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FACULDADE PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTETÁVEL DA AMAZÔNIA

FADESA

NATALIA PEREIRA DA SILVA

TÉCNICAS CONTÁBEIS: IMPORTÂNCIA E APLICABILIDADE NAS


INSTITUIÇÕES

PARAUAPEBAS
2024
NATALIA PEREIRA DA SILVA

TÉCNICAS CONTÁBEIS: IMPORTÂNCIA E APLICABILIDADE NAS


INSTITUIÇÕES

Seminário Escrito apresentado a Faculdade para o


Desenvolvimento Sustentável da Amazônia
(FADESA), como parte das exigências do Programa do
Curso de Administração para obtenção do Título de
Bacharelado.

Prof. Mateus da Silva Sousa

PARAUAPEBAS
2024
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2. TÉCNICAS CONTABEIS ........................................................................................ 3
2.1. ESCRITURAÇÃO ................................................................................................. 4
2.2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................... 4
2.2.1. BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................. 5
2.2.3. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC)............................................. 6
2.2.4. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) .... 7
2.3. AUDITORIA .......................................................................................................... 8
2.4. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................. 9
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 9
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 10
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1. INTRODUÇÃO

Ao conceituar contabilidade, os autores buscam inserir a importância da mesma


para o controle do patrimônio e definem como sendo “uma ciência social que tem por
objeto o patrimônio das entidades econômico-administrativas. Seu objetivo principal é
controlar o patrimônio das entidades em decorrência de suas variações” (RIBEIRO,
2018).” Isso implica dizer que a contabilidade é uma peça fundamental que deve estar
presente em qualquer entidade, seja ela com fins lucrativos ou não.
Ribeiro (2018), também traz a definição de patrimônio como sendo “o conjunto
de elementos necessários à existência da entidade, compreendendo os objetos de
uso [...], de troca [...] e de consumo [...], os valores que a entidade tem para receber
bem como para pagar.” Como pontuado, a contabilidade tem por objeto de estudo, o
patrimônio, portanto, foram desenvolvidas ao decorrer dos estudos da contabilidade,
técnicas que garantem o controle do patrimônio e forneçam informações sobre a
saúde financeira das instituições, servindo de apoio para tomada de decisões e
planejamento estratégico.

2. TÉCNICAS CONTABEIS

As técnicas contábeis são ferramentas utilizadas pela contabilidade para


controlar o patrimônio das instituições e fornecer informações sobre a realidade da
empresa para seus usuários. Logo, cada técnica utilizada possui uma finalidade
diferente, e formas diferentes de apresentar a realidade institucional. Dentre as
diversas técnicas contábeis utilizadas, as mais comuns são: escrituração;
demonstrações contábeis, onde essa se subdivide em Balanço Patrimonial,
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração do Fluxo de Caixa
(DFC) e Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA); Auditoria e
Análise das Demonstrações Contábeis. (SILVA, 2010)
Cada técnica contábil é estruturada e traz informações distintas, porém, para
se ter análise precisa dos demonstrativos, é importante salientar que as mesmas não
devem ser analisadas isoladamente, pois é necessário verificar o contexto geral da
empresa para obter melhor compreensão da realidade empresarial.
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2.1. ESCRITURAÇÃO

A escrituração (ou lançamentos) é uma das técnicas contábeis fundamentais


na área contábil, por consistir no registro dos fatos administrativos. Com essa técnica
é possível registrar todo e qualquer acontecimento que ocorra na empresa, uma vez
que, este possa causar alterações no patrimônio. Ademais, toda e qualquer
escrituração deve obter os seguintes elementos: data, documento, conta débito, conta
crédito, histórico e valor.
Segundo Ribeiro (2013), essa técnica “consiste em registrar nos livros próprios
(Diário, Razão, Caixa etc.) todos os acontecimentos que ocorrem na empresa e que
modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial.” Logo, todo fato
administrativo que venha alterações no patrimônio, deve ser registrado através da
escrituração contábil.
Para escrituração são utilizados métodos de registro para alimentar as
demonstrações contábeis, um deles, e mais comum é o das partidas dobradas, esse
consiste na teoria de que para cada valor de débito (aplicação) haverá um crédito
(origem) de igual valor. Por outro lado, o método das partidas simples consiste em
registrar apenas um valor de crédito ou um valor de débito, que é geralmente utilizado
pelo livro caixa (JORNALCONTABIL, 2016).

2.2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

De acordo com a Lei 6.404/1976, estabelece toda empresa deve elaborar a


cada final do exercício social, as seguintes demonstrações financeiras: Balanço
Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); Demonstração do Fluxo
de Caixa (DFC) e a Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA).
(BRASIL, 1976). Elas têm a função de fornecer os dados das mutações no patrimônio
que a empresa sofreu no período, de maneira estruturada e fácil compreensão para
os usuários das informações. (SILVA, 2010)
Deste modo, será tratado sobre cada uma das demonstrações citadas acima,
expondo e exemplificando como cada demonstração segue uma estrutura, como as
informações são expostas para utilização dos usuários e sua finalidade como
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demonstração contábil, na quais tem por objetivo conscientizar os administradores,


sócios e contadores sobre a realidade da empresa.

2.2.1. BALANÇO PATRIMONIAL

Segundo Ribeiro (2018), “o balanço tem por finalidade apresentar a posição


financeira e patrimonial da empresa em determinada data, representando, portanto,
uma posição estática”. Além disso, o autor também destaca a estrutura do balanço
patrimonial, onde o mesmo é formado consiste no ativo, passivo e patrimônio líquido,
conforme indicado na Figura 01. O ativo é composto pelos bens e direitos da entidade,
o passivo é composto pelas obrigações com terceiros e o patrimônio líquido comporta
o investimento feito pelos sócios no momento da abertura, bem como as distribuições
de lucros e lucros e prejuízos acumulados.

Figura 01 - Estrutura Básica do Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Fonte: Adaptado de Ribeiro (2018).

No balanço patrimonial, encontramos as chamadas contas que servem para


registrar os fatos contábeis da empresa, onde no ativo serão encontradas contas de
natureza devedora (bens e direitos), como caixa, banco, móveis, duplicatas a receber,
impostos a recuperar, entre outras. Por outro lado, o passivo é formado por contas de
natureza credora, ou seja, aquelas que registram as obrigações que a empresa possui
com terceiros, são exemplos de contas do passivo, fornecedores, impostos a pagar,
salários a pagar, entre outras.

2.2.2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é composta pelas chamadas


contas de resultado, essas são as contas de Receitas e Despesas, onde a empresa
poderá demonstrar os tipos de receitas e ganhos que teve no período abrangente e
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as despesas e perdas daquele período, apresentando ao final o lucro real da entidade


conforme as deduções feitas, conforme a Figura 02.

Figura 02 – Demonstração do Resultado do Exercício de uma empresa fictícia

Fonte: SILVA (2010)

Esse é um dos principais tipos de demonstração contábil que serve de suporte


para gestores e administradores para tomadas de decisões e planejamento
estratégico, pois o mesmo evidencia o que a realidade financeira da empresa,
mostrando quando ela teve de lucro no período abrangente através da conta Lucro
Líquido do Exercício que posteriormente será lançada no patrimônio líquido para
fechamento do balanço patrimonial.

2.2.3. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC)

A demonstração de fluxo que caixa é uma das demonstrações contábeis


fundamentais e obrigatórias para muitas empresas, visto que o art. 188 da Lei
11.638/2007 estabelece que as empresas de sociedades de capital aberto e
patrimônio líquido superior a dois milhões de reais estão obrigadas a elaborar a
demonstração do fluxo de caixa (DFC) (BRASIL, 2007). Essa demonstração permite
que sejam analisadas as movimentações com maior índice de liquidez dentro do
período estipulado. Nela são apresentadas todas as entradas e saídas que
influenciam diretamente no caixa ou equivalentes de caixa da empresa.
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Ademais, a estrutura padrão da DFC, estabelecida pelo CFC (Conselho Federal


de Contabilidade), conforme a Figura 03, consiste em três grupos: operacionais,
investimentos e financiamentos, onde as operacionais estão ligadas diretamente as
atividades básicas da entidade, as atividades de investimentos, que são as aplicações
financeiras entre outras e as atividades de financiamentos que são as dívidas e
despesas com terceiros. (RIBEIRO, 2013)

Figura 03 – Estrutura básica de uma Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)

Fonte: Gonzales (2021)

Conforme a figura acima, pode-se notar que a atividades operacionais são


constituídas pelas contas caixa e equivalentes de caixa, e também as contas com alto
índice de liquidez e exigibilidade, como recebimentos de clientes e fornecedores.
Assim, o grupo de atividades de investimento são utilizados em casos como aquisição
de um imobilizado que posteriormente gerará lucros para a empresa, e por fim, as
atividades de financiamento referem-se as dívidas e recursos que foram adquiridos
por terceiros, sejam eles sócios ou entidades financeiras.

2.2.4. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)

Para essa demonstração contábil, tem-se as informações relacionadas aos


lucros ou prejuízos acumulados em um determinado período, pois nela são
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mensurados os lucros líquidos obtidos no período analisado, as reservas de capital,


dividendos e também os lucros e prejuízos do período anterior ao analisado (SILVA,
2010). Assim a DLPA demonstra a real situação financeira da empresa em relação aos
resultados obtidos das atividades exercidas pela empresa. Conforme a Figura 04,
pode-se perceber a estrutura de uma DLPA.

Figura 04 – Estrutura da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)

Fonte: Adaptação de Ver (2021)

Conforme observado na imagem acima, a estrutura da DLPA consiste em


apresentar as contas de cunho financeiro, exibindo os resultados das apurações das
receitas e despesas feitas na DRE, e pode ser analisada entre períodos diferentes,
para assim ter a informação do crescimento financeiro da empresa ao passar dos
períodos analisados.

2.3. AUDITORIA

Gramling et. al., (2012), traz a definição de auditoria como sendo:

[...] um processo que pode ser aplicado em muitas situações distintas,


incluindo a avaliação da eficiência e eficácia de um processo ou de um
departamento, os relatórios financeiros de um órgão público, ou a
obediência a normas operacionais de uma empresa ou à regulamentação
governamental.

Conforme o autor supracitado, a definição e objetivos do processo de auditoria


vão além do fato de identificar erros, mas promove melhorias aos processos
empresariais através da identificação das imprecisões e processos falhos, onde o
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autor enfatiza que “a auditoria é uma função especial autorizada pelo governo para
promover o funcionamento eficaz dos mercados de capitais.” (GRAMLING, et. al,
2012).

2.4. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Tendo ciência do conceito e objetivo das demonstrações contábeis, pode-se


partir do pressuposto que para atingir a eficácia e consequentemente utilizar das
informações obtidas para aplicar de forma efetiva, é necessário realizar a análise
dessas demonstrações. Para isso, são utilizadas técnicas para analisar as
demonstrações e obter as informações conjuntas e não apenas de forma isolada.
Logo, o objetivo da análise é gerar informação através das demonstrações contábeis
que seja capaz de influenciar a tomada de decisões (SZUSTER, et al, 2013).
Ademais, a análise permite mensurar o desempenho da empresa, analisar a
situação financeira, verificar a situação econômico-financeira da empresa, através de
técnicas como análise vertical (todas as contas do período), análise horizontal (o total
de saldos comparados aos outros anos), e a análise dos indicadores, onde esses se
subdividem em indicadores de liquidez, endividamento, lucratividade e rentabilidade.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo conhecimento das técnicas contábeis mais comuns que foram tratadas
ao decorrer dessa pesquisa, é evidente que a sua utilização dentro das organizações
é de fundamental para o funcionamento empresarial efetivo. As técnicas contábeis
foram criadas como ferramentas para gerar informações que evidenciam a realidade
econômico-financeira da empresa afim de servir de suporte para as tomadas de
decisões dos gestores.
A aplicabilidade dessas ferramentas é dirigida pelos administradores, que por
sua vez, são profissionais capacitados para analisar as demonstrações contábeis e
interpretar os dados informados pelas mesma e transforma-los em informações que
posteriormente serão utilizadas de base para planejamentos estratégicos. Logo, toda
organização, independente do porte, é passível de utilizar essas técnicas para o
controle do seu patrimônio e evidenciar a realidade empresarial.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Institui o Código Civil. Diário


Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 139. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 25 fev. 2024.

BRASIL. Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Institui o código Civil. Diário


Oficial da União. Seção 1, Brasília, DF, ano 141. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso
em: 4 mar. 2024.

GONZALES, A. Exemplo detalhado de DFC. Disponível em:


<https://m2msaber.com.br/blog/exemplo-detalhado-de-dfc>. Acesso em: 4 mar.
2024.

GRAMLING, A. A. RITTENBERGE, L. E. JOHNSTONE, K. M. Auditoria: Tradução


da 7ª edição norte-americana. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2012. E-
book. ISBN 9788522126033. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522126033/. Acesso em: 04
mar. 2024

JORNALCONTABIL. Simples ou dobrada? Entenda esses dois métodos de


escrituração contábil. Disponível em: <https://www.jornalcontabil.com.br/simples-
ou-dobrada-entenda-esses-dois-metodos-de-escrituracao-contabil-2/>. Acesso em:
25 fev. 2024.

SILVA, M. L. E. Contabilidade Geral. São Paulo. Editora Saraiva, 2010. E-


book. ISBN 9788536517766. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536517766/. Acesso em: 03
mar. 2024.

SZUSTER, N. CARDOSO, R. L.; SZUSTER, Fortunée R. et al. Contabilidade geral:


introdução à Contabilidade Societária, 4ª edição. [Digite o Local da Editora]:
Grupo GEN, 2013. E-book. ISBN 9788522476848. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522476848/. Acesso em: 04
mar. 2024.

VER. O que é DMPL? O que é DLPA? São obrigatórias? Disponível em:


<https://anibalfigueiredo.com/2021/04/05/dmpl-e-dlpa-sao-obrigatorias/>. Acesso em:
4 mar. 2024.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica. 4.ed. São Paulo: Saraiva Educação,
2018E-book. ISBN 9788547224806. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547224806/. Acesso em: 25
fev. 2024.

____. Contabilidade geral fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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