 PLANEJAMENTO – REQUISITO 4.3

5.4.1 Aspectos e impactos ambientais – Requisito 4.3.1

A empresa possui uma sistemática documentada bem definida de


levantamento de aspectos e impactos ambientais que usa como ponto de partida a
29

Estrutura Analítica de Projeto (EAP), onde estão descritas todas as etapas previstas
para a execução das atividades desta empresa.
Os envolvidos nas atividades participam ativamente do levantamento de
aspectos ambientais, por meio de reuniões realizadas periodicamente para garantir
consistência e maior abrangência possível.

O grande diferencial do uso da EAP para realização do levantamento é que


antes mesmo da atividade acontecer os aspectos são identificados e avaliados e
quando a atividade efetivamente ocorre os controles operacionais previstos são
colocados em prática e o levantamento é analisado a fim de verificar se há
necessidade de revisão, isso demonstra a postura preventiva da empresa na
atuação ambiental. Os aspectos ambientais gerados por terceiros também são
considerados e seguem a mesma metodologia da empresa.

Os critérios utilizados para avaliação dos aspectos ambientais são feitos


conforme Figura .

Figura 2 - Critérios para avaliação dos aspectos ambientais


30

A empresa estabelece controles operacionais para todos os aspectos


ambientais significativos, detalhados no item 4.4.6, enquanto os aspectos
emergenciais são tratados conforme descrito no item 4.4.7.
Deve-se elaborar uma planilha do levantamento de aspectos ambientais e ser
documentada e com rastreabilidade e sempre que houver alterações nos projetos,
métodos construtivos, procedimentos, produtos ou serviços, introdução/ início de
novas atividades, atualizações e detalhamento dos cronogramas, tal planilha deve
ser revisada.

5.4.2 Requisitos Legais e Outros Requisitos – Requisito 4.3.2

Os requisitos legais e outros requisitos ambientais aplicáveis às atividades,


produtos e serviços da empresa devem ser identificados e mantidos atualizados por
uma consultoria jurídica especializada. Esses requisitos são disponibilizados num
servidor, onde todos os envolvidos têm acesso.
A atualização e monitoramento dos requisitos legais, com a inclusão de novas
normas, é feito mensalmente por um responsável do setor de Meio Ambiente que
disponibiliza em tal servidor. As novas inclusões ou alterações na legislação e
demais requisitos são avaliadas quanto à aplicabilidade e atendimento, detalhadas
no item 4.5.2. A Tabela exemplifica algumas das principais legislações ambientais
aplicáveis às atividades desta empresa.

Tabela 1 – Tabela das principais Legislações Ambientais Federais atendidas


pela Empresa

Leis Resoluções Portarias

12.203/10 264/99 53/79

7.802/89 275/01 100/80

9.605/98 307/02 149/92


31

5.4.3 Objetivos, Metas e Programas – Requisito 4.3.3

A empresa definiu objetivos, metas e programas ambientais utilizando como


base seu planejamento estratégico, sua política ambiental, requisitos legais e outros
requisitos, aspectos ambientais significativos e recursos disponíveis.
Esses objetivos, metas e programas estão devidamente documentados e
desdobrados nos diversos níveis e funções da empresa.
Os objetivos e metas são desdobrados e monitorados através do Painel de
Indicadores e Plano de Objetivos e Metas (POM). Anualmente ou quando
necessário, os objetivos e metas são revisados e um cuidado que a empresa toma é
fazer com que os mesmos sejam entendidos e tangíveis ao dia-a-dia dos
profissionais dentro de suas respectivas atividades.
O POM contempla os objetivos e metas táticos e inclui programas de gestão
com os meios, prazos e responsáveis necessários para alcance das metas e,
consequentemente, dos objetivos.
Mensalmente é realizada uma reunião gerencial onde são avaliados todos os
indicadores e planos de ação para as metas não atingidas. Á área de Meio Ambiente
vem conseguindo atingir todos os objetivos estabelecidos.

5.5 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO – REQUISITO 4.4

5.5.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades – Requisito


4.4.1

As responsabilidades e autoridades estão documentadas em organogramas,


matriz de atribuições e responsabilidades e, em outros procedimentos do Sistema de
Gestão. A matriz de atribuições e Responsabilidade do Sistema de Gestão é
apresentada conforme Figura 3.
32

Figura 3 – Sugestão de Matriz de Atribuições e Responsabilidades de SMS

As responsabilidades e autoridades são repassadas aos profissionais através


de treinamentos e das diversas ferramentas de comunicação explicados no item
5.5.2.
A equipe de Meio Ambiente possui em seu quadro de profissionais com 4
(quatro) técnicos de Meio Ambiente, 2 (dois) profissionais de Meio Ambiente, 2 (dois)
auxiliares técnicos e 12 (doze) ajudantes que dão apoio para manutenção e melhoria
do SGA.
Foi indicado pela Alta Direção um representante único para os sistemas
implantados na empresa: Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança do
Trabalho e Responsabilidade Social. Este representante tem como principais
responsabilidades, independente de outras funções.
As necessidades são comparadas com os recursos disponíveis, realizando
um planejamento adequado para sua mobilização, alocação e otimização, visando
suprir as necessidades existentes. Esse planejamento iniciou-se na fase de proposta
e a verificação de mobilização, durante a análise de escopo através da EAP.
33

As necessidades de recursos financeiros, humanos, habilidades


especializadas, infraestrutura, tecnologia e serviços subcontratados, são revisadas
em sua estimativa a cada quatro meses, levando em consideração eventuais
desvios/ alterações para o empreendimento através de um reorçamento.
A empresa determina e provê os recursos e a infraestrutura que vão além do
atendimento aos requisitos legais e outros requisitos aplicáveis, permitindo a
manutenção e melhoria contínua do SGA.

5.5.2 Competência, treinamento e conscientização – Requisito 4.4.2

A empresa determina requisitos de competência necessários para aqueles


que possam gerar aspectos ambientais significativos, incluindo: educação,
experiência, treinamentos e habilidades.
Para facilitar a operacionalização deste requisito, a empresa adota um
software de gestão de treinamentos onde cada função é cadastrada com as
competências e treinamentos necessários. Toda vez que uma vaga é aberta são
disparados para o setor de Recrutamento e Seleção os requisitos aplicáveis àquele
profissional.
O setor de Treinamentos é alimentado com as necessidades de treinamento
onde analisa e monitora a realização dos mesmos através de um software,
apresentado na Figura .

Figura 4 - Modelo do Software


34

As competências são consideradas já no processo de recrutamento e seleção


e quando os profissionais não atendem algum dos requisitos a empresa provê
treinamentos ou toma outras ações para eliminar esta pendência.
A empresa empenha-se no aprimoramento das competências das pessoas
que atuam na empresa, principalmente aquelas que executam trabalhos que
possam afetar a conformidade com os requisitos dos produtos ou que possam criar
um impacto significativo sobre o meio ambiente, saúde e segurança do trabalho e
responsabilidade social, capacitando-as para a execução de suas atividades.
Na fase de planejamento para o empreendimento foi elaborado um Plano de
Recursos Humanos que define responsabilidades básicas, divisão do quadro
funcional, referências salariais, contratação e transferências de mão de obra de
outros projetos conforme a necessidade.
A empresa possui uma meta contratual com seu cliente estabelecida em 2,5%
do total das horas homem trabalhadas em treinamento, o que tem sido alcançado
mês a mês.
A empresa possui atualmente cerca de 1800 profissionais em seu quadro de
funcionários e um dos grandes desafios é viabilizar uma maneira eficaz para treinar
e conscientizar todos eles.
O levantamento das necessidades de treinamento tem, dentre outras
entradas:

• Anexos do contrato com o cliente;

• Normas e legislações;

• Documentos do sistema de gestão;

• Função nova ou modificada, válida para qualquer área do


empreendimento, incluindo contratados;

• Informações dos gestores no caso de: reuniões com profissionais e


gestores, ocorrência de acidentes e incidentes, orientações e
solicitações do cliente, necessidades específicas da obra, avaliação de
desempenho profissional, etc.

Com essas informações é elaborado, pela área de Treinamentos com apoio


do Meio Ambiente, um Plano Geral de Treinamentos que contempla os treinamentos
necessários relacionados ao SGA e funções que devem participar dos mesmos
35

conforme. Esse planejamento é revisado e monitorado quanto ao cumprimento


mensal e inclui:

• Qualificação: Aplicado para 100% dos profissionais, assim que


admitidos, ministrado por profissionais da empresa, capacitados pelo
Cliente ou Instituição Homologada por ele. São abordados assuntos
relacionados aos sistemas de gestão do cliente, questões gerais de
meio ambiente, coleta seletiva, consumo consciente de recursos, etc.
Este treinamento inclui ainda assuntos relacionados ao projeto do
cliente, qualidade, saúde e segurança do trabalho. Possui uma carga
horária de 16 horas.

• Integração: É uma extensão da Qualificação, só que orientada à


realidade da empresa, realizada também logo que o colaborador é
admitido. Neste treinamento, com carga horária de 8 horas, são
repassadas informações da empresa, do empreendimento, dos
sistemas de gestão, entre outros.

• Sensibilização: Tem como objetivo sensibilizar os profissionais quanto


a assuntos relacionados a Saúde, Segurança e Meio Ambiente.

• Reciclagem: São aqueles realizados sempre que necessário, com a


finalidade de reciclar o conhecimento dos profissionais quando da
ocorrência sistemática de anomalias; reincidência de atitudes não
compatíveis com os padrões de qualidade, saúde, segurança, meio
ambiente ou responsabilidade social; ocorrência de resultados não
satisfatórios na avaliação de eficácia de treinamento.

• Capacitação: Esses treinamentos visam promover oportunidades de


crescimento na carreira dos profissionais, melhorarem seu
desempenho ou capacitá-los a executar uma função ou atividade
específica, através do desenvolvimento de novas habilidades técnicas
e comportamentais. Participam deste tipo de treinamento profissionais
indicados pela chefia imediata.

• DDE – Diálogo Diário de Excelência: Treinamentos diários de 15


minutos realizados antes do início das atividades, nas células de
trabalho com a presença das lideranças permitindo que assuntos de
36

meio ambiente sejam incorporados no dia a dia dos profissionais de


forma simples e objetiva, firmando o comprometimento com o sistema
de gestão.

• Documentos do sistema de gestão: São os treinamentos relacionados


aos documentos que fazem parte do Sistema de Gestão da empresa.
O público alvo de cada treinamento na documentação é definido pelo
próprio elaborador que indica em formulário específico as funções que
devem passar por treinamento.

• Campanhas: Tem como objetivo sensibilizar os profissionais quanto


aos diversos temas ambientais e Sistema de Gestão da empresa.
Dentre as campanhas ambientais realizadas na empresa merecem
destaque: Semana Interna de Meio Ambiente, Campanha do Uso
Consciente da Água e Energia Elétrica, Dia da Árvore.

Todos os treinamentos são ministrados por pessoal devidamente qualificado e


são elaborados considerando-se o público alvo, ou seja, grau de instrução dos
participantes e risco ambiental das atividades desenvolvidas pelos mesmos.
O instrutor do treinamento ou solicitante indica se há ou não necessidade de
avaliar a eficácia do treinamento, em casos positivos essa avaliação é feita em até
90 dias após realização do evento por uma ou mais das seguintes formas: avaliação
das áreas, indicadores de desempenho, número de não conformidades, resultados
de auditorias, índice de acidentes ambientais, avaliação de custos, avaliação do
gestor ou outros.
As empresas fornecedoras de treinamento passam por processo de seleção
antes da contratação e são avaliadas quando concluem o evento através da Análise
de Performance, que visa avaliar a qualidade e o desempenho do instrutor e a
infraestrutura do treinamento.
Os Aspectos e Impactos Ambientais, assim como os controles operacionais a
serem utilizados para eliminá-los ou reduzi-los são divulgados através das APRs
(Análise Preliminar de Risco) apresentada no item 5.3.1, que são comunicadas ao
menos uma vez por semana nos DDEs (Diálogos Diários de Excelência) e que ficam
acessíveis aos profissionais nas frentes de trabalho. Neste documento estão
destacados em negrito os aspectos significativos da atividade relacionada.
37

O cuidado de manter uma rotina de divulgação dos aspectos e impactos


ambientais é tomado para garantir que o levantamento seja mantido atualizado e
que o aprendizado seja constante.

5.5.3 Comunicação – Requisito 4.4.3

Para mapear e gerenciar as comunicações necessárias para o bom


andamento do empreendimento foi elaborado um Plano de Comunicação, onde
estão definidos objetivos, público alvo, conteúdo, registros, responsáveis e
periodicidade da comunicação.
A comunicação na empresa está dividida em interna e externa, dependendo
da parte interessada envolvida. São consideradas partes interessadas internas:
profissionais efetivos e terceiros se aplicáveis, e externas: órgãos ambientais, mídia,
poder público, comunidade, cliente, etc.
A empresa optou por não divulgar para o público externo seus aspectos
ambientais significativos e documentou esta decisão no seu Plano de Sistema de
Gestão.
A fim de estreitar o relacionamento com a comunidade local a empresa
estabeleceu uma parceira com duas associações locais.
Tendo em vista que o número de profissionais efetivos e terceiros e a
rotatividade no empreendimento são altos a empresa se preocupou em adotar
ferramentas que possibilitam uma comunicação interna eficaz entre os diversos
níveis existentes. Para isso utiliza as seguintes ferramentas:

• Mascote - A empresa instituiu um mascote tornando os veículos de


comunicação mais interessantes, com visual mais atraente e
abordando os mais diversos assuntos.

• Jornal - Foi votado pelos próprios profissionais da empresa um nome


para o jornal de circulação interna que ocorre a cada dois meses.
Neste jornal são abordados diversos assuntos sobre Qualidade,
Saúde, Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Responsabilidade
Social, além de informar sobre eventos sociais e dicas em geral.
38

• Intranet - A Intranet que inclui notícias específicas de Meio Ambiente


tornou-se o maior veículo para difusão das informações e facilidades
no dia-a-dia dos profissionais.

• DDE – Diálogo Diário de Excelência - Antes de iniciar suas atividades,


as equipes reservam 15 minutos de conversa onde recebem
informações de meio ambiente, saúde e segurança voltadas para as
atividades do dia e informações importantes, relacionadas ao
andamento da obra. Os DDEs são realizados em diversos pontos da
obra ao mesmo tempo e na 3.º semana de cada mês é realizado o
DDE Geral que reúne num só local todos os profissionais da empresa,
onde são realizados sorteios dos prêmios da Célula de Trabalho, tais
como moto 125 cc, televisão, geladeira e máquina de lavar.

• Através da área de Comunicação da empresa, são enviados


comunicados das diversas áreas para os profissionais. Estes
comunicados são repassados nos DDEs, dessa forma a informação
atinge a todos e chega com rapidez.

• Boletins Informativos, com informações específicas de Meio Ambiente,


como Coleta Seletiva, Dia da Água, Kit de Mitigação, entre outros e os
divulga nos Quadros de Gestão a Vista e Intranet.

• Cartilhas Informativas – Com o intuito de facilitar o entendimento de


assuntos relacionados ao Sistema de Gestão e Meio Ambiente foram
desenvolvidas Cartilhas de Bolso que abordam de maneira simples tais
assuntos. Todos os profissionais, tanto efetivos como terceiros
receberam as cartilhas desenvolvidas e passaram por treinamentos
relacionados aos mesmos. Para evidenciar isso a última página das
cartilhas é um protocolo de recebimento e treinamento que os
profissionais entregam preenchida ao setor de Meio Ambiente.

• Ferramentas de Consulta – Como a empresa se preocupa não


somente com a comunicação de “cima pra baixo”, mas com a
comunicação reversa, captando as percepções de seus profissionais
por meio de sugestões ou reclamações foram disponibilizadas as
seguintes ferramentas: CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
39

Acidentes); Fala Comigo - formulário disponível em pontos estratégicos


da empresa que permite aos profissionais descrever qualquer anomalia
ambiental ou sugestão que tenha identificado; APR que possui um
campo específico para registro de observações/ sugestões, facilitando
a comunicação entre os diversos níveis e funções da empresa;
Ouvidoria - comunicação entre o colaborador e uma assistente social,
onde toda informação é registrada, mantida sob sigilo e, caso
necessário, encaminhada ao comitê de ética.

5.5.4 Documentação - Requisito 4.4.4

A empresa define e documenta os principais processos que compõem seu


sistema de gestão, bem como os documentos requeridos pela NBR ISO 14001:2004.
Segue abaixo uma breve descrição dos principais documentos utilizados pela
empresa.

• Plano do Sistema de Gestão: Mesmo a NBR ISO 14001:2004 não


exigindo um Manual/ Plano do Sistema de Gestão, a empresa
aproveitou o Plano da Qualidade e incluiu informações sobre o SGA.
Este é o principal documento do Sistema de Gestão, define suas
diretrizes e procedimentos e serve como orientação para a elaboração
de todos os demais documentos existentes no projeto.

• APR (Análise Preliminar de Riscos): É um documento que descreve os


cuidados preventivos quanto aos aspectos e impactos ambientais,
referente a um serviço ou atividade, identificando também as medidas
de controle a serem adotadas para reduzir os riscos ambientais. É
abordada no item 4.4.6.

5.5.5 Controle de Documentos – Requisito 4.4.5

Para que seja garantida a correta emissão dos documentos da empresa são
utilizadas algumas ferramentas informatizadas, com objetivo de evitar possíveis
ocorrências de falhas humanas, como por exemplo, a repetição de codificação e
revisão.
40

Todo documento que inicia o processo de elaboração/ revisão é cadastrado


num sistema onde se definem os atributos, como tipo de documento, número de
páginas, emissão interna ou externa para os diversos trâmites de análise e
aprovação.
Estes documentos ficam disponíveis para consulta eletrônica dos envolvidos
apenas em sua última revisão.
As revisões obsoletas também ficam arquivadas eletronicamente e podem ser
recuperadas com facilidade somente pelos profissionais do setor responsável, a fim
de evitar o uso inadequado.
Os profissionais utilizam a intranet como fonte de pesquisa de todos os
documentos do Sistema, o que evita também alto consumo de papel com emissão
de cópias em quantidade desnecessária. Vale destacar que estes documentos
perdem a permissão de impressão ao serem inseridos na intranet.
É mantida na Intranet uma lista mestra atualizada na forma de tabela
contendo todos os documentos utilizados na empresa, incluindo documentos de
terceiros. Nela estão listados todos os documentos, responsáveis e sua última
revisão e a atualização é feita periodicamente pelo mesmo colaborador que controla
a emissão de documentos em setor específico.
Todos os documentos e normas são disponibilizados somente na extensão
“pdf” na intranet.
De forma a garantir que as metodologias documentadas não se percam, o
sistema de gestão determina que em caso de revisão, as análises críticas e
aprovações sejam realizadas pelas mesmas funções que a efetuaram na revisão
anterior.
As cópias físicas são recebidas em campo com carimbo de “cópia
controlada”, com o seu respectivo número de controle, endereçado e cadastrado no
nome do profissional responsável pelo setor a que se destina a cópia.
A substituição do documento físico ocorre com a entrega do documento
obsoleto para o profissional responsável pela distribuição de documentos físicos em
campo e a via obsoleta é destruída pelo setor responsável. Observou-se que os
profissionais de escritório pouco utilizam a consulta dos documentos impressos,
realizando-as de forma eletrônica (intranet), reduzindo consideravelmente o número
de impressões.
41

5.5.6 Controle Operacional – Requisito 4.4.6

Possibilita o estabelecimento de controles operacionais de acordo com a


significância de cada aspecto do empreendimento. Todos os aspectos ambientais
têm controles operacionais relacionados. Sendo que, para os significativos são
adotados controle operacionais mais elaborados e de implantação imediata e
efetiva.
A aplicação de controles operacionais previamente planejados e acordados
com as áreas envolvidas permite o atendimento à legislação aplicável, bem como a
eliminação ou redução do aspecto/ impacto ambiental identificado. A empresa
prioriza a eliminação, substituição, adequações tecnológicas e controles de
engenharia como controles operacionais, mas não deixa de estabelecer critérios
operacionais e procedimentos documentados para gerenciar os aspectos e impactos
significativos.
Além da viabilidade econômica, para estabelecimento de determinados
controles, leva-se em conta os benefícios ambientais trazidos por ele.
Os principais controles operacionais utilizados pela empresa são:

• Captação de água pluvial e aproveitamento para limpeza do piso,


calçadas, irrigação dos jardins, redução da poeira e lava-botas,
reduzindo significativamente a retirada de água diretamente de corpos
hídricos;

• Aproveitamento da água condensada de ar condicionado para rega das


plantas e limpezas leves.

• Aproveitamento do efluente gerado nos testes de válvulas, que passa


por um separador de água e óleo e é reutilizado em novos testes.

• Uso de telhas translúcidas, que permitem melhor aproveitamento da luz


natural e, consequente, redução do consumo de energia nas oficinas e
áreas de apoio à obra.

• Uso de etiquetas que são colocadas sobre monitores de computadores,


mesas, armários, etc que sinalizam que uma fonte de energia foi
deixada ligada de forma desnecessária, chamando a atenção do
usuário para que isso não ocorra novamente.
42

• Substituição do uso de pallets de madeira por pallets de plástico que


diminui a reposição deste item, em relação aos de madeira. Um outro
ganho devido a esta prática é a preservação de recursos naturais
(madeira) e a destinação ambientalmente mais adequada dos
resíduos, pois os resíduos de madeira são comumente encaminhados
para aterros, queima ou moagem (fabricação de serragem ou cavaco),
já os resíduos provenientes dos pallets de plástico, podem ser
encaminhados para reciclagem.

• Uso de bancos de plástico reciclado em substituição aos de madeira


nas áreas de vivência.

• Programa 3Rs que contempla análise de reduções, coleta seletiva,


substituições de insumos, sinalização, segregação máxima e
procedimentos documentados. Para dar sustentação ao Programa 3Rs
a empresa realiza coleta seletiva, conforme prevê a Resolução
CONAMA 257/2001 e dispõe de coletores devidamente identificados e
distribuídos em todo o empreendimento considerando tipos e
quantidades dos resíduos gerados.

• Disponibilização de duas centrais de resíduos em área coberta,


distante a mais de 200 metros de cursos d´água, protegido de águas
pluviais, com piso impermeabilizado, barreiras de contenção, placas de
sinalização, acesso restrito, contando ainda com extintores de incêndio
e kits de emergência, conforme prevê a legislação aplicável.

• Reutilização dos efluentes gerados e/ou encaminhamento para


tratamento adequado.

• Disponibilização de estação de recebimento, triagem e armazenamento


de madeira de reuso, onde a madeira utilizada na obra é
acondicionada de forma seletiva permitindo que, quando da
necessidade de uso, o colaborador avalie se há possibilidade de
reaproveitamento.

• Preferência para aquisição de equipamentos a serem utilizados na


empresa que emitam menos ruído.
43

• Uso de abafadores nos compressores e geradores utilizados e


instalação de paredes, compostas de material isolante nos locais que
possuem grande quantidade de equipamentos em funcionamento,
reduzindo a emissão de ruído para o meio ambiente.

• Disponibilização de duas áreas específicas para manuseio e


armazenamento de produtos químicos, devidamente isoladas e
sinalizadas, localizadas a mais de 200 m de corpos d´água, dotadas de
cobertura, proteção de água pluvial, piso impermeabilizado, contenção
e devidamente ventiladas.

• Uso de bandejas aparadoras que evitam que o produto atinja


diretamente o piso em caso de derramamento, sempre que necessário
o fracionamento do produto químico.

• Estabelecimento de manutenção preventiva para equipamentos


considerados críticos para o meio ambiente, ou seja, todos aqueles
que possam gerar aspectos significativos, possibilitando a atuação
antecipada sobre o equipamento.

• Preenchimento de check list diário de equipamentos para reduzir o


número de ocorrências ambientais devido ao rompimento da
mangueira do sistema hidráulico.

• Disponibilização de ônibus coletivos aos profissionais, que possibilita a


redução de emissões mensais de CO2 e reduz os impactos no trânsito
municipal.

• Estabelecimento de APRs, que são documentos que contém os


aspectos e impactos ambientais gerados por atividade a as respectivas
medidas de controle que devem ser usadas para reduzir o aspecto
ambiental, com especial destaque para os significativos. Essa é a
principal ferramenta utilizada para divulgação dos aspectos e impactos
ambientais aos profissionais da empresa e para identificação da
necessidade de revisão do levantamento de aspectos e impactos,
conforme já descrito nos itens 4.4.2 e 4.4.3, respectivamente.
44

• Estabelecimento de procedimentos documentados para gestão de


resíduos e efluentes, armazenamento e manuseio de produtos
químicos, armazenamento de resíduos classe I, gestão de
fornecedores e manutenção de equipamentos críticos, entre outros e
inclusão em todos os procedimentos ou instruções de trabalho
específicos das atividades, de um item específico para descrição dos
cuidados ambientais que devem ser tomados para eliminar e/ ou
reduzir os aspectos ambientais identificados.

• Qualificação de fornecedores que possam gerar aspectos ambientais


significativos para a empresa. Essa qualificação inclui critérios para
seleção do fornecedor e avaliação do desempenho do mesmo durante
o fornecimento do bem ou serviço. Para estabelecimento dos critérios
foi levado em conta a legislação aplicável.

• Sinalização que inclui placas e banners espalhados em pontos


considerados críticos ou estratégicos do empreendimento que trazem
informações quanto a orientações, obrigações e cuidados a serem
tomados para evitar ou reduzir aspectos ambientais.

5.5.7 Preparo e Resposta a Emergências – Requisito 4.4.7

A empresa utiliza o levantamento de aspectos e impactos descrito no item


4.3.1 para identificar os possíveis cenários de emergência ambiental que podem
ocorrer e com base nisso estabelece um plano de atendimento a emergências
(PAE).
O PAE contempla os cenários emergenciais e as respostas a serem dadas
para cada um deles no caso de uma ocorrência. As respostas aos possíveis
cenários de emergência incluem visitantes e terceiros.
São executados simulados periódicos, segundo um cronograma divulgado
para toda a supervisão da obra, para verificação da pertinência do PAE, eficácia das
ações propostas e identificação de melhorias. Para determinação da periodicidade
desses testes é levado em consideração o avanço físico da obra, as atividades em
curso (civil, montagem, etc.) e a criticidade do aspecto ambiental. Os simulados
45

realizados são registrados em relatórios, compostos de fotos do evento e da análise


crítica do desenvolvimento do simulado que pode gerar um plano de ação para
implementação das melhorias ou correção dos desvios.
A empresa dispõe de uma equipe preparada para atender as possíveis
situações emergenciais identificadas e são denominados Controladores de
Emergência, identificados com um selo no capacete. Essa equipe passa por 4 horas
de treinamentos específicos, aonde se chega a detalhar, por exemplo, qual deve ser
o atendimento no caso de derramamento de produtos químicos considerando o local
e tipo do piso atingido.
Os visitantes recebem uma orientação através de Briefing, antes da entrada
nas instalações da empresa.
Existem kits de emergência distribuídos nas áreas onde há possibilidade de
vazamento/ derramamento de produtos químicos. Todos estão devidamente
identificados e contém manta absorvente, serragem, luvas de segurança, máscara
para poeira PFF1, pás e barreira de contenção. Estão disponibilizados também
extintores por todo o empreendimento.
Para situações que exijam evacuação de área foram determinadas rotas de
fuga e pontos de encontro, bem como Líderes de Abandono que são responsáveis
por conduzir os profissionais de forma segura a estes locais. Os Líderes de
Abandono foram designados por área e para facilitar a identificação destes
profissionais, foi elaborado um informativo com a indicação de cada representante
em cada área.
No caso de ocorrência de uma situação emergencial são realizadas
investigações que visam identificar a causa raiz que originou o problema e
determinar as correções e ações corretivas a serem tomadas. O PAE é analisado
especialmente após a ocorrência de emergências para verificar se há necessidade
de ser revisado ou não.
Os equipamentos utilizados para atendimento e resposta a emergências são
periodicamente testados, inspecionados ou recarregados/ repostos. Pode-se
perceber que a empresa possui profissionais altamente treinados para agirem em
situação de emergência que possam vir ocorrer.
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5.6 VERIFICAÇÃO – REQUISITO 4.5

5.6.1 Monitoramento e Medição – Requisito 4.5.1

A empresa realiza monitoramentos relacionados ao desempenho geral do


SGA e às atividades que possam gerar impactos ambientais significativos. O que se
destaca nesse item é a periodicidade com que são feitos esses monitoramentos e as
ferramentas utilizadas.
Em alguns casos, há limites estabelecidos por legislação específica e, se
esses limites forem ultrapassados em algum momento, são abertas não
conformidades, de acordo com item 4.5.3 deste trabalho. Todos os registros gerados
são mantidos conforme Controle de Registros – item 4.5.4.
Os equipamentos utilizados são devidamente calibrados/ verificados,
possuem identificação e rastreabilidade.
Segue abaixo uma descrição dos principais monitoramentos realizados pela
empresa, bem como as ferramentas de monitoramento desenvolvidas que merecem
um destaque especial devido a sua contribuição para o SGA:

• Objetivos, Metas e Programas: Monitorados quanto ao atendimento


através do Painel de Indicadores, POM e do Painel de Resultados da
Célula de Trabalho. No Painel da Célula de Trabalho, que mede os
indicadores operacionais, cada frente de serviço tem metas específicas
a serem alcançadas em períodos determinados, alterando
mensalmente conforme avanço do empreendimento.

• Inspeção Ambiental: É um check list aplicado semanalmente pelo


supervisor da disciplina e que contempla os principais requisitos
ambientais (legais, contratuais ou padrões corporativos) da empresa.

• Avaliação de Desempenho Ambiental da Unidade: Check list que


contempla os principais requisitos ambientais aplicáveis à empresa,
baseados na legislação ambiental, relação com a comunidade e
preceitos da NBR ISO 14.001, refletindo a maturidade do sistema de
gestão ambiental da unidade.
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• Homem/ Hora Treinado em Meio Ambiente: Os treinamentos


relacionados a meio ambiente tem carga horária e número de
participantes monitorados mensalmente, gerando o total de homem/
hora treinado e contribuindo para atendimento à meta estabelecida
pelo cliente de 2,5% de homem / hora do total trabalhado.

• Resíduos: Todos os resíduos gerados no empreendimento são


monitorados através do Mapa de Resíduos, onde são registradas
quantidades geradas por mês, tipo e atividade geradora.

• Produtos Químicos: A empresa possui instalações adequadas para o


correto armazenamento de Produtos Químicos que atendem a
legislação ambiental vigente. Inspeções neste local são realizadas
semanalmente pelos técnicos que Meio Ambiente que verificam a
identificação, Ficha de Informação de Segurança do Produto Químico
(FISPQ), planilha de incompatibilidade e limpeza e organização da
área.

• Fornecedores: O principal objetivo da avaliação de fornecedores é


acompanhar seu desempenho ao longo da execução do contrato. Esta
avaliação é feita de maneira distinta para fornecedores de produtos e
serviços.

Complementando o item citado sobre resíduos, a empresa emprega o


gerenciamento de resíduos em suas frentes de trabalho utilizando caçambas e kits
de coleta seletiva para o acondicionamento, e centrais de resíduos para o
armazenamento dos mesmos, todos são devidamente identificados e de acordo
com a legislação ambiental vigente e ao gerenciamento de resíduo.

5.6.2 Avaliação e atendimento a requisitos legais e outros requisitos –


Requisito 4.5.2

Todos os requisitos legais e outros requisitos identificados através do item


5.4.2 são monitorados quanto ao atendimento. Esse monitoramento é realizado pela
equipe de meio ambiente, envolvendo outras áreas, sempre que necessário, através
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da análise de cada requisito e preenchimento de uma planilha disponível no site da


empresa responsável pelo levantamento de requisitos legais.
Para cada item avaliado são indicados responsáveis que são comunicados
pelo próprio sistema através de e-mail e que devem descrever o que é feito para
assegurar o atendimento ao requisito ou, no caso de não atendimento, estabelecer
um Plano de Ação buscando regularizar a situação o mais breve possível.
São mantidos registros que evidenciam a avaliação e atendimento a
requisitos legais e outros requisitos.

5.6.3 Não Conformidade, Ação Corretiva e Ação Preventiva –


Requisito 4.5.3

Todo material, produto ou serviço que não atende a requisitos legais, do


cliente ou internos é considerado como não conforme. Uma não conformidade pode
ser detectada nas atividades internas e externas, bem como nas realizadas pelos
seus subcontratados.
A empresa utiliza como fonte para identificação de não conformidades
auditorias, inspeções, monitoramentos, ensaios, reclamações, entre outros. As não
conformidades são tratadas através do formulário Relatório de Não Conformidade,
onde é possível classificá-las quanto ao tipo (Meio Ambiente, Qualidade, etc), origem
(Compras, Subcontratadas, Construção, etc) e criticidade (não crítica – que não tem
aspecto ambiental significativo na planilha de aspectos e impactos e é pontual ou
crítica – que tem aspecto ambiental significativo na planilha de aspectos e impactos
ambientais e é sistêmica.
A ação imediata para as não conformidades de Meio Ambiente devem
considerar a severidade do impacto ambiental; situação de ocorrência (normal/
emergencial); dimensão da área afetada, destinação correta dos resíduos;
maquinário / mão de obra necessária; exigências legais. Essa ação deve ser definida
pela área onde a não conformidade foi identificada, com apoio técnico do Meio
Ambiente.
As ações definidas para a não conformidade são acompanhadas pelo setor
da Qualidade, com apoio do Meio Ambiente para assegurar que foi realizada.
Para todas as não conformidades críticas são registradas, obrigatoriamente,
ações corretivas no caso de não conformidades reais ou preventivas no caso de não
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conformidades potenciais. Outras situações que exigem o estabelecimento de ações


preventivas ou corretivas são: reclamações formalizadas procedentes de partes
interessadas externas, não conformidades ou observações de auditorias, ocorrência
de acidentes, ocorrência de incidentes ou desvios considerados críticos ao meio
ambiente.
A empresa verifica a avaliação da eficácia das ações, analisando se ela
realmente eliminou a causa potencial do problema no caso de não conformidades
potenciais, ou se ela evitou que a não conformidade voltasse a se repetir no caso de
não conformidades reais.

5.6.4 Controle de Registros – Requisito 4.5.4

A empresa possui um procedimento documentado, onde foram estabelecidas


diretrizes para o controle de registros. Os registros internos possuem uma
identificação codificada e os externos são identificados pelo próprio nome.
No armazenamento, para facilitar a localização, os responsáveis identificam
os locais ou meios em que são mantidos esses registros (pastas, armários, gavetas,
prateleiras, bancos de dados).
Também está definido o nível de acesso aos registros, dependendo do grau
de confidencialidade dos mesmos sendo classificados em restritos ou irrestritos.
Os registros do sistema de gestão possuem uma ordem de guarda que
permitem a sua pronta localização e recuperação. A ordem utilizada pode ser por
data, número, ordem alfabética, alfanumérica, etc.
O tempo no qual os registros permanecem disponíveis em seus locais de
guarda é definido levando-se em consideração as exigências de requisitos legais
e/ou as definidas em documentos do cliente e quando não estiver definida em
legislação ou pelo cliente, a retenção é definida pela própria empresa.
O destino dado aos registros após o vencimento do tempo de retenção de
arquivo morto é a destruição.
A empresa faz a divulgação do mapa dos registros (Lista Mestra de Registros)
através da intranet, o que facilita quando um profissional necessita de alguma
evidência, localizando-o facilmente e garantindo que através dessa lista, a
veracidade de informação e existência do registro possa ser verificada.
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5.6.5 Auditoria Interna

As auditorias internas do sistema de gestão são realizadas no mínimo duas


vezes por ano, compreendendo pelo menos 01 (um) ciclo completo. Um
procedimento documentado estabelece o planejamento da auditoria, critérios,
escopo, responsabilidades, competências necessárias aos auditores, formas de
registro e periodicidade mínima.
Visando a imparcialidade e independência dos auditores internos do sistema
de gestão, atendendo os critérios definidos no procedimento documentado e
evitando que profissionais avaliem seu próprio trabalho.
Considera-se o resultado do desempenho do auditor em auditorias, realizado
através da Avaliação de Auditoria Interna para as futuras seleções dos auditores.
As auditorias realizadas são devidamente registradas e contemplam todos os
requisitos da NBR ISO 14001:2004. As não conformidades e observações
identificadas são devidamente registradas como não conformidades reais e
potenciais, respectivamente e tratadas pelos responsáveis das áreas envolvidas.

5.7 ANÁLISE CRÍTICA – REQUISITO 4.6

A análise crítica do sistema de gestão permite que Alta Direção tenha uma
visão abrangente de como está o desempenho da empresa, que benefícios esse
sistema tem trazido, quais pontos críticos merecem maiores cuidados e para onde
devem ser direcionados esforços em busca de melhorias.
As atividades de construção e montagem, nas suas mais diversas disciplinas
de atuação, são muito dinâmicas, com informações que variam juntamente com as
fases do projeto. Tendo como base esta percepção, a Alta Direção estabeleceu uma
periodicidade trimestral de análise crítica, para garantir um efetivo acompanhamento
do sistema de gestão e tomada de decisão em tempo apropriado.
Durante a reunião mensal de desempenho, os indicadores táticos são
analisados pela Diretoria. O índice de Desempenho Ambiental e o índice de
Desempenho nas Listas de Verificação aplicadas pelo cliente são avaliados nesta
oportunidade. Fazendo com que a periodicidade de análise dos indicadores
ambientais sejam um diferencial.
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Durante as reuniões trimestrais de análise crítica, é que são analisados os


indicadores de resíduos, dentre os outros temas abordados.
Como forma de aumentar o Desempenho Ambiental, alinhado com a visão
estratégica da empresa em estabelecer uma relação de cooperação com o município
de Araucária e a preocupação de envolver a empresa em ações sociais que
promovessem o desenvolvimento sustentável da comunidade, a Diretoria apoia uma
parceria da empresa com associações locais.
De uma destas reuniões e, com o objetivo de incentivar os diversos setores
da empresa, foi elaborado um vídeo institucional, com os resultados das ações de
preservação ambiental, cuidados com a saúde do trabalhador, prevenção de
acidentes e ações de desenvolvimento sustentável. Através deste vídeo, a Alta
Direção transmitiu o compromisso com as ações de preservação, minimização dos
impactos negativos e a valorização da sustentabilidade.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste estudo de caso foi possível evidenciar que a empresa possui
um sistema de gestão conforme os requisitos da NBR ISO 14001:2004 maduro,
consistente e coeso.
Além disso, o sistema está disseminado por toda empresa o que favorece
significativamente sua manutenção e melhoria.
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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14001: Sistemas de


Gestão Ambiental: especificações e diretrizes para uso. Rio de Janeiro, 2004.

CERQUEIRA, J.P. Sistemas de gestão integrados: ISO 9001, ISO 14001, OHSAS
18001, SA 8000, NBR16001: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2006.

FORNASARI FILHO, Nilton; COELHO, Luciano Rodrigues. Aspectos Ambientais


do Comércio Internacional. FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo. São Paulo, 2007.

FIESP. Melhore a competitividade com o Sistema de Gestão Ambiental – SGA.


Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. São Paulo, 2007.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas,
1989

MOREIRA, M. S. Estratégia e Implantação do Sistema de Gestão Ambiental


(modelo ISO 14000). 2º Edição. São Paulo: Editora INDG. 2002.

RICHARDT, Nadia Ficht. Manual para elaboração de trabalhos técnico-


científicos: de acordo com as normas da ABNT. Biblioteca Central; organização,
Nadia Ficht Richardt., Teresinha Teterycz – Curitiba, 2010.Normas para trabalhos.
Disponível em: <http://www.pucpr.br/template.php?codlink=3&&codigogrupo=1>.
Acesso em: 30 de ago. de 2010.

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