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Índice

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................1
1.1. Contextualização.........................................................................................................................1
1.2. Relevância da pesquisa................................................................................................................2
1.3. Objectivos........................................................................................................................................3
1.3.1. Objectivo Geral....................................................................................................................3
1.4. Objectivos Específicos.................................................................................................................3
1.5. Estrutura do Trabalho..................................................................................................................3
2. METODOLOGIA................................................................................................................................4
2.1. Especificação do Método.............................................................................................................4
2.2. Tipos de Pesquisas.......................................................................................................................4
2.2.1. Pesquisas quanto aos objectivos...........................................................................................4
2.2.2. Pesquisas quanto a natureza.................................................................................................4
2.2.3. Pesquisas quanto à abordagem.............................................................................................4
2.2.4. Pesquisas quanto aos procedimentos....................................................................................5
2.3. Procedimentos de recolha de dados.............................................................................................5
2.4. Procedimento para a análise de dados..........................................................................................5
2.5. População e Amostra...................................................................................................................6
2.5.1. População.............................................................................................................................6
2.5.2. Amostra...............................................................................................................................6
2.6. Limitações da Pesquisa................................................................................................................6
3. REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................................................7
3.1. Conceito de Empresas Multinacionais.........................................................................................7
3.1.1. Características das Empresas Multinacionais.......................................................................8
3.1.2. Objetivos das empresas multinacionais................................................................................8
3.1.3. Formas Jurídicas das Multinacionais...................................................................................9
3.1.4. Factores que influenciam as multinacionais.........................................................................9
3.2. Decisões de Investimentos.........................................................................................................10
3.2.1. Métodos de Avaliação de Investimentos............................................................................11
3.3. Decisões de Financiamentos......................................................................................................12
3.4. Decisões de investimentos e Financiamentos das Multinacionais..............................................14
3.4.1. Decisões de Investimento de Longo Prazo.........................................................................14
3.4.2. Decisões de Financiamentos de Longo Prazo....................................................................16
3.5. Casos Práticos............................................................................................................................19
4. COCNLUSÃO E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................22
4.1. Conclusão..................................................................................................................................22
4.2. Referencias Bibliográficas.........................................................................................................23

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1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Actualmente um dos principais desafios das organizações é a busca de mecanismos de
financiamentos e de investimentos que auxiliem no planeamento financeiro de forma eficaz,
instrumentos que ofereçam resultados indispensáveis para tomada de decisões, a fim de obter um
equilíbrio económico e financeiro para que as empresas apresentem bons resultados.
Com os adventos da globalização, a competitividade e sustentabilidade entre as empresas
multinacionais, estão directamente relacionadas com a forma como as decisões de financiamento
e de investimento são tomadas, da sua posição financeira, do desempenho financeiro num
determinado exercício económico.
As decisões de financiamento e de investimento agregam valor às empresas, ou seja, permitem
que a empresa obtenha fonte de recursos por parte de terceiros e consequentemente aplica – los
na aquisição de um activo real gerando um valor superior ao seu custo. Os gestores e
administradores das empresas multinacionais devem saber como avaliar a sua empresa,
detectando quais os investimentos e financiamentos criam valor, e em decorrência disto, devem
também entender o funcionamento dos mercados financeiros
Actualmente percebe-se as constantes mudanças que ocorrem no mundo empresarial. Porém com
o avanço das tecnologias, as cobranças por melhores resultados são vistas por todos,
principalmente no que se trata da parte financeira de uma organização empresarial. Os resultados
financeiros podem ser positivos e estar abaixo às expectativas do mercado, o que evidencia
deficiências em alguns, pois, pode tornar-se pouco atractivo para os stakeholders.
As empresas que pretendem crescer no mercado e que podem serem percebido através de
maiores vendas, facturamentos ou expansão de mercado. Tal crescimento, por sua vez, está
condicionado a decisões entre os investimentos e financiamentos necessários; a expansão,
quando implementada com sucesso, oferece várias vantagens estratégicas às empresas, que vão
desde o aumento das disponibilidades financeiras até o surgimento de capacidades e recursos,
que são difíceis de serem alcançados pelos concorrentes.
As decisões de investimentos envolvem todo o processo de identificação, avaliação e seleção das
alternativas de aplicações de recursos. Por outro lado as decisões de financiamento envolvem a
definição da natureza dos fundos aplicados, ou seja, a estrutura das fontes de capitais
demandadas pelas decisões de investimento.
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1.2. Relevância da pesquisa
As decisões de financiamento e de investimento nas empresas multinacionais estão ligados à
Administração Financeira, pois é através dela que o administrador e Gestor poderá acompanhar o
desenvolvimento das actividades operacionais da empresa.
Essa pesquisa é relevante para a sociedade pelo facto de evidenciar – se pela sustentabilidade
económica e a evolução que as decisões de financiamentos e investimentos podem conceder às
organizações. Diante disso, vale ressaltar que as empresas devem estar atentas às constantes
mudanças e se adaptar de acordo com as transformações. E a sociedade se beneficia de uma boa
gestão que consiga aplicar os seus recursos e garantir qua haja rendibilidade, pois as empresas
com resultados positivos conseguem realizar acções de responsabilidade sociais e filantrópicas.
Os pesquisadores consideraram pertinente aprofundar a questão relativa ao processo que envolve
as decisões de financiamento e de investimentos nas empresas multinacionais, pois é uma área de
muito interessante na sua abordagem de forma a consolidar a teoria com a vida prática. Foi
realizada uma pesquisa bibliográfica e evidenciou-se que as empresas multinacionais tanto do
ramo industrial, comercial, de prestação de serviços, empresas agrónomas, elas devem adoptar
melhores ferramentas que possibilitem no processo de tomada de decisões de financiamentos e
de investimentos sendo que foi mais uma motivação para a concretização deste estudo,
aumentando os conhecimentos adquiridos nos módulos de contabilidade, gestão financeira e
finanças empresariais.
Esta pesquisa é relevante para a comunidade académica, pois vai reforçar mais debates,
discussões, seminários e mais pesquisas sobre o processo de decisões de investimentos e de
financiamentos para o desenvolvimento das empresas multinacionais, outro aspecto fundamental
no seio académico vai ajudar os estudantes a terem domínio técnicas relativas ao planeamento,
execução e consequentemente tomar decisões de cunho económico e financeiro.
Para as empresas esta pesquisa vai despertar a curiosidade de muitos usuários sobre a origem dos
fundos ou recursos e aplicação dos mesmos fundos nas empresas, vai responder muitas
inquietações sobre como as empresas obtém lucros ou prejuízos e de como os gestores tomam as
decisões sobre financiamentos, investimentos. O cenário de retração econômica, o aumento de
não cumprimento das carteiras de crédito e a concomitante manutenção de taxas de juros em
patamares elevados demonstram a importância de realizar análises prévias ao efetuar decisões de
investimento e definir as melhores fontes de captação de recursos para obter o retorno desejado.

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1.3. Objectivos
1.3.1. Objectivo Geral
O presente trabalho tem como objectivo geral compreender a importância das decisões de
investimento e de financiamentos para o desenvolvimento das empresas multinacionais.

1.4. Objectivos Específicos


 Descrever o que são decisões de investimentos, seus mecanismos e sua importância;
 Falar das decisões de financiamentos, origem, técnicas e seus procedimentos;
 Identificar a importância das decisões de investimento e financiamento nas empresas
multinacionais;

1.5. Estrutura do Trabalho


O presente trabalho é constituído por:
 Introdução, composto pela contextualização, relevância da pesquisa e objectivos da
investigação.
 Metodologia da Investigação – onde foi levantados todos tipos de pesquisa e
procedimentos de recolha de dados.
 Revisão da Literatura, onde é feito o levantamento de ideias de vários autores com intuito
de sustentar mais ainda o tema em análise.
 Análise e tratamento sobre alguns casos práticos,
 Conclusões de Pesquisa e Referencias Bibliográficas.

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2. METODOLOGIA
2.1. Especificação do Método
Para Galliano (1986), o método é a estrutura a ser seguida, contendo os diferentes processos
necessários para alcançar um objectivo esperado, ou seja, são as técnicas empregadas na
investigação para demonstração de um resultado final. Conforme Prodanov e Freitas (2013), a
Metodologia é compreendida como uma disciplina que consiste em estudar, compreender e
avaliar os vários métodos disponíveis para a realização de uma pesquisa académica. A
Metodologia é a aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser observados para
construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e utilidade nos
diversos âmbitos da sociedade.

2.2. Tipos de Pesquisas


2.2.1. Pesquisas quanto aos objectivos
Segundo Gil (2008, p.26), existem 3 tipos de pesquisa, que podem ser: pesquisa exploratória,
descritiva e explicativa.
Para este trabalho a pesquisa é descritiva. Porque utiliza técnicas típicas usadas neste trabalho
estão ligados a um estudo de caso, observação e análise histórica, que podem fornecer dados
quantitativos e qualitativos e proporciona expansão dos dados obtidos para tomada de decisão. É
descritiva porque estabelece relações entre os dados a serem analisados da empresa. As pesquisas
descritivas têm como objectivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

2.2.2. Pesquisas quanto a natureza


Segundo Gerhardt (2009, p. 31), quanto à natureza as pesquisas podem ser: básicas e aplicadas.

Quanto à natureza o tipo de pesquisa adoptado é aplicada porque vai contribuir para geração de
conhecimento, mecanismos para aplicação prática e imediata, dirigidos à solução de problemas
que podem ser encontrados na contabilidade e fiscalidade sobre activos tangíveis.

2.2.3. Pesquisas quanto à abordagem


Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.221), quanto a abordagem pode ser: qualitativa e
quantitativa. Neste trabalho adopta-se o método qualitativo e quantitativo.

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Porque proporciona a utilização de dados de forma numérica e está ligado na extensão da
informação obtida para a realização do mesmo.
A pesquisa está relacionada no levantamento de dados sobre motivação de um grupo, em
compreender e interpretar determinados comportamentos, a opinião e as expectativas dos
indivíduos de uma população.

2.2.4. Pesquisas quanto aos procedimentos


Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.221), quanto aos procedimentos a pesquisa pode ser:
bibliográfico, monográfico, comparativo, tipográfico e histórico.
Para o presente trabalho recorreu ao método bibliográfico e monográfico (estudo de caso),
porque utilizou-se estes métodos, para elaborar e formular a revisão de literatura que integra esta
pesquisa e outros elementos que suportam a pesquisa.
A pesquisa bibliográfica permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito
mais amplo do que aquela que poderia pesquisar directamente, principalmente quando o
problema de investigação requer dados muito dispersos pelo espaço.
O método monográfico parte do princípio de que o estudo de um caso em profundidade pode ser
considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes.

2.3. Procedimentos de recolha de dados


Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.190), os procedimentos para recolha de dados são:
observação, entrevista, questionário e análise documental. Para este trabalho o procedimento da
recolha de dados utilizado é a observação e questionário, porque os dados foram obtidos através
dos manuais e pesquisas na internet.

2.4. Procedimento para a análise de dados


Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.167), Análise de dados é a tentativa de evidenciar as
relações existentes entre o fenómeno estudado e outros factores. Essas relações podem ser
"estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causa-efeito, produtor-produto, de
correlações, de análise de conteúdo etc.
A pesquisa foi constituída a partir de análise de conteúdos tem por objectivo compreender o que
se diz sobre determinado assunto, consistindo em uma serie de procedimentos que geram
indicadores, a partir dos quais são feitas interferências.

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2.5. População e Amostra
2.5.1. População
A presente investigação tem como base empresas que operam em diversos sectores de actividade
integrados no mercado Moçambicano, especificamente empresas multinacionais, ainda, não tem
sido objecto de muitos estudos empíricos.
Assim, procura-se contribuir para a pesquisa e conhecimento da realidade empresarial num
mercado emergente tão importante como é o caso do de Moçambique.
Segundo Gil (2008, p.89), população é um conjunto definido de elementos que possuem
determinadas características.

2.5.2. Amostra
Ainda para Gil (2008), Amostra é um subconjunto da população, por meio pelo qual se
estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população. A amostra pode – se
aleatória, intencional e probabilística.

De acordo com (Lakatos e Marconi, 2003, p.112), a amostra intencional apresenta-se como
representativa do universo. A amostragem aleatória é um método de selecção dos elementos da
amostra, em cada um deles tem uma probabilidade igual (e não nula) de ser seleccionada do
universo. Para o desenvolvimento dessa pesquisa, foi usado o método de amostragem intencional
ou por conveniência, pois os elementos da população que disponibilizam os dados para a
pesquisa foram seleccionados intencionalmente pelo pesquisador.

2.6. Limitações da Pesquisa


A presente pesquisa tem como limitações a disponibilidade da informação, isto é, existem
poucos trabalhos e livros que tenham matérias sobre as decisões de investimento e
financiamentos nas empresas multinacionais.

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3. REVISÃO DA LITERATURA
A revisão da literatura ou bibliográfica tem como objectivo conectar as ideias com base em
bibliografias tendendo ao fundamento teórico do estudo e também explanar sobre assuntos já
estudados que ajudarão a apoiar e embasar o tema que será desenvolvido. Isto significa que é
uma exposição dos conceitos dos autores consultados sobre o tema a ser estudado. Serve de
apoio para definir os conceitos e base teórica, situar o pesquisador quanto a outros trabalhos
publicados na área, colectar dados e verificar os estágios em que estão os conhecimentos a
respeito do tema investigado.
3.1. Conceito de Empresas Multinacionais
Segundo Guitarra (2019), as empresas multinacionais são as empresas que, apesar de terem sede
em um país, possuem uma atuação expandida mundialmente, com operações em diferentes
localidades do globo. Elas são típicas do fenômeno da globalização, marcado pela expansão das
atividades econômicas e financeiras mundiais, com destaque para a descentralização da produção
industrial.

Segundo Gitman (2010, p. 685), Empresas multinacionais (EMNs) são empresas que têm activos
e operações em mercados estrangeiros e extraem parte de suas receitas e lucros totais desses
mercados.

Para Root (1994), Uma empresa torna – se multinacional quando a sede ou companhia mãe é
efectivamente propriedade de nacionais de dois ou mais países.

Conforme Diniz (2015), empresas multinacionais são chamadas de transnacionais, ou empresas


globais, o surgimento dessas grandes empresas intensificou o processo de globalização da
economia após o término da Segunda Guerra Mundial.

De um modo geral, o grupo considera que as Empresas Multinacionais são aquelas que têm sede
num país, mas são financiadas e controladas por empresários em mais de um país, isto é, são
empresas que se expandem além de fronteiras de um determinado país.
Exemplos de Empresas Multinacionais: Toyota (Japão); Apple (EUA); Dell (EUA); Samsung
(Coreia do Sul); Nokia (Finlândia).

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3.1.1. Características das Empresas Multinacionais
Conforme Diniz (2015) e Gitman (2010), essas empresas geralmente possuem uma matriz em
seu país de origem e filiais em diversos outros países, a fim de expandir seus negócios e
aumentar sua presença global.
 São aquelas que possuem a sede instalada em um país e filiais espalhadas por diversos
outros países.
 São chamadas também de empresas transnacionais.
 São reguladas pelo acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) e Organização Mundial
do Comércio (OMC)
 A instalação de uma filial em um país depende dos factores locais, como infraestrutura,
aparato normativo e fiscal, mão-de-obra e matérias-primas (Gitman, 2010);
 Seu surgimento aconteceu durante a primeira fase do capitalismo, mas elas expandiram
globalmente a partir do final da Segunda Guerra Mundial.
 Com a globalização, a modernização dos meios de comunicação e transporte facilitou a
difusão delas pelo espaço mundial (Gitman, 2010);
3.1.2. Objetivos das empresas multinacionais
Para Diniz (2015), as empresas multinacionais, por meio da descentralização da sua produção e
do acesso aos diversos mercadores consumidores, buscam a maximização dos seus lucros. Nesse
contexto, as multinacionais instalam-se em diferentes países em busca de vantagens importantes
que contribuam para a diminuição dos custos de produção, como o melhor acesso às matérias-
primas, a presença de mão-de-obra barata, entre outros.
 Conquista e expansão de um novo mercado consumidor, isto é, do público-alvo ao qual o
produto que essas empresas oferecem é destinado.
 Busca por novas fontes de matérias-primas.
 Procura por mão-de-obra barata e qualificada.
 Obtenção de vantagens oferecidas pelos países onde elas pretendem se instalar.
 Redução dos gastos com impostos e taxas de exportação e importação.
 Aumento da sua margem de lucro com base na redução dos custos do processo produtivo,
que compreende desde a aquisição de matérias-primas até o transporte de mercadorias
(Diniz, 2015);

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Entretanto, o grupo considera que as empresas multinacionais tem o principal objectivo a
maximização dos lucros com baixos custos, buscando a notoriedade da empresa a nível
internacional através de inovação, criatividade e diversificação do mercado.

3.1.3. Formas Jurídicas das Multinacionais


Segundo Gitman (2010), Os países possuem diferentes leis e regulamentos aplicáveis às
subsidiárias das EMNs.
 Joint Venture é uma parceria na qual os participantes concordam em contribuir com
volumes específicos de capital e conhecimento em troca de participações específicas na
propriedade e no lucro. Elas são comuns em muitos países emergentes e em
desenvolvimento (Gitman, 2010).
Ainda para Gitman (2010), a atuação de uma empresa estrangeira como subsidiária ou filial pode
assumir duas formas, ambas semelhantes à sociedade por acções (corporation) norte americana:
as formas A.G. e S.A, porém a constituição e a atuação das GmbH e S.A.R.L. exigem menos
formalidades.
De um modo geral, o grupo opina dizendo que as multinacionais, ao contrário das empresas
domésticas, assumem obrigações financeiras em países estrangeiros. Uma de suas
responsabilidades básicas é a tributação internacional, uma questão complexa devido ao fato de
que os diversos governos nacionais adotam diferentes políticas fiscais.

3.1.4. Factores que influenciam as multinacionais


Segundo Gitman (2010), as multinacionais deparam -se com uma série de leis e restrições ao
operar em diferentes Estados nacionais. As complexidades jurídicas e econômicas presentes
nesse ambiente são significativamente diferentes das que enfrentaria uma empresa doméstica.
Factor Descrição
Propriedade por estrangeiros Participação de sócios estrangeiros nos investimentos
externos, afectando a tomada de decisões e os lucros
obtidos no exterior
Mercado de capitais multinacionais Oportunidades e desafios surgem dos diferentes
mercados de capitais nos quais as empresas emitem
títulos de dívida e ações
Contabilidade multinacional Diferentes moedas e regras específicas de conversão
contabilística afetam a consolidação das demonstrações
financeiras em uma única moeda

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Risco de Câmbio Flutuações nos mercados de câmbio podem afetar as
receitas e os lucros obtidos no exterior, assim como o
valor geral da empresa
Fonte: Gitman (2010)
3.2. Decisões de Investimentos
Uma boa decisão de investimento é aquela que agrega valor à empresa, ou seja, a aquisição de
um ativo real gerando um valor superior ao seu custo. O gestor financeiro deve saber como
avaliar a sua empresa, detectando quais os investimentos que criam valor, e em decorrência
disto, deve também entender o funcionamento dos mercados financeiros (Brealey & Myers,
1998).
As decisões de investimento determinam onde, quando e quanto investir. Através da elaboração
do orçamento de capital, são listados os projetos de investimentos mais vantajosos em termos de
risco e retorno para serem analisados. São a aquisição e alienação de activos a longo prazo e de
outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa, isto é, são geralmente determinados
por variações nos activos não circulante, destinados a actividade operacional de produção e
venda da empresa.

Segundo Oliveira (2011), o princípio do investimento trata dos investimentos em ativos e


projetos que oferecem retorno maior que o custo de capital, sendo mais eficientes e sustentáveis;
o princípio do financiamento refere-se à escolha de um mix de financiamentos que maximize o
valor dos investimentos realizados e por fim o princípio dos dividendos que é uma forma de
devolver aos proprietários parte do resultado financeiro obtido no exercício.

Segundo Gitman (2010), investimento é toda aplicação de capital em algum ativo tangível ou
não, cuja finalidade seja obter retorno futuro.
Assaf Neto (2007) acrescenta que as decisões de investimento envolvem a elaboração, avaliação
e seleção de propostas de aplicações de capitais efetuadas com o objetivo, normalmente de
médio e de longo prazo.
Stiglitz (1993) citado por Diniz (2015), enumerou principais determinantes do investimento das
empresas:
i. Custo e disponibilidade de fundos,
ii. A rendibilidade esperada para os projetos de investimento, e
iii. A vontade, capacidade e disponibilidade da empresa em assumir os riscos inerentes.

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Pela óptica de Menezes (1995) as decisões de investimento dependem de vários factores tais
como:
 Obsolescência dos ativos,
 As alterações na procura da indústria,
 A disponibilidade de recursos financeiros, humanos e materiais, e

 A existência de novas tecnologias e dos níveis de concentração da indústria entre outros


factores.
Conforme Fernandes et al., (2016), A decisão de investimento surge em função das expetativas
da demanda futura. Sendo assim, aumentando a demanda em consequência da expansão
económica, as empresas aumentam consequentemente os seus investimentos e em situação em
que é expectável a diminuição da procura, nomeadamente pelo efeito da recessão económica, as
empresas reduzem/ajustam os seus investimentos.
Na opinião do grupo as decisões de investimento envolvem a aplicação dos recursos em activos
fixos e activos correntes, isto é, são decisões tomadas com vista ao exercício das actividades
operacionais.

3.2.1. Métodos de Avaliação de Investimentos


As decisões de investimento a longo prazo de acordo com Assaf Neto (2007), consistem na
utilização de métodos de avaliação económico-financeira, com vista em se apurar os resultados
das aplicações de capital. Dessa forma, uma empresa pode ser vista como um conjunto de
projetos de investimentos em diferentes momentos de execução, com objetivo de avaliar
alternativas de investimentos, a maximização marginal desses recursos de capital para promover
o incremento de riqueza liquida.

Segundo Matias (2007) cabe à alta administração analisar projetos de investimentos elaborados
pelos diversos departamentos, sendo possível utilizar técnicas quantitativas para auxiliar os
executivos na análise desses projetos. Dentre as técnicas existentes para avaliação de
investimentos, serão citadas as mais utlizadas: o tempo de retorno do investimento (payback),
valor presente líquido (VPL) e taxa interna de retorno (TIR).

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As decisões de investimento determinam onde, quando e quanto investir. Através da elaboração
do orçamento de capital, são listados os projetos de investimentos mais vantajosos em termos de
risco e retorno para serem analisados.

Os projetos de investimentos podem ser avaliados através dos seguintes métodos quantitativos:
i. Período de retorno (Pay Back): revela o número de períodos que uma empresa leva
para recuperar o investimento original, a partir do fluxo de caixa;
ii. Valor atual líquido (VAL): corresponde à diferença entre “o valor das entradas de
caixa” e “o valor presente do investimento”;
n
CF n
VAL=∑ ¿
i=1
¿¿

 Quando o VAL=O, o projecto não gera riqueza adicional, ou seja, a riqueza gerada pelo
projecto foi suficiente para cobrir o investimento.
 VAL> 0−¿ O projecto tem interesse, pois proporciona integral recuperação dos capitais a
investir,
 VAL< 0 – O projecto de investimento não tem interesse, porque não remunera os capitais
a investir, pelo que deve decidir-se neste momento a não continuação do estudo.
iii. Índice de lucratividade: equivale ao quociente entre “valor atual das entradas líquidas
de caixa” e “valor atual das saídas líquidas de caixa”;
iv. Taxa interna de retorno (TIR): corresponde à rentabilidade proporcionada pelo
investimento;
v. Taxa interna de retorno modificada (TIRM): leva em conta o custo de oportunidade
no cálculo da TIR;
vi. Taxa média de retorno: determinada através do quociente entre “lucro líquido médio
anual estimado” e “valor médio do investimento durante a vida útil do projeto”.
O grupo considera que esses indicadores de análise de viabilidade servem para medir a rapidez
com que se recupera o investimento inicial, implicitamente o momento de ocorrência dos fluxos
de caixa e, portanto, o valor do dinheiro no tempo.

3.3. Decisões de Financiamentos

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Segundo Diniz (2015), as Decisões de Financiamento envolverem actividades que têm como
consequência alterações na dimensão e composição do capital próprio contribuído e nos
empréstimos obtidos pela entidade.

Conforme Fernandes et al., (2016), as decisões de financiamento implicam em escolhas na


utilização de fundos de capital próprio e de capital de terceiros.
O capital próprio corresponde às contas do patrimônio líquido. O capital de terceiros equivale às
contas do passivo circulante, exigível a longo prazo e resultados de exercícios futuros. Os
recursos de capital próprio são externos quando correspondem à: subscrição, integralização de
aumentos de capital, recebimento de ágio na emissão de ações alienação de bônus de subscrição
ou de partes beneficiárias, prêmio na emissão de debêntures e doações e subvenções para
investimento.

Os recursos de capital próprio de origem interna equivalem à retenção de lucro líquido. Os


recursos de capital de terceiros com origem interna são os salários, contribuições sociais,
impostos e dividendos. As fontes externas de capital de terceiros são os créditos disponibilizados
por fornecedores, os adiantamentos de clientes e as operações de leasing.

De acordo com Braga (1995), a limitação de recursos das empresas é uma informação muito
importante que deve ser considerada na avaliação dos projetos de investimento. Cada empresa
tem um limite máximo de recursos disponíveis para investimentos que deve ser utilizado de
forma a maximizar o resultado econômico dos investimentos. Em condições de restrição de
recursos, as empresas utilizam o método de valor atual líquido para determinar os projetos de
investimento que possuem o maior VAL. Além disso, as empresas utilizam o custo médio
ponderado de capital – que corresponde, na média, ao custo de financiamento a longo prazo da
empresa – para minimizar os custos de capital. O custo médio ponderado de capital é
determinado através da ponderação dos custos de cada tipo específico de capital por sua
proporção na estrutura de capital da empresa.

De acordo com Vieira (2008), a forma de financiamento de curto e de longo prazo a ser utilizada
pela empresa dependerá da necessidade de recursos, da duração ou maturação dos ativos
financeiros e da agressividade da gestão da empresa em compatibilizar as fontes e as
necessidades de financiamento.

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 Os empréstimos de curto prazo são utilizados com a finalidade de preencher
temporariamente as necessidades de financiamento de uma empresa, podendo ser obtidos
de duas maneiras: empenhando-se na captação de recursos a curto prazo com a emissão
de seu próprio título e captando recursos externamente por meio de intermediários
financeiros.
 As linhas de crédito de longo prazo destinam-se a financiar os investimentos
permanentes, sendo que as fontes de financiamento de longo prazo à disposição das
empresas estão concentradas em diversos órgãos governamentais.
Na opinião do grupo, as decisões de financiamentos estão ligadas as fontes de capital, pelas
empresas multinacionais estão sujeitas na obtenção de recursos por parte de terceiros. Porque em
cada país existem várias restrições por conta das legislações locais e também da moeda local.
Isso depende: Disponibilidade dos recursos nas instituições de crédito; As fontes d como obter
esses recursos; As políticas monetárias e fiscais.

3.4. Decisões de investimentos e Financiamentos das Multinacionais


3.4.1. Decisões de Investimento de Longo Prazo
A geração de riqueza é a base dos motivos que levam empresários a realizarem investimentos,
buscando um retorno lucrativo e sustentável. No entanto, para que haja a criação de valor ou
riqueza os retornos destes investimentos deverão ser superiores ao custo dos capitais neles
empregados, agregando riqueza para o investidor e para o próprio investimento. Os
investimentos em longo prazo segundo Braga (1995) são também denominados gastos de capital,
que correspondem a desembolsos ou comprometimento de recursos cujos benefícios deverão
perdurar por mais de um ano.

Para Hoji (2010) os investimentos ou dispêndio de capital podem ser temporários ou


permanentes. Os investimentos temporários são valores aplicados com intenção de resgate dentro
de algum tempo. Já os permanentes são ativos que produzem resultados no longo prazo, isto é,
são valores aplicados para manutenção das atividades operacionais e com fins estratégicos.

Na visão de Gitman (2010) o dispêndio de capital é um desembolso de fundos feitos pela


empresa, com a expectativa de gerar benefícios após um ano. Já o dispêndio corrente é um
desembolso que resulta em benefícios obtidos em prazo inferior a um ano. Sendo assim,
desembolsos efetuados em ativos em imobilizados são dispêndios de capital.

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Para Ross et al., (2013), os Investimentos a longo prazo representam gastos substâncias de
recursos que comprometem uma empresa com determinada linha de ação. Em consequência, ela
deve ter procedimentos para analisar e selecionar adequadamente seus investimentos de longo
prazo. As principais técnicas de investimento de longo prazo são:
a) Investimento estrangeiro direto (IED) consiste na transferência, por uma empresa

multinacional, de capital, de ativos gerenciais e técnicos de seu país a um país -sede


anfitrião. Envolve participação accionária, controle gerencial e atividades operacionais
rotineiras por parte das Empresas Multinacionais.
Portanto, os projetos de IED estarão sujeitos não só a riscos econômicos, financeiros, de inflação
e câmbio (como estariam as aplicações financeiras no exterior), mas também ao elemento
adicional de risco político.

b) Investimento em Orçamento de Capital


Segundo Gitman (2010, p.326), orçamento de capital é o processo de avaliação e selecção de
investimentos de longo prazo condizentes com o objectivo empresarial de maximizar a riqueza
dos proprietários. As empresas costumam fazer muitos tipos de investimento de longo prazo,
mas os mais comuns entre as indústrias são em activos imobilizados, que abrangem terrenos,
instalações e equipamentos. Esses activos, às vezes chamados de activos geradores de lucros,
costumam dar base à rentabilidade e ao valor do negócio.

Segundo Menezes (1995), Orçamento de capital é o conjunto de procedimentos, técnicas, tendo


em vista definir o montante ideal a investir na aquisição de activos fixos ou neles investir de
modo a maximizar o seu valor. O conceito de orçamento tem a ver com a teoria clássica da
empresa, segundo a função que deverá ser feita onde Rmg = Cmg.

Segundo Hoji (2010, p.166), Orçamento de Capital é um programa de aplicação de capital de


longo prazo vinculado ao plano estratégico e trata de investimentos permanentes.
Contudo o grupo considera que o orçamento de capital é definido como a previsão das receitas
da empresa e as suas despesas que terão lugar em determinado período de tempo em relação aos
activos fixos de exploração da empresa.
Segundo Gitman (2010, p.327), o processo de orçamento de capital compreende cinco etapas
distintas, mas correlacionadas.

15
 Geração de proposta. Propostas são feitas em todos os níveis organizacionais e revistas
pelo pessoal financeiro. Aquelas que exijam grandes desembolsos são submetidas a um
escrutínio maior do que as mais modestas.
 Revisão e análise. Realizam -se revisões e análises mais detidas para avaliar a adequação
e a viabilidade económica das propostas. Uma vez concluída a análise, um relatório
resumido é submetido aos tomadores de decisões.
 Tomada de decisão. As empresas costumam delegar a tomada de decisões em
investimentos de capital com base em tetos de valor. De modo geral, é necessário obter
autorização do conselho de administração para dispêndios além de um determinado valor.
Muitas vezes, os directores de unidades produtivas recebem delegação para tomar as
decisões necessárias para manter a linha em funcionamento.
 Implementação. Depois da aprovação, os investimentos são realizados e os projectos,
implementados. Os dispêndios em projectos de grande porte muitas vezes ocorrem por
etapas.
 Acompanhamento. Os resultados são monitorados e os custos e benefícios efectivos,
comparados com as expectativas. Poderá ser necessário tomar algumas providências, se
os resultados efectivos forem diferentes dos projectados.
Para Gitman (2010), o processo de orçamento de capital internacional difere da versão nacional
porque:
 As saídas e entradas de caixa ocorrem em moeda estrangeira e
 Os investimentos externos podem implicar significativo risco político. Esses dois riscos
podem ser minimizados por meio de um planeamento cuidadoso.
 As empresas enfrentam riscos cambiais de curto e longo prazo em relação ao capital
investido e aos fluxos de caixa deles resultantes.
 O risco cambial de longo prazo pode ser minimizado com o financiamento, pelo menos
parcial, do investimento externo nos mercados de capitais locais.
Entretanto, par ao grupo considera que a elaboração do orçamento de capital constitui todo o
processo de ordenamento das premissas e informações que visam à montagem do fluxo de caixa
projectado para a tomada de decisão de investimento de longo prazo.

3.4.2. Decisões de Financiamentos de Longo Prazo

16
Conforme Ross et al., (2013) e Gitman (2010), o mercado econômico local constitui uma fonte
básica de financiamento de curto e longos prazos para subsidiárias de uma multinacional. Além
disso, a situação de crédito da subsidiária em relação a uma empresa local de mesma economia
pode ser vantajosa porque a subsidiária pode contar com garantias de sua matriz. Uma
desvantagem, contudo, está no fato de que a maioria dos mercados e das moedas locais é
regulada por suas respectivas autoridades. Uma subsidiária pode acabar dando preferência ao
euromercado e recorrer às vantagens de tomar crédito e investir em um fórum financeiro livre de
regulamentação. Esse financiamento depende das taxas de juros nominais e efectivas.
 A Taxa de juros nominal – no contexto internacional, a taxa contratada de juros cobrada
em operações de financiamento quando está envolvida somente a moeda da matriz da
EMN.
 A Taxa de juros efetiva – no contexto internacional, a taxa nominal mais (ou menos)
qualquer valorização (desvalorização) prevista de uma moeda estrangeira em relação à
moeda da matriz da EMN.
Segundo Braga (1995) o financiamento das atividades empresárias é realizado mediante o
emprego de diferentes tipos de fundos obtidos externamente ou gerados no curso normal das
atividades. De forma ampla é possível dividir esses fundos em duas categorias: capital próprio e
capital de terceiros.
 O capital próprio, conforme MATIAS (2007) nada mais é que a diferença entre o
conjunto de bens e direitos (ativo) e as obrigações (passivo) da empresa, este é
constituído pelo capital, reservas e resultado líquido do exercício.
Para o grupo, o financiamento por meio de recursos próprios pode desenvolver-se pela retenção
de seus resultados líquidos (autofinanciamento) e, principalmente pela integralização de novas
ações. A decisão de financiamento mediante subscrição e integralização de novas ações
pressupõe que a empresa ofereça certas condições de atratividade econômica.

De acordo com Matias (2007) existem três formas de captar recursos próprios para empresa:
através dos investimentos na formação da empresa e nos aportes de capital consequente; através
do lucro, resultado positivo obtido na atividade da empresa e destinado a investimentos e através
de realização do capital da empresa.

17
O capital de terceiros segundo Rossetti et al., (2008) corresponde aos recursos que a empresa
busca nas instituições financeiras ou junto ao público para financiar as suas operações de longo
prazo. São financiamentos, as operações de arrendamento mercantil ou leasing, emissão de
debêntures e outras captações que exigem da empresa um compromisso de remuneração e
devolução dos recursos em datas estabelecidas.

Financiamento por Leasing


Para Rodrigues (2015), Leasing é a operação pela qual uma sociedade financeira (sociedade de
leasing) adquire um bem e o aluga a uma empresa contra pagamento de uma renda periódica.
O leasing dá a possibilidade de usufruir da utilidade de activos fixos sem que haja necessidade de
fazer desembolso para os adquirir, nem se quer de os assumir a propriedade, pagando em troca
uma prestação periódica (quase sempre constante ou renda) ao proprietário do bem (Rodrigues,
2015).
 O arrendamento mercantil ou leasing financeiro, conforme Assaf Neto (2007) é uma
operação que envolve a aquisição de um bem por uma empresa arrendadora, para
transferência a um terceiro (arrendatário).
 Leasing financeiro as modalidades que: as contraprestações e demais pagamentos
antevistos no contrato, devidos pelo arrendatário devem ser suficientes para cobrir os
custos da empresa arrendadora; as despesas com manutenção, assistência técnica e outros
serviços relacionados à operacionalidade do bem arrendado são de responsabilidade do
arrendatário e o preço da opção de compra seja livremente compactuado, podendo ser,
inclusive o valor de mercado do bem arrendado.
Na opinião do grupo, o leasing é uma fonte de financiamento a médio e longo prazo, tendo
também um enquadramento fiscal. As rendas pagas são consideradas fiscalmente como um custo
aceite e quem as recebe são consideradas como proveitos isentos do IVA. O leasing é uma
alternativa ao empréstimo tradicional, para o financiamento das empresas por um lado, e pode
ser a forma de financiar o investimento mais adequado ou vantajoso do que comprar activos
fixos, por outro.

Para o PGC NIRF, a classificação de locações baseia-se no limite até ao qual os riscos e
vantagens inerentes à propriedade de um activo locado permanecem no locador ou no locatário.
As locações apresentam a seguinte classificação:

18
 Locação Financeira – é aquela que transfere substancialmente todos os riscos e
vantagens inerentes à propriedade do correspondente activo. Locação financeira é,
fundamentalmente, uma operação de financiamento em activos fixos, alternativa a outras
formas de financiamento tradicionais (NCRF17, Pg.97).
 Locação Operacional – é aquela que não transfere substancialmente todos os riscos e
vantagens inerentes à propriedade do correspondente activo. Locação operacional trata-se
de um simples contrato de aluguer de um bem para uma utilização eventual, que cobre
apenas uma parte da vida do bem, sendo usual a possibilidade de revogabilidade de
contrato antes do fim do prazo. Usualmente as despesas de a manutenção e outras
relacionadas com a posse do bem são da responsabilidade do locador (NCRF 17,Pg.97).
Conforme NCRF 17, na contabilização das Locações temos:
 3.1 Investimentos Financeiros (Débito) ou 3.2 Activos Tangíveis (Débito) e 4.6.1
Fornecedores de Investimento de Capital (Credito);
 4.6.1 Fornecedores de Investimento de Capital (Débito); 6.9.1 Gastos e Perdas
Financeiras (Juros Suportados – Débito); 4.4.3 IVA Dedutível (Débito) e Caixa ou
Bancos (Crédito).
 A amortização do bem é contabilizado pelas contas: 6.5 Amortizações do Exercício
(Débito) e 3.8 Amortizações Acumuladas (Crédito).

Financiamento por Emissões e mercados de ações


Para Gitman (2010), um meio de levantar capital próprio para as multinacionais é distribuir
internacionalmente as acções da matriz a acionistas de diferentes nacionalidades. Apesar de
alguns avanços recentes que permitiram a diversas EMNs a cotação simultânea de suas ações em
diversas bolsas, os mercados de capitais do mundo ainda são dominados por bolsas de valores
nacionais distintas (como as de Nova York, Londres e Tóquio).
Para o grupo, os mercados de acções dizem respeito a todos títulos colocados em carteira nas
bolsas de valores em qualquer país.

Financiamentos por Fusões e Joint Ventures


Ainda para Gitman (2010), todas as motivações que levam a fusões e aquisições domésticas,
crescimento ou diversificação, sinergia, captação de fundos, obtenção de capacidade de gestão
ou tecnologia, considerações fiscais, aumento da liquidez para os proprietários e defesa contra
19
aquisição hostil, são aplicáveis a fusões, aquisições e Joint ventures internacionais pelas EMNs.
Estes permitem: Linhas de crédito e Empréstimos bancários a nível internacional;

Para o grupo, os financiamentos por fusões e Joint – Ventures, são opções criadas pelas empresas
quês e unem num determinado projecto com uma data estimada para o seu fim.

3.5. Casos Práticos


Financiamento por Leasing: A sociedade ABC, SA., adquiriu, em Janeiro de 2016, um
equipamento básico por 300.000,00, tendo definido uma vida útil estimada de 8 anos. No intuito
de melhorar a posição de tesouraria, em Agosto de 2020, a empresa vendeu a máquina a uma
sociedade de locação por 160.000,00, e, em simultâneo, celebrou o seguinte contrato de locação:
 Período do contrato: 3 anos
 Valor residual: 4.000,00
 Prestação: rendas trimestrais e postecipadas no valor de 14.837,14.
 Período de vida útil: não sofreu alterações face à situação inicial
 Taxa de juro trimestral efectiva: 2% Pedido:
Elabore o mapa de amortização financeira
VA =300.000 ,00
Venda=160.000 , 00
Juros=160.000 , 00 ×2 % × 9=28.800 ,00
Valor Residual=4.000 , 00

Mapa de Amortização Financeira


Períod
o Divida Parcelas Principal Quota de Juros Saldo Devedor
0 160,000.00 160,000.00
1 160,000.00 14,837.14 11,637.14 3,200.00 160,000.00
2 148,362.86 14,837.14 11,869.88 2,967.26 148,362.86
3 136,492.98 14,837.14 12,107.28 2,729.86 136,492.98
4 124,385.70 14,837.14 12,349.43 2,487.71 124,385.70
5 112,036.27 14,837.14 12,596.41 2,240.73 112,036.27
6 99,439.86 14,837.14 12,848.34 1,988.80 99,439.86
7 86,591.51 14,837.14 13,105.31 1,731.83 86,591.51
8 73,486.20 14,837.14 13,367.42 1,469.72 73,486.20
9 60,118.79 14,837.14 13,634.76 1,202.38 60,118.79

20
Caso prático de investimento por orçamento de capital
A Sociedade ABC, com sede em Portugal, pretende investir em Moçambique num valor de 42
000 USD com fluxos de caixa estimados em 14 000 durante 5 anos a uma taxa de 10%. Pretende
– se a análise de viabilidade por Payback, VAL e TIR.
Mapa de Fluxos de Caixa
Descrição 0 1 2 3 4 5
CFn -42 000,00 14 000,00 14 000,00 14 000,00 14 000,00 14 000,00
-28
CFn ac -42 000,00 000,00 -14 000,00 0,00 14 000,00 28 000,00
FA (10%) 1,00 0,91 0,83 0,75 0,68 0,62
CFn Act -42 000,00 12 727,27 11 570,25 10 518,41 9 562,19 8 692,90
-29
CFn Act ac -42 000,00 272,73 -17 702,48 -7 184,07 2 378,12 11 071,01
Para o Payback simples: tomando em consideração que só se recupera o investimento no
momento em que o projecto muda de sinal de negativo para positivo.

PRI=4 anos+ |−14


14 000 , 00 |
000 , 00
=2 anos+1 mes

Período de Recuperação de investimento actualizado

PRI=4 anos+ |−79562184, ,1907|=3 Anos+ 9 Meses +1 Dias


O critério VAL tem a vantagem de ser um critério coerente, simples de cálculo, consistente no
contexto da selecção de projectos.
n
CF n
VAL=∑ ¿
i=1
¿¿
14 000 14 000 14 000 14 000 14 000
VAL=−42 000+ + + + +
( 1+10 % ) (1+10 % ) ( 1+10 % ) ( 1+10 % ) ( 1+10 % )5
1 2 3 4

VAL=−42 000+12 727 , 27+11570 , 25+10 518 , 41+9 562 ,19+ 8 692, 90
VAL=11071 ,01
O VAL deste projecto quando o custo de capital é de 10% é de 11 071,01, pelo método de
interpolação de taxas podemos procurar uma taxa em que o seu VAL seja negativo, isto é,
i=20 % .
Mapa de Fluxos de Caixa
Descrição 0 1 2 3 4 5

21
CFn -42 000,00 14 000,00 14 000,00 14 000,00 14 000,00 14 000,00
-28
CFn ac -42 000,00 000,00 -14 000,00 0,00 14 000,00 28 000,00
FA (20%) 1,00 0,83 0,69 0,58 0,48 0,40
CFn Act -42 000,00 11 666,67 9 722,22 8 101,85 6 751,54 5 626,29
-30
CFn Act ac -42 000,00 333,33 -20 611,11 -12 509,26 -5 757,72 -131,43
Logo VAL deste projecto quando a taxa é de 20% é de – 131,43 MT

[
TIR=10 %+ ( 20 %−10 % ) ×
11 071, 01
11071 , 01−(−131 , 43) ]
TIR=19 , 88 %

Quanto maior for a Taxa de Actualização, menor será o VAL, uma vez que estamos a exigir uma
maior rendibilidade do projecto de investimento, isto é, estamos a ser mais exigentes na rendibilidade
que pretendemos obter com a implementação do projecto de investimento. O contrário também é
verdade, ou seja, quanto menor a Taxa de Actualização maior será o VAL.
4. COCNLUSÃO E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4.1. Conclusão
As empresas estão inseridas em um ambiente dinâmico, onde as decisões devem ser tomadas
continuamente e com grande rapidez para que as oportunidades não sejam perdidas. Contudo,
muitas destas decisões envolvem grandes somas de dinheiro e levarão ao sucesso ou ao fracasso
das organizações nos anos vindouros, o que determina que tais decisões não podem ser tomadas
imprudentemente.

As empresas multinacionais exercem um papel muito importante na economia, independente do


porte ou sector de actividade, as oportunidades e ameaças far-se-ão sempre presentes e o
planeamento caracteriza-se como um elemento que leva ao de sucesso ou fracasso das mesmas.
Com o desenvolvimento económico, presencia – se o crescimento de empresas de pequeno,
médio e grandes portes, porem, o homem que outrora era capaz de administrar seus negócios,
sem precisar de um sistema de planeamento hoje sente-se incapaz diante da multiplicidade de
problemas, bem como do volume de transacções realizadas a cada fim de um exercício
económico.

As decisões de investimento e de financiamento são importantes para o surgimento, manutenção


e o crescimento de qualquer Organização. Os gestores financeiros precisam ser cautelosos e

22
conservadores em suas decisões de financiamento. Dessa forma, precisam trabalhar com o
máximo de atenção, pois, quando as decisões não são tomadas de forma racional, acabam
originando efeitos futuros negativos que em alguns casos tornam-se crónicos e irreversíveis.

As decisões de investimentos e de financiamentos devem ser tomadas com base em informações


cuidadosamente analisadas, pois podem comprometer os recursos das empresas ao longo do
tempo e seu retorno efectivo pode ser somente estimado no presente, o que pode gerar incertezas
no futuro.

O orçamento de capital e o leasing constituem um tipo de investimento e financiamento a longo


prazo, o grupo recomenda que todo o empreendedor que deseja criar um projecto de
investimento deve aplicar as técnicas de avaliação de financiamento de capital, analisando todos
custos e benefícios que pode ter em cada ideia implementada e que por sua vez deve analisar o
mercado de acordo com as técnicas de VAL, PRI e TIR.

4.2. Referencias Bibliográficas


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