Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 4
2
4.1.1 Balanço Patrimonial.................................................................... 40
4.1.2 Demonstração do Resultado do Exercício ................................. 41
4.2 Tipos de Análise Financeira ............................................................. 41
3
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
4
2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
5
[...] é uma área de estudo que aborda assuntos relacionados às finanças
empresariais. Está diretamente ligada a movimentação de recursos
financeiros, utilizando-se de outras áreas do conhecimento como:
Administração, Economia e a Contabilidade, para propiciar à empresa um
melhor desempenho na utilização de seus recursos monetários (COSTA;
AQUINO; DEMARCHI, 2018, p.16).
6
A definição de microempreendedor individual está prescrita na Lei
Complementar nº 123/2006, no parágrafo único do art. 18-A. Considera-se aquele que
exerce atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços, no
âmbito rural inclusive, com receita bruta de até R$ 81 mil no ano-calendário anterior,
seja optante pelo Simples Nacional e não apresente qualquer impedimento previsto
em lei (BRASIL, 2006 - Redação dada pela Lei Complementar nº 188/2021).
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) classifica
seus clientes conforme o porte, o que permite uma atuação adaptada às
características de cada segmento, por meio da oferta de linhas, programas e
condições específicas. O apoio às micro, pequenas e médias empresas, por exemplo,
é considerado prioritário pelo BNDES, oferecendo condições especiais com o objetivo
principal de facilitar o acesso ao crédito para essas empresas. A classificação por
porte é feita com base na receita operacional bruta (ROB) das empresas ou com base
na receita anual dos clientes pessoa física. Seguem os valores utilizados pelo BNDES
para classificar as empresas quanto ao porte:
Fonte: https://www.bndes.gov.br
Independentemente do porte da organização, o sucesso da empresa depende
de uma boa gestão financeira, que deve estar bem estruturada com diversas áreas,
incluindo Produção, Marketing e Comercial, pois todos demandam recursos
financeiros e, não raro, possuem visões diferentes de prioridades. No entanto, cabe
ao gestor a sagacidade em analisar os créditos e os demonstrativos contábeis, avaliar
a manutenção de estoques, acompanhar faturamentos e fluxos de caixa.
Segundo Ross (2015), a administração financeira existe, porque trabalha para
a sobrevivência dos negócios, evitando falência, superando a concorrência e
7
minimizando os custos, além de, maximizar as vendas ou a participação no mercado
e aumentar os ganhos para garantir o crescimento dos lucros. “A gestão financeira
de qualquer empresa é executada e desenvolvida pelo administrador financeiro.
Sendo este o ocupante, geralmente, de cargo de diretoria ou alta gerência” (COSTA;
AQUINO; DEMARCHI, 2018, p.17).
Assim, dentre os diversos pensamentos encontrados na literatura, o que mais
se destaca é o que conceitua a administração financeira como um conjunto de
métodos e técnicas utilizadas para gerenciar os recursos financeiros da organização
com o objetivo de maximizar o retorno do capital investido pelos acionistas
(OLIVEIRA, 2019).
A gestão eficaz dos recursos depende da interpretação dos sinais emitidos pelo
ambiente econômico, os quais devem ser interpretados e utilizados como diretrizes
para as decisões de curto, médio e longo prazos, portanto, os administradores
financeiros devem manter-se atentos ao comportamento do ambiente externo à
empresa, uma vez que a gestão financeira precisa estar estruturada com o
comportamento da economia (HOJI, 2018).
Conforme Hoji (2018), dado que a maioria das decisões tomadas pelo
administrador em uma organização envolve uma análise de custo versus benefício. A
gestão financeira funciona como um dos papéis mais importantes da empresa, seja
em operações de curto prazo envolvendo caixa, crédito, estoques, contas a receber,
contas a pagar, etc., ou operações de longo prazo, compreendendo investimentos,
orçamento de capital, estrutura de capital, entre outros. O administrador financeiro
deve estar atento à alocação adequada dos recursos disponíveis limitados.
8
As suas decisões tomadas abrangem, em resumo, os seguintes
aspectos:
Decisão sobre as alternativas de investimento: em quais tipos de ativos
os recursos devem ser investidos e que montante deverá ser investido.
Decisão sobre as alternativas de financiamento: como a empresa deverá
financiar suas atividades, se com recursos próprios ou de terceiros e, se das
duas formas, qual a composição adequada de financiamento para o seu
ramo de atividade.
Planejamento financeiro: elaboração das projeções financeiras para um
determinado período, em linha com os propósitos das demais áreas da
empresa.
Decisão sobre as políticas de crédito: para quem vender? Quanto
vender? Em que condições vender?
Administração das disponibilidades: administração do fluxo de entradas
e saídas de caixa para garantir o andamento das atividades operacionais e
a saúde financeira da empresa (HOJI,2018).
9
• Analisar, conhecer os problemas.
• Solucionar os problemas.
• Organizar e alocar os recursos, tanto financeiros, quanto tecnológicos e
humanos.
• Liderar, comunicando, dirigindo e motivando as pessoas.
• Fixar objetivos.
• Negociar.
• Tomar decisões.
• Controlar, mensurando e avaliando.
10
e os palpites nas decisões administrativas. Tais procedimentos são as linhas
mestras que definirão: O que? Quando? Quem? Como? serão feitas as
coisas.
- Organização: é o processo de alocar, arrumar e/ou distribuir tarefas,
responsabilidades e recursos entre os membros da organização. Significa
adequar a estrutura da organização aos objetivos propostos, isso porque
objetivos distintos requerem adaptações diferentes.
- Direção / Liderança: significa liderar, influenciar e motivar as pessoas a
realizarem tarefas essenciais à obtenção dos resultados. Ao contrário de
planejar e organizar, dirigir é uma atividade concreta, uma vez que envolve
trabalhar com pessoas. Sua função essencial é criar uma atmosfera
adequada para o exercício de todas as funções.
- Controle: finalmente, controle significa verificar, constatar ou certificar-se
da realização das atividades e objetivos conforme estabelecidos. Enfim,
controlar visa medir o desempenho das pessoas com relação aos objetivos
previstos para manter a empresa no caminho certo (ROSSÉS, 2014, p.21-
22).
13
O gestor/Administrador tem um papel muito importante dentro de uma
organização. Por isso, devem estar preparados, ter conhecimentos específicos sobre
sua área de atuação. As principais áreas que um gestor/administrador financeiro deve
conhecer são: contabilidade, administração, economia e matemática financeira.
2.2 Objetivos
15
Maximização da riqueza significa a contribuição para o aumento do valor da
empresa pela escolha e seleção dos investimentos que possuem a melhor
compensação entre o risco e o retorno. Como veremos adiante, frente a
determinado nível de risco, representa a taxa de retorno que justifica a opção por
um investimento (CHIAVENATO, 2022, p.9).
16
empresa, para que assim ela possa ter capacidade de pagamento e dispor de fundos
com custos menores em relação ao retorno que se espera de seus investimentos.
18
Segundo Chiavenato (2022), os programas de financiamento de médio (MP) e
longo prazo (LP) procuram à obtenção recursos de terceiros a prazos superiores a
seis meses e a um ano, respectivamente. Em geral, é realizado em conjunto com
organizações ou programas do setor público, como BB, Bacen, bancos de
desenvolvimento, CEF e Caixas Econômicas Estaduais. Pode ser obtido a partir de
fundos especiais de instituições públicas, por recursos captados no exterior, recursos
próprios e debêntures.
Rentabilidade
Liquidez
Rendimento
Desembaraço
Lucratividade
Negociabilidade
Retorno do investimento
Facilidade de troca
Aplicabilidade Disponibilidade
Para Hoji (2018), a obtenção de lucro pelas empresas está ligada à sua
capacidade de fornecimento de bens e serviços que atendam às necessidades da
sociedade. Para que isso seja possível, as empresas precisam de recursos tanto para
a aquisição de ativos fixos (imóveis, equipamentos e máquinas) quanto para a
manutenção de suas operações, pagando mão de obra, comprando estoques,
financiando clientes, pagando impostos, aluguéis, salários e encargos sociais etc.
Esses recursos são disponibilizados pelos intermediários financeiros que atuam no
mercado financeiro.
Na definição popular, lucro é o interesse, benefício ou vantagem obtido de uma
operação comercial, industrial entre outra, ou o ganho obtido de qualquer especulação
após a dedução das despesas. Na Gestão Financeira, o lucro é o retorno sobre o
capital investido diretamente em um negócio. Significa a diferença entre as receitas e
despesas da empresa ao longo de um período específico, como um ano ou semestre.
O lucro pode ser abordado de duas maneiras:
20
Lucro bruto: constitui a diferença entre a receita obtida pela venda de mercadorias
e o custo de sua produção (incluindo gastos com MP, despesas gerais, impostos e
remuneração da força de trabalho). É considerado um excedente econômico, isto é,
um rendimento gerado pela empresa após a dedução de todos os custos
necessários à produção da mercadoria ou à prestação do serviço. Na verdade, os
sistemas econômicos produzem tal excedente, mas somente no capitalismo
apresenta a forma de lucro. Algumas escolas econômicas – como a clássica, a
neoclássica e a marginalista – consideram o lucro uma remuneração do capital.
Para o marxismo, o lucro é uma forma de mais-valia resultante na apropriação de
uma parte do valor criado pelos trabalhadores.
Lucro líquido: é o resultado da subtração do lucro bruto da quantia correspondente
à depreciação do capital fixo (como máquinas e equipamentos) e das despesas
financeiras (como pagamento de juros de empréstimos). Uma parcela do lucro
líquido pode ser destinada em dinheiro para a retirada dos sócios (em empresas
individuais) ou em dividendos (em SA). Outra parcela pode ser destinada a
aumentar o capital da empresa em um fundo de reserva (CHIAVENATO, 2022,
p.11).
21
é desconhecido, mas calculável que pode causar danos a alguém ou uma
organização. Há um conflito recorrente e contínuo entre lucro e risco. Quanto maior o
lucro esperado, maior o risco enfrentado. No processo de tomada de decisão de
investimentos financeiros, a incerteza e o risco devem sempre ser considerados. Ao
tomar uma decisão de investimento, uma empresa ou investidor procura um portfólio
de ativos que proporcione retornos mais rápidos com menores riscos quanto ao futuro.
Uma carteira é um conjunto de ativos, enquanto um ativo é um conjunto de
bens ou créditos que compõem o patrimônio de uma organização. O ativo é o que se
tem, em contrapartida o passivo é o que se deve. Nesse sentido, segredo está em
maximizar não o lucro no curto prazo, mas a riqueza da empresa no longo prazo. É
possível reduzir certas despesas e diferir custos elevados de um novo equipamento
ou, ainda, despedir empregados mais produtivos e com salários maiores. No entanto,
isso não aumenta a riqueza da empresa; em vez disso, reduz despesas e coloca em
risco a rentabilidade futura (CHIAVENATO, 2022).
Uma decisão crucial para a Gestão Financeira é como usar ou gerenciar o lucro
líquido gerado pelo negócio após seu exercício fiscal, isto é, onde se deve alocar aos
recursos financeiros gerados pelas atividades operacionais ou extra operacionais da
entidade. Por um lado, o lucro pode ser retido pela organização e se constituir em uma
das suas fontes de recursos ou pode ser distribuído aos proprietários, ou acionistas
na forma de dividendos, ou, então, definir qual proporção dele será retida pela
empresa e qual será distribuída entre os acionistas. Essa decisão deve ser tomada
com base na opção de investimento cujo retorno seja superior ao que os proprietários
poderiam obter se eles mesmo aplicassem os recursos recebidos em decorrência da
distribuição dos lucros. Os riscos envolvidos nas aplicações disponíveis para a
empresa e seus proprietários também devem ser considerados.
23
Por meio de um volume maior de receitas 1.Pagar menos pelos itens ou serviços
(vendas). utilizados.
2.Administrar os recursos com maior
Por meio da redução dos custos (maior eficiência para evitar desperdícios.
eficiência e produtividade). 3.Por meio de um volume maior de
receitas (vendas) e investimento em
Por meio do investimento em ativos mais ativos mais rentáveis que produzam
rentáveis que produzam maiores maiores receitas.
receitas. 4.Aumento da eficiência e da
produtividade.
3 TIPOS DE CAPITAL
O capital é o valor líquido dos ativos de uma entidade. Ele é o recurso financeiro
básico do negócio: o investimento realizado pelos proprietários ou acionistas para a
criação e funcionamento da organização. No entanto, não é apenas o capital investido
pelos acionistas que impulsiona a empresa, pois ela também emprega capital de
terceiros na operação. Assim, quando se trata de propriedade, existem dois tipos de
capital: capital próprio e capital de terceiros (CHIAVENATO, 2022).
Segundo Chiavenato (2022), o capital pode ser dividido em dois tipos conforme
à sua utilização em capital fixo e capital de giro (ou capital circulante), onde se
completam mutuamente:
24
Capital fixo: é constituído pelos ativos imobilizados. Os investimentos em
ativos imobilizados são efetuados no longo prazo, são estáveis e sofrem
poucas alterações ao longo do tempo. É o caso de edifícios, fábricas,
máquinas e equipamentos, e instalações, de propriedade da empresa.
Capital de giro: é constituído de Gestão de ativos circulantes. Os
investimentos em ativos circulantes sofrem alterações muito frequentes,
quase cotidianas, pois o capital de giro está relacionado principalmente com
as vendas, que são realizadas diariamente e sofrem oscilações frequentes.
Esses investimentos são efetuados no curto prazo em função do ciclo de
operações da empresa. Boa parte das aplicações de fundos da empresa se
destina ao seu capital de giro. É oportuno diferenciar o capital de giro bruto e
o capital de giro líquido.
• Disponibilidades.
• Investimentos temporários.
• Contas a receber.
• Estoques (matérias-primas (MP) + materiais em vias + produtos acabados
(PA)).
CGL = AC – PC
25
do negócio. O Capital de Giro Líquido é um indicador da liquidez da empresa (com
outros índices de liquidez), pois se os Ativo Circulante cobrem as obrigações de curto
prazo (CP), a empresa terá capacidade de pagar suas contas nas datas nos
respectivos vencimentos. Essa hipótese é verdadeira quando os Ativo Circulante são
fontes de recebimento, enquanto os Passivo Circulante são fontes de desembolso,
tudo isso em prazos e datas mutuamente compatíveis. Ocorre que existem diferentes
graus de liquidez para cada Ativo Circulante e Passivo Circulante. Mas quanto maior
o montante em Ativo Circulante, mais fácil será converter parte deles em caixa para
pagar as dívidas nas datas de vencimento.
O capital de giro opera no curto prazo, sendo o curto prazo definido como um
período igual ao de um exercício social e geralmente corresponde a um ano. Quase
todos os indicadores financeiros são calculados com base na função do exercício
fiscal, com exceção dos indicadores financeiros mensais.
A gestão do capital de giro envolve as contas circulantes da empresa, inclusive
os Ativos Circulantes e os Passivos Circulantes. Nas empresas industriais, por
exemplo, os Ativos Circulantes representam praticamente a metade do ativo total e os
Passivos Circulantes montam a um terço do faturamento, razão pela qual a gestão do
capital de giro é uma das áreas mais importantes e conhecidas da Gestão Financeira.
Todo negócio requer um nível razoável de capital de giro, pois os Ativos
Circulantes devem ser suficientes para cobrir os Passivos Circulantes com alguma
margem de segurança. O objetivo da gestão de capital é gerenciar cada um dos Ativos
Circulantes e Passivos Circulantes da organização para garantir um nível aceitável de
circulação de capital circulante líquido. Por envolver aplicações em Ativo Circulante, a
gestão do capital de giro deve contemplar três questões que devem ser conciliadas:
1.Os Ativos Circulantes devem ter uma liquidez compatível com a composição dos
prazos de vencimentos das dívidas, principalmente os de CP. Isso significa que o
eles devem ter um prazo para se transformarem em dinheiro e um risco de
26
transformação em dinheiro. As contas devem ser pagas nos vencimentos e eles
deverão estar líquidos nos momentos certos. Isso significa que o AC deve ter sua
liquidez aprazada com as datas de vencimentos das contas a pagar.
2.O dilema entre liquidez e rentabilidade dos Ativos Circulantes. Eles constituem um
investimento necessário para sustentar certo volume de vendas da empresa. Assim,
contribuem para o objetivo de rentabilidade à medida que garantem certo volume
de vendas. Contudo, seu retorno direto (rentabilidade) – principalmente nas
disponibilidades e nos investimentos temporários – é bem menor do que o dos
investimentos em ativos fixos. Isso significa que, ao enfatizar a liquidez, eles podem
perder rentabilidade. A dificuldade está no equilíbrio de ambos.
3. A gestão dos AC (principalmente das disponibilidades e dos estoques) deve
proporcionar saldos adequados que não sejam excessivos, de um lado, ou
insuficientes, de outro. É preciso evitar os extremos: a manutenção de saldos
excessivos (com investimentos e custos mais altos) e a manutenção de saldos
insuficientes (com investimentos e custos menores, mas com riscos maiores, como
falta de caixa ou falta de estoques). Para não pendular entre os custos do excesso
e os riscos da insuficiência, o remédio é calcular o lote econômico. O lote econômico
é o ponto satisfatório que minimiza as desvantagens do excesso e da escassez. A
dificuldade é encontrar um meio-termo, evitando o excesso ou a escassez
(CHIAVENATO, 2022, p.48).
Cada empresa tem seu próprio ciclo de caixa, que pode variar muito
dependendo das flutuações do mercado e da natureza dos negócios da empresa.
Uma empresa com um ciclo de caixa curto e rápido tem um capital de giro capaz de
girar várias vezes ao ano, enquanto uma com ciclo de caixa longo e lento não tem
capacidade de girar seu capital de giro mais rapidamente. No fundo, os Ativos
Circulantes constituem o capital da empresa que gira até converter-se em dinheiro
27
dentro de um ciclo de operações. Esse ciclo de operações varia conforme a natureza
das operações, e constitui o tempo necessário para que uma aplicação de dinheiro
em insumos circule completamente, desde a compra de matérias-primas e o
pagamento do pessoal até o recebimento pela venda do produto/serviço ao cliente.
Para segurança das entidades, o caixa precisa ser devidamente planejado
conforme o ciclo de caixa das operações da empresa, ou seja, o fluxo das entradas e
saídas de recursos financeiros do caixa (CHIAVENATO, 2022).
28
Conforme Ross et al. (2015, p. 639), “[…] a ideia do orçamento de caixa é
simples: ele registra as estimativas de recebimentos de caixa (o caixa que entra) e de
desembolsos de caixa (o caixa que sai). O resultado é uma estimativa de excedentes
ou de faltas de caixa”. O orçamento de caixa deveria cobrir o ciclo de caixa, porém
geralmente cobre o exercício de um ano, podendo ainda ser montado para qualquer
período e subdividido em intervalos menores, que variam de dias a semanas.
A previsão de vendas que a área comercial disponibiliza regularmente ao
órgão da Gestão Financeira é uma informação fundamental para qualquer orçamento
de caixa. Conhecer a previsão de vendas permite saber o que pode vender no
mercado, assim como, o que precisa produzir e entregar. Com isso, baseado na
previsão de vendas, é possível estimar as entradas e receitas da empresa, bem como
os custos associados à produção, armazenagem e distribuição. Também é possível
determinar o nível de imobilizado necessário e o financiamento a ser captado para
garantir o nível previsto de produção e vendas.
O objetivo da gestão de caixa é operar de forma que uma quantidade mínima
de dinheiro em caixa seja necessária para garantir as operações normais da entidade.
Alguns princípios fundamentais são necessários para a gestão da caixa:
29
vendas esperadas de seus produtos/serviços. As vendas realizadas à vista devem ser
colocadas no orçamento de caixa mensalmente.
• Aquisição de equipamentos.
• Compras à vista.
• Aluguéis.
• Salários do pessoal e encargos sociais.
• Pagamentos de dividendos a acionistas.
• Pagamentos de duplicatas.
• Recolhimento de impostos.
• Pagamento de juros, etc.
30
3.5 GESTÃO DE ATIVOS CIRCULANTES
31
de mantê-las. Se a empresa afrouxar seus padrões de crédito, deverá ocorrer
um aumento nas duplicatas a receber e do custo de sua manutenção, enquanto
se a empresa arrochar os padrões de crédito, ocorrerá uma diminuição das
duplicatas a receber e do custo de mantê-las.
• Perda com devedores incobráveis ou duvidosos: o risco de uma conta tornar-
se incobrável aumenta quando os padrões de crédito são afrouxados e diminui
quando os padrões se tornam mais exigentes e restritivos.
32
Para a empresa ao reduzir o nível dos devedores duvidosos ou incobráveis, ela
aumenta os gastos em cobrança. Porém, esses gastos adicionais deverão reduzir as
perdas com devedores incobráveis. Caso contrário, representarão simplesmente um
gasto a mais e sem retorno. Assim, a gestão das contas a receber deve ter critérios
baseados em políticas de crédito, condições de crédito e políticas de cobrança
adequadas às necessidades da organização.
33
suficientes para atender às necessidades da produção e reduzir o risco de faltas de
estoque. Assim, a empresa precisa determinar o nível ótimo de estoques capaz de
conciliar esses dois objetivos antagônicos e conflitantes. Existem três tipos básicos de
estoque: matéria-prima, produtos em fabricação e Produtos Acabados.
34
investimento exigido em PA. Os PA ficam geralmente estocados no depósito de PA
(CHIAVENATO, 2022, p.58).
35
• Itens do grupo C: representam cerca de 50% ou mais de todos os itens do
estoque e são responsáveis por apenas 5% do investimento.
O princípio ABC pode ser aplicado aos mais variados tipos de análise em que
se pretende priorizar a definição daquilo que é mais ou menos importante em um
extenso universo de situações e, assim, estabelecer o que merece maior ou menor
atenção por parte da administração. Contudo, a aplicação pura e simples do princípio
ABC, sem considerar aspectos diferenciados inerentes aos materiais quanto à sua
utilização, aplicação e aquisição, pode trazer distorções quanto à classificação de
importância e às estratégias de utilização daqueles.
36
financeiros de empatar em estoques. Os custos de manter também são expressos
em termos monetários por unidade.
Custos totais: representam a soma dos custos de pedir e de manter estoques.
37
avaliar se os ativos da empresa estão sendo adequadamente administrados do ponto
de vista da liquidez, da rentabilidade e da eficiência operacional. Por outro lado, a GF
precisa demonstrar os resultados financeiros das operações da empresa à alta
direção para que esta possa ter uma ideia de como os fundos disponíveis estão sendo
utilizados e aplicados e tomar futuras decisões. Assim, a GF precisa oferecer
demonstrações financeiras que permitem dois tipos de análise:
38
A finalidade da análise das demonstrações financeiras é proporcionar uma visão
comparativa da situação financeira e do desempenho da empresa, bem como os
resultados por ela proporcionados.
• Balanço Patrimonial.
• Demonstração do Resultado do Exercício.
• DOAR.
• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAC).
• Demonstrações de Fluxo de Caixa (DFC).
39
4.1.1 Balanço Patrimonial
A = PE + PL
Em que:
Além das análises horizontal e vertical, é comum utilizar a análise por meio de
índices. É uma técnica por meio de índices que consiste em relacionar contas e grupos
de contas para extrair conclusões sobre tendências e a situação econômico-financeira
da empresa. Assim, pode-se trabalhar com índices ou com percentuais. A
classificação por índices permite também comparar os índices de uma empresa com
os de outras do mesmo ramo ou tamanho. Tal comparação é possível por meio de
publicações feitas por revistas especializadas.
Índices, indicadores ou métricas são indispensáveis para se analisar o
desempenho e os resultados obtidos por uma empresa. O que não se pode medir não
se pode administrar. Um índice é o quociente resultante de uma equação. Um índice
financeiro corresponde à comparação de valores monetários absolutos e que
proporciona um dado relativo entre eles. As demonstrações financeiras são
geralmente submetidas à aplicação de quatro índices financeiros:
• Índices de liquidez.
• Índices de rentabilidade.
• Índices de atividade ou de eficiência operacional.
• Índices de endividamento.
42
vencimento. A liquidez constitui a solvência financeira, isto é, recursos não
imobilizados disponíveis para cada real de dívida. Assim, os Ativos Circulantes se
tornam importantes para oferecer disponibilidades à empresa. Para se avaliar o grau
de liquidez ou de solvência da empresa, utiliza-se uma variedade de índices de
liquidez. Os mais utilizados são:
43
Além disso, existem negócios que possuem ativos circulantes baixos, seja por
operarem com estoque baixo, seja por possuírem uma política de vendas com cessão
de baixo prazo de pagamento das vendas. Assim, ao analisar os indicadores de
liquidez de uma empresa, é fundamental compará-los com a média do setor em que
a empresa atua.
44
LIQUIDEZ IMEDIATA = DISPONÍVEL
PASSIVO CIRCULANTE
47
4.4.3 Retorno sobre o Investimento
O Lucro Por Ação representa o valor ganho para cada ação ordinária emitida,
sendo importante tanto para a empresa quanto paras os acionistas atuais ou
potenciais. O mercado o considera um importante indicador do desempenho da
empresa. O LPA é calculado por meio da seguinte equação:
49
maior o período para pagar, melhor é para a empresa. Os principais índices de
atividade (ou de eficiência operacional) são os seguintes:
50
4.5.3 Giro do Estoque ou Rotação do Estoque de Produtos Acabados
51
empresa e medem a participação de recursos financiados por terceiros. São obtidos
a partir do Balanço Patrimonial. Os principais índices de endividamento são:
52
4.7 Análise do fluxo de fundos
54
• Estabelecer a relação entre as fontes de curto e longo prazos e as aplicações
de curto e longo prazos.
55
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 2.ed. São Paulo: Atlas,
2006.
BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira. 1.ed. São Paulo:
Atlas, 1995.
BRASIL. Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto
Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm>. Acesso em: 10 Ago/2022.
CASE, J. BERMAN, K. KNIGHT, J. Inteligência Financeira na Empresa –
Desmistificando Conceitos Financeiros Contábeis. 1.ed. Rio de Janeiro, Alta
Books, 2017.
CHIAVENATO, I. Gestão Financeira: Uma Abordagem Introdutória. 4.ed. Grupo
GEN, 2022.
COSTA, É. da S.; AQUINO, L. M. A.; DEMARCHI, Luciana. Gestão Financeira.
Cuiabá – MT, 2018.
CRUZ, J. A. W. Gestão Financeira Moderna: Uma Abordagem Prática. Curitiba:
InterSaberes, 2013.
DOS SANTOS, C. L. A.; MORRISSY, A. C. O GESTOR FINANCEIRO. Rio de Janeiro,
2011.
FILHO, P. S. Gestão Financeira Para Eventos. Curitiba: Instituto Federal do Paraná,
2013.
GALVÃO, A. M. et al. Gestão de riscos no mercado financeiro. 1.ed. Editora
Saraiva, 2018.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 14.ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2017.
GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, E. Administração Financeira. 3.ed. São Paulo:
Saraiva, 1998.
HOJI, M. Gestão Financeira Econômica.1. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2018.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. (2020).
Demografia de empresas: em 2018, taxa de sobrevivência das empresas foi de 84,1%.
Brasília. Disponível em: https://bit.ly/3Y8VDED. Acesso em ago.2022.
IUDÍCIBUS, Sergio de. Análise de balanços. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
57