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Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC

INTRODUÇÃO
DFC, por quê?
Porque é uma das três demonstrações contábeis
mais importantes para a gestão financeira de uma
empresa.
ESTRUTURA CONCEITUAL
A DFC é uma das três principais demonstrações financeiras, com o Balanço
Patrimonial (BP) e Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), e pode ser
definida como aquela demonstração que apresenta os fluxos de caixa ocorridos no
saldo de caixa e equivalentes de caixa, em um determinado período.
Conforme o item 6 do Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2), temos que:
– Caixa: compreende numerário em espécie e depósitos bancários
disponíveis;
– Equivalentes de caixa: são aplicações financeiras de curto prazo, de alta
liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que
estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor;
– Fluxos de caixa: são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.
Oliveira Jr. (2016) conceitua a DFC como o “documento que demonstra, em
forma de gráfico ou tabela, as entradas e saídas efetivas de recursos financeiros ao
longo de um período de tempo passado (demonstrativo de fluxos financeiros já
ocorridos) ou futuro (projeção financeira)”.

Fonte: Oliveira Jr. (2016)


CARACTERÍSTICAS
QUALITATIVAS
Conforme o artigo 188 da Lei das S.A., a DFC indicará, no mínimo, “as
alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa,
segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos”:
a) operacionais – entradas e saídas de caixa da empresa referentes às
atividades da operação principal (venda de produtos e/ou prestação de serviços);
b) investimentos – entradas e saídas de caixa da empresa destinados a
investimentos em bens e direitos (compra de máquinas/equipamentos e/ou
aquisição de participações em outras empresas), e;
c) financiamentos – se referem às operações com credores e investidores
(empréstimos e/ou financiamentos e seu respectivo pagamento).
Para Iudícibus et al. (2010), são esses aspectos qualitativos sobre a geração de
caixa e sua aplicação que ajudam a entender a origem e destino do dinheiro e
permitem uma análise completa da gestão financeira da empresa.
E quando determinado fluxo de caixa puder ser caracterizado como
operacional como de financiamento ou de investimento?
Conforme o Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2), por exemplo: os
desembolsos para pagamento a fornecedores decorrente de financiamento para
aquisição de bens destinados à produção ou a venda devem ser classificados como
atividades operacionais – critério teleológico.
No caso dos juros, está que, os juros pagos serão capitalizados juntamente ao
valor de um ativo devem ser classificados juntamente com o ativo ao qual este
pagamento foi efetuado. Logo, quando capitalizados como parte do custo dos
estoques deverá ser classificado entre as atividades operacionais – acessório
acompanha o principal (RIBEIRO, 2018).
A DFC precisa, ainda, possuir as características qualitativas típicas da
“informação”, são elas: compreensibilidade, relevância, confiabilidade e
comparabilidade.
Conforme Santos e Beuren (2014), é importante que a DFC seja de fácil
entendimento, apresente informações importantes para a empresa, seja fidedigna e
possa ser comparada com outras demonstrações.
Essas são características qualitativas essenciais que garantem o valor das
informações contidas na DFC para uso no processo de tomada de decisões
importantes para a empresa.
RELEVÂNCIA
A relevância da DFC está em sua capacidade de fornecer informações úteis
para tomada de decisões empresariais.
Exemplo: a análise da DFC pode ajudar a determinar se a empresa tem
recursos suficientes para investir em novos projetos, expandir suas operações ou
pagar dividendos aos acionistas.
A DFC possibilita a realização do planejamento de caixa com um controle
mais eficiente de saldos e do nível de caixa demandado pela atividade da empresa,
facilitando a identificação dos momentos de “excesso” ou “falta” de caixa os quais
vão gerar, respectivamente, necessidade de aplicação financeira ou a necessidade
de resgate das aplicações ou outras opções de financiamento (VITAL, 2010).
Sua relevância se mostra, também, em algumas vantagens, como:
– funcionar como exame de saúde financeira da empresa;
– identificar desequilíbrios em tempo de tomar medidas para corrigi-los;
– detectar possíveis erro contábil ou fraude.

Porém, em compensação:
– consome considerável tempo de elaboração.
Conforme Braga (2014), a análise da DFC é relevante porque permite aos
usuários das informações financeiras da empresa (investidores, credores, etc.),
analisarem a sua capacidade de gerar e utilizar, eficientemente, caixa.
A análise da DFC pode revelar se a empresa está gerando caixa de suas
atividades operacionais, se está investindo em ativos que gerarão fluxos de caixa
futuros e se está financiando suas atividades de forma adequada ou não.
A DFC também permite a comparação da capacidade de geração de caixa de
empresas do mesmo setor, bem como a identificação de tendências financeiras ao
longo do tempo.
REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA
A representação fidedigna é uma das características qualitativas da DFC.
Implica dizer que, para que as informações contidas na DFC sejam
consideradas confiáveis, elas devem ser precisas, completas e apresentadas de
forma clara e objetiva.
Oliveira et al. (2015) destacam que essa representação fidedigna só poderá ser
obtida por meio da utilização de critérios contábeis adequados e estejam de acordo
com as normas contábeis aplicáveis.
Além disso, a DFC deve ser preparada de forma consistente ao longo do
tempo e as informações apresentadas devem ser auditadas por um profissional de
contabilidade independente para garantir sua integridade.
O modelo padrão da DFC é estabelecido pelo Pronunciamento Técnico CPC
03 (R2), o qual é de simples análise, especialmente, porque foca apenas nas
movimentações financeiras que já ocorreram, sem considerar eventuais previsões,
tão somente com base na seguinte equação:

Ao operacionalizar tal cálculo, a diferença deve ser positiva para que a


empresa seja considerada saudável financeiramente.
BÔNUS:
ESTRUTURAÇÃO DA DFC
São dois os métodos que podem ser utilizados para estruturação da DFC:
direto e indireto.
Mas eles diferem somente em relação à apresentação das atividades
operacionais, pois apresentação das atividades de investimento e financiamento é a
mesma em ambos.
– no indireto: os recursos derivados das atividades operacionais são indicados
a partir do resultado do exercício;
– no direto: a partir dos recebimentos e pagamentos efetuados durante o
período.
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REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

BRAGA, R. Análise de balanços: estrutura conceitual básica. São Paulo: Atlas,


2014.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento


Técnico CPC 03 (R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa. Brasília, 3 set.
2010.

FRANCO, H. V. Estruturação e análise de projetos. 3. ed. São Paulo: Atlas,


2017.

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E.; SANTOS, A. Manual de


contabilidade societária. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

OLIVEIRA JUNIOR, A. R.. Administração Financeira I. Coleção ADM EaD:


Bacharelado em Administração. Manaus: Editora da Universidade Federal do
Amazonas, 2009.
OLIVEIRA, L. M., SANTOS, L. G. D., & OLIVEIRA, M. C. A importância da
demonstração do fluxo de caixa para a tomada de decisão nas pequenas
empresas. Revista Científica do ITPAC, 2015.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade intermediária. 5. ed. São Paulo: Editora


Saraiva, 2018.

SANTOS, A., & BEUREN, I. M. Características qualitativas da informação


contábil-financeira: percepção dos usuários da informação contábil. Revista
Contabilidade & Finanças, 2014.

VITAL, Juliana Tatiane. Administração financeira I. Florianópolis:


Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2010.

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