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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 5

2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS ............. 6

2.1 Objetivos da análise ................................................................................ 10

2.2 Conjunto completo de Demonstrações Contábeis .................................. 11

3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................................. 13

3.1 Demonstrações Contábeis Individuais .................................................... 13

3.2 Demonstrações Contábeis Consolidadas................................................ 14

3.3 Demonstrações Contábeis Separadas .................................................... 14

3.4 Demonstrações Contábeis Combinadas ................................................. 14

3.5 Demonstrações Contábeis Intermediárias............................................... 15

3.6 Nova Lei Contábil .................................................................................... 15

4 BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................. 16

4.1 Elaboração do Balanço ........................................................................... 18

4.2 Conciliações dos saldos Contábeis ......................................................... 19

4.3 Ajustes e reclassificações patrimoniais ................................................... 19

4.4 Lançamentos de encerramento do exercício ........................................... 19

5 DEMONSTRAÇÕES ....................................................................................... 20

5.1 Estrutura de uma DRE ............................................................................ 21

5.2 Demonstração dos Fluxos de Caixa ........................................................ 22

5.3 Demonstração do Valor Adicionado ........................................................ 24

5.4 Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido .............................. 26

5.5 Notas Explicativas ................................................................................... 28

5.6 Demonstrações Contábeis no Livro Diário .............................................. 29


5.7 Demonstrações Financeiras Consolidadas ............................................. 30

6 TÉCNICAS DE ANÁLISE................................................................................ 30

6.1 Índices nas Demonstrações Financeiras ................................................. 30

6.2 Cálculo dos Indicadores de Liquidez ....................................................... 31

6.3 Liquidez Corrente .................................................................................... 32

6.4 Liquidez Imediata .................................................................................... 32

6.5 Liquidez Seca .......................................................................................... 33

6.6 Liquidez Geral ......................................................................................... 34

7 CAPITAL DE GIRO ......................................................................................... 34

8 ENDIVIDAMENTO FINANCEIRO ................................................................... 36

8.1 Endividamento Geral ............................................................................... 37

9 GRAU DE IMOBILIZAÇÃO DO CAPITAL PRÓPRIO .................................... 38

9.1 Em função do Ativo Não Circulante ......................................................... 38

9.2 Em função do Ativo Permanente ............................................................. 38

10 INDICADORES DE RENTABILIDADE ......................................................... 39

10.1 Margem Bruta ...................................................................................... 39

10.2 Margem Operacional ............................................................................ 39

10.3 Margem Líquida ................................................................................... 40

10.4 Rentabilidade do Ativo ......................................................................... 40

10.5 Rentabilidade do Capital Próprio.......................................................... 41

11 INDICADORES DE ROTATIVIDADE ............................................................. 41

11.1 Prazo Médio de Rotação de Estoque ................................................... 42

11.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas ............................................ 42

11.3 Prazo Médio de Pagamento de Compras ............................................ 43

12 LUCRO POR AÇÃO ....................................................................................... 44


12.1 Valor Patrimonial da Ação .................................................................... 45

12.2 Relação Preço/Lucro ............................................................................ 45

12.3 Dividendo por Ação .............................................................................. 45

13 GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA E GRAU DE ALAVANCAGEM


OPERACIONAL .............................................................................................. 46

13.1 Grau de Alavancagem Financeira (GAF) ............................................. 46

13.2 Grau de Alavancagem Operacional (GAO) .......................................... 46

14 SOLVÊNCIA E INSOLVÊNCIA ...................................................................... 47

14.1 Grau de Solvência ................................................................................ 47

14.2 Fator de Insolvência - Índice de Kanitz ................................................ 47

15 ESTRUTURA DE CAPITAL ........................................................................... 50

15.1 Imobilização do Capital Próprio............................................................ 50

15.2 Participação de Capitais de Terceiros Sobre Recursos Próprios ......... 50

16 ÍNDICES DE ANÁLISE BANCÁRIA .......................................................... 51

16.1 Descontos de Duplicatas ..................................................................... 51

16.2 Reciprocidade Bancária ....................................................................... 51

16.3 Participação dos Recursos Bancários Sobre o Capital de Terceiros ... 51

17 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................... 52


1 INTRODUÇÃO

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao


da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta,
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno
faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço
virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser
direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe
convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida
e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS

Fonte: cloudswave.com

O processo de análise das demonstrações financeiras é um instrumento utilizado


por “acionistas, credores efetivos e potenciais e administradores para conhecer a posição
e a evolução financeira da empresa através de índices financeiros, que são grandezas
comparáveis obtidas através de valores monetários absolutos” (LEMES JÚNIOR, RIGO,
CHEROBIM, 2005, p. 74). As análises das demonstrações são feitas considerando o
balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício.

As demonstrações financeiras surgiram da necessidade da constante avaliação


da saúde econômica e financeira de uma organização. Elas têm o propósito de
fornecer informações que sejam úteis para administradores,
investidores/acionistas, financiadores, fornecedores e a todos aqueles que se
utilizam delas. Por esse motivo, as demonstrações financeiras traduzem-se em
informações úteis e direcionadas para tomadas de decisão, além de serem
ferramentas para avaliar até mesmo o desempenho dos gestores da organização
(SOUZA, 2015, p.9).

As demonstrações financeiras podem ser apresentadas de várias maneiras,


dependendo do usuário principal e dos objetivos a serem alcançados. É essencial que os
dados aqui fornecidos atendam aos interesses e necessidades de um grupo específico
ou de uma sociedade de indivíduos que os utilizam.
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O objetivo da Análise das Demonstrações Financeiras é oferecer um diagnóstico
sobre a real situação econômica e financeira da organização, utilizando relatórios
gerados pela Contabilidade e outras informações necessárias para análise.

A exigência de elaboração e publicação das demonstrações financeiras depende


de uma série de fatores, como porte da empresa, natureza, constituição jurídica
(empresas constituídas na forma de sociedade por ações, abertas ou fechadas,
ou por quotas de responsabilidade limitada), setor ou país em que está alocada.
(SALOTTI et al., 2019, p.18).

O produto da análise é apresentado em forma de um relatório que inclui uma


análise da estrutura, a composição do patrimônio e um conjunto de indicadores que são
cuidadosamente estudados e pelos quais é formada a conclusão do analista.
As informações da análise estão voltadas para dentro e fora da empresa e não se
limitam apenas a cálculo de meros indicadores de desempenho.
Para que a análise possa espelhar a realidade de uma empresa, é necessário que
o profissional de contabilidade tenha certeza dos números retratados nas Demonstrações
Contábeis e quem efetivamente espelham a real situação líquida e patrimonial da
entidade.
No levantamento dos Balanços e das demais Demonstrações Contábeis, que no
Brasil são intituladas de Demonstrações Financeiras, são necessários vários
procedimentos que estão detalhados nas NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade, na
Lei das Sociedades por Ações, no Regulamento do Imposto de Renda e em normas
expedidas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários.
Então, para que chegue a uma conclusão mais precisa, o analista necessita saber
se foram observados todos os procedimentos recomendados pelas normas vigentes,
sendo um destes requisitos a realização de auditoria financeira, fiscal, tributária e
operacional.
A análise de balanço é uma das principais ferramentas para auxiliar a tomadas de
decisões e pode ser dividida em:

a) Análise Contábil – tem por objetivo a análise de relatórios e demonstrações


com a finalidade de fornecer informações numéricas preferencialmente de dois
ou mais períodos de modo a instrumentar os administradores e acionistas,
7
entre outros, que estejam interessados em conhecer a situação da empresa
para que possam tomar decisões, subdivide-se em:

 Análise de estrutura;
 Análise de evolução;
 Análise por quocientes;
 Análise por diferenças absolutas.

a) Análise Financeira – é a tradicionalmente efetuada através de indicadores


para análise global e a curto, médio e longo prazo da velocidade do giro dos
recursos.
b) c) Análise da Alavancagem Financeira - é utilizada para medir o grau de
utilização do capital de terceiros e seus efeitos na formação da taxa de
retorno do capital próprio.
c) d) Análise Econômica – é utilizada para mensurar a lucratividade, a
rentabilidade do capital próprio, o lucro líquido por ação e o retorno de
investimentos operacionais.
Portanto, a verdadeira análise das Demonstrações Contábeis deve abranger:

 A avaliação de Ativos (Circulante, Realizável de Longo Prazo e


Permanente) e Passivos (Circulante e Exigível a Longo Prazo) utilizando-
se os princípios e demais regras constantes das Normas Brasileiras de
Contabilidade, da Lei das S/A, do Regulamento do Imposto de Renda;
 A análise das receitas e despesas, principalmente no que se refere à
apuração de fraudes documentais com o intuito de manipulação de
resultados;
 A verificação e a apuração de ações administrativas ou judiciais tanto ativas
como passivas de cunho trabalhista, previdenciário, fiscal e tributário;
 A avaliação de riscos e de capital mínimo, no caso das instituições do SFN,
segundo a Resolução CMN 2099 (Acordo da Basiléia), incluindo limites de

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endividamento, de risco e capital mínimo e de imobilização e de
determinados tipos de operações.

No universo de analistas de balanço também existem profissionais que têm


competência técnica e legal. O grande problema é que os profissionais de contabilidade
enfrentam enormes dificuldades para desempenhar essa função de analista de balanços.
Entre as dificuldades, estão principalmente:

 A falta de clareza das demonstrações contábeis e a falta de informações


mais precisas nas notas explicativas e em outras peças auxiliares dos
balanços;
 A falta de vontade dos representantes de algumas entidades de prestar as
informações necessárias para que o profissional especializado possa
efetuar a perfeita análise;
 A falta de auditoria operacional, patrimonial, financeira, fiscal e tributária das
demonstrações contábeis das entidades de capital fechado e
 A falta de credibilidade nos pareceres emitidos por alguns auditores
“independentes”.

Antes de dar início a qualquer análise contábil, o analista deve atentar para alguns
aspectos fundamentais, tais como:

a) Se a empresa opera simultaneamente em vários ramos de atividade;


b) A possibilidade da existência de manipulação das demonstrações
contábeis;
c) Se as notas explicativas relatam os fatos que não são esclarecidos pelas
demais demonstrações;
d) Cuidado com a correta interpretação de índices;
e) Necessidade de reclassificação de contas do Balanço Patrimonial;
f) Não considerar qualquer indicador isoladamente;
g) Apreciar os indicadores em uma série de anos, pelo menos 3 (três);
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h) Comparar os índices encontrados com índices-padrão, ou seja, índices das
empresas concorrentes.

2.1 Objetivos da análise

Fonte: cienciascontabeis.com.br

Mediante a análise das demonstrações contábeis é possível avaliar o


desempenho da gestão econômica, financeira e patrimonial das empresas, quanto aos
períodos passados, confrontando-os ou não com metas ou diretrizes preestabelecidas.
Outra vantagem é realizar comparações com as tendências regionais ou dos
segmentos onde a empresa esteja inserida, determinando também as perspectivas
futuras de rentabilidade ou continuidade dos negócios, possibilitando aos gestores
tomarem decisões de financiamentos e investimentos, bem como implementarem
mudanças de práticas, caso as tendências projetadas sinalizem um cenário não
condizente com as políticas até então estabelecidas, ou até mesmo subsidiar o
estabelecimento de novos rumos.
Observa-se abaixo o resumo com os principais objetivos, conforme a necessidade
dos usuários das informações contábeis:

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2.2 Conjunto completo de Demonstrações Contábeis

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO


TÉCNICO CPC 26 (R1) Apresentação das Demonstrações Contábeis Correlação às
Normas Internacionais de Contabilidade – IAS 1 (IASB – BV 2011).

10. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:


(a) balanço patrimonial ao final do período;
(b1) demonstração do resultado do período;
(b2) demonstração do resultado abrangente do período;
(c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
(d) demonstração dos fluxos de caixa do período;
(e) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis
significativas e outras informações elucidativas;
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(ea) informações comparativas com o período anterior, conforme especificado
nos itens 38 e38A; (Incluída pela Revisão CPC 03)
(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente
apresentado, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente
ou proceder à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações
contábeis, ou quando proceder à reclassificação de itens de suas demonstrações
contábeis de acordo com os itens 40A a 40D; e (Alterada pela Revisão CPC 03)
(f1) demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento
Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo
se apresentada voluntariamente. (Alterada pela Revisão CPC 03). (IASB – BV
2011).

A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez daqueles usados
neste Pronunciamento Técnico, desde que não contrarie a legislação societária brasileira
vigente.
Segundo Salotti et al. (2019) de maneira geral, há basicamente quatro
demonstrações financeiras preparadas por empresas com fins lucrativos:

 O balanço patrimonial (BP).


 A demonstração do resultado (DR).
 A demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL).
 A demonstração dos fluxos de caixa (DFC).

No Brasil, ainda há exigência da demonstração do valor adicionado (DVA) para


empresas listadas em bolsa de valores. Adicionalmente, para todas as demonstrações,
há necessidade de detalhamento das informações prestadas por meio do uso de Notas
Explicativas, que nada mais são, parte integrante das demonstrações financeiras.
No entanto, em outros pronunciamentos encontram-se definições como
demonstrações individuais, demonstrações consolidadas, demonstrações separadas,
demonstrações combinadas e demonstrações intermediárias.

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3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

3.1 Demonstrações Contábeis Individuais

As demonstrações contábeis individuais são as representações estruturadas da


posição patrimonial, financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das
demonstrações contábeis individuais é o de proporcionar informação acerca da posição
patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil
a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.
Estes demonstrativos também objetivam apresentar os resultados da atuação da
administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto
aos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações
contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte:
a) Ativos;
a) Passivos;
b) Patrimônio líquido;
c) Receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;
d) Alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e
distribuições a eles;
e) Fluxos de caixa.

Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas


explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis na previsão dos futuros
fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração.
O CPC 26 ainda traz um outro conceito intitulado “Demonstrações Contábeis de
Propósito Geral” e explica como sendo aquelas cujo propósito reside no atendimento das
necessidades informacionais de usuários externos que não se encontram em condições
de requerer relatórios especificamente planejados para atender às suas necessidades
peculiares.

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3.2 Demonstrações Contábeis Consolidadas

Segundo o CPC 36, as demonstrações consolidadas são as demonstrações


contábeis de um conjunto de entidades (grupo econômico), apresentadas como se
fossem as de uma única entidade econômica.
A controladora deve apresentar as demonstrações contábeis consolidadas nas
quais os investimentos em controladas estão consolidados conforme o requerido nos
pronunciamentos do CPC e nas normas contábeis vigentes.

3.3 Demonstrações Contábeis Separadas

As demonstrações separadas são aquelas apresentadas por uma controladora,


um investidor em coligada ou um empreendedor em uma entidade controlada em
conjunto, nas quais os investimentos são contabilizados com base no valor do interesse
direto no patrimônio (Direct Equity Interest), em vez de nos resultados divulgados e nos
valores contábeis dos ativos líquidos das investidas. Não se confundem com as
demonstrações contábeis individuais.
As demonstrações contábeis separadas são apresentadas adicionalmente às
demonstrações contábeis consolidadas e às demonstrações contábeis individuais nas
quais os investimentos em controladas, coligadas e em empreendimentos controlados
em conjunto são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial.
As demonstrações contábeis separadas podem ou não ser apresentadas
juntamente com as demonstrações consolidadas.

3.4 Demonstrações Contábeis Combinadas

O CPC 15 define estes demonstrativos como os que serão feitos sempre que
houver combinação de negócios e exige que os ativos adquiridos e os passivos
assumidos constituam um negócio. Se os ativos adquiridos não constituem um negócio,
a entidade deve contabilizar a operação ou evento como aquisição de ativos.

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3.5 Demonstrações Contábeis Intermediárias

Estas podem ser descritas como a demonstração contábil que contém um conjunto
completo de demonstrações contábeis ou um conjunto de demonstrações contábeis
condensadas de um período intermediário.
É importante salientar que, a entidade cujas demonstrações contábeis estão em
conformidade com os Pronunciamentos, Interpretações e Orientações do CPC, deve
declarar de forma explícita e sem reservas essa conformidade nas notas explicativas. A
entidade não deve descrever suas demonstrações contábeis como estando conforme
estas normas a menos que cumpra todos os seus requisitos.
A entidade deve apresentar com igualdade de importância todos os
demonstrativos contábeis que façam parte do conjunto completo de informes contábeis.

3.6 Nova Lei Contábil

Após sete longos anos de tramitação o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
sancionou a Lei nº 11.638/2007, publicada na Edição Extra do Diário Oficial da União de
28.12.2007, que passa a vigorar a partir de 01.01.2008.
O trecho que alterava o Art. 181 da Lei 6.404/76 que define o que pode ser
classificado como resultados de exercícios futuros; teve o veto presidencial já que a nova
lei contábil ampliava o alcance desse artigo, incluindo operações feitas entre empresas
de um mesmo grupo (controladoras e controladas). Na visão da Receita Federal, que
sugeriu o veto presidencial, a nova redação poderia causar problemas para o controle
fiscal das empresas, já que poderia "gerar inobservância do regime de competência" no
Balanço das empresas, especialmente se a controlada ou controladora for domiciliada no
exterior.
A nova legislação harmoniza a contabilidade brasileira aos padrões internacionais,
o que facilita o investimento estrangeiro. Além disso, obriga as grandes empresas de
capital fechado a divulgarem seus balanços. Com as novas regras, diversas alterações
significativas ocorreram, dentre as quais destacamos:
a) A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR foi extinta;

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b) Torna-se obrigatória a elaboração e publicação da Demonstração dos
Fluxos de Caixa - DFC e da Demonstração do Valor Adicionado – DVA;
c) A DFC não é obrigatória às pessoas jurídicas com patrimônio líquido
inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais);
d) A DVA é exigida para todas as companhias abertas;
e) O Ativo Permanente agora possui um novo grupo chamado “Intangível”,
além dos já existentes “Investimentos”, “Imobilizado” e “Diferido”;
f) Fora extinta a “Reserva de Reavaliação” que deu lugar a conta “Ajustes de
Avaliação Patrimonial” que possui características diferentes;
g) Ainda no Patrimônio líquido, fora incluído também a rubrica “Ações em
Tesouraria”;
h) Foram extintas as reservas de capital “Prêmio Recebido na Emissão de
Debêntures” e “Doações e Subvenções para Investimentos”, sendo esta
última, controlada na conta “Reserva de Incentivos Fiscais” e poderá ser
excluída da base de cálculo dos dividendos obrigatórios;
i) A conta "Lucros e Prejuízos Acumulados", deixa de existir, dando lugar a
conta "Prejuízos Acumulados", assim o resultado positivo deve ser
controlado nas contas de reservas de lucros ou destinado conforme a
determinação social.
j) Ocorreram alterações para a avaliação dos investimentos pelo Método da
Equivalência Patrimonial que agora, não mais precisam ser relevantes.
Além das alterações relacionadas, foram adequados os critérios de avaliação dos
ativos e passivos, a fim de contemplar os novos grupos de contas. A Comissão de Valores
Mobiliários – CVM, deverá elaborar normas conforme os padrões internacionais que se
tornarão obrigatórias para as sociedades abertas e grandes empresas e poderão ser
observadas pelas demais sociedades.

4 BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial está regulamentado nos Artigos 178 a 184 da Lei nº


6.404/1976, com as alterações implementadas pela Lei nº 11.638/2007 e 11.941/2009.
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A forma de se visualizar convencionalmente o balanço patrimonial é no formato de
um “T”, tendo estes dois lados, e ficou esclarecido que o lado esquerdo é composto por
contas do Ativo, que representam bens e direitos, e do lado direito é composto por contas
do Passivo e Patrimônio líquido, que representam contas de obrigações e patrimoniais.
Ao analisar um balanço, o lado do passivo e patrimônio líquido, representa as
origens dos recursos, seus capitais, recursos estes que a empresa possui disponível e
que está aplicado em seu patrimônio. Em contrapartida temos o do Ativo, ao qual
representa a aplicação destes recursos, ou seja, se no passivo é demonstrado a origem
deste, no ativo é demonstrado a aplicação destes recursos, sejam em disponíveis,
investimentos e ou imobilizados.
Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa
e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da
entidade.
No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os elementos
do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise
da situação financeira da empresa.
Conforme o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada
exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das
demonstrações do exercício anterior, para fins de comparação.
O Balanço Patrimonial é constituído pelo:
- Ativo: compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos
controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados
de eventos ocorridos.
- Passivo: compreende as origens de recursos representados pelas obrigações
para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua
liquidação.
- Patrimônio Líquido: Compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor
é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo.
Os elementos da mesma natureza e os saldos se reduzido valor quando
agrupados, e desde que seja indicada a sua natureza e nunca devem ultrapassar, no

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total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de
títulos genéricos como "diversas contas" ou "contas correntes".

É importante saber que os Lucros Acumulados só podem existir em empresas


de pequeno porte.
Nas Sociedades por Ações (SAs, Companhias, empresas de grande porte),
deve haver distribuição de lucros, sendo a conta Lucros Acumulados uma conta
transitória usada para a transferência do lucro apurado do exercício. Conforme a Lei
11.638/07, torna-se obrigatória a destinação total dos Lucros nas SAs e empresas de
grande porte.
Sociedades de Grande Porte são empresas que apresentaram faturamento
superior a 300 milhões de reais no exercício imediatamente anterior ao que estamos
encerrando. Adicionalmente, são também consideradas de grande porte empresas
com ativos iguais ou superiores a 240 milhões de reais.

4.1 Elaboração do Balanço

Ao término do exercício, como se faz em todos os meses, procede-se ao


levantamento do balancete de verificação, com o objetivo de conhecer os saldos das
contas e conferir sua exatidão.
No balancete são relacionadas todas as contas utilizadas pela empresa, quer
patrimoniais quer de resultado, demonstrando seus débitos, créditos e saldos.
As contas do balancete, no fim do exercício, sejam patrimoniais ou de resultado,
nem sempre representam, entretanto, os valores reais do patrimônio, naquela data, nem
as variações patrimoniais do exercício, porque os registros contábeis não acompanham
a dinâmica patrimonial no mesmo ritmo em que ela se desenvolve.
Desta forma, muitos dos componentes patrimoniais aumentam ou diminuem de
valor, sem que a contabilidade registre tais variações, bem como muitas das receitas e
despesas, recebidas ou pagas durante o exercício, não correspondem realmente aos
ingressos e ao custo do período.
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Nesse sentido, existe a necessidade de proceder ao ajuste das contas patrimoniais
e de resultado, na data do levantamento do balanço, para que elas representem, em
realidade, os componentes do patrimônio nessa data, bem como suas variações no
exercício.

4.2 Conciliações dos saldos Contábeis

A conciliação consiste, basicamente, na comparação do saldo de uma conta com


uma informação externa à contabilidade, de maneira que se possa ter certeza quanto à
exatidão do saldo em análise.
As fontes de informações mais usuais para verificação dos registros contábeis são
os livros fiscais, os extratos bancários, as posições de financiamentos e carteiras de
cobranças, as folhas de pagamento, os controles de caixa, etc.

4.3 Ajustes e reclassificações patrimoniais

Para elaboração do balanço devem ser efetuados vários ajustes e reclassificações


nas contas patrimoniais, como estoques, empréstimos, etc.
Calcula-se também a provisão para o Imposto de Renda e a Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido, conforme as normas tributárias vigentes, fazendo-se a respectiva
contabilização.

4.4 Lançamentos de encerramento do exercício

Para apuração do resultado do exercício, faz-se os lançamentos de encerramento,


debitando as contas de receitas e creditando uma conta transitória, chamada de
“apuração do resultado do exercício”.
O inverso é efetuado nas contas de despesas e custos, debitando a conta
“Apuração do Resultado do Exercício” e creditando as contas de custos ou despesas.

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O saldo da conta “Apuração do Resultado do Exercício” será então transferida para
a conta de “Resultados a Destinar”, sendo distribuída para outras contas patrimoniais,
conforme proposta da administração.
Após os ajustes pertinentes e lançamentos de encerramento das contas de
resultado, as contas remanescentes são apenas as contas patrimoniais, que devem ser
separadas e classificadas em grupos para elaboração do balanço patrimonial, sendo que
o saldo do ativo deve ser igual ao do passivo.
Conforme a Lei nº 11.638/07, MP nº 449/08 e Resolução CFC nº 1.121/08, a nova
estrutura do Balanço Patrimonial passa a ser a seguinte:

Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Não Circulante Passivo não Circulante
Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido
Investimento Capital Social
Imobilizado (-) Gastos com Emissão de Ações
Intangível Reservas de Capital
Opções Outorgadas Reconhecidas
Reservas de Lucros
(-) Ações em Tesouraria
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Ajustes Acumulados de Conversão
Prejuízos Acumulados

5 DEMONSTRAÇÕES
A DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é um documento recorrente
criado em conjunto com o balanço patrimonial. Também é usado para determinar se o
negócio em questão é lucrativo ou está causando prejuízo.
Foi instituída pelas leis: Lei 6.404 Art. 187 e lei n° 11.638/07. A Demonstração do
Resultado do Exercício deve ser elaborada sempre obedecendo ao princípio do Regime
de Competência, de modo que as receitas e as despesas sejam lançadas no período que
ocorreram, e não somente quando recebidas ou pagas.

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Tem como objetivo detalhar a composição do Resultado Líquido de uma empresa
no período de seu exercício financeiro, normalmente de janeiro a dezembro.

5.1 Estrutura de uma DRE

A estrutura da DRE é definida no artigo 187 da Lei nº 6.404/76, desta forma:

I - A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos


e os impostos;
II - A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas,
as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV - O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
V - O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o
imposto;
VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos
de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como
despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital
social.
§ 1º. Na determinação do resultado do exercício serão computados:
 As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da
sua realização em moeda, e;
 Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,
correspondentes a essas receitas e rendimentos. (BRASIL, 1976). Segue
exemplo conforme Ribeiro (2018, p.321-322).

21
5.2 Demonstração dos Fluxos de Caixa

A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) foi introduzida no grupo das


demonstrações contábeis obrigatórias por meio da lei nº 11.638/2007, artigo 1º (BRASIL,
2007). Essa lei modificou o artigo 176, inciso IV e parágrafo 6º, e também o artigo 188,
inciso I, da lei nº 6.404/76.

22
Deverá demonstrar as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa
e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos
(Art. 188 da Lei nº 11.638/2007):
a) das operações;
b) dos financiamentos; e
c) dos investimentos.
A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a
R$2.000.000,00 (dois milhões de reais), não será obrigada à elaboração e publicação da
demonstração dos fluxos de caixa (Art. 1º da Lei nº 11.638/2007).
Quando usada em conjunto com outras demonstrações contábeis, a
demonstração de fluxo de caixa fornece informações que permitem aos usuários
antecipar mudanças nos ativos líquidos da entidade, estrutura financeira (incluindo
liquidez e solvência) e capacidade de alterar os valores e o momento do fluxo de caixa.
A informação sobre os fluxos de caixa é essencial para determinar a capacidade
de uma entidade de gerar caixa e equivalentes de caixa, e permite aos usuários
desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente dos fluxos futuros de caixa
de várias entidades. Contribui também para o aumento da comparabilidade na
apresentação do desempenho operacional das diversas entidades, pois reduz os efeitos
da utilização de diferentes critérios contábeis para as mesmas transações e eventos.
A demonstração do fluxo de caixa deve incluir o fluxo de caixa do período
classificado por atividades operacionais, de investimento e de financiamento. A empresa
deve apresentar seus fluxos de caixa advindos de atividades operacionais, investimentos
e financiamentos da forma mais adequada para suas operações.
A classificação por atividade fornece informações que permitem aos usuários
avaliar o impacto de tais atividades na posição financeira da organização, bem como o
valor e os equivalentes da caixa.
Esses dados também podem ser usados para avaliar a relação entre essas
atividades. Uma única transação pode incluir fluxos de caixa classificados em mais de
uma atividade.
Os fluxos de caixa resultantes das atividades operacionais derivam principalmente
das atividades geradoras de receita da entidade. Como resultado, normalmente são o
23
resultado de transações e outros eventos que resultam na apuração de lucro líquido ou
prejuízo.
Exemplos de fluxos de caixa resultantes de atividades operacionais incluem:
*Recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;
*Recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras
receitas;
*Pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;
*Pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;
*Recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros,
anuidades e outros benefícios da apólice;
*Pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam
ser especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de
investimento; e
*Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação
imediata ou disponíveis para venda futura. Algumas transações, como a venda de item
do imobilizado, podem resultar em ganho ou perda, que é incluído na apuração do lucro
líquido ou prejuízo.

Os fluxos de caixa relacionados a essas transações são fluxos de caixa


resultantes de atividades de investimento. No entanto, os pagamentos em caixa para
produção ou aquisição de ativos mantidos para aluguel a terceiros e posteriormente
vendidos, conforme descrito no item 68A do Pronunciamento Técnico CPC 27 - Ativo
Imobilizado, são fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais. Os
recebimentos de aluguéis e as vendas subsequentes desses ativos também são fluxos
de caixa das atividades operacionais.

5.3 Demonstração do Valor Adicionado

Demonstra o valor de riqueza gerada pela companhia e a sua distribuição entre


algumas das partes interessadas envolvidas no cotidiano e contexto das organizações.

24
A DVA CPC 09 está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando
apresentar, eliminados os valores que representam dupla-contagem, a parcela de
contribuição que a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB).
Essa demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos
adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado período.
Existem, todavia, diferenças temporais entre os modelos contábil e econômico no cálculo
do valor adicionado.
A ciência econômica, para cálculo do PIB, baseia-se na produção, enquanto a
contabilidade utiliza o conceito contábil da realização da receita, isto é, baseia-se no
regime contábil de competência.
Como os momentos de realização da produção e das vendas são normalmente
diferentes, os valores calculados para o PIB por meio dos conceitos oriundos da
Economia e os da Contabilidade são naturalmente diferentes em cada período. Essas
diferenças serão tanto menores quanto menores forem as diferenças entre os estoques
inicial e final para o período considerado. Em outras palavras, admitindo-se a inexistência
de estoques inicial e final, os valores encontrados com a utilização de conceitos
econômicos e contábeis convergirão.
Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o
conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade
de melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade na qual está
inserida.
A decisão de recebimento por uma comunidade (Município, Estado e a própria
Federação) de investimento pode ter nessa demonstração um instrumento de extrema
utilidade e com informações que, por exemplo, a demonstração de resultados por si só
não é capaz de oferecer.
A DVA elaborada por segmento (tipo de clientes, atividades, produtos, área
geográfica e outros) pode representar informações ainda mais valiosas no auxílio da
formulação de predições e, enquanto não houver um pronunciamento específico do CPC
sobre segmentos, sua divulgação é incentivada.

25
5.4 Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido

A DMPL é uma demonstração financeira facultativa, segundo o art. 186, § 2º da


Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações) (BRASIL,
1976), que evidencia as variações ocorridas nas contas que compõem o patrimônio
líquido (PL), e não apenas na conta de lucros e prejuízos acumulados. É, por isso, mais
completa, em termos de informação, que a DLPA, já que esta última é parte da DMPL.
A Lei das Sociedades por Ações aceita ambas, embora a DMPL seja mais
completa, tendo lucros ou prejuízos acumulados como uma de suas colunas, enquanto
que a DLPA demonstra apenas a movimentação da conta de lucros ou prejuízos
acumulados (GELBCKE et al., 2018).
O CPC 26 (R1) (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011), no
entanto, que representa um pronunciamento técnico sobre procedimentos da
contabilidade em relação às demonstrações financeiras no Brasil, determinou a
obrigatoriedade da DMPL para todas as sociedades anônimas de capital aberto, fechado
e de grande porte (MONTOTO, 2018).

Fonte: portaldecontabilidade.com.br

26
As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros
motivos, tais como:

1 - Itens que afetam o patrimônio total:


a) Acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;
b) Redução por dividendos;
c) Acréscimo por reavaliação de ativos (quando o resultado for credor);
d) Acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos;
e) Acréscimo por subscrição e integralização de capital;
f) Acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações
integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal;
g) Acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de
subscrição;
h) Acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures;
i) Redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;
j) Acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores.

2 - Itens que não afetam o total do patrimônio:

a) Aumento de capital com utilização de lucros e reservas;


b) Apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros
Acumulados para formação de reservas, como Reserva Legal, Reserva de
Lucros a Realizar, Reserva para Contingência e outras;
c) Reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos
acumulados;
d) Compensação de Prejuízos com Reservas.
A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é
relativamente simples, pois basta representar, de forma sumária e coordenada, a
movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido,
isto é, Capital, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação,
Ações em Tesouraria e Lucros ou Prejuízos Acumulados.
27
Utiliza-se uma coluna para cada uma das contas do patrimônio da empresa,
incluindo uma conta total, que representa a soma dos saldos ou transações de todas as
contas individuais. Essa movimentação deve ser extraída das fichas de razão dessas
contas.
As transações e seus valores são transcritos nas colunas respectivas, mas de
forma coordenada.
Por exemplo, se temos um aumento de capital com lucros e reservas, na linha
correspondente a essa transação, transcreve-se o acréscimo na coluna de capital pelo
valor do aumento e, na mesma linha, as reduções nas contas de reservas e lucros
utilizadas no aumento de capital pelos valores correspondentes.

5.5 Notas Explicativas

Conforme o § 4º do art. 176 da Lei nº 6.404/1976, as demonstrações financeiras


das sociedades por ações deverão ser complementadas por notas explicativas e outros
quadros analíticos ou demonstrações contábeis, necessários para esclarecimento da
situação patrimonial e dos resultados do exercício. Ainda no § 5º do art. 176 da Lei nº
6.404/1976, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009, está determinado que as notas
deverão indicar:

a) Apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações


financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para
negócios e eventos significativos;
b) Divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil
que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações
financeiras;
c) Fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e
d) Indicar:
d.1) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente
estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de
28
constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender
a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;
d.2) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (Art. 247,
parágrafo único, da Lei nº 6.404/1976);
d.3) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações
(Art.182, § 3º, da Lei nº 6.404/1976);
d.4) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
d.5) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo
prazo;
d.6) o número, espécies e classes das ações do capital social;
d.7) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
d.8) os ajustes de exercícios anteriores (Art. 186, § 1º, da Lei nº 6.404/1976); e
d.9) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham,
ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros
da companhia. (BRASIL, 2009).

5.6 Demonstrações Contábeis no Livro Diário

O item 13 da Norma NBC ITG 2000, aprovada pela Resolução CFC nº 1.330/2011,
determina que o Balanço e as demais Demonstrações Contábeis de encerramento do
exercício devem ser transcritos no Livro Diário, completando-se com as assinaturas do
contabilista e do titular da empresa. Igual procedimento será adotado quanto às
demonstrações contábeis elaboradas por força de disposições legais, contratuais ou
estatutárias. (BRASIL, 2011).
Também o § 2º do art. 1.184 da Lei nº 10.406 determina que serão lançados no
Livro Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser
assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou
sociedade empresária. (BRASIL, 2002).

29
5.7 Demonstrações Financeiras Consolidadas

As demonstrações financeiras consolidadas compreendem o Balanço Patrimonial


Consolidado, a Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício e a Demonstração
Consolidada das Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adicionado,
complementados por notas explicativas e outros quadros analíticos necessários para
esclarecimento da situação patrimonial.
Estão obrigadas à elaboração e publicação de demonstrações financeiras
consolidadas (além das suas próprias demonstrações financeiras), conforme o art. 249 e
o art. 250 da Lei nº 6.404/1976 e a Resolução CFC nº 1.426/2013:

Art. 249. A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do
seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades
controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações
financeiras, demonstrações consolidadas nos termos do artigo 250. (BRASIL,
1976).

6 TÉCNICAS DE ANÁLISE

6.1 Índices nas Demonstrações Financeiras

A Ciência Contábil faz uso de várias técnicas para conseguir o seu objetivo maior
(informação). Dentre elas destaca-se o fluxo:

O índice por sua vez é uma relação entre as contas de um mesmo grupo ou entre
as contas de diferentes grupos que compõem as Demonstrações Financeiras e fornece
aos analistas uma visão mais detalhada da situação econômico-financeira da empresa.
A tarefa mais difícil que um profissional enfrenta ao analisar índices é localizar
fontes confiáveis que possam ser usadas para fazer comparações com outras empresas
do mesmo setor. Essa escassez de informações ocorre como resultado das empresas

30
manterem suas informações financeiras e contábeis em segredo. No entanto, algumas
empresas possuem informações próprias confiáveis e prontamente disponíveis no
mercado, conforme exigido por algumas leis e decisões estratégicas.
Os seguintes grupos de índices podem ser usados para analisar demonstrações
financeiras:
Índices de liquidez - são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da
empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade
financeira para saldar seus compromissos.
Índices de estrutura - indicam a segurança oferecida pela empresa aos seus credores
que representam o capital alheio, bem como revelam a sua política de obtenção de
outros recursos e suas respectivas alocações.
Índices de rentabilidade - interpretam o desempenho global da empresa, medindo a
capacidade da geração de lucros.

O profissional deve utilizar diversos componentes analíticos específicos da


estrutura econômico-financeira da organização, assim como fazer comparações com
índices apurados em anos anteriores e de outras organizações que atuam em atividades
econômicas semelhantes.

6.2 Cálculo dos Indicadores de Liquidez

Os indicadores de liquidez apontam a estrutura da situação econômica da


empresa. Eles são usados para avaliar a capacidade de uma empresa pagar suas contas,
ou seja, fornecem uma avaliação sobre se a empresa pode cumprir suas obrigações.
Os principais índices de liquidez são:

 Liquidez corrente;
 Liquidez imediata;
 Liquidez seca;
 Liquidez geral
j

31
6.3 Liquidez Corrente

Esse quociente relaciona o quanto uma empresa tem em termos de bens e direitos
de curto prazo (disponíveis e conversíveis em dinheiro) em relação às suas obrigações
de curto prazo (IUDCIBUS, 2017). Geralmente, é considerado o melhor indicador de
análise de liquidez nas organizações. A liquidez corrente é calculada usando a seguinte
fórmula:

LIQUIDEZ CORRENTE = ATIVO CIRCULANTE


PASSIVO CIRCULANTE

Em geral, os autores informam que valores superiores a 1,0 são benéficos para
as empresas. No entanto, conceituar um índice sem levar em conta outros fatores é um
comportamento muito arriscado, dada a necessidade de o setor de atividade e as
particularidades do negócio da entidade. Indicadores de liquidez inferiores a 1 acontecem
em ramos de atividade.
Além disso, existem negócios que possuem ativos circulantes baixos, seja por
operarem com estoque baixo, seja por possuírem uma política de vendas com cessão de
baixo prazo de pagamento das vendas. Assim, ao analisar os indicadores de liquidez de
uma empresa, é fundamental compará-los com a média do setor em que a empresa atua.

6.4 Liquidez Imediata

Para Assaf Neto (2015) a capacidade de uma empresa de liquidar rapidamente as


dívidas de curto prazo é revelada através da liquidação imediata. Normalmente, devido
ao pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, a liquidação
imediata é baixa. É calculada por meio da seguinte fórmula:

LIQUIDEZ IMEDIATA = DISPONÍVEL


PASSIVO CIRCULANTE

32
No numerador, tem-se fundos imediatamente disponíveis (caixa, bancos e
aplicações financeiras de curtíssimo prazo). Segundo Almeida (2019), as aplicações
financeiras devem ter as seguintes características:

[...] conversibilidade imediata em montante conhecido de caixa, finalidade de


atender a compromissos de caixa de curto prazo e não para investimento. Estão
sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor e vencimento em até três
meses, a contar da data da aplicação (ALMEIDA, 2019, p. 126).

Iudícibus (2017) informa que no denominador as obrigações, embora de curto


prazo, vencerão em diferentes prazos. Com isso, para uma comparação mais assertiva,
seria desejável trazer as obrigações para o valor presente.
A liquidez imediata sempre apresenta um índice inferior a (um), geralmente é
baixa, porque não é comum para as empresas deixarem muito recurso disponível em
caixa por causa dos efeitos da inflação, deixando um valor considerável de recursos em
aplicações financeiras.
Conforme Marion (2019) nem sempre reduções sucessivas no índice de liquidez
imediata indicam problemas financeiros. Uma empresa pode adotar uma política mais
rígida de disponível e/ou reduzir o seu limite de segurança.
Um ponto que deve gerar alerta quanto à dificuldade financeira é quando a
empresa tem redução na liquidez imediata combinada com constantes e crescentes
atrasos no pagamento de fornecedores.
Segundo Martins (2019) geralmente o indicador de liquidez imediata é utilizado
pelos bancos comerciais, porque indica uma quantidade significativa de seu balanço
patrimonial, o que é necessário em situações em que saques possam ser superiores aos
depósitos.

6.5 Liquidez Seca

A liquidez seca demonstra o quanto a entidade possui de itens de maior liquidez


do ativo circulante para liquidar suas obrigações de curto prazo (ASSAF NETO, 2015).
Ela é calculada da seguinte forma:

LIQUIDEZ SECA = ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUES – DESPESAS ANTECIPADAS


PASSIVO CIRCULANTE 33
No numerador estão os valores a receber de curto prazo e as aplicações
financeiras, ou seja, o disponível. No denominador, estão incluídas as dívidas e as
obrigações vencíveis no curto prazo, como empréstimos e financiamentos, fornecedores
e valores a pagar (impostos, salários, etc.).
Um índice de liquidação baixo nem sempre é sinal de uma situação financeira ruim.
Por exemplo, as empresas do setor de varejo têm alto investimento em estoques e um
valor baixo em suas contas a receber, pois a maioria das vendas é à vista. Como
resultado, nesta situação, o índice só poderia ser baixo.

6.6 Liquidez Geral

Para Almeida (2019) a liquidação geral deixa evidente a capacidade de pagamento


da entidade tanto no curto quanto no longo prazo, levando em consideração todas as
contas que serão convertidas em dinheiro (ALMEIDA, 2019). É utilizada como medida de
segurança financeira de longo prazo, demonstrando sua capacidade de liquidar seus
compromissos (ASSAF NETO, 2015). A liquidez geral é calculada da seguinte forma:

LIQUIDEZ GERAL = ATIVO CIRCULANTE + ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO


PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO NÃO CIRCULANTE

A situação será favorável quando o índice for superior a (1,0) indicando assim a
presença de capital de giro próprio. Se o índice for inferior à unidade, é considerado uma
situação desfavorável, pois indica que a empresa está recorrendo demais a capital de
terceiros.

7 CAPITAL DE GIRO

O capital líquido, também conhecido como capital de Giro, representa a


capacidade financeira de curto prazo da empresa.
É fundamental lembrar que, em muitos casos, a variação do capital circulante
líquido advém das decisões de investimento de capital tomadas pela organização, pois
34
cada empresa demanda uma necessidade de Capital de Giro diferente que deve ser
analisado caso a caso.
Por sua vez, o capital circulante líquido pode ser definido como:

“[…] a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante de uma empresa.


Quando o ativo circulante supera o passivo circulante, a empresa tem capital de
giro líquido positivo. Quando o primeiro é inferior ao segundo, tem -se capital de
giro líquido negativo” (GITMAN, 2010, p. 547).

Portanto, podemos calculá-lo a partir da seguinte equação:

Capital Circulante Líquido = Ativo circulante – Passivo circulante

O capital circulante líquido é uma métrica importante para avaliar a saúde


financeira das empresas focadas no curto prazo. Segue abaixo exemplo de cálculo:

CCL= 200.000,00 – 110.000,00 = R$ 90.000,00


Observa-se que a empresa tem o valor de 90.000,00 para girar no curto prazo as
suas operações.

 Quando o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante, tem-se um Capital


Circulante Líquido próprio.

AC > PC = CCL PRÓPRIO


CCL = AC - PC

- PC 35
 Quando o Ativo Circulante é menor que o Passivo Circulante, tem-se um Capital
Circulante Líquido negativo ou de terceiros.

AC < PC = CCL NEGATIVO

 Quando o Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante, tem-se um Capital


Circulante Líquido Nulo.

AC = PC = CCL NULO

8 ENDIVIDAMENTO FINANCEIRO

Este indicador utiliza como passivo exigível somente os valores obtidos de


empréstimos e financiamentos, sejam eles de curto ou longo prazo. Este conceito de
endividamento é mais condizente com a estrutura do passivo como fonte de
financiamentos, fazendo a relação entre capital de terceiros e capital próprio. Dessa
forma, desconsidera os passivos vinculados com o giro, que compõem a maior parte do
passivo circulante. É expresso pela seguinte fórmula:

EF = EMPRÉTIMOS E FINANCIAMENTOS (CURTO PRAZO)


PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Há necessidade de detectar na análise do endividamento as características do


seguinte indicador:
Empresas que utilizam as dívidas como complemento de capital próprio para realizar
aplicações produtivas em seus negócios (expansão, modernização, etc.). Esse
endividamento é válido, ainda que um pouco alto, pois as aplicações produtivas devem
gerar recursos para liquidar o compromisso acordado.
Empresas que recorrem a dívidas para pagar outras dívidas que estão vencendo. Por
não gerarem recursos para cumprir com suas obrigações, elas recorrem a empréstimos

36
sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso, a empresa será uma séria candidata
à insolvência; consequentemente, à falência.

Analisar a composição do endividamento também é relevante:


Endividamento a curto prazo, normalmente utilizado para financiar o ativo circulante;
Endividamento a longo prazo, normalmente utilizado para financiar o ativo não
circulante (Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado, Intangível). A
proporção favorável seria de maior participação de dívidas a longo prazo, propiciando
à empresa tempo maior para gerar recursos que saldarão os compromissos. Expansão
e modernização devem ser financiadas com recursos a longo prazo, e não pelo passivo
circulante, pois os recursos a serem gerados pela expansão e modernização virão a
longo prazo.

Caso a composição do endividamento tenha uma concentração significativa no


Passivo Circulante, a empresa enfrentará desafios significativos durante uma reversão
de mercado (se as dívidas estivessem concentradas por mais tempo isso não ocorreria).

8.1 Endividamento Geral

A premissa básica que orienta esse indicador é certificar se existe a possibilidade,


no futuro, em um cenário teórico de descontinuidade das operações, a empresa consiga
cobrir todas as suas dívidas com recursos próprios.
Como as dívidas são mantidas no passivo circulante e no exigível a longo prazo,
o valor do patrimônio líquido está atrelado ao total dessas obrigações, que representam
recursos próprios da empresa. Como resultado, é uma métrica que expressa a
capacidade de uma empresa de garantir o capital de terceiros.
Durante um período de tempo relativamente longo, uma grande porcentagem de
empresas que faliram apresenta altos quocientes de capitais de terceiros/próprio. Isso
não significa que uma empresa com alto quociente necessariamente vai à falência, mas
significa que todas ou quase todas as empresas que vão à falência têm esse sintoma.

37
A participação de capital de terceiros será benéfica para a empresa, desde que
não resulte uma situação de liquidez insustentável por um determinado período de tempo.
Este índice é obtido pela seguinte fórmula:

EG= PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO NÃO CIRCULANTE


PATRIMÔNIO LÍQUIDO

9 GRAU DE IMOBILIZAÇÃO DO CAPITAL PRÓPRIO

9.1 Em função do Ativo Não Circulante

Este quociente indica a percentagem de capital próprio que é utilizada para


financiar aplicações de natureza não circulante, bem como a percentagem aplicada ao
giro dos negócios (capital de giro próprio):

ATIVO NÃO CIRCULANTE – FINANCIAMENTOS PARA O NÃO CIRCULANTE


CAPITAL PRÓPRIO

9.2 Em função do Ativo Permanente

Este quociente indica a porcentagem de capital próprio que está a ser utilizada
para financiar aplicações de natureza fixa (permanentes) e, adicionalmente, a
porcentagem que está a ser aplicada ao resto do Ativo (Circulante e Realizável a Longo
Prazo).

ATIVO PERMANENTE – FINANCIAMENTO PARA O PERMANENTE


CAPITAL PRÓPRIO

38
10 INDICADORES DE RENTABILIDADE

A rentabilidade está correlacionada à liquidez e ao risco. Se a empresa apresenta


liquidez, terá condições de sobrevivência para manter suas atividades e honrar seus
compromissos.
A rentabilidade evidencia mais que isso, pois consiste na capacidade da empresa
de produzir lucro e obter retorno de seus investimentos. Nesse caso, o retorno
invariavelmente estará sujeito a riscos, pois nem tudo o que é planejado acontecerá como
tal, tendo em vista as transformações econômicas e sociais em que as empresas estão
inseridas.
Portanto, a baixa liquidez compromete a rentabilidade, porque causa
endividamento, afetando a possibilidade de lucro. Por outro lado, ainda que haja liquidez,
a rentabilidade dependerá do nível de riscos que a empresa sofrerá em seus
investimentos, pois pode ocasionar impactos ao negócio, ainda que não o deixe sem
retorno.

10.1 Margem Bruta

A margem bruta ocorre na diferença entre o valor pelo qual a empresa vende seus
produtos (preço de venda) e os impostos e custos desses produtos. Quanto maior a
margem, maiores são as disponibilidades para as despesas administrativas, de pessoal
e financeiras. Dessa forma, divide-se o lucro bruto pelo total de receita de vendas.
Encontra-se a Margem Bruta mediante a seguinte fórmula:

MARGEM BRUTA = LUCRO BRUTO

10.2 Margem Operacional VENDAS LÍQUIDAS

A análise da rentabilidade sob a ótica da margem operacional deflagra uma


pequena diferença em relação à anterior. Ela ocorre na diferença entre o valor pelo qual
a empresa vende seus produtos (preço de venda) e os impostos e custos desses
produtos e as demais despesas administrativas e de pessoal. É uma abordagem mais
39
detalhada, do ponto de vista, realmente a empresa lucrou. Encontra-se a Margem Bruta
através da seguinte fórmula:

MARGEM OPERACIONAL = LUCRO OPERACIONAL


VENDAS LÍQUIDAS

10.3 Margem Líquida

A margem líquida considera os descontos, além de também abater do valor do


produto as despesas financeiras, provenientes de juros por empréstimos contraídos ou
por aplicações que não renderam o que era previsto. Nesse caso, o lucro estará ainda
mais reduzido.
Para encontrar a margem líquida usa-se a fórmula:

MARGEM LÍQUIDA = LUCRO LÍQUIDO


VENDAS LÍQUIDAS

Quanto maior esse quociente, maior a lucratividade da empresa, pois indica


quanto a empresa ganhou em cada real de vendas líquidas realizadas.

10.4 Rentabilidade do Ativo

A rentabilidade do ativo total (ROA) é um índice que mede a eficiência


demonstrada pelo ativo total da empresa em relação à sua rentabilidade. Trata-se de um
índice que evidencia quanto uma empresa obteve de lucro líquido em relação ao seu
ativo, ou seja, é a sua potencialidade em gerar lucro, (MATARAZZO, 2003).
Fórmula:

ROA = LUCRO LÍQUIDO


ATIVO TOTAL

40
A ROA é uma medida de desempenho que deve ser comparada ano a ano. Para
Assaf Neto (2015), calcular a ROA significa encontrar uma taxa de retorno gerado pelas
aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos. O índice encontrado indica o
retorno gerado por cada R$ 1,00 que a empresa investiu.

10.5 Rentabilidade do Capital Próprio

Matarazzo (2003) destaca que o objetivo de calcular a rentabilidade do capital


próprio (ROE, do inglês Return On Equity) é verificar qual foi a taxa de rendimento do
patrimônio líquido da empresa. Esse índice indica o quanto a empresa gerou de lucro
para cada R$ 1,00 de recursos próprios investidos; ou seja, é uma forma de medir a
capacidade da empresa em fazer o seu próprio capital ter valor.
Fórmula:

ROE = LUCRO LÍQUIDO


PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Quanto maior o resultado do índice ROE, mais expressiva é a relação entre o lucro
e o capital próprio investido. O índice é obtido ao se dividir o lucro líquido pelo patrimônio
líquido. Ross et al. (2015) apontam que essa é uma medida que interessa aos acionistas,
pois informa como foi o ano da empresa.

11 INDICADORES DE ROTATIVIDADE

Os índices de rotatividade ou atividade representam indicadores relativos à


velocidade com que circulam alguns elementos de análise e são importantes para um
correto entendimento da liquidez e da rentabilidade. A partir desses indicadores ficam
evidentes as rotações que o capital teve, assim como os valores investidos na produção,
apontando o número de vezes que foram aplicados e recuperados. Tais índices também
auxiliam a formular os conceitos de ciclo operacional e ciclo financeiro (SAPORITO,
2015).
41
Os índices de rotatividade são:

Prazo médio de estocagem;


Prazo médio de recebimentos;
Prazo médio de pagamentos.

11.1 Prazo Médio de Rotação de Estoque

O prazo médio de rotação de estoques ou renovação de estoques (PMRE)


objetiva examinar a velocidade do giro dos estoques, ou seja, verifica o tempo preciso
desde o seu desenvolvimento até a sua venda. Vale ressaltar que quanto menor for esse
prazo de renovação dos estoques, mais próximos estarão os valores investidos neste
item do processo de conversão em dinheiro.
Pode-se calcular o índice através da comparação do valor dos estoques conforme
o período do balanço patrimonial e do custo dos produtos vendidos, isto é, do valor do
CPV constante na DRE dividido pelo período constante nela.
Fórmula para cálculo da rotação de estoques:

PMRE = CUSTO DO PRODUTO VENDIDO


ESTOQUE MÉDIO

11.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas

Pode-se calcular o (PMRV) ao dividir o valor das contas a receber de clientes pelo
de vendas diárias. Dessa forma, é possível afirmar que a conta clientes corresponde a
um número específico de dias de vendas. Esse índice pode ser calculado a partir de uma
posição única, com base na data do balanço patrimonial.
O índice PMRV representa o tempo médio decorrido entre a conclusão da venda
de um produto e seu recebimento. As vendas diárias são calculadas dividindo as vendas
do período constante na Demonstração de resultado do exercício (DRE) pelo número de
dias do período.
42
Caso a DRE se refira a um ano, é necessário considerar o ano comercial de 360
dias que será utilizado na fórmula. O cenário ideal é que o valor associado às vendas
ocorra em um curto período de tempo. Para verificar esse indicador, é preciso entender
que quanto menos dias, mais rápido a empresa receberá os valores das vendas.
Ao calcular o prazo médio de recebimento de vendas, é importante lembrar que
não é avaliado apenas o número de vendas que, mas também a quantidade de vendas
que está sendo considerada. O valor das vendas utilizado no cálculo do PMRV leva em
consideração a receita bruta, menos as devoluções, tributos aplicáveis, como IPI e ICMS,
entre outros e o valor das duplicatas a serem recebidas, levando em consideração
provisão para devedores duvidosos e duplicatas descontadas. Mantendo o mesmo nível
de consistência na base de cálculo.
Fórmula para cálculo:

PMRV = (duplicatas a receber / vendas) × 360

11.3 Prazo Médio de Pagamento de Compras

O prazo médio de pagamento das compras é uma tarefa importante para as


empresas comerciais. O valor da compra deve ser calculado como o custo das vendas
vendidas (CMV) mais o estoque final e menos o estoque inicial.
Em comparação com as empresas industriais, o nível de dificuldade no cálculo do
valor das compras é maior, pois o CPV leva em consideração os custos de
transformação, ou seja, a mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação.
Para encontrar o PMPC, primeiro determine o valor das compras diárias pegando
o valor das contas dos fornecedores e dividindo - o pelas compras diárias, obtendo-se o
valor do PMPC. Nesse sentido, os fornecedores são vistos não como um valor a pagar,
mas sim como o número de dias de compras em que a empresa é financiada.
Uma dificuldade que pode surgir no cálculo do PMPC é o valor das compras, visto
que o DRE não distingue, apenas os custos das vendas. Quando se trata de uma
empresa comercial, tudo se resume. O custo da mercadoria vendida no DRE refere-se à

43
soma do estoque inicial mais as compras realizadas no período, deduzido o estoque final,
conforme a seguinte fórmula:

CMV = EI + C – EF

Utilizando os valores dos estoques indicados no ativo circulante nas colunas,


estoques inicial e final, e o próprio valor do CMV presente na DRE, encontra-se o valor
referente às compras.
Pode-se calcular o prazo médio de pagamento da seguinte forma:

PMPC = (fornecedores / compras) × 360

12 LUCRO POR AÇÃO

Mostra quanto cada ação obteve de lucro no exercício analisado. Em termos de


rentabilidade, o lucro por ação avaliado percentualmente tem o mesmo significado que a
rentabilidade do capital próprio. A fórmula é a seguinte:

LPA = LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO


NÚMERO DE AÇÕES

O lucro por ação analisado individualmente não diz praticamente nada. Não é
possível uma análise comparativa com outras empresas, uma vez que a quantidade de
ações que cada empresa emite e tem em circulação é variada e a determinação da
quantidade de ações do capital social é arbitrária.
A análise do indicador individual só tem sentido em comparação com outros
períodos da empresa, tanto do passado como do futuro. Este indicador, contudo, é
importante para a análise conjunta com o indicador preço/lucro, que abordaremos a
seguir.

44
12.1 Valor Patrimonial da Ação

Este indicador tem por objetivo atribuir um valor para cada ação. O valor é
representado por uma avaliação a valores contábeis. O valor da empresa no sistema
contábil é expresso pelo total do patrimônio líquido, que inclui o capital social, as reservas
e os lucros acumulados (lucros não distribuídos). A fórmula é a seguinte:

VPA = PATRIMÔNIO LÍQUIDO


NÚMERO DE AÇÕES EM CIRCULAÇÃO

12.2 Relação Preço/Lucro

Este indicador representa teoricamente o tempo do retorno do investimento feito


em ações, considerando a última informação de lucro obtido por ação. Pode ser calculado
tanto com o valor patrimonial como com o valor de mercado. O mais utilizado é o valor
de mercado, que está sendo adotado. A fórmula é a seguinte:

PREÇO/LUCRO = VALOR DE MERCADO DA AÇÃO


LUCRO POR AÇÃO (LPA)

12.3 Dividendo por Ação

Indica quanto do lucro distribuído deverá caber a cada ação. Para encontrar utiliza-
se a seguinte fórmula:

DIVIDENDO POR AÇÃO = DIVIDENDOS PAGOS


Nº DE AÇÕES

45
13 GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA E GRAU DE ALAVANCAGEM
OPERACIONAL

13.1 Grau de Alavancagem Financeira (GAF)

O grau de alavancagem financeira diz respeito ao montante de terceiros presente


na estrutura de capital da empresa e que são utilizados para financiar investimentos, os
quais podem gerar aumento de produção, de vendas e de lucros. O grau de alavancagem
financeira é o valor residual do retorno dos recursos após a quitação da obrigação e os
juros dela decorrentes.
Conforme Higgins (2014, p. 47), “a alavancagem financeira de uma empresa
aumenta quando ela eleva a proporção de seu endividamento com relação ao capital
próprio usado para financiar as atividades”. Fórmula:

GAF= RSPL (Retorno sobre o patrimônio líquido)


RSPL (Retorno sobre o ativo)

A alavancagem financeira é mensurada a partir da relação entre as receitas


operacionais e o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (LAJIDA ou
EBITDA).

13.2 Grau de Alavancagem Operacional (GAO)

Nota-se que é a representação da variação percentual nos lucros operacionais em


relação a uma variação percentual no volume de vendas Chagas (2017, p. 161)
argumenta que [...]“o grau de alavancagem operacional (GAO) é uma ferramenta
gerencial e financeira que mede a variação do lucro em razão de uma variação no volume
de vendas”.
A alavancagem operacional é mensurada a partir da relação entre a receita de
vendas e o lucro antes dos encargos financeiros (LAJIR ou EBIT). Higgins (2014, p. 47)

46
destaca que esse tipo de alavancagem “é preocupante para os credores porque ela
amplifica os riscos básicos de negócio enfrentados por uma empresa”.
Isto é possível tendo em conta a possibilidade de aumentar o nível de atividade
mantendo a estabilidade dos custos fixos sem expandir os ativos fixos.
Fórmula:
GAO = Variação no lucro operacional (%)
Variação no volume de vendas (%)

14 SOLVÊNCIA E INSOLVÊNCIA

14.1 Grau de Solvência

O grau de solvência refere-se à capacidade de uma organização cumprir suas


obrigações financeiras utilizando os recursos que compõem seu ativo. Em poucas
palavras, uma empresa é solvente quando seus ativos são maiores que os seus passivos.
Conforme Gittman (2010), a liquidez está ligada à capacidade de uma empresa
cumprir as obrigações de curto prazo à medida que elas vencem. Vale ressaltar que o
termo "liquidez" também se aplica a investimentos que podem ser liquidados
rapidamente.
A solvência é determinada mediante a seguinte fórmula:

SOLVÊNCIA GERAL = ATIVO TOTAL


PASSIVO EXIGÍVEL

A empresa será solvente se o índice for maior que 1. Porém, se o índice seja menor
que 1 será insolvente.

14.2 Fator de Insolvência - Índice de Kanitz

A insolvência refere-se a uma situação em que uma empresa não tem ganhos
suficientes para cumprir suas obrigações. Esta situação está frequentemente associada
47
a uma má gestão do capital de giro ou a erros no cálculo das provisões necessárias. Por
fim, a insolvência de uma empresa pode levar a um processo de recuperação, e caso
este não seja bem-sucedido, pode findar com a falência da empresa.
A pesquisa realizada por Kanitz originou um índice que visava prever a insolvência
das empresas. Esse índice emprega modelos estatísticos usados em uma equação
matemática. O objetivo desse modelo é avaliar o risco de insolvência, utilizando um fator
conhecido como Fator de Insolvência (FI), indicando três possíveis situações: solvência,
penumbra ou situação indefinida e insolvência” (SOUZA; SANTOS, 2013).
A equação desenvolvida por Kanitz (1978) ficou assim descrita:

FI = 0,05 X1 + 1,65 X2 + 3,55 X3 – 1,06 X4 – 0,33 X5

Sendo:

Após utilizar a fórmula matemática acima descrita, obtém-se o índice que deve ser
analisado a partir do termômetro desenvolvido por Kanitz (1978). Segundo esse
termômetro, que apresenta variações acima e abaixo de zero, a empresa apresentaria
um dos três estados: solvente, penumbra e insolvente.

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Segundo Kanitz (1978, p. 102), “os valores abaixo de –3 indicam que a empresa
se encontra numa situação que poderá levá-la à falência: evidentemente, quanto menor
esse valor, mais próxima da falência estará a empresa”. Se uma empresa, por exemplo,
apresentar um fator de insolvência de –18, pode-se considerar que ela terá 94% de
chances de falir, no prazo de um ano. Outras interpretações do índice são possíveis. Para
isso, é necessário analisar que:
FI maior que 0 = empresa sem problemas financeiros — solvente
FI entre (3) e 0 = empresa com situação financeira indefinida — penumbra
FI inferior a (3) = empresa enfrentando problemas financeiros — insolvente

Termômetro de insolvência de Kanitz.

Fonte: Adaptada de (KANITZ, 1978).

O termômetro de insolvência de Kanitz se popularizou como uma importante


ferramenta no processo de tomada de decisão das empresas, como as concedentes de
crédito, por exemplo, ou também como forma de os gestores ajustarem a estratégia
empresarial.

49
Por fim, vale destacar que o conteúdo abordou as fórmulas mais utilizadas para
análise de demonstrações financeiras. No entanto, para que o profissional forneça um
relatório sobre a situação financeira da empresa, é necessário analisar outros aspectos
econômico e financeiros da empresa, assim como estabelecer comparações com outras
empresas que exercem a mesma atividade econômica.

15 ESTRUTURA DE CAPITAL

15.1 Imobilização do Capital Próprio

Uma variante da abordagem ortodoxa da teoria de finanças entende ser um


princípio de boa política financeira que os bens e direitos adquiridos em caráter de
permanência (o antigo permanente) devam ser financiados, com prioridade, por recursos
próprios. Esses bens e direitos estão representados no balanço patrimonial no Ativo Não
Circulante pelos elementos de Investimentos, Imobilizado e Intangíveis. Denomina-se
esse conjunto de elementos patrimoniais, quando necessário nas análises, por ativo fixo
ou ativos fixos.
Quanto maior a aplicação de recursos no ativo fixo, maiores serão os custos fixos
da empresa (depreciação, seguros e despesas de manutenção), contribuindo para elevar
o ponto crítico ou o desequilíbrio da condição financeira da empresa.
Quanto mais a empresa investir no ativo fixo, menos recursos próprios sobrarão
para o ativo circulante e, em consequência, maior será a dependência de capitais de
terceiros para o financiamento do ativo circulante. A fórmula é a seguinte:

ICP = Ativo Fixo


Patrimônio Líquido

15.2 Participação de Capitais de Terceiros Sobre Recursos Próprios

Mediante a fórmula exposta abaixo é possível identificar o valor que a empresa


possui de capital de terceiros para cada R$ 1,00 de capital próprio.

PCT = CAPITAIS DE TERCEIROS


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CAPITAIS PRÓPRIOS
16 ÍNDICES DE ANÁLISE BANCÁRIA

16.1 Descontos de Duplicatas

Segundo Assaf Neto e Lima (2017), o desconto de duplicatas é a negociação de


um título representativo de um crédito em alguma data anterior à de seu vencimento. É
uma forma de antecipar o recebimento de um crédito mediante a cessão dos seus direitos
a um mutuante.
Usado para indicar o valor que a empresa descontou para cada R$ 1,00 de
duplicatas a receber.

IDD = DUPLICATAS DESCONTADAS


DUPLICATAS A RECEBER

16.2 Reciprocidade Bancária

A fórmula indica o valor que a empresa mantém no Banco, um saldo médio, para
cada R$ 1,00 emprestado dos bancos.

RB = BANCOS CONTA MOVIMENTO


DUPLICATAS DESCONTADAS + EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS

16.3 Participação dos Recursos Bancários Sobre o Capital de Terceiros

Informa a quantidade em reais que a organização assumiu nas instituições


financeiras para cada R$1,00 de capitais de terceiros.

PRB = DUPLICATAS DESCONTADAS + EMPRÉSTIMOS BANC +FINANCIAMENTOS


CAPITAIS DE TERCEIROS

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17 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALBUQUERQUE, Antônio Carlos Carneiro de. Terceiro setor: história e gestão de


organizações. São Paulo: Summus, 2006.

ALMEIDA, M. C. Análise das demonstrações contábeis em IFRS e CPC: facilitada e


sistematizada. São Paulo: Atlas, 2019.

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financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Fundamentos da administração financeira. 3. ed. São


Paulo: Atlas, 2017.

BRASIL. RESOLUÇÃO CFC Nº 1.330/11. ITG 2000 – Escrituração Contábil, 2011.


BRASIL. CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002.

BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC nº 1185 de 28 de agosto


de 2009. Dispõe sobre a aprovação da NBC T 19.27 - Apresentação das
Demonstrações Contábeis. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil]. Brasília,
DF, 15 de setembro de 2009.

BRASIL. Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Estabelece as diretrizes sobre


elaboração e divulgação das demonstrações financeiras. Diário Oficial [da República
Federativa do Brasil] Brasília, DF, 28 de dezembro de 2007.

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sociedades por ações. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil] Brasília, DF,
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Conselho Federal de Contabilidade. Princípios fundamentais e normas brasileiras de


contabilidade. Brasília: CFC, 2003.

CPC 03 – Demonstração do Fluxo de Caixa.

CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis.

52
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GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson


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IUDÍCIBUS, S. Análise de balanços. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

IUDÍCIBUS, Sergio de; MARION, José Carlos. Contabilidade Comercial: atualizado


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MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

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MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial.


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