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ESTRUTURA E DEMONSTRAÇÕES

CONTÁBEIS
ALBENICI CORREIA DE MELO

e-Book 3
Sumário
INTRODUÇÃO������������������������������������������������� 3

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA


(DFC)�������������������������������������������������������������� 4
Demonstração do Fluxo de Caixa – Método Direto���������� 14
Demonstração do Fluxo de Caixa Método Indireto���������� 21

CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������������� 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS &


CONSULTADAS�������������������������������������������� 37
INTRODUÇÃO
Neste e-book teremos a oportunidade de conhecer
mais uma importante demonstração contábil: a
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), que é de
elaboração obrigatória de acordo com a legislação
e que auxilia no controle e gestão dos recursos
disponíveis, além de contribuir para o processo
decisório.

Ainda que o foco de análise do Fluxo de Caixa sejam


as Disponibilidades, notaremos que a DFC faz uso
de elementos presentes no Balanço Patrimonial e
na Demonstração do Resultado do Exercício, razão
pela qual acaba por oferecer diversas informações
acerca da condição patrimonial de uma entidade.

Por fim, conforme observaremos, embora de apre-


sentação obrigatória, a DFC não possui uma forma
única de elaboração, cada entidade poderá, a partir
da qualidade de seus controles internos, adotar o
modelo mais compatível com sua realidade.

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DEMONSTRAÇÃO DO
FLUXO DE CAIXA (DFC)
O que faz com que você tenha ciência quanto à
necessidade ou não de dinheiro? Como você sabe
se está precisando ou não de recursos financeiros?
Certamente na sua cabeça passa um pensamento
quanto ao que você irá receber de acordo com suas
fontes de renda e os compromissos que precisam
ser saldados. Basicamente, é mais ou menos dessa
forma que grande parte das pessoas faz a gestão
financeira dos seus recursos pessoais.

Agora, imagine se para uma entidade seria possível


adotar o mesmo procedimento. Certamente não,
não é mesmo? Como seria para uma entidade
avaliar a necessidade de recursos financeiros?

As entidades precisam a todo momento de geren-


ciamento com base em informações extraídas das
operações que efetuam, dessa forma têm condições
de identificar as necessidades de recursos tanto
para cumprimento de obrigações de curto como
de longo prazo, bem como identificar em quais
atividades há fluxo de recursos sendo operado.

As operações que uma entidade desenvolve são


convertidas em informações que comporão os
relatórios gerenciais e os relatórios contábeis.
Dessa forma a entidade consegue não só controlar

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o que faz como também estabelecer estratégias
para alcançar seus objetivos.

Dentre os controles que uma entidade precisa está


a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), que tem
como objeto justamente as Disponibilidades, que
são os recursos financeiros que a entidade possui e
que possibilitarão que ela explore suas atividades.

O controle financeiro é essencial para qualquer


entidade, uma vez que permite dimensionar e
direcionar recursos financeiros. O papel da De-
monstração do Fluxo de Caixa é o de justamente
segregar informações que impactam nos recursos
financeiros de uma entidade e subsidiar os gestores
nos processos decisórios. A Demonstração de Fluxo
de Caixa é tão importante que sua elaboração é
obrigatória de acordo com a legislação, mas nem
sempre foi assim.

O Fluxo de Caixa, embora contemple informações


essenciais para uma entidade, até o advento da Lei
11.638/07, não era uma demonstração contábil
obrigatória. Em seu lugar utilizava-se a Demons-
tração das Origens e Aplicações de Recursos
(DOAR), que embora seja uma demonstração
rica em informações, apresenta certa dificuldade
de compreensão por parte dos seus usuários.
Assim, a partir da Lei 11.638/07, que buscou a
convergência contábil aos padrões internacionais,

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a Demonstração de Fluxo de Caixa, que já era um
relatório amplamente usado internacionalmente,
passou a ser obrigatória no Brasil, possibilitando
maior abertura a investidores estrangeiros.

A Demonstração do Fluxo de Caixa é, portanto, uma


demonstração voltada ao controle das finanças
empresariais, contemplando as entradas e saídas
de recursos, o que permite um planejamento consis-
tente. Em outras palavras, é um relatório financeiro
que evidencia todo recurso que entrou e que saiu
do caixa da entidade durante determinado período.

Tem-se assim que a finalidade do Fluxo de Caixa é


evidenciar qual o movimento ocorrido nas Disponi-
bilidades durante determinado período, bem como
suas características, ou seja, quais as operações
que a entidade efetua e quais são os seus reflexos
nos recursos disponíveis:
Tabela 1: Exemplo de fluxo de caixa
Contas Saldo no Movimentos Saldo no final
Disponíveis início de X1 de X1
Caixa 1.000 (+ ou -) 4.800
Bancos 8.300 (+ ou -) 7.360
Aplicações 54.900 (+ ou -) 63.200
Totais 64.200 Diferença: R$ 75.360
11.160
Fonte: elaborado pela autora.

A DFC tem como finalidade demonstrar como o


saldo de R$ 64.200 evoluiu para R$ 75.360, explicar

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a diferença de R$ 11.160 e quais os movimentos
que afetaram as Disponibilidades.

A depender da metodologia empregada para elabo-


ração da Demonstração do Fluxo de Caixa, faz-se
uso de informações do Balanço Patrimonial (BP)
e do Demonstrativo de Resultados de Exercício
(DRE), bem como controles internos da entidade.

Logo, o uso conjunto da DFC com outras demons-


trações contábeis permite que usuários tenham
conhecimento acerca das mudanças ocorridas
nos ativos líquidos de uma entidade bem como
sua estrutura financeira no que se refere à análise
de solvência e liquidez e, ainda, adotar posturas
que possibilitem um melhor aproveitamento de
oportunidades e mesmo adaptação a mudanças.

O artigo 188 da Lei 6.404/76, com redação dada


pela Lei 11.638/07, determina a estrutura mínima
a ser indicada na DFC:

Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos


IV e V do caput do art. 176 desta lei indicarão, no
mínimo:
I – demonstração dos fluxos de caixa – as alte-
rações ocorridas, durante o exercício, no saldo
de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se
essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos:
a) das operações; b) dos financiamentos; c) dos
investimentos.

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Para além das disposições legais quanto à obri-
gatoriedade de elaboração da Demonstração do
Fluxo de Caixa, faz-se necessário atentar-se para
o Pronunciamento Técnico CPC 03, que dispõe
acerca dessa demonstração.

Por possuir uma estrutura de elaboração pré-de-


terminada, a DFC pode ser comparada com rela-
tórios de outras entidades, pois não apresenta as
divergências decorrentes da adoção de critérios
contábeis distintos.

O Pronunciamento Técnico CPC 03 estabelece a es-


trutura para elaboração da Demonstração do Fluxo de
Caixa (DFC). É preciso observá-lo quando da elaboração
dessa demonstração. Que tal conhecer mais? Acesse
o link: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/183_
CPC_03_R2_rev%2014.pdf

Sabemos a importância da DFC, mas, afinal, o que


ela contempla? Apenas as Disponibilidades? Para
entendermos a DFC, faz-se necessário conhecer
os termos usados, além do significado de cada
um deles. Observemos de acordo com o CPC 03:
y Caixa: compreende numerário em espécie e
depósitos bancários disponíveis. Corresponde aos
recursos em espécie que a entidade possui em

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sua tesouraria e mesmo os valores depositados
em conta corrente de livre movimentação;
y Equivalentes de caixa: são aplicações finan-
ceiras de curto prazo, de alta liquidez, que são
prontamente conversíveis em montante conhecido
de caixa e que estão sujeitas a um insignificante
risco de mudança de valor. Correspondem às apli-
cações que não possuem carência, ou seja, podem
ser resgatadas a qualquer momento sem que haja
mudança significativa em seu saldo;
y Fluxos de caixa: são as entradas e saídas
de caixa e equivalentes de caixa. Corresponde à
movimentação de entradas e saídas de recursos
disponíveis da entidade;
y Atividades operacionais: são as principais
atividades geradoras de receita da entidade e
outras atividades que não são de investimento e
tampouco de financiamento. Neste item devem
ser informadas as transações relacionadas ao
objeto social da entidade, ou seja, as atividades
principais desenvolvidas por ela. O CPC 03 elenca
como exemplos:

a) recebimentos de caixa pela venda de merca-


dorias e pela prestação de serviços;

b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties,


honorários, comissões e outras receitas;

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c) pagamentos de caixa a fornecedores de mer-
cadorias e serviços;

d) pagamentos de caixa a empregados ou por


conta de empregados;

e) recebimentos e pagamentos de caixa por


seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e
outros benefícios da apólice;

f) pagamentos ou restituição caixa e impostos


sobre a renda, a menos que possam ser espe-
cificamente identificados com as atividades de
financiamento ou de investimento;

g) recebimentos e pagamentos de caixa de


contratos mantidos para negociação imediata ou
disponíveis para venda futura.
y Atividades de investimento: são referentes à
aquisição e venda de ativos de longo prazo e de
outros investimentos não incluídos nos equivalen-
tes de caixa. Neste item devem ser informadas as
transações da entidade relacionadas a operações
não conflitantes com o objeto social da entidade,
com a finalidade de geração de lucros e fluxos de
caixa em período futuro. O CPC 03 elenca como
exemplos:

a) pagamentos em caixa para aquisição de ativo


imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo
prazo. Esses pagamentos incluem aqueles rela-

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cionados aos custos de desenvolvimento ativados
e aos ativos imobilizados de construção própria;
b) recebimentos de caixa resultantes da venda
de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos
de longo prazo;

c) pagamentos em caixa para aquisição de ins-


trumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida
de outras entidades e participações societárias em
joint ventures (exceto aqueles pagamentos refe-
rentes a títulos considerados como equivalentes
de caixa ou aqueles mantidos para negociação
imediata ou futura);

d) recebimentos de caixa provenientes da venda


de instrumentos patrimoniais ou instrumentos
de dívida de outras entidades e participações
societárias em joint ventures (exceto aqueles re-
cebimentos referentes aos títulos considerados
como equivalentes de caixa e aqueles mantidos
para negociação imediata ou futura);

e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos


a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e em-
préstimos feitos por instituição financeira);

f) recebimentos de caixa pela liquidação de


adiantamentos ou amortização de empréstimos
concedidos a terceiros (exceto aqueles adianta-
mentos e empréstimos de instituição financeira);

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g) pagamentos em caixa por contratos futuros, a
termo, de opção e swap, exceto quando tais con-
tratos forem mantidos para negociação imediata
ou futura, ou os pagamentos forem classificados
como atividades de financiamento;

h) recebimentos de caixa por contratos futuros,


a termo, de opção e swap, exceto quando tais
contratos forem mantidos para negociação ime-
diata ou venda futura, ou os recebimentos forem
classificados como atividades de financiamento.
y Atividades de financiamento: são aquelas que
resultam em mudanças no tamanho e na compo-
sição do capital próprio e no capital de terceiros
da entidade. Neste item devem ser alocadas as
transações da entidade relacionadas aos recursos
captados por ela para desenvolvimento de suas
atividades. O CPC 03 elenca como exemplos:

a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros


instrumentos patrimoniais;
b) pagamentos em caixa a investidores para ad-
quirir ou resgatar ações da entidade;

c) caixa recebido pela emissão de debêntures,


empréstimos, notas promissórias, outros títulos de
dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto
e longo prazos;

d) amortização de empréstimos e financiamentos;

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e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para
redução do passivo relativo a arrendamento.

Por fim, o CPC ainda disciplina que a apresentação


da DFC pode ser feita por meio de dois métodos:

1) Método direto: as atividades operacionais cor-


respondem à movimentação de entradas e saídas
dos recursos disponíveis;

2) Método indireto: as atividades operacionais


partem do resultado do período e recebem “ajus-
tes” referentes aos movimentos sem impacto nos
recursos disponíveis.

Observa-se que a diferença entre os dois métodos


reside na apresentação das operações relacionadas
às atividades operacionais, que, no caso do mé-
todo direto, parte das operações de recebimentos
e pagamentos da entidade, informações essas
coletadas nos controles internos específicos, até
mesmo no Livro Razão. O método indireto, por sua
vez, parte do resultado da entidade que recebe
ajustes decorrentes de operações que impactam
no resultado em virtude do regime de competência,
mas que não afetam as Disponibilidades, ou seja,
não geraram nenhum recebimento e nem mesmo
um pagamento.

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Essa diferença ficará mais evidente a partir de
agora, quando estudaremos cada método de forma
específica.

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE
CAIXA – MÉTODO DIRETO
A elaboração da DFC com base nessa metodologia
implica na divulgação de dados brutos das princi-
pais classes de recebimentos e pagamentos, os
quais podem ser obtidos por meio dos registros
contábeis efetuados pela entidade ou mesmo com
base em ajustes das vendas, custos dos produtos,
mercadorias ou serviços vendidos. Podem ser,
ainda, advindos de outros elementos presentes
na Demonstração de Resultado relacionados a
estoques, contas a pagar, contas a receber, itens
não relacionados a caixa e não classificados como
atividades de investimento ou financiamento.

Dessa maneira, a entidade terá que se valer de


controles internos para a obtenção de informações
que possibilitem a elaboração da Demonstração
de Fluxo de Caixa pela metodologia direta, além
disso, ao escolher essa opção, deve haver ainda
a divulgação adicional de uma conciliação entre o
lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades
operacionais, conforme estabelece a NBC TG 03:

A conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de


caixa líquido das atividades operacionais deve ser

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fornecida, obrigatoriamente, caso a entidade use o
método direto para apurar o fluxo líquido das ativi-
dades operacionais. A conciliação deve apresentar,
separadamente, por categoria, os principais itens a
serem conciliados, à semelhança do que deve fazer
a entidade que usa o método indireto em relação
aos ajustes ao lucro líquido ou prejuízo para apurar
o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais.

Observe que a forma de apresentação das atividades


operacionais nesse método parte dos recebimentos
e pagamentos extraídos das próprias operações da
entidade, logo, trata-se de um método em que são
consideradas as movimentações efetivas de entra-
das e saídas de recursos efetuadas pela entidade,
conforme modelo sugerido por Ribeiro (2018, p.125).

Por coletar informações direto de suas origens,


atribui-se a esse método a natureza “direta”, logo,
deve se verificar nos controles internos as operações
efetuadas pela entidade que geraram desembol-
sos, como pagamentos de salários, pagamentos
de fornecedores e as operações que geraram
entradas de recursos, por exemplo: recebimento
de clientes e devolução de recursos adiantados;
todos esses movimentos devem ser informados
na DFC na metodologia direta.

Observe atentamente o modelo da DFC sugerida por


Ribeiro (2018, p.125), em especial as informações

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presentes no item 1, que correspondem aos fluxos
de caixas das atividades operacionais, operações
segregadas entre recebimentos e pagamentos:
Tabela 2: Modelo de DFC pelo método direto
COMPANHIA:
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO
DIRETO
EXERCÍCIO FINDO EM:
DESCRIÇÃO EXERCÍCIO EXERCÍCIO
ATUAL R$ ANTERIOR
R$
1.FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVI-
DADES OPERACIONAIS
Valores recebidos de clientes
Valores pagos a fornecedores e
empregados
Imposto de renda e contribuição
social pagos
Pagamentos de contingências
Recebimentos por reembolso de
seguros
Recebimentos de lucros e dividen-
dos de subsidiárias
Outros recebimentos (pagamen-
tos) líquidos
(=) Disponibilidades líquidas
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades operacionais
2. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVI-
DADES DE INVESTIMENTO
(–) Compras de Investimentos
(–) Compras do Imobilizado
(–) Compras do Intangível

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COMPANHIA:
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO
DIRETO
EXERCÍCIO FINDO EM:
(+) Recebimentos por vendas de
Investimentos
(+) Recebimentos por vendas do
Imobilizado
(+) Recebimentos por vendas do
Intangível
(+) Recebimento de dividendos
(=) Disponibilidades líquidas
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades de investimento
3. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVI-
DADES DE FINANCIAMENTO
(+) Integralização de capital
(+) Empréstimos tomados
(–) Pagamento de dividendos
(–) Pagamento de Empréstimos
(=) Disponibilidades líquidas
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades de financiamento
4. AUMENTO (REDUÇÃO) NAS
DISPONIBILIDADES (1+/–2+/–3)
5. DISPONIBILIDADES NO INÍCIO
DO PERÍODO
6. DISPONIBILIDADES NO FINAL
DO PERÍODO (4+/–5)
Fonte: Ribeiro (2018, p. 125)

Vamos a um exemplo prático para compreender


melhor essa demonstração?

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A empresa a Arte de Brincar Indústria e Comércio de
Brinquedos Ltda. efetuou as seguintes operações:
y Ano de X1:

 Aquisição de investimento: R$ 1.760.000,00;


 Empréstimos tomados: R$ 800.000,00;
 Dividendos pagos: R$ 180.000,00;
 Pagamento de financiamento: R$ 160.600,00;
 Recebimentos de clientes: R$ 5.536.100,00;
 Pagamento de salários e encargos sociais:
R$ 1.457.050,00;
 Pagamento de fornecedores: R$ 1.289.000,00;
 Recebimento de dividendos: R$ 1.458.700,00;
 Pagamento de impostos: R$ 2.590.368,00;
 Recebimentos de juros: R$ 598.322,00.

y Ano de X2:

 Aquisição de imobilizado: R$ 496.421,00;


 Integralização de capital: R$ 3.000.000,00;
 Empréstimos tomados: R$ 1.000.000,00;
 Dividendos pagos: R$ 120.000,00;
 Pagamento de financiamento: R$ 84.600,00;
 Recebimentos de clientes: R$ 3.725.000,00;
 Pagamento de salários e encargos sociais:
R$ 893.200,00;
 Pagamento de fornecedores: R$ 1.987.236,00;
 Recebimento de dividendos: R$ 699.275,00;
 Pagamento de impostos: R$ 1.367.185,00;
 Recebimentos de juros: R$ 478.400,00.

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Saldo inicial das Disponibilidades em X1: R$ 100.100.

Saldo final em X1 e inicial em X2 das Disponibili-


dades: R$ 1.416.204.

Saldo final das Disponibilidade em X2: R$ 5.370.237.


Tabela 3: DFC pelo método direto da empresa fictícia A Arte de
Brincar
A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO
DIRETO
EXERCÍCIOS FINDOS EM: X2 e X1
DESCRIÇÃO EXERCÍCIO EXERCÍCIO
VALORES EXPRESSOS EM R$ X2 X1
1.FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVI-
DADES OPERACIONAIS
(+) Valores recebidos de clientes 3.725.000 5.536.100
(+) Valores recebidos de juros 478.400 598.322
(+) Pagamento de salários e (893.200) (1.457.050)
encargos sociais
(-) Pagamento de fornecedores (1.987.236) (1.289.000)
(-) Pagamento de impostos (1.367.185) (2.590.368)
(=) Disponibilidades líquidas (44.221) 798.004
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades operacionais
2. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVI-
DADES DE INVESTIMENTO
(–) Compras de Investimentos (1.760.000)
(–) Compras do Imobilizado (496.421)
(+) Valores recebidos de 699.275 1.458.700
dividendos
(=) Disponibilidades líquidas 202.854 (301.300)
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades de investimento

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A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO
DIRETO
EXERCÍCIOS FINDOS EM: X2 e X1
3. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVI-
DADES DE FINANCIAMENTO
(+) Integralização de capital 3.000.000
(+) Empréstimos tomados 1.000.000 800.000
(+) Pagamento de dividendos (120.000) (180.000)
(–) Pagamento de Empréstimos (84.600) (160.600)
(=) Disponibilidades líquidas 3.795.400 459.400
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades de financiamento
4. AUMENTO (REDUÇÃO) NAS 3.954.033 37.304
DISPONIBILIDADES (1+/–2+/–3)
5. DISPONIBILIDADES NO INÍCIO 1.416.204 100.100
DO PERÍODO
6. DISPONIBILIDADES NO FINAL 5.370.237 137.404
DO PERÍODO (4+/–5)
Fonte: elaborado pela autora.

Percebeu como é fácil a elaboração da Demons-


tração de Fluxo de Caixa pelo método direto? Esse
procedimento deve ser efetuado para cada período
de variação e as informações devem estar dispo-
níveis nos controles internos da entidade.

Não se esqueça de que os saldos iniciais e finais


devem sempre corresponder com os informados
nas demais demonstrações contábeis e mesmo
nos controles da entidade.

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Vamos agora conhecer a outra forma de elaboração
dessa demonstração, a Demonstração de Fluxo de
Caixa pelo método indireto?

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE
CAIXA MÉTODO INDIRETO
Notamos que na elaboração da Demonstração do
Fluxo de Caixa pelo método direto fazemos uso de
dados advindos dos controles internos que a enti-
dade adota, ou seja, a coleta de informação faz-se
mediante acesso a vários tipos de documentos, o
que não ocorre na metodologia indireta, conforme
estudaremos adiante.

A metodologia de elaboração indireta, como a própria


nomenclatura sugere, faz uso de dados advindos
de forma indireta, no caso, das demonstrações
contábeis: Balanço Patrimonial e Demonstração de
Resultado, e consiste em identificar as diferenças
entre os saldos de cada conta e informá-los na DFC.

O método indireto consiste, então, em coletar os


saldos finais das contas do Balanço Patrimonial de
determinado período e verificar a diferença entre
os saldos iniciais, é essa variação que deve ser
informada na DFC pelo método indireto.

Observe atentamente que no modelo indireto o


fluxo das atividades operacionais inicia-se com o
resultado (lucro/prejuízo) do período em análise, o

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qual é ajustado para mais ou para menos a depender
das operações constantes na DRE, mas que não
afetam as Disponibilidades, como é o caso das
apropriações, que impactam nas despesas/receitas
mas não geram efeitos no caixa e, por essa razão,
devem ter seus efeitos retirados daquele resultado.

Para que se faz isso? O método indireto faz uso


de informações coletadas do Balanço Patrimonial,
logo a diferença de um período para outro estará
evidenciada na DFC, mas sabemos que existem
operações cuja contrapartida são as contas de
resultado, portanto não irão aparecer no Balanço
Patrimonial, mas sim na DRE, que, quando encerrada,
deve ter seu saldo transferido para uma conta de
Lucro ou Prejuízo no Patrimônio Líquido.

Observe no modelo sugerido por Ribeiro (2018,


p.123) que as atividades operacionais se iniciam
com o resultado do exercício, na sequência esse
resultado é ajustado pelos movimentos presentes
na DRE, mas que não afetam as Disponibilidades,
por fim, temos os movimentos de aumento/redução
das contas com base nas variações apresentadas
no Balanço Patrimonial. Os demais fluxos (investi-
mento e financiamento) são iguais ao método direto.

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Tabela 4: Modelo de Fluxo de Caixa – Método Indireto
COMPANHIA:
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO
INDIRETO
EXERCÍCIO FINDO EM:
DESCRIÇÃO EXERCÍCIO EXERCÍCIO
ATUAL R$ ANTERIOR
R$
1.FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVI-
DADES OPERACIONAIS
Resultado do Exercício antes do
IR e da CSLL
Ajustes por:
(+) Depreciação, amortização etc.
(+/–) Resultado na venda de
Ativos Não Circulantes
(+/–) Equivalência patrimonial
Variações nos Ativos e Passivos
(Aumento) Redução em Clientes
(Aumento) Redução em contas a
receber
(Aumento) Redução dos
estoques
Aumento (Redução) em
Fornecedores
Aumento (Redução) em Contas
a Pagar
Aumento (Redução) no IR e na
CSL
(=) Disponibilidades líquidas
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades operacionais
2. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVI-
DADES DE INVESTIMENTO
(–) Compras de Investimentos

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COMPANHIA:
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO
INDIRETO
EXERCÍCIO FINDO EM:
(–) Compras do Imobilizado
(–) Compras do Intangível
(+) Recebimentos por vendas de
Investimentos
(+) Recebimentos por vendas do
Imobilizado
(+) Recebimento por vendas do
Intangível
(+) Recebimento de dividendos
(=) Disponibilidades líquidas
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades de investimento
3. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVI-
DADES DE FINANCIAMENTO
(+) Integralização de capital
(+) Empréstimos tomados
(–) Pagamento de dividendos
(–) Pagamento de Empréstimos
(=) Disponibilidades líquidas
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades de financiamento
4. AUMENTO (REDUÇÃO) NAS
DISPONIBILIDADES (1+/–2+/–3)
5. DISPONIBILIDADES NO INÍCIO
DO PERÍODO
6. DISPONIBILIDADES NO FINAL
DO PERÍODO (4+/–5)
Fonte: Ribeiro (2018, p. 123).

Vamos a um exemplo prático para compreender


melhor esta demonstração?

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Ao fim de cada ano social, a empresa A Arte de Brincar
apresentou as seguintes demonstrações contábeis:
Tabela 5: Demonstrações contábeis X2 e X1 da empresa fictícia
A Arte de Brincar
COMPANHIA:
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO
INDIRETO
EXERCÍCIO FINDO EM:
Balanço Patrimonial
Exercícios X2 e X1
ATIVO PASSIVO
Em reais 31.12.X2 31.12.X1 Em reais 31.12.X2 31.12.X1
(R$) (R$)
Circulante 6.633.042 5.155.573 Circulante 4.295.962 4.261.744

Caixa Geral 1.221 2.833 Fornecedores 689.634 547.693

Bancos c/ 177.259 237.415 Empréstimos 2.311.258 2.478.978


Movimento
Aplicações 1.589.897 1.278.128 Obrigações 475.360 587.258
Financeiras Trabalhistas
Duplicatas 967.877 765.236 Obrigações 522.369 537.568
a Receber Tributárias
Estoques 3.896.788 2.871.961 Contas a 297.341 110.247
Pagar

Não 3.418.166 4.033.778 Não 1.264.999 1.233.412


Circulante Circulante
Realizável 1.800.200 2.387.500 Exigível a 1.264.999 1.233.412
a Longo Longo Prazo
Prazo
Investi- 360.000 360.000 Patrimônio 4.490.247 3.694.195
mentos Líquido
Imobilizado 857.966 886.278 Capital Social 3.000.000 3.000.000
Intangível 400.000 400.000 Reserva de 1.490.247 694.195
Lucros

25
COMPANHIA:
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO
INDIRETO
EXERCÍCIO FINDO EM:
Total do 10.051.208 9.189.351 Total do 10.051.208 9.189.351
Ativo Passivo

Fonte: elaborado pela autora.

As Disponibilidades são:
y Caixa Geral: R$ 1.221 e R$ 2.833
y Bancos c/ Movimento: R$ 177.259 e R$ 237.415
y Aplicações Financeiras: R$ 1.589.897 e R$ 1.278.128

A DFC deve demonstrar como o saldo de R$


1.518.376 em X1 foi para R$ 1.768.377 em X2.

Observe ainda a necessidade de se verificar a


diferença na conta de “Reserva de Lucros” que irá
indicar o resultado apurado na DRE:

Reserva de Lucros: R$ 796.052 (R$ 1.490.247 - R$


694.195)
Tabela 6: Demonstrações contábeis X1 e X0 da empresa fictícia
A Arte de Brincar
A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
Balanço Patrimonial
Exercícios X1 e X0
ATIVO PASSIVO
Em reais 31.12.X2 31.12.X1 Em reais 31.12.X2 31.12.X1
(R$) (R$)
Circulante 5.155.573 5.723.313 Circulante 4.261.744 3.405.354

26
A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
Caixa Geral 2.833 1.287 Fornecedores 547.693 378.111

Bancos c/ 237.415 148.963 Empréstimos 2.478.978 1.573.018


Movimento
Aplicações 1.278.128 659.247 Obrigações 587.258 396.400
Financeiras Trabalhistas
Duplicatas 765.236 389.941 Obrigações 537.568 697.025
a Receber Tributárias
Estoques 2.871.961 3.023.875 Contas a 110.247 360.800
Pagar

Não 4.033.778 1.861.300 Não 1.233.412 823.700


Circulante Circulante
Realizável 2.387.500 1.029.000 Exigível a 1.233.412 823.700
a Longo Longo Prazo
Prazo
Investi- 360.000 185.000 Patrimônio 3.694.195 1.855.559
mentos Líquido
Imobilizado 886.278 247.300 Capital Social 3.000.000 2.000.000
Intangível 400.000 400.000 Reserva de 694.195 0,00
Lucros
Prejuízos 0,00 (144.441)
Acumulados
Total do 9.189.351 6.084.613 Total do 9.189.351 6.084.613
Ativo Passivo
Fonte: elaborado pela autora.

As Disponibilidades são:
y Caixa Geral: R$ 2.833 e R$ 1.287
y Bancos c/ Movimento: R$ 237.415 e R$ 148.963
y Aplicações Financeiras: R$ 1.278.128 e R$ 659.247

A DFC deve demonstrar como o saldo de R$ 809.497


em X0 foi para R$ 1.518.376 em X1.

27
Tabela 7: Disponibilidades X2, X1 e X0 da empresa fictícia A Arte
de Brincar
Disponibilidades: X2 X2 X1 X0
Caixa Geral 1.221 2.833 1.287
Bancos c/ Movimento 177.259 237.415 148.963
Aplicações 1.589.897 1.278.128 659.247
Financeiras
Total: 1.768.377 1.518.376 809.497
Fonte: elaborado pela autora.

Observe ainda a necessidade de se verificar a diferença


na conta de “Reserva de Lucros” e “Prejuízos Acumu-
lados” que irá indicar o resultado apurado na DRE:

Reserva de Lucros: R$ 694.195 (R$ 838.636 - R$


144.441).
Tabela 8: DRE X2 e X1 da empresa fictícia A Arte de Brincar
A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinque-
dos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
Demonstração do Resultado dos Exercícios X2 e X1
Disponibilidades: X2 X2 X1
Receita bruta 3.626.084 3.997.801
(-) Deduções s/vendas (189.777) (295.790)
(-) Impostos s/vendas (226.078) (283.714)
Receita Líquida 3.210.229 3.418.297
(-) Custo dos produtos (964.080) (1.197.833)
vendidos
Lucro Bruto 2.246.149 2.220.464
(-) Despesas operacionais (834.847) (767.381)
Despesas com pessoal (437.174) (392.058)
Despesas administrativas (222.980) (258.796)

28
A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinque-
dos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
Demonstração do Resultado dos Exercícios X2 e X1
Disponibilidades: X2 X2 X1
Despesas gerais (174.693) (116.527)
Resultado operacional 1.411.302 1.453.083
Resultado financeiro (615.250) (577.888)
Receita financeira 30.000 257.000
Despesas com juros (645.250) (834.888)
Resultado antes do IRPJ/ 796.052 875.195
CSLL
IRPJ/CSLL (36.559)
Resultado Líquido do 796.052 838.636
Exercício
Fonte: elaborado pela autora.

Abaixo, seguem os eventos lançados na Demons-


tração de Resultado (regime de competência) e
que não transitaram pelo caixa, portanto, deverão
ser ajustados na DFC:
Tabela 9: Eventos lançados na Demonstração de Resultado X2 e
X1
Evento X2 X1
Despesas com depreciação 78.312 54.600
Juros apropriados no 371.133 450.672
período
Apropriação do IRPJ/CSLL 0,00 36.559
Fonte: elaborado pela autora.

29
Tabela 10: DRE X1 e X0 da empresa fictícia A Arte de Brincar
A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
Demonstração do Resultado dos Exercícios X1 e X0
Em R$ X1 X0
Receita bruta 3.997.801 5.255.521
(-) Deduções s/vendas (295.790) (882.456)
(-) Impostos s/vendas (283.714) (724.049)
Receita Líquida 3.418.297 3.649.016
(-) Custo dos produtos (1.197.833) (2.178.057)
vendidos
Lucro Bruto 2.220.464 1.470.959
(-) Despesas operacionais (767.381) (862.820)
Despesas com pessoal (392.058) (395.037)
Despesas administrativas (258.796) (291.773)
Despesas gerais (116.527) (176.010)
Resultado operacional 1.453.083 608.139
Resultado financeiro (577.888) (752.580)
Receita financeira 257.000 112.000
Despesas com juros (834.888) (864.580)
Resultado antes do IRPJ/ 875.195 (144.441)
CSLL
IRPJ/CSLL (36.559)
Resultado Líquido do 838.636 (144.441)
Exercício
Fonte: elaborado pela autora.

O Demonstrativo do período de X0 foi mencionado


para fins de entendermos a origem do Prejuízo
Acumulado informado no Balanço Patrimonial e
como ele deixou de existir em X1.

30
Até X0, a entidade acumulava R$ 144.441 de Pre-
juízo Acumulado. Com o resultado lucro em X1 de
R$ 838.636, ela passou a ter lucro acumulado de R$
694.195, representado na conta de Reservas de Lucros.

Outros eventos que explicam as variações ocorri-


das nas contas:
Tabela 11: Eventos lançados na Demonstração de Resultado X2
e X1
Evento X2 X1
Empréstimos tomados 0,00 1.300.00
Pagamento de 507.266 435.000
empréstimos
Aquisições imobilizado 50.000 693.578
Fonte: elaborado pela autora.

Passo a passo para elaboração da DFC pela me-


todologia indireta:

3) Informar o resultado do período (dado deve


ser coletado na DRE);

4) Verificar os eventos lançados na DRE que não


afetam o caixa (são as apropriações, reconheci-
mentos de despesas e receitas sem passagem
pelo caixa, coletados no Livro Razão e/ou outros
controles da entidade);

5) Verificar os eventos patrimoniais que explicam


as variações ocorridas nas contas (são eventos sem
passagem pelo caixa, coletados no Livro Razão e/
ou outros controles da entidade);

31
6) Informar na DFC todas as variações ocorridas
no Balanço Patrimonial, a partir de cada conta
patrimonial, conforme demonstrado abaixo:
Tabela 12: Variações ocorridas no Balanço Patrimonial, a partir
de cada conta patrimonial
Contas Variação 31.12.X2 31.12.X1 Variação 31.12.X1 31.12.X0
Patrimoniais

Duplicatas a 202.641 967.877 765.236 375.295 765.236 389.941


Receber

Estoques 1.024.827 3.896.788 2.871.961 (151.914) 2.871.961 3.023.875

Realizável 587.300 1.800.200 2.387.500 1.358.500 2.387.500 1.029.000


Longo Prazo

Investimentos 0,00 360.000 360.000 175.000 360.000 185.000

Imobilizado (28.312) 857.966 886.278 638.978 886.278 247.300

Intangível 0,00 400.000 400.000 0,00 400.000 400.000

Fornecedores 141.941 689.634 547.693 169.582 689.634 378.111

Empréstimos (167.720) 2.311.258 2.478.978 905.960 2.478.978 1.573.018

Obrigações (111.898) 475.360 587.258 190.858 587.258 396.400


Trabalhistas

Obrigações (15.199) 522.369 537.568 (159.457) 537.568 697.025


Tributárias

Contas a 187.094 297.341 110.247 (250.553) 110.247 360.800


Pagar

Exigível a 31.587 1.264.999 1.233.412 409.712 1.233.412 823.700


Longo Prazo

Capital Social 0,00 3.000.000 3.000.000 1.000.000 3.000.000 2.000.000

Fonte: elaborado pela autora.

No caso da empresa A Arte de Brincar, notamos,


de acordo com as informações disponibilizadas,
que ela incorreu em operações com o Imobilizado
e com Empréstimos que devem ser observadas no
momento de se elaborar a DFC, vamos analisar como:

a) Empréstimos

32
X1

}
Saldo inicial: R$ 2.396.718 (R$1.573.018 (CP) e R$ 823.700 (LP))
(+) empréstimos tomados: R$ 1.300.000
(+) juros apropriados: R$ 450.672 variação líquida: $ 1.315.672
(-) pagamento empréstimos: R$ (435.000)
(=) saldo final: R$ 3.712.390 (R$ 2.478.978 (CP) e R$ 1.233.412 (LP))

X2
Saldo inicial: R$ 3.712.390 (R$ 2.478.978 (CP) e R$ 1.233.412 (LP))
(+) juros apropriados: R$ 371.133
(-) pagamento empréstimos: R$ (507.266) } variação líquida: R$ (136.133)

(=) saldo final: R$ 3.576.257 (R$ 2.311.258 (CP) e R$ 1.264.999 (LP))

b) Imobilizado
X1
Saldo inicial: R$ 247.300

}
(+) aquisições: R$ 693.578
(-) depreciação: R$ (54.600) variação líquida: R$ 638.978
(=) saldo final: R$ 886.278
X2

}
Saldo inicial: R$ 886.278
(+) aquisições: R$ 50.000
(-) depreciação: R$ (78.312) variação líquida: R$ (136.133)
(=) saldo final: R$ 857.966

Após essas análises, a DFC encontra-se em condições


de ser elaborada. Observe que todas as variações
informadas do Balanço Patrimonial constam nela e
que os saldos das Disponibilidades correspondem
com os informados no Balanço Patrimonial:

33
Tabela 13: DFC pelo método indireto da empresa fictícia A Arte
de Brincar
A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO
EXERCÍCIOS FINDOS EM: X2 e X1
DESCRIÇÃO EXERCÍCIO EXERCÍCIO
X2 X1
1.FLUXOS DE CAIXA DAS ATI-
VIDADES OPERACIONAIS
Resultado do Exercício antes 796.052 875.195
do IR e da CSLL
Ajustes ao resultado:
(+) Depreciação, amortização 78.312 54.600
etc.
(+) Juros apropriados de 371.133 450.672
empréstimos tomados
(-) IRPJ/CSLL 0,00 (36.559)
Variações nos Ativos e
Passivos
(Aumento) Redução em (202.641) (375.295)
Clientes
(Aumento) Redução em con- 587.300 (1.358.500)
tas a receber longo prazo
(Aumento) Redução dos (1.024.827) 151.914
estoques
Aumento (Redução) em 141.941 169.582
Fornecedores
Aumento (Redução) em obri- (111.898) 190.858
gações trabalhistas
Aumento (Redução) em obri- (15.199) (159.457)
gações tributárias
Aumento (Redução) de contas 187.094 (250.553)
a pagar
(=) Disponibilidades líquidas 807.267 (287.543)
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades operacionais

34
A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO
EXERCÍCIOS FINDOS EM: X2 e X1
2. FLUXOS DE CAIXA
DAS ATIVIDADES DE
INVESTIMENTO
(–) Compras de Investimentos 0,00 (175.000)
(–) Compras do Imobilizado (50.000) (693.578)
(=) Disponibilidades líquidas (50.000) (868.578)
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades de investimento
3. FLUXOS DE CAIXA
DAS ATIVIDADES DE
FINANCIAMENTO
(+) Aumento de capital 0,00 1.000.000
(+) Empréstimos tomados 0,00 1.300.000
(–) Pagamento de (507.266) (435.000)
Empréstimos
(=) Disponibilidades líquidas (507.266) 1.865.000
geradas pelas (aplicadas nas)
atividades de financiamento
4. AUMENTO (REDUÇÃO) 250.001 708.879
NAS DISPONIBILIDADES
(1+/–2+/–3)
5. DISPONIBILIDADES NO 1.518.376 809.497
INÍCIO DO PERÍODO
6. DISPONIBILIDADES NO 1.768.377 1.518.376
FINAL DO PERÍODO (4+/–5)
Fonte: elaborado pela autora.

Viu como é fácil a elaboração da DFC também pelo


método indireto?
Com ela concluímos nossos estudos acerca da DFC.

35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste e-book aprendemos sobre a Demonstração
de Fluxo de Caixa, que visa a identificar as opera-
ções efetuadas pela entidade que impactam em
suas Disponibilidades.

Em nosso aprendizado, vimos que a DFC pode ser


efetuada de duas maneiras, sendo que cada uma
delas exige documentação-suporte distintas.

Por fim, espera-se que mais do que saber elaborar


uma DFC, você seja capaz de extrair informações
relevantes que contribuirão para o processo de
tomada de decisão e melhor gestão dos recursos
disponíveis.

36
Referências Bibliográficas
& Consultadas
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS
– CPC. Pronunciamentos. Disponível em: http://
www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/
Pronunciamentos.

FREZATTI, F. Gestão do fluxo de caixa diário:


como dispor de um instrumento fundamental
para o gerenciamento do negócio. São Paulo:
Editora Atlas, 2011. [Minha Biblioteca]

FREZATTI, F. Gestão do fluxo de caixa:


perspectivas estratégica e tática. São Paulo:
Atlas, 2014. [Minha Biblioteca].

IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de contabilidade


societária: aplicável a todas as sociedades de
acordo com as normas internacionais e do CPC.
São Paulo: Atlas, 2010. [Minha Biblioteca].

MACKENZIE, B.; COETSEE, D.; NJIKIZANA, T.;


CHAMBOKO, R.; COLYVAS, B.; HANEKOM, B.
IFRS 2012: Introdução e Aplicação. Porto Alegre:
Bookman, 2013. [Minha Biblioteca].

MARION, J. C. Análise das demonstrações


contábeis: contabilidade empresarial. 6. Ed. São
Paulo: Atlas, 2010. [Minha Biblioteca].
MELO, M. M. BARBOSA, S. C. Demonstrações
contábeis: da teoria à prática. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos Editora, 2018. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/153327/pdf/0. Acesso em: 05 fev.
2021.

MORANTE, A. S.; JORGE, F. T. Demonstrações


contábeis sintéticas: foco no caixa, no lucro e
na capitalização do negócio. São Paulo: Altas,
2009. [Minha Biblioteca].

NIYAMA, J. K. Contabilidade internacional. 2. ed.


São Paulo: Atlas, 2010. [Minha Biblioteca].

RIBEIRO, O. M. Contabilidade Básica. 30 ed. São


Paulo: Saraiva, 2018.

SILVA, A. A. da. Estrutura, Análise e Interpretação


das Demonstrações Contábeis. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2014. [Minha Biblioteca].

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