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Sabe-se por lei (Código Comercial) que as empresas devem elaborar e apresentar no final de
cada período económico, as demonstrações financeiras e passá-las para os respectivos livros
estabelecidos para o efeito, dentro dos prazos estabelecidos pelo próprio Código Comercial.
Também o normativo contabilístico em Moçambique, mais precisamente por via do quadro
conceptual e do parágrafo 4 da NCRF 1 Apresentação de demonstrações financeiras, obriga as
empresas a apresentarem, em cada data de relato, um conjunto completo de demonstrações
financeiras que inclui, de acordo com o parágrafo 7 da mesma norma, um balanço, uma
demonstração dos resultados, uma demonstração das variações no capital próprio, uma
demonstração dos fluxos de caixa e notas explicativas ao conteúdo das demonstrações
financeiras e que inclui, de entre outras, uma descrição minuciosa das políticas contabilísticas e
demais procedimentos adoptados para a preparação e respetivo relato.
Nota: O parágrafo 8 esclarece, contudo, que os relatórios de gestão e outros bem como outras
informações sobre o decurso dos negócios não contidas nas demonstrações financeiras
supracitadas não fazem parte do conjunto das demonstrações financeiras reguladas e abrangidas
pelo âmbito da NCRF 1 Apresentação de demonstrações financeiras, pelo que a sua elaboração
não visa necessariamente responder às exigências de relato aqui tratadas.
1.1 Balanço
Segundo Rodrigues, et al. (2010) o Balanço é o documento que mostra a posição financeira de
uma entidade num determinado momento. Na sua elaboração é fundamental tomar em atenção e
como base a distinção corrente/não corrente, que se encontra entre os parágrafos 37 e 44 da
NCRF 1, com base na qual o agrupamento dos activos é feito em ordem crescente de liquidez,
isto é, do menos líquido (investimentos de capital) ao mais líquido (meios líquidos de
pagamento) e o dos passivos em ordem crescente de exigibilidade, ou seja, começar pelo menos
exigível (dívidas a longo prazo) até ao mais exigível (dívidas com pagamento a prazo curto).
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A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é o documento que mostra a variação de caixa e
seus equivalentes durante um período (Rodrigues, et al., 2010). Nela importa realçar o conceito
dos equivalentes de caixa, regulados nos parágrafos 8 e 9 da NCRF 2 Demonstração dos fluxos
de caixa, que são os títulos e os investimentos de curto prazo de grande liquidez que são
prontamente convertíveis em caixa e que estão sujeitos a um risco insignificante de alterações de
valor (e.g., Acções detidas para venda em período inferior a 12 meses; dívidas tituladas de
clientes; Obrigações adquiridas e detidas com vencimento em período inferior a 12 meses). Em
sua elaboração este demonstrativo obedece três agrupamentos: as ACTIVIDADES
OPERACIONAIS, que são compostas pelas transacções que geram entradas e saídas
provenientes muito directamente ligados à exploração do objecto da actividade; as
ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO, compostas pelas transacções que geram entradas e
saídas ligadas aos investimentos de capital; e as ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO,
compostas pelas transacções ligadas à obtenção, reembolso e remuneração dos capitais da
empresa.
De acordo com Borges, et al. (2009) a Demonstração das Alterações no Capital Próprio
(DACP) é um documento demonstrativo, em formato matricial, que explica as variações
ocorridas no capital próprio durante determinado período. Rodrigues, et al. (2010), por sua vez,
afirma que este demonstrativo visa mostrar as variações ocorridas na composição e quantia do
capital próprio de uma entidade, durante um período, com evidenciação no resultado integral.
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A tabela que se segue apresenta o conteúdo exigido pelo normativo (para as primeiras cinco
notas) a fazer parte deste demonstrativo, sendo que outros aspectos relevantes podem ser
acrescidos e outros considerados não relevantes eliminados pela entidade que relata:
Nota Conteúdo
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Exemplo: A empresa “Este é o fim, S.A” iniciou a sua actividade em 2006 com 1.000 meticais
de capital. Em 31/12/2010 a empresa possuía a seguinte situação patrimonial e de resultados
(valores em meticais):
Dados adicionais:
1. A existência final de mercadorias em armazém foi avaliada em 1.200 meticais.
2. A empresa está sujeita a tributação das pessoas colectivas à taxa normal.
3. Ao longo do ano 2010 a empresa reforçou a sua participação no capital da XIS, S.A.
4. Houve realização durante o ano 2010, da dívida relativa à subscrição do capital social.
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