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Fenias Justino Maimele

Licenciatura em Contabilidade Habilitação em Auditoria- 4º Ano


Sistema Financeiro Nacional
Contexto Históricos

Universidade Pedagógica. Maputo

Maputo, Março de 2020


Fenias Justino Maimele

Licenciatura em Contabilidade Habilitação em Auditoria- 4º Ano


Sistema Financeiro Nacional
Contexto Históricos

Trabalho de investigação científica, a ser


apresentado na disciplina de contabilidade
sectorial para avaliação, sob orientação do:

Dr. Francisco Moiane

Universidade Pedagógica. Maputo

Maputo, Março de 2020


Índice

Lista de Siglas..................................................................................................................ii

Resumo............................................................................................................................iii

1. Introdução.................................................................................................................1

1.1.1. Objectivo Geral..........................................................................................2

1.1.2. Objectivos Específicos...............................................................................2

2. Metodologia..............................................................................................................3

Método de abordagem.................................................................................................4

Técnicas e instrumentos de investigação.....................................................................4

3. Revisão da Literatura..............................................................................................5

3.1. O Sistema financeiro de Moçambique............................................................5

3.2. Conceptualização do Sistema Financeiro.......................................................5

3.2.1. Visão macroeconómica-requisito importante para o desenvolvimento


do sistema financeiro................................................................................................8

3.3. A estrutura do Sector Bancário moçambicano..............................................9

3.4. Instituições Monetárias..................................................................................10

3.4.1. Instituições financeiras não monetárias................................................12

3.5. Organização e composição do sistema financeiro em Moçambique..........15

3.6. Instituições financeiras...................................................................................15

4. Conclusão................................................................................................................16

5. Bibliografia.............................................................................................................17
ii

Lista de Siglas

BM – Banco de Moçambique
BCM – Banco Central de Moçambique
BC – Bancos Comerciais
MMI – Mercado Monetário Interbancário
MCI – Mercado Cambial Interbancário
MM – Mercado Monetário
MC – Mercado de Capitais
SFN – Sistema Financeiro Nacional
iii

Resumo

No País moçambicano, os serviços financeiros desempenham um papel de carácter

indispensável no âmbito da dinamização da actividade económica. A promoção de

hábitos de poupança de valores monetários constitui uma tarefa com a capacidade de

aumentar o volume de recursos colocados à disposição para o investimento, com efeito

no incremento da actividade económica, criação de postos de trabalho, valor

acrescentado, e bem-estar social e económico. No que concerne a economia, a sua

dinâmica deve estar junto a existência de um sistema financeiro sólido, actualizado,

forte, social, dinâmico e mais abrangente a nível territorial. O sistema financeiro é

normalmente designada a estrutura organizada de instrumentos de mercados e de

instituições, sob a regulação e controlo das autoridades, de supervisão, através do qual

se processa o tratamento do dinheiro, enquanto objecto genérico da actividade

financeira.

Palavras-chaves: Sistema Financeiro; Mercado Monetário, Mercado de Capital, Bolsa

de valores;
1

1. Introdução
A noção de sistema financeiro vem sendo abordada segundo a dicotomia estabelecida
entre o Sistema financeiro material e o sistema financeiro formal. O primeiro traduz
uma perspectiva muito ampla que se limitaria a agregar e a traduzir os elementos de
natureza económica e sociais subjacentes ao conceito, justificando-o num plano
antecedente a qual quer intervenção legislativa; o segundo salienta a ideia de ser através
da intervenção legislativa que o Estado iria desenhando, no uso das competências
reguladoras que lhe são próprias, a organização que em cada momento pretendesse
imprimir ao sistema.

A relevância da intervenção legislativa, na definição do Sistema financeiro formal


transpareceria essencialmente a dois níveis muito importantes: por um lado, seria
através da sua regulação que o Estado iria definindo em cada momento, para efeitos
jurídicos, o que para efeitos jurídicos, o que devesse ser entendido por sistema
financeiro, ou seja, quais os elementos que devessem ser incluídos em tal noção; por
outro lado, seria também com essa regulação que o próprio sistema financeiro ganharia
dimensão jurídico-científica, enquanto objecto de um conjunto de regras jurídicas que
lhe seriam especificamente destinadas.

Contudo, importa não esquecer que os termos desta dicotomia tendem forçosamente a
coincidir, dadas as soluções legais não deverem ignorar as realidades económicas que
lhes subjazem. Outra qualquer solução faria decerto perigar o critério lógico de
agregação e, com isso, afectaria a segurança e a certeza do sistema e dos agentes
económicos. Por outro lado, importa igualmente não esquecer que a intervenção
estadual no sistema financeiro não se limita à definição de quem integra, em cada
momento, tal sistema, mas vai mais longe e define também as próprias regras do
exercício da actividade.

Através do sistema financeiro é assegurada, mediante a produção e a oferta de serviços


diversificados, a realização de três tarefas fundamentais para o funcionamento da
economia: a oferta de instrumentos de regulação das trocas; a acumulação das
poupanças e o financiamento do investimento, por via da intermediação no crédito:
finalmente, a gestão do risco.
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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

 Fazer uma análise geral e compreensiva sobre o sistema financeiro nacional e o


seu impacto para o desenvolvimento de um país;

1.1.2. Objectivos Específicos


 Procurar entender a evolução histórica do sistema fianceiro nacional e o seu
impacto na economia do país;
 Explicar a influência das instituições financeiras nos diferentes tipos de
mercado;
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2. Metodologia
A escolha do delineamento deve considerar o pressuposto que orienta a pesquisa. Neste
estudo, definiu-se o seguinte pressuposto: Sistema financeiro Nacional, tem impacto no
processo de mudança nas políticas monetárias e fiscais, pelo que seja necessário uma
boa analise da importância de juros e mercados na economia nacional. Este trabalho
constitui-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada através de uma monografia. Sendo
assim, descrevemos alguns conceitos. Segundo [CITATION GAL86 \p 18 \l 1033 ] “conhecer
é estabelecer uma relação entre a pessoa que se conhece e o objecto que passa a ser
conhecido”.

Ainda para [CITATION GAL86 \p 19 \l 1033 ] , “o conhecimento científico resulta da


investigação metódica, sistemática, da realidade. Ele transcende os fatos e os fenómenos
em si mesmos, analisa-os para descobrir suas causas e concluir as leis gerais que os
regem”. O conhecimento se faz necessário para que se entenda o significado de uma
informação. Para se obter o conhecimento, é preciso fazer uma pesquisa, pois esta parte
de uma dúvida, estabelecendo uma relação de identificação, entre o pesquisador e o
objecto em estudo.

Segundo [CITATION CGi99 \p 48 \l 1033 ] , pesquisa é “o processo formal e sistemático de


desenvolvimento do método científico. O objecto fundamental da pesquisa é descobrir
respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”.

Neste sentido, a pesquisa é uma busca minuciosa para averiguação da realidade, uma
investigação, um estudo sistemático, com o intuito de descobrir ou estabelecer factos
relativos a um campo qualquer do conhecimento.

As pesquisas são qualitativas, uma vez que muitos profissionais de contabilidade e os


próprios membros das organizações mostram certa indisponibilidade para falar do
assunto.

Segundo [ CITATION GAL86 \l 1033 ], Pesquisa Qualitativa esta relacionada no


levantamento de dados sobre motivação de um grupo, em compreender e interpretar
determinados comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma
população.
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Pesquisa bibliográfica, Segundo [CITATION CGi99 \p 43 \l 1033 ] , é a que se efectua para


se resolver problema ou adquirir conhecimentos a partir de consultas a livros, artigos,
jornais, entre outros. Tem como objectivo recolher, seleccionar, analisar e interpretar as
contribuições teóricas já existentes sobre determinado assunto.

Método de abordagem

Segundo (LAKATOS, 2006, p. 86), Método Indutivo é um método responsável pela


generalização, isto é, partimos de algo particular para uma questão mais ampla, mais
geral. O método dedutivo, de acordo com o entendimento clássico, é o método que parte
do geral e, a seguir, desce ao particular. A partir de princípios, leis ou teorias
consideradas verdadeiras e indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos particulares com
base na lógica.

Método Monográfico é aquele que é feito através de um trabalho de investigação


científica e crítico sobre os conhecimentos existentes sejam eles já publicados ou não. É
formada por um conjunto de actividades integradas, com uma unidade metodológica,
visando alcançar determinados objectivos claramente definidos. (LAKATOS, 2006)

Método Comparativo, consiste no confronto entre elementos, levando em consideração


seus atributos. Promove o exame dos dados a fim de obter diferenças ou semelhanças
que possam ser constatadas, e as devidas relações entre as duas. (LAKATOS, 2006)

Método Tipológico aquele onde o pesquisador compara fenómenos sociais e complexos,


criando tipos ou modelos ideais, construídos a partir de análises de aspectos essenciais
do fenómeno. (Max Webel citado por (LAKATOS, 2006, p. 23))

Técnicas e instrumentos de investigação

Para a realização desse trabalho serão usados livros, monografias, outras informações
serão encontradas através de uma pesquisa de campo e serão usados documentos
digitais. Eis as possíveis técnicas de investigação que o nosso trabalho girara em torno:

 Colecta documental
 Observação Directa
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3. Revisão da Literatura
3.1. O Sistema financeiro de Moçambique

Segundo[ CITATION Adr14 \l 1033 ], No País moçambicano, os serviços financeiros


desempenham um papel de carácter indispensável no âmbito da dinamização da
actividade económica. A promoção de hábitos de poupança de valores monetários
constitui uma tarefa com a capacidade de aumentar o volume de recursos colocados à
disposição para o investimento, com efeito no incremento da actividade económica,
criação de postos de trabalho, valor acrescentado, e bem-estar social e económico. No
que concerne a economia, a sua dinâmica deve estar junto a existência de um sistema
financeiro sólido, actualizado, forte, social, dinâmico e mais abrangente a nível
territorial.

Segundo o BDM, o sistema financeiro tem também o dever de colaborar para o


incremento do nível de monetarização da economia do País moçambicano e para o
asseguramento das necessidades da evolução do tecido produtivo, quer por meio de
financiamento directo às actividades desempenhadas pelos sectores produtivos, de
comercialização para aquilo que é o consumo, quer por meio da promoção do acto de
captar poupanças e actividades de comércio cambial, considerando a extensão
geográfica do País e sua localização, com diversas e vastas fronteiras.

No âmbito da economia moçambicana, a sua bancarização constitui um dos essenciais


desafios dos agentes que implementam políticas financeiras e monetárias no País,
nomeadamente o banco central, os bancos comerciais e outras instituições financeiras
que se encontram a operar. A existência de um sistema financeiro inclusivo, forte e com
estabilidade faz parte de uma meta que se faz sempre presente na agenda do banco
central moçambicano. Daí que de forma contínua se dota actualização ao quadro legal e
regulamentar aplicável à sociedades de natureza financeira e instituições de crédito
tendo em vista o aumento de largura da oferta de serviços financeiros à maior parte da
população.

3.2. Conceptualização do Sistema Financeiro

Às vezes, usa-se a designação sistema financeiro quando se pretende referir às


instituições, o que não é totalmente errado. Na verdade, sistema sugere a ideia do
conjunto de que as instituições são partes integrantes. [ CITATION Adr14 \l 1033 ]
6

Em Moçambique, o Ministério das Finanças e o Banco de Moçambique são as


instituições com poderes para gerir as políticas fiscais e monetárias, respectivamente, no
quadro dos objectivos macroeconómicos definidos pelo Governo. Ao Banco de
Moçambique compete a supervisão das instituições financeiras e ao Ministério das
Finanças a sua superintendência, garantindo aos órgãos competentes de projectos de
legislação para o sistema bancário. [ CITATION Adr14 \l 1033 ]

Assim, O sistema financeiro deve ser entendido como um conjunto que integra a
POUTICA, as INSTITUIÇÕES e respectiva LEGISLAQÃO.

Política

Refere-se à política económica adoptada pelo Governo. Pode ser centralmente


planificada, onde predomina o sector público produtivo, com a tarefa de executar as
metas, como foi o caso de Moçambique desde 1978 a 1990, ou baseada nas forças de
mercado, jogando o Estado o papel de árbitro, através da imposição do cumprimento
dos contratos e provimento de serviços públicos. Este é o modelo que está em vigor em
Moçambique desde aquele ano. Por isso, toda a estrutura do sistema toma em
consideração a política e integra ainda os mercados.

Os mercados podem ser: Monetários e de capitais, onde se transaccionam instrumentos


de curto e longo prazo, respectivamente. São exemplos do mercado onde se
transaccionam activos de curto prazo o Mercado Monetário Interbancário (MMI) e o
Mercado Cambial Interbancário (MCI) a Bolsa de Valores constitui exemplo de
mercado de capitais que transacciona instrumentos de longo prazo. [ CITATION Adr14 \l
1033 ]

Mercados financeiros

Existem três grandes tipos de mercados financeiros: o mercado monetário (financeiro a


curto prazo), o mercado de capitais (que se distingue em relação ao primeiro quanto aos
prazos de vencimento, já que este é de longo prazo) e, por último, o mercado cambial
(onde se confrontam a procura e a oferta de divisas).

Mercado Monetário- vocacionado para aplicações de excedentes de tesouraria e para o


financiamento de rupturas financeiras de curto prazo, transaccionam-se títulos com
um prazo de vencimento até um ano.
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O principal segmento do mercado monetário são os mercados interbancários, onde


participam o Banco central e outras instituições de crédito. Estes mercados são
constituídos por: Mercado Monetário Interbancário (MMI), em que instituições
financeiras cedem liquidez entre si por períodos de tempo variáveis. Não há emissões
de títulos;

Por seu lado, no mercado de capitais têm lugar operações sobre títulos cujo prazo de
vencimento é superior a um ano. Este mercado encontra-se vocacionado para
financiamentos e investimentos de médio e longo prazo, através da emissão de títulos
mobiliários, como acções, obrigações, títulos de participação, etc.

O mercado de capitais tem importantes funções económicas, das quais se destacam a


mobilização das poupanças dos particulares e das empresas e o alargamento do leque de
opções de financiamento dos investimentos produtivos das empresas. O mercado
de capitais subdivide-se em mercado primário (onde são colocadas as novas emissões de
títulos) e secundário (onde se transaccionam títulos emitidos e subscritos em
períodos anteriores, dando assim liquidez ao mercado primário). A este último
(onde se recompram e revendem os novos títulos) chama-se habitualmente Bolsa de
Valores. Por fim, no mercado cambial (ou de câmbios) confronta-se a procura e a oferta
de divisas (moeda estrangeira). A taxa de câmbio é o preço de uma moeda expresso em
unidades de outra moeda. ABREU (2002)

Instituições

As instituições podem ser classificadas, segundo a forma de propriedade, em públicas


ou privadas ou, de acordo com o tipo de operações que realizam, em monetárias e não
monetárias. São monetárias aquelas que aceitam depósitos e concedem crédito, isto é,
criam moeda. As não monetárias são todas aquelas que não aceitam depósito e usam
fundos próprios ou alheios sob forma de títulos financeiros.

São exemplos de instituições monetárias os bancos comerciais, incluindo microbancos,


e todas aquelas que por lei forem autorizadas a aceitar depósitos do público para os
aplicar nas operações activas (concessão de crédito).

Estão enquadradas na classificação de instituições não monetárias as seguradoras, as


sociedades financeiras previstas na lei e as microfinanças.[ CITATION Adr14 \l 1033 ]
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Legislação

Um aspecto importante no sistema é a existência de legislação adequada, que permita a


fluidez necessária na realização das operações no mercado. Em países onde o sistema
financeiro ainda não está suficientemente desenvolvido por estar a sofrer um processo
de transição de um sistema centralizado para o de economia de mercado é normal a
abundância de legislação bem elaborada, mais sem capacidade institucional para fazer
cumpri-la. Às vezes, por causa da necessidade de se dar passos acelerados, fazem-se
adaptações da legislação das antigas metrópoles, mormente desajustadas da cultura e
das práticas locais e agravada pela falta de técnicos capazes de garantir uma aplicação
isenta da mesma. Nestas condições, o sistema financeiro continuará a apresentar boas
politicas e instituição, mas faltará elemento importante para o funcionamento do
mercado, que é a confiança. ABREU (2002)

A confiança cresce com a capacidade do Estado de poder garantir o cumprimento dos


contratos e possuir mecanismos cé1eres para disciplinar o mercado. O sistema
financeiro, é o conjunto de política, instituições e legislação que disciplina o
funcionamento do mercado.

3.2.1. Visão macroeconómica-requisito importante para o desenvolvimento do


sistema financeiro
A existência de uma mão macroeconómica, tal como acontece em organizações e
empresas, é importante para o desenho e Implementação de ma política financeira
adequada aos desafios de cada momento da vida económica. A ausência desta pode
equiparar-se a alguém que caminha sem direcção certa e nestas condições qualquer
caminho serve. É o que acontece em muitos países em desenvolvimento quando pedem
ajuda externa sem primeiro ter ma visão de longo prazo. O apoio vem e com ele o
know-how e as prioridades de cada parceiro, para serem geridos pelo país receptor, que,
além da falta de visão, carece também de técnicos qualificados para gerir a tecnologia e
as prioridades do parceiro doador. ABREU (2002)

Neste processo, o desenho e a implementação dos programas ficam reféns do doador.


Por musa disso, o sistema financeiro desenhado raramente responde às necessidades dos
pais receptor de ajuda, porque desajustado à Cultura e capacidade institucional locais.
No caso moçambicano, já a primeira Constituição (1975) indicava claramente o que
eram então as prioridades nacionais.
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Por exemplo, a referência da agricultura como base de desenvolvimento e da indústria


como sector dinamizador desse desenvolvimento tomava claro como é que o sistema
financeiro devia organizar-se para responder a estas prioridades. [ CITATION Adr14 \l 1033
]

Autoridades Financeira e Monetária

Em Moçambique, o Ministério das Finanças é a autoridade financeira do país, coordena


a preparação de legislação para a deliberação do Governo ou para a submissão à
Assembleia da República, conforme se trate de Resoluções, Decretos ou Leis,
respectivamente. É a instituição que orienta a implementação da política fiscal do país,
que integra a elaboração e execução do orçamento do Estado. O Banco de Moçambique
é o banco central do país, de acordo com, o estipulado na Constituição, e rege-se pela
sua lei orgânica-Lei nº 1/92, de 3 de Janeiro, que no seu artigo 2 define a sua principal
função, que é a preservação do valor do Metical interna e externamente. Por causa
destas funções, o Banco Central é a autoridade monetária do país e nessa função tem a
responsabilidade, de entre outras, de zelar pela implantação de um sistema monetário,
ou seja, conjunto de moedas em circulação no país.[ CITATION Adr14 \l 1033 ]

3.3. A estrutura do Sector Bancário moçambicano

Antes da independência, o sector financeiro nos finais da década sessenta apresentava


um certo grau de desenvolvimento tendo em conta a política económica então vigente.
A estrutura do sector financeiro à data de independência era constituída por 9 bancos
comerciais: Banco Comercial de Angola, banco espirito santo, Banco Standard Totta,
Banco Pinto & Sottomayor, banco comercial de credito industrial, banco fomento,
Instinto de Crédito de Moçambique e, Casa Bancária de Moçambique, Caixa económica
de montepio geral e o próprio banco de moçambique que, a par da função de Banco
Central, exercia também a função de banco comercial.

Existiam também quatro companhias de seguro: Nauticus, tranquilidade de


Moçambique, Lusitana e Império, bem assim um fundo de investimento aberto (FIUL-
Fundo de Investimento ultramarino), gerido pela empresa Sociedade Moçambicana de
Gestão de Bens e que foi instrumental no financiamento do desenvolvimento, do parque
imobiliário especialmente nas cidades de Maputo e Beira. O Banco de Moçambique
desempenhou o papel de depositário deste fundo. [ CITATION Adr14 \l 1033 ]
10

Em 1978, O sector financeiro, como corolário da consolidação da gestão


macroeconómica baseada no PEC (Plano Estatal Central) foi reestruturado, passando de
9 instituições de crédito para apenas 3, tendo neste processo o Banco de Moçambique
absorvido quase todas as instituições de crédito à excepção do Banco Standard Totta,
que manteve a sua actividade como único banco privado, e dos bancos Pinto &
Sottomayor e Banco de Fomento de Moçambique, que cessaram as suas actividades.
Todas as companhias seguradoras foram integradas na EMOSE. Em termos de produtos
financeiros, para além das operações activas e passivas clássicas dos bancos comerciais,
estavam em desenvolvimento as operações de hedging da taxa de câmbio nas operações
com o exterior (as chamadas compra e venda da taxa de câmbio a prazo). Com as
reformas da política económica iniciadas em 1984 e com maior visibilidade a partir de
1987, foi necessário introduzir nova e moderna legislação financeira que permitiu a
entrada de novos operadores financeiros e o saneamento das contas dos balanços dos
bancos do Estado e a sua privatização, bem como o reforço do papel do Banco de
Moçambique como Banco Central da República de Moçambique. [ CITATION Adr14 \l
1033 ]

3.4. Instituições Monetárias

Banco Central

A Lei nº 1/92, de 3 de Janeiro, no seu artigo 2, o objectivo principal do Banco Central a


preservação do valor da moeda nacional. Aqui o sentido de preservar deve ser entendido
como toda a política monetária do Banco Central tendente a garantir a aceitarão da
moeda nacional como meio de pagamento para as transacções internas. Este objectivo
obtém-se normalmente mantendo-se uma taxa de inflação baixa e estável. Em
Moçambique, o Banco Central é ainda gestor da política monetária e cambial, banqueiro
dos bancos, emissor da moeda nacional, supervisor das instituições de crédito e
conselheiro do Governo em matéria da sua especialidade. Para a execução destas
funções o Banco central deve deter:

Independência institucional que se pode resumir no seguinte:

Capacidade técnica Deve possuir técnicos capazes de prever e comunicar claramente


com o público-alvo produzindo e divulgando informação de qualidade científica, de
modo a granjear simpatia e reconhecimento público e levar os agentes económicos a
usar a informação nas suas projecções económicas. ABREU (2002)
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Capacidade legal - A lei orgânica deve ser clara quanto ao âmbito da actuação do
Banco Central, incluindo os aspectos relacionados com a nomeação dos Membros do
Conselho de Administração e respectivos mandatos. No caso moçambicano, O art. 132
da Constituição da República define claramente que o Banco de Moçambique é o Banco
Central da República de Moçambique e rege-se por lei própria e pelos acordos
internacionais a que o Estado aderir. Também a referida Lei nº 1/92, de 3 de Janeiro,
define as funções do Banco de Moçambique, bem como a forma de nomeação dos
Membros do Conselho de Administração. [ CITATION Adr14 \l 1033 ]

Autonomia operacional - Que permite aos órgãos de direcção do Banco decidirem


sobre que instrumentos de gestão de política monetária aplicar e a forma da sua
implementação, sem carecer de autorização prévia do governo ou de membros do
governo.

SÓ nestas condições se pode afirmar que existe um Banco Central à altura para gerir os
mercados monetários, cambial e de crédito com maior liberdade e transparência.

Uma das actividades principais do Banco Central é a gestão da politica monetária. Para
isso necessita de projectar como é que a massa monetária devera evoluir para financiar o
crescimento do PIB a um nível de inflação adequado. É a chamada programação
monetária.

Programação monetária

A programação monetária constitui uma das mais importantes funções do Banco


Central. Para isso, o sector financeiro deve estar devidamente organizado e com a
contabilidade em dia, de modo a facilitar a recolha de relevante informação pra efeito.
Os balanços consolidados são instrumentos incontestáveis, pois a partir deles podemos
recolher dados para programação do crédito total da balança de pagamentos. Com base
nesta informação, pode-se fixar metas para o funcionamento do PIB.

Bancos Comerciais

Os Bancos comerciais são instituições de crédito que têm, de acordo com o artigo 4 da
Lei nº 15/99, de 1 de Novembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 9/2004, de
21 de Julho, como funções as seguintes:

 Recepção, do público, de depósitos ou outros fundos reembolsáveis;


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 Operações de crédito, incluindo concessão de garantias e outros compromissos,


excepto locação financeira factoring;
 Operações de pagamentos;
 Emissão e gestão de meios de pagamento, tais como cartões de crédito, cheques
de viagem e cartas de crédito;
 Transações, por conta própria ou alheia, sobre instrumentos do mercado
monetário, financeiro e cambial;
 Participação em emissões e colocações de valores mobiliários e prestação de
serviços correlativos;
 Consultoria, guarda, administração e gestão de carteira de valores mobiliários;
 Operações sobre metais preciosos, nos termos estabelecidos pela legislação
cambial;
 Tomada de participações no capital de sociedades;
 Comercialização de contratos de seguro;
 Aluguer de cofres e guarda de valores;
 Consultoria de empresas em matéria de estrutura de capital, de estratégia
empresarial e questões conexas.

Os bancos podem ainda, de acordo com a inovação introduzida pela Lei nº 9/2004, de
21 de Julho, exercer as actividades de leasing factoring.

Microbancos

Ao abrigo da referida Lei nº 9/2004, foi introduzido no país um novo tipo de instituição
de crédito, com o objectivo de permitir que agentes económicos, singulares e pessoas
colectivas possam com experiência possam mas com poucos recursos exercer actividade
reservada aos Bancos comerciais, oferecendo produtos e serviços nos termos e limites
fixados por lei. Neste grupo de instituições, temos as Caixas de Poupança e Crédito, as
Caixas Financeiras Rurais, as mas Económicas e as Caixas Postais.

3.4.1. Instituições financeiras não monetárias

Segundo Nas instituições financeiras não monetárias destacam-se as seguintes:


sociedades de seguros, sociedades financeiras, casas de câmbio e Bolsa de valores.
[ CITATION Adr14 \l 1033 ]
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Sociedades de Seguros

São instituições que aceitam o risco especificado na apólice contra o pagamento de um


prémio pelos segurados. Desempenham um papel relevante na sociedade na medida em
que, aceitando o risco, permitem que os gestores minimizem as consequências dos
sinistros provocados pelos próprios, os chamados danos próprios, e a outras instituições
e pessoas.

Sociedades financeiras

A lei nº 15/99, de 1 de Novembro, com as alterações introduzidas pala A lei nº 9/2004,


de 21 de Julho, arrola as sociedades permitidas em Moçambique, caracterizadas por não
aceitarem depósitos de público, mas que realizam operações especificadas nestas leis:

 Sociedades administrativas de compras em grupo;


Sociedades financeiras que têm por objectivo exclusivo a administração de
compras em grupo.
Entende-se por compras em grupo o sistema de aquisição de bens ou serviços
pelo qual um conjunto determinado de pessoas designadas participantes constitui
um fundo comum, mediante a entrega periódica de prestação pecuniária, com
vista à aquisição, por cada participante, daqueles bens ou serviços ao longo de
um período de tempo previamente estabelecido;
 Sociedades corretoras: sociedades financeiras que têm por objecto principal o
exercício da actividade de intermediação em bolsa de valores, através do
recebimento de ordens dos investidores para a transacção de valores mobiliários
e respectiva execução, podendo, no âmbito do mercado de valores mobiliários,
realizar outras actividades que lhes sejam permitidas por lei;
 Sociedades de capital de risco: sociedades financeiras que têm por objecto o
apoio e promoção do investimento em empresas, através da participação
temporária no respectivo capital social;
 Sociedades de factoring: Instituições de crédito que têm por objecto exclusivo o
exercício da actividade de factoring ou cessão financeira. Diz-se factoring ou
cessão financeira o contrato pelo qual uma das partes (factor) adquire, da outra
(aderente), créditos a curto prazo, derivados da venda de produtos ou da
prestação de serviços a uma terceira pessoa (devedor);
 Sociedades de investimento:
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Instituições de crédito que têm por objecto principal a concessão de crédito e a


prestação de serviços conexos, nos termos que lhes sejam permitidos por lei;
 Sociedades de locação financeira:
Instituições de crédito que têm por objecto exclusivo o exercício de actividade
de locação financeira ou leasing. Entende-se por locação financeira o contrato
pelo qual uma das partes (locador) se obriga, mediante retribuição, a ceder à
outra (locatário) o gozo temporário de uma coisa, móvel ou imóvel, adquirida ou
construída por indicação do locatário e que este pode comprar, decorrido o
período acordado, por um preço determinado ou determinável mediante simples
aplicação dos critérios fixados no contrato.
 Sociedades financeiras de corretagem:
Sociedades financeiras que têm por objecto principal o exercício da actividade
de intermediação em bolsa de valores, quer através do recebimento de ordens
dos investidores para transacção de valores mobiliários e respectiva execução,
quer através da realização de operações de compra e venda de valores
mobiliários por conta própria, podendo realizar outras actividades, no âmbito do
mercado de valores mobiliários, que lhes sejam permitidas por lei;
 Sociedades gestoras de patrimónios:
Sociedades financeiras que têm por objecto exclusivo o exercício da actividade
de administração de conjuntos de bens pertencentes a terceiros;
 Sociedades gestoras de fundos de investimento:
Sociedades financeiras que têm por objecto exclusivo a administração, em
representação dos participantes, de um ou mais fundos de investimento.
Entende-se por fundos de investimento o conjunto de valores resultantes de
investimentos de capitais recebidos do público e representados por unidades de
participação. [ CITATION Adr14 \l 1033 ] e ABREU (2002)

Casas de Câmbio

Sociedades financeiras que-têm por objecto principal a compram e venda de moeda


estrangeira e cheques de viagem, podendo ainda realizar outras operações cambiais nos
termos estabelecidos por lei.
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Bolsa de valores

São locais ou espaços onde se transaccionam activos financeiros em regra títulos


representativos de capital social de empresas e de dívidas (publica e privada). São por
isso mercados organizados, estruturados e dotados de instrumentos jurídicos que
permitem que as transacções sejam feitas com a maior segurança e transparência
possíveis.

Microfinanças

São instituições que não aceitam depósitos, podendo, porém, fazê-lo em Representação
de instituições de crédito autorizadas a operar no país. Usando fundos próprios, podem
conceder crédito e prestar serviços financeiros permitidos por lei. Para seu
funcionamento, carecem de autorização prévia do Banco Central e não são objecto de
supervisão sistemática, devendo, contudo prestar periodicamente informação ao Banco
Central sobre a sua actividade.[ CITATION Adr14 \l 1033 ]

3.5. Organização e composição do sistema financeiro em Moçambique

A luz da Lei n° 2/92, de 03 de Janeiro, que define natureza, objectivos e funções do


Banco de Moçambique e Lei n° 15/99, de 01 de Novembro, sobre instituições de crédito
e sociedades financeiras:

 Um Banco central – Banco de Moçambique;


 Instituições de crédito;
 Sociedades financeiras;
 Entidades licenciadas para o exercício de funções de crédito.
3.6. Instituições financeiras

Segundo ABREU (2002), São chamadas de "instituições financeiras" as organizações


que tem a finalidade de viabilizar alocações de capitais financeiros próprios ou de
terceiros, obedecendo a uma correlação d risco, custo e prazo para atender aos
interesses de pessoas físicas e jurídicas que participam como accionistas, clientes,
colaboradores, cooperados, fornecedores e agências reguladoras do mercado.

Existem vários tipos de instituições financeiras: bancos, cooperativas de crédito,


agências de fomento, associações de poupança e empréstimos ("financiadoras") etc.
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4. Conclusão

O sistema financeiro de Moçambique é constituído por Banco de Moçambique, na


qualidade de Banco Central, instituições de crédito, sociedades financeiras e entidades
licenciadas para o exercício de funções de crédito. Conclui-se também que o seguro é
vantajoso porque o empreendedor recupera o seu património inicial em caso de ocorrer
um prejuízo. Porém, constitui responsabilidade do segurado pagar os valores e fornecer
informação verdadeira a seguradora. O sistema financeiro de Moçambique é constituído
por Banco de Moçambique, na qualidade de Banco Central, instituições de crédito,
sociedades financeiras e entidades licenciadas para o exercício de funções de crédito.

Em síntese, cabe ao sistema financeiro encontrar esquemas eficientes de


disponibilização de informação, de liquidez e de transformação do risco. Através da
informação é garantido o acesso, em termos mais eficientes e menos onerosos, a um
conjunto de factos que visam três objectivos fundamentais: reforçar a fiabilidade do
utilizador dos fundos disponibilizados e das finalidades a que tais fundos se destinam;
colmatar as eventuais assimetrias que sempre se verificam quando uma das partes
possui melhor informação do que a outra (o que, no caso das relações creditícias,
normalmente acontece a favor do devedor, uma vez que este domina exclusivamente a
informação relativa ao destino que, na realidade, vai dar aos fundos que lhe são
creditados) permitir uma melhor avaliação das potencialidades de retorno do
investimento.
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5. Bibliografia

GALLIANO, A. G. (1986 ). O Método Cíentifico: teoria e Prática . São Paulo: Harba.

Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de Pesquisa Social (5 ed.). São Paulo: Atlas.

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Maputo: Indico .

JOLLY, B & BILLY, B. ano. Enterpreneurship Education. Uganda – Adaptado para


Moçambique. PINO, O & NOVAIS, A. 2006.Noções de Empreendedorismo – Módulos
5e6

BRITO, Dalva (2005). Plano Geral de Contabilidade. Moçambique Editora, Maputo.

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LAKATOS, M. e. (2006). Técnicas de Pesquisa (5ª ed.). São Paulo: Atlas.


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