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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESPECIALIZAÇÃO EM CONTROLADORIA E FINANÇAS

FLUXO DE CAIXA – IMPORTÂNCIA, COMPOSIÇÃO


E APLICAÇÃO NAS EMPRESAS

Leonardo Malheiros Silva

RIO DE JANEIRO – RJ

2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE


ESPECIALIZAÇÃO EM CONTROLADORIA E FINANÇAS

FLUXO DE CAIXA – IMPORTÂNCIA, COMPOSIÇÃO


E APLICAÇÃO NAS EMPRESAS

Leonardo Malheiros Silva

Monografia apresentada ao Curso de


Especialização em Finanças e Gestão
Corporativa da Universidade Candido
Mendes como parte exigências para a
obtenção do título de Especialização em
nível de Pós-Graduação “Lato Sensu”.

Orientador: ANA CLAUDIA MORRISSY

Rio de Janeiro – RJ

2010
AGRADECIMENTOS

A Deus por nos dar força e


Sabedoria pra trilharmos o melhor
caminho em nossas vidas. Aos
nossos familiares, aos nossos
amigos de classe e a todos que
direto e indiretamente contribuíram
para a realização desse curso.
RESUMO

O objetivo principal do trabalho “Fluxo de Caixa – Importância,


Composição e Aplicação nas empresas” é estabelecer um estudo sobre
a importância e a aplicação do Fluxo de Caixa nas empresas. O
desenvolvimento desse tema envolve, inicialmente, discussões sobre as
conceituações gerais básicas, além de justificar sua importância e a
utilização de demonstrativos de Fluxo de Caixa como ferramentas
indispensáveis à boa gestão das organizações. Conceitua os tipos de
Fluxos de Caixa. Indica os vários elementos que devem compor o fluxo e
as formas adequadas para a análise e utilização. Mostra também as
transações que afetam e não afetam o caixa.

O fluxo de caixa é considerado um dos principais instrumentos


de análise e avaliação de uma empresa, proporcionando ao
administrador uma visão futura dos recursos financeiros, integrando o
caixa central, as contas correntes em bancos, contas de aplicações,
receitas, despesas e as previsões. As decisões relacionadas à compra,
venda, investimentos, aportes de capital pelos sócios captação ou
pagamento de empréstimos, constituem um fluxo contínuo entre as
fontes geradoras e os utilizadores de recursos. Deve e pode ser
utilizadas por empresas de qualquer porte dada a sua importância e
simplicidade.
É importante planejar corretamente o fluxo de caixa de seu negócio, é
preciso saber exatamente quanto dinheiro você poderá ter disponível e
se esses recursos serão suficientes para cumprir suas obrigações (pagar
contas diversas, considerando os custos fixos, como aluguel de imóvel e
salários de empregados, e os custos variáveis, como impostos, taxas e
contas de luz, água, etc) tendo um controle eficaz nas informações
obtidas.
O Gerenciamento é um dos principais fatores para um bom
desenvolvimento do fluxo de caixa. É de suma importância que todas as
informações nele contidas estejam corretas, porque as decisões
corporativas serão baseadas nelas.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 07

CAPÍTULO 1

ASPECTOS GLOBAIS DO FLUXO DE CAIXA NA CONTABILIDADE ................. 09

CAPÍTULO 2

A UTILIZAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA NAS EMPRESAS .................................... 14

CAPÍTULO 3

MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE


CAIXA .................................................................................................................. 24

CAPÍTULO 4

FLUXO DE CAIXA – ASPECTOS COMPLEMENTARES E MODELO ................. 34

CONCLUSÃO ....................................................................................................... 38

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 43
INTRODUÇÃO

Com a nova conjuntura econômica mundial, se exige que o


administrador financeiro esteja preparado para os novos desafios. Hoje,
é preciso gerenciar com competência todos os recursos financeiros
disponível na empresa. Porém só será possível, se for realizado com a
participação e integração de todos os responsáveis pela empresa.

No processo de elaboração do fluxo de caixa deverão ser


utilizadas técnicas gerenciais para se projetar as vendas e os custos da
empresa, de forma que não existam desperdícios para o seus caixas.

O fluxo de caixa constitui-se em instrumento essencial para que


a empresa possa ter agilidade e segurança em suas atividades
financeiras. Logo, o fluxo de caixa deverá refletir com precisão a situação
econômica da empresa, em termos financeiros de futuro.

Uma empresa que não utiliza o fluxo de caixa fica vulnerável a


eventuais mudanças de mercado e com um planejamento falho. Isso
acontece, pois a organização não sabe antecipadamente quanto e
quando eventualmente precisará de um financiamento. Dessa forma,
pode gerar pânico caso aconteça falta de verba e acarretar a
necessidade de empréstimos com maiores taxas de juros. Além disso, a
falta do planejamento feito por meio do fluxo de caixa faz com que a
empresa não possa prever também quando e em quanto tempo terá uma
sobra de caixa, a qual poderia ser aplicada a fim de gerar mais receita.
Existem alguns tipos de fluxo de caixa que são: Fluxos Operacionais,
entrada e saída diretamente relacionadas à produção e venda dos
produtos e serviços da empresa; Fluxo de investimento são fluxos de
caixa associados com a compra e venda de ativos imobilizados e
participações societários; Fluxos de financiamentos resultam de
empréstimos de capital próprio e o fluxo de caixa extra-operacional é os
ingressos e os desembolsos de itens não relacionados à atividade
principal da empresa.

A metodologia utilizada neste trabalho científico foi de pesquisas


bibliográficas, artigos publicados e pesquisas na Internet.
No capítulo 1, serão tratados os aspectos globais do Fluxo de
Caixa na Contabilidade. No capítulo 2, será tratado a utilização do Fluxo
de Caixa nas Empresas.

No capítulo 3, serão tratados os métodos para a elaboração da


demonstração dos Fluxo de Caixa. No último capítulo serão tratados os
aspectos complementares do Fluxo de Caixa.

Em resumo, o fluxo de caixa é o instrumento que permite ao


administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar
os recursos financeiros de sua empresa para determinado período.
CAPÍTULO 1

ASPECTOS GLOBAIS DO FLUXO DE CAIXA NA CONTABILIDADE

1.1. Considerações Gerais

A Contabilidade tem sido classificada, quanto às suas


finalidades, como ciências social, embora sua metodologia de
mensuração abarque também o quantitativo. Conceituada como sendo
um sistema de informações e avaliação, capaz de prover seus usuários
com demonstrações de natureza econômica, financeira, física e de
produtividade, devidamente estruturadas, tem se constituído, ao longo
dos tempos, ferramenta indispensável à boa gestão das organizações.

A legislação pertinente – Lei N° 6.404/76 que regulamenta as


Normas Contábeis que devem ser observadas pelas Sociedades
Anônimas – obriga as empresas a apresentarem, juntamente com seus
balanços, a “Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos” que
procura evidenciar as movimentações que propiciam margem nos
recursos de curto prazo. Para o futuro, alguns autores apóiam a idéia de
substituição da Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos
pelo Fluxo de Caixa.

A principal justificativa tem consistido, basicamente, na maior


facilidade de entendimento do Fluxo de Caixa, onde as informações
sobre o fluxo financeiro podem ser visualizadas de forma mais clara
durante o período, apesar de a Demonstração das Origens e aplicações
dos Recursos (DOAR) ser, incontestavelmente, mais rica em
informações.
As longo dos tempos, a busca pelo maior envolvimento dos
contadores na administração das organizações, tem conduzido a
atividade de contabilidade da condição de ciência voltada exclusivamente
para os registros patrimoniais com fins legais ou fiscais, para uma
situação de parceria de decisões de negócios, capaz de propiciar
informações e análises de natureza econômica, financeira, física e de
produtividade, bem como, de oferecer estudos, projeções e desenhos de
cenários futuros das organizações.

As limitações decorrentes das Demonstrações que possuem


caráter estático, ou seja, que representam uma determinada situação ou
um determinado nível ou estoque em determinado momento, motivou a
adoção de demonstrações que representassem fluxos, com a finalidade
se subsidiar a análise dos balanços das organizações. A análise com
base nos demonstrativos representativos de fluxos propicia a
compreensão das modificações ocorridas nos níveis de estoques dos
mesmos através da análise de suas movimentações. Assim, o Balanço
Patrimonial, que representa o estoque de bens, direitos e obrigações de
uma entidade, demonstra uma situação momentânea, ou seja, indica os
níveis observados num momento pontual.

Para melhor compreensão da evolução dos níveis de estoques


encontrados no Balanço Patrimonial, necessário se faz recorrer a outros
demonstrativos que representem fluxos e indiquem as movimentações
que geraram as alterações observadas no espaço entre um período e
outro. A análise da situação ganhará maior consistência e proveito a
partir da análise, por exemplo, da Demonstração de Resultados do
Exercício, que apresenta a movimentação dos fluxos de receitas e
despesas indicando como foram gerados os resultados da organização e
qual a participação de cada componente na formação do resultado.
Também, na linha desse mesmo Demonstrativo, encontra-se a
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Este último criado,
provavelmente, para controlar um grupo de contas de interesse direto
dos proprietários do Capital das organizações.

Por muito tempo as organizações tiveram que se contentar,


exclusivamente, com os Balanços Patrimoniais, as Demonstrações de
Resultado do Exercício e as Demonstrações das Mutações no Patrimônio
Líquido. Entretanto, as organizações continuavam a demandar
instrumentos mais dinâmicos, que se propusessem a acomodar fluxos
completos de toda a movimentação financeira e não se limitassem a
apresentar receitas e despesas exclusivamente segundo os regimes de
competência. Como resposta a essa demanda, com a pretensão de se
tornar um Demonstrativo capaz de diferenciar-se dos demais, pela
explicação conjunta das movimentações dos fluxos, surgiu o Fluxo de
Fundos.

A expressão “fundos”, segundo o período considerado na


análise, pode assumir diversas interpretações. Assim, para uma análise a
partir das mudanças observadas no ativo líquido decorrentes de
operações, ou seja, a estruturação dos fluxos de rendas do período. Em
situações que envolvam prazos menores o enfoque recomendável será o
de capital circulante líquido, e finalmente se a situação é de curtíssimo
prazo o enfoque volta-se para o caixa propriamente dito. Note-se, que a
definição mais comum para o fluxo de fundos é como capital circulante
líquido, ou seja, pela diferença entre o ativo circulante e o passivo
circulante.

No Brasil, a Demonstração das Origens e Aplicações dos


Recursos (DOAR) foi adotada com base no conceito de capital circulante
líquido e evidencia a situação financeira de curto prazo das
organizações. A tendência é da adoção do Fluxo de fundos tendo,
inclusive se tornado obrigatório para as empresas americanas.

1.2 – A Importância do Fluxo de Caixa

“Entende-se como Fluxo de Caixa o registro e controle sobre a


movimentação do caixa de qualquer empresa, expressando as entradas
e saídas de recursos financeiros ocorridos em determinados períodos de
tempo”. (CAMPOS FILHO, 1997). O Fluxo de Caixa assume importante
papel no planejamento financeiro das empresas. Portanto, constitui-se
num exercício dinâmico, que deve ser constantemente revisto, atualizado
e utilizado na tomada de decisões. Normalmente a análise é realizada
através de indicadores específicos, de acordo com cada projeto ou
situação analisada, tais como: Valor Presente (Valor Atual Líquido), Taxa
Interno de Retorno, Paybaxck e Taxa Média de Retorno.

O presente trabalho dará enfoques da contabilidade,


considerando a Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos
(DOAR) como instrumento para a análise financeira das organizações e,
da Demonstração do Fluxo de Caixa na perspectiva futura.

O Fluxo de Caixa constitui ferramenta de fundamental


importância para a boa administração e avaliação das organizações. A
sua adoção possibilita uma boa gestão dos recursos financeiros,
evitando situações de insolvência ou falta de liquidez que representam
sérias ameaças à continuidade das organizações.

A boa utilização da ferramenta fluxo de caixa também possibilita


o conhecimento do grau de independência financeira das organizações,
com base na avaliação do seu potencial para geração de recursos no
futuro para saldar seus compromissos e para pagar a remuneração dos
seus empreendedores.

Viabiliza, ainda, a avaliação da capacidade de financiamento do


seu capital de giro ou se depende de recursos externos, permitindo
conhecer a capacidade de expansão com recursos próprios, gerados a
partir de suas próprias operações a aferir o potencial efetivo das
organizações para implementar decisões de investimento, financiamento,
distribuição de lucros e/ou pagamento de dividendos.

Também, gera indicadores do memento ideal para a realização


de empréstimos ou captações de recursos externos, tanto para a
cobertura de eventuais situações déficits, como para implementar
decisões que dependem de aportes adicionais, além de orientar as
aplicações dos excedentes de caixa (superávites) no mercado financeiro,
possibilitando maiores ganhos para a organização e melhor
compatibilização dos prazos.
CAPÍTULO 2

A UTILIZAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA NAS EMPRESAS

2.1. Fluxo de Caixa Histórico X Projetado

Existem duas formas para tratamento das informações relativas


ao Fluxo de Caixa; a primeira forma refere-se ao Fluxo de Caixa Histórico
(ou Passado) que apresenta o desempenho passado; e a segunda ao
Fluxo de Caixa Projetado (ou Orçamento de Caixa) que procura antever
as situações relacionadas ao caixa das organizações.

O Fluxo de Caixa Histórico coloca-se como instrumento


complementar às demais demonstrações contábeis, especialmente ao
Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício.
Procura esclarecer e historiar as atividades operacionais de investimento
e de financiamento. Estabelece o rastreamento da atividade passada
com vistas a elucidar pontos críticos no desempenho financeiro das
organizações, fornecendo subsídio para a tomada de decisões, correção
de rumos e incrementos de resultados. Sua análise permite avaliar a
forma como o recurso de cada fonte vem sendo aplicado e proporciona
uma visão acerca do crescimento da organização. Também, aliado a
outros indicadores, serve como base para a construção do Fluxo de
Caixa Projetado.

O Fluxo de Caixa Projetado ou Orçamento de Caixa antecipa


situações futuras de caixa, antevendo pontos críticos que poderão ser
antecipadamente tratados ou situações de excesso de caixa que podem
ensejar decisões de redirecionamento de recursos.
Construídos a partir de critérios previamente definidos, aliados a
informações disponíveis nas organizações e com auxílio de modelos
matemáticos e estatísticos, essas previsões não estão isentas dos
efeitos da subjetividade, sendo, portanto de extrema importância a
observação do princípio da prudência por ocasião de sua elaboração.

Mesmo entre os Fluxos de Caixa pode-se observar que, enquanto


o Fluxo Histórico limita-se a explicar o passado o Fluxo de Caixa
Projetado lança-se a frente procurando estabelecer o futuro. A
importância de um e de outro é relativa e poderá ser maior ou menor
dependendo do momento e da utilização que se deseje dar. Se a ante
visão do futuro possibilita agilidade na adaptação a situações novas, o
conhecimento do passado e a sua comparação ao planejado se constitui
em elemento aferido dos critérios utilizados para as projeções.

2.2- Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa

Para uma perfeita análise das informações o Fluxo de Caixa de


uma organização deve apresentar uma estrutura com determinado grau
de detalhamento, para que o administrador possa analisar, entender e
decidir adequadamente sobre sua liquidez.

Os Fluxos Operacionais representam todos os gastos


relacionados com a produção e comercialização dos bens e serviços da
empresa. Deve conter como entradas a cobrança das vendas dos
produtos/serviços gerados e comercializados; e como saídas os
elementos que estão ligados à geração, administração e comercialização
de tais produtos como: pagamentos a fornecedores, gastos com serviços
públicos, etc.
Os Fluxos de Investimentos envolvem a aquisição e venda de
ativos que serão utilizados na produção de bens uso serviços, a
concessão e o recebimento de empréstimos, as movimentação relativas
às aplicações financeiras e as participações em outras empresas.

São consideradas entradas de Atividades de Investimentos:


recebimento de empréstimos concedidos, recebimentos por resgate de
aplicações financeiras, recebimento por vendas de participações
acionárias em outras empresas, etc. E como saídas podemos citar:
desembolso por concessão de empréstimos, pagamento para aquisição
de título financeiros, pagamentos para aquisição de participação
acionária em outras empresas.

Os Fluxos de Financiamento que equalizam o somatório dos


demais fluxos: no caso de sobras dos recursos, existe saída para
aplicação; no caso de falta de caixa, existe resgate de investimento ou
mesmo captação de recursos.

2.3 – O processo de planejamento

O processo de planejamento do FC da empresa consiste em


implantar uma estrutura de informações útil, prática e econômica. A
proposta é dispor de um mecanismo seguro para estimar os futuros
ingressos e desembolsos de caixa da empresa.
O fluxo de caixa é um dos instrumentos mais eficientes de
planejamento e controle financeiro, o qual poderá ser elaborado de
diferentes maneiras, conforme as necessidade ou conveniências da
empresa, a fim de permitir que se visualize os futuros ingressos de
recursos e os respectivos desembolsos.
O FC projetado, pode ser expresso de forma genérica pela
seguinte equação:

SFC = SIC + I – D

Onde:

SFC = Saldo final de caixa;

SIC = Saldo inicial de caixa;

I = Ingressos

D = Desembolsos.

Nestes termos, o fluxo de caixa é o instrumento utilizado pelo


administrador financeiro, com a finalidade de detectar se o saldo inicial
de caixa adicionado ao somatório de ingressos, menos o somatório de
desembolsos em determinado período, apresentará excedentes de caixa
ou escassez de recursos financeiros pela empresas.

Caso houver excedentes financeiros, permitirá ao administrador


financeiro estudar a destinação mais eficiente dos mesmos. Se houver
de recursos financeiros, possibilitará a ele captar nas fontes menos
onerosas do mercado. Cumpre destacar que, na captação e na aplicação
de recursos financeiros por parte da empresa, deverá ser fixada, entre
outros fatores, o prazo de operação. Por exemplo, na aplicação de
recursos no mercado financeiro (fundo de Aplicações Financeiras), o
administrador financeiro deverá levar em consideração não só a taxa de
juros que será paga pela instituição financeira, mas também a segurança
da operação e o período que excedente será aplicado, pois a empresa é
indústria, comércio ou prestadora de serviços, e não uma especuladora
no mercado financeiro.

2.4. Importância no Planejamento

É importante o planejamento do fluxo de caixa, porque irá indicar


antecipadamente as necessidades de numerário para o atendimento dos
compromissos que a empresa costuma assumir, considerando os prazos
para serem saldados. Com isso, o administrador financeiros estará apto
a planejar com a devida antecedência, os problemas de caixa que
poderão surgir em conseqüência de reduções cíclicas das receitas ou de
aumento no volume dos pagamentos.

Acresce-se outro papel importante, que desempenha o fluxo de


caixa, que é a possibilidade de evitar a programação de desembolsos
vultosos para período em que o ingresso orçado sejam baixos por
questões de mercado, por exemplo. O planejamento do fluxo de caixa
permite ao administrador financeiro verificar se poderá realizar
aplicações a curto prazo com base na liquidez, na rentabilidade e nos
prazos de resgate.

Nestes termos, o fluxo de caixa é de vital importância para a


eficiência econômico – financeiro e gerencial das empresas, sejam elas,
micro, pequenas, médias ou grandes, a tal ponto, que muitas instituições
de crédito exigem a sua apresentação antes de concederem
empréstimos a seus clientes.
2.5 – O prazo de planejamento do fluxo de caixa

O período abrangido pelo planejamento do fluxo de caixa


depende do tamanho e ramo de atividade da empresa. Em geral, quando
as atividades estão sujeitas a grandes oscilações, a tendência é para
estimativas com prazos curtos (diário, semanal, mensal), enquanto as
empresas que apresentam volume de vendas estável, preferem projetor
o fluxo de caixa para período longos (trimestral, semestral ou anual). A
finalidade do planejamento também influi no período abrangido pelo
mesmo. Por exemplo, para um programa de investimento intensivo por
parte da empresa, torna-se conveniente um planejamento mais
detalhado, referente a um prazo menor, para se dar uma idéia
aproximada da projeção de saldos mensais durante o exercício social.

Como toda a empresa tem mais de uma espécie de necessidade


financeira, precisa ter estimativas com prazos variáveis, de acordo com
as respectivas finalidades.

“É importante a empresa trabalhar com um planejamento mínimo


para três meses. O fluxo de caixa mensal deverá, posteriormente,
transformar-se em semanal e este em diário. O modelo diário fornecerá a
posição dos recursos em função dos ingressos e desembolsos de caixa,
constituindo-se em poderosos instrumento de planejamento e controle
financeiros para a empresa” (FREZATTI,1999).

2.6 – O planejamento do fluxo de caixa a longo prazo

O planejamento do fluxo de caixa a longo prazo dispensa a


apresentação de muitos detalhes, pois tem em vista apenas relacionar
alterações significativas nos futuros saldos de caixa da empresa. De
acordo com os planos de ação aprovados pela cúpula diretiva, deverão
resultar de expansão ou modernização da capacidade de produção e/ou
comercialização, lançamento de novas linhas de produtos e crescimento
almejado da empresa dentro de um ou três anos, ou em um futuro
próximo.

“Tem por objetivo demonstrar a possibilidade de serem geradas


as disponibilidades de caixa, ou obtidos os recursos financeiros
necessários à manutenção das atividades planejadas para um dado
período.

Deverão indicar as épocas em que as disponibilidades poderão


ser insuficientes, a fim de que o administrador financeiro fique apto a:

a) incluir no planejamento de caixa o montante dos empréstimos ou


financiamentos com que a empresa deverá contar a curto, médio, ou
longo prazos;

b) prever aumento de capital social, mediante aproveitamento de


reservas ou subscrição de novas ações;

c) analisar os efeitos que cada uma dessas maneiras de obter maiores


recursos terá na estrutura do capital da empresa;
d) determinar para a alta administração os projetos que poderão ser
executados de acordo com os planos, quais serão adiados ou
alterados.
2.7 – Os requisitos básicos para o planejamento do fluxo de caixa

É importante, para a elaboração do fluxo de caixa, considerar as


oscilações que possam eventualmente ocorrer e irão implicar em ajustes
dos valores projetados, mantendo-se assim a flexibilidade desse
instrumento de trabalho do administrador financeiro.

Dentre os principais pré-requisitos para o planejamento do fluxo


de caixa estão os dados econômico – financeiros, que serão utilizados
pelo administrador financeiro, pois deverão ser os mais corretos
possíveis, captados no plano geral de operações da empresa para o
período a ser projetado.

Neste momento, o administrador financeiro irá buscar


informações em outros departamento da empresa, e é importante que
seus responsáveis estejam conscientes da exatidão, clareza e
confiabilidade dos dados prestados.

A empresa, para utilizar este instrumento de gestão financeira e


alcançar os objetivos e as metas propostas, não deve medir esforços na
sua implantação e implementação, em termos empresariais. Ela deve
manter um nível razoável em caixa de bancas para que possa atender às
necessidades diárias.

Este saldo disponível não poderá ser arbitrário, porém


determinado pelo administrador financeiro de acordo com os parâmetros
operacionais da empresa. Quanto mais cuidado houver na sua
elaboração menor terá de ser o nível de caixa.
Para que a empresa obtenha resultados positivos através do
fluxo de caixa é necessário que observe os seguintes requisitos:

a) buscar a maximização do lucro, possuindo certos padrões de


segurança, previamente fixados;

b) assegurar ao caixa um nível desejado, a partir da constituição de


reservas necessárias à empresa;

c) obter maior liquidez nas aplicações dos excedentes de caixa no


mercado financeiro;

d) determinar o nível desejado de caixa, a partir das contas que compõe


o disponível da empresa;

e) fixar limites mínimos, mediante as experiências adquiridas pela


empresa, permitindo realizar os ajustes quando for necessário;

f) ainda que a empresa observe certos padrões de segurança, pode


investir parte de seus recursos disponíveis, mas nunca além do
mínimo necessário para as suas atividades operacionais.
2.8 – Os requisitos para a implantação do fluxo de caixa

Os principais requisitos para a implantação do fluxo de caixa são:

2.8.1 – Apoio de cúpula diretiva da empresa;

2.8.2 – Organização da estrutura funcional da empresa com


definição clara dos níveis de responsabilidades de cada área;

2.8.3 – Integração dos diversos setores e/ou departamento da


empresa ao sistema do fluxo de caixa;

2.8.4 – Definição do sistema de informações quanto á qualidade e


aos funcionários a serem utilizados, calendário de entrega dos dados
(periodicidade) e os responsáveis pela elaboração das diversas
projeções;

2.8.5 – Treinamento do pessoal envolvido para implantar o fluxo


de caixa na empresa;

2.8.6 – Criação de um manual de operações financeiras;

2.8.7 – Comprometimento dos responsáveis pelas diversas áreas,


no sentido de alcançar os objetivos e as metas propostas no fluxo de
caixa;
2.8.8 – Utilização do fluxo de caixa para avaliar com antecedência
os efeitos da tomada de decisões que tenham impacto financeiro na
empresa;
2.8.9 – Fluxograma das atividades na empresa, ou seja, definir as
atividades meio e as atividades fins.
CAPÍTULO 3

MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DOS


FLUXOS DE CAIXA

3.1. Método Direto

O Método Direito consiste em classificar os recebimentos e


pagamentos de uma empresa utilizando as partidas dobradas. A
vantagem deste método é que permite gerar as informações com base
em critérios técnicas, eliminando, assim, qualquer interferência da
legislação fiscal. É aquele em que as informações para composição de
fluxo de caixa obtidas diretamente dos registros das operações da
empresa.

“A demonstração do Fluxo de Caixa pelo Método Direto facilita o


entendimento do usuário, pois nela pode-se visualizar integralmente a
movimentação dos recursos financeiros decorrentes das atividades
operacionais da empresa”. A evidenciação dos valores que movimentam
o caixa é de uma importância para uma análise mais profunda do fluxo
financeiro da empresa. Este método é mais informativo, pela clareza com
que revela as informações do caixa.
3.1.1 – Método Direto: Vantagens x Desvantagens

Vantagens:

a) Cria condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos


e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais;

b) Permite que a cultura de administrador pelo caixa seja introduzida


mais rapidamente nas empresas;

c) As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente.

Desvantagens:

a) O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos;

b) A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e


financeira em usar as partidas para classificar os recebimentos e
pagamentos.
3.2 – Método Indireto

É o método em que as empresas ao decidirem não mostrar os


recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma
importância de fluxo de caixa líquido das atividades operacionais
indiretamente, ajustando o lucro líquido para reconcilia-lo ao fluxo de
caixa das atividades operacionais eliminando os efeitos:
a) de todos os deferimentos e pagamentos operacionais passados e de
todas as provisões de recebimentos e pagamentos operacionais
futuros; e

b) de todos os itens que são incluídos no lucro líquido que não afetam
recebimentos e pagamentos operacionais.

Se observarmos o Demonstrativo de Fluxo de Caixa pelo


Método Indireto é semelhante a DOAR, e como o objetivo do Fluxo de
Caixa é facilitar o entendimento dos usuários comparativamente à DOAR
muitos preferem não adota-lo. Este método se torna deficiente no sentido
de não permitir ao usuário uma perfeita compreensão do Fluxo de Caixa.
3.2.1 – Método Indireto: Vantagens x Desvantagens

Vantagens

a) Apresenta baixo custo basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do


início e do final do período), a demonstração de resultados e algumas
informações adicionais obtidas na contabilidade.

b) Concilia o lucro contábil com o fluxo de caixa operacional líquido


mostrando como se compõe a diferença.

Desvantagens

a) O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de


competência é só depois converte-las para o regime de caixa. Se
isso for feito uma vez por ano, por exemplo, podemos ter surpresas
desagradáveis e tardiamente.

b) Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e


geralmente há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas
distorções.
3.3 – Formas de Apresentação do Fluxo de Caixa

3.3.1 – Apresentação do Método Direto

INGRESSOS DE RECURSOS

(+ ) Recebimentos de Clientes

( - ) Pagamento a Fornecedores

( - ) Despesas de Vendas / Administrativas / Gerais

( - ) Imposto de Renda

( + ) Dividendos

( = ) Ingressos Provenientes das Operações

( + ) Resgate de Investimento Temporários

( + ) Recebimento por Vendas de Investimentos

( + ) Recebimento por Venda de Imobilizado

( + ) Ingresso de Novos Empréstimos

A ( = ) Total de Ingressos de Recursos Financeiros


DESTINAÇÃO DE RECURSOS

( + ) Aquisição de Bens do Imobilizado

( + ) Aplicações no Diferido

( + ) Pagamento de Empréstimos Bancário

( + ) Pagamento de Dividendos

B ( = ) Total das Destinações de Recursos Financeiros

C ( A – B) Variação Líquida de Caixa

D Saldo de Caixa (Inicial)


( C + D) Saldo de Caixa (Final / Atual)

3.3.2 – Apresentação do Método Indireto

ORIGENS

Lucro Líquido do Exercício

Acertos / Conciliação

( + ) Depreciação e Amortização

( + ) Variações Monetárias de Empréstimos e Financiamentos


(L.P)
( - ) Ganhos de Equivalência Patrimonial

( - ) Correção Monetária

( - ) Lucros nas vendas de Imobilizado

Variações Patrimoniais

(+ / - ) Aumento / Diminuição em Fornecedores

(+ / - ) Aumento / Diminuição em Contas a Pagar

(+ / - ) Aumento / Diminuição em Juros à Receber


(+ / - ) Aumento / Diminuição em Juros e Impostos

(+ / - ) Aumento / Diminuição em Contas à Receber

(+ / - ) Aumento / Diminui em Estoques

(+ / - ) Aumento / Diminuição em Despesas de Exercícios Futuros

( = ) Caixa Gerado pelas Operações

( + ) Resgate de Investimentos Temporários

( + ) Venda de Investimentos

( + ) Venda de Imobilizado

( + ) Ingresso de Novos Empréstimos


( + ) Ingresso de Capital

A ( = ) Total de Ingressos Disponíveis

APLICAÇÕES

( + ) Integralização de Capital em Outras Companhias

( + ) Aquisição de Imobilizado

( + ) Aplicação no Diferido
( + ) Aplicações em Outras Empresas

( + ) Pagamento de Empréstimos

( + ) Pagamento de Dividendos

B ( = ) Total das Aplicações de Disponível

C ( A – B) Variação Líquida do Disponível

D ( + ) Saldo Inicial

( C + D) Saldo Final Disponível


3.4. – Fluxo de Caixa – Análise de Dados

O Fluxo de Caixa é de fundamental importância para as


empresas, pois constitui peça indispensável de sinalização para os
rumos financeiros de uma organização.

Evitar falta de recursos e conseqüente crise de liquidez nas


empresas ou, através do seu conhecimento, de forma antecipada,
minimizar seus efeitos, representa uma das principais funções do fluxo
de caixa.

Através de uma adequada gestão de caixa podemos reduzir


substancialmente a necessidade de capital de giro, proporcionando
maiores lucros em função, principalmente, da redução das despesas
financeiras. Daí a importância da revisão e análise criteriosa do fluxo de
caixa, pois só assim a empresa poderá aferir os resultados efeitos.

De nada adianta efetuar projeções de fluxo de caixa se o mesmo


não for utilizado como ferramenta básica no processo decisório.

A projeção das necessidades futuras, indicará escassez ou


excesso de recursos em determinado período e a avaliação desses
resultados, permitirá que a empresas tome as providências em tempo
hábil e reprojete seu fluxo de caixa em função das novas situações.
3.4.1 – Análise Vertical

Esse tipo de análise representa importante ferramenta de


interpretação da estrutura de fluxo de caixa. Através desta análise é
possível identificar itens no fluxo de caixa cuja participação é bastante
representativa, tornando-se, assim, alvo de uma análise mais profunda.

Deve-se observar também a tendência dessa participação ao


longo de dois ou mais período.

O caixa líquido das atividades operacionais é a base a ser


considerada para a análise vertical do fluxo de caixa, pois representa o
montante que a empresa gerou de caixa internamente, tornando-se
assim, ponto de referência para o cálculo dos percentuais de participação
dos demais itens do fluxo de caixa.

A fórmula para análise vertical do fluxo de caixa está indicada a


seguir:

Análise Vertical = VALOR DO ÍTEM

________________________________X 100

VALOR DO CAIXA LÍQUIDO


DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
3.4.2 – Análise Horizontal

A análise horizontal fornece a medida de crescimento dos itens


do fluxo de caixa. Permite que se tenha conhecimento da evolução de
cada item do fluxo de caixa dentro de uma série histórico.

Por ocasião da análise horizontal, deve-se ficar atento às


variações percentuais elevadas mas que seu valor absoluto não seja
representativo, ou o contrário quando uma variação percentual reduzida
pode ter embutido um valor absoluto considerável. Daí a importância da
análise, conjugada com a análise vertical para real compreensão da
situação analisada.

A fórmula para a análise vertical do fluxo de caixa está indicada a


seguir:

Análise Horizontal = VALOR DO ÍTEM EM UM PERÍODO


ESPECÍFICO DA SÉRIE

_________________________________

VALOR DO ITEM NO ANO BASE


CAPÍTULO 4

FLUXO DE CAIXA – ASPECTOS COMPLEMENTARES E MODELO

4.1 – Fluxo de Caixa x Lucros

4.2 – As Principais Transações que afetam o caixa

4.2.1 – Transações que aumentam o caixa (Disponível)

a) Integralização do Capital pelos Sócios ou Acionistas;

b) Empréstimos Bancários e Financiamentos;

c) Venda de itens do Ativo Imobilizado;

d) Outras Entradas.

4.2.2 – Transações que diminuem o caixa (Disponível)

a) Pagamento de dividendos aos Acionistas;

b) Pagamento de Juros, Correção Monetária da Dívida e Amortização da


Dívida;

c) Aquisição de itens do Ativo Permanente;

d) Compra à vista e pagamentos de fornecedores;

e) Pagamentos de Despesas / Custos, Contas à Pagar e outros.


4.2.3 – Transações que não afetam o caixa

a) Depreciação, Amortização e Exaustão;

b) Provisão para Devedores Duvidosos;

c) Acréscimos de itens de Investimentos pelo método de Equivalência


Patrimonial.

4.3 – Classificação das Origens e Aplicações de Caixa

Na realidade, a demonstração dos fluxos de caixa resume as


origens e as aplicações de caixa durante um dado período. O quadro a
seguir classifica as origens e aplicações básicas de caixa. Por exemplo,
se as duplicatas a pagar da empresa aumentarem em $ 1.000 durante o
ano, essa variação será uma ORIGEM DE CAIXA. Se o estoque da
empresa aumentar em $ 2.500, essa variação será uma APLICAÇÃO DE
CAIXA, no sentido de que um adicional de $ 2.500 foi destinado ao
estoque.

ORIGENS APLICAÇÕES

Diminuição em qualquer ativo Aumento em qualquer ativo

Aumento em qualquer passivo Aumento em qualquer passivo

Lucro liquido após I. renda Prejuízo líquido

Depreciação Dividendo pagos

Venda de ações Recompra de ações


TIPOS DE FLUXO DE CAIXA

Os fluxos operacionais são os fluxos de caixa – entradas e saídas –


diretamente relacionado à produção e venda dos produtos e serviços da
empresa. Esses fluxos captam a demonstração do resultado e as
transações das contas circulantes (excluindo os títulos a pagar) ocorridas
durante o período.
As principais modalidades de ingressos operacionais são as vendas à
vista; recebimento, desconto, caução e cobrança das duplicatas de
vendas a prazo realizadas pela empresa.

Quanto aos desembolsos operacionais podem ser relacionados com as


compras de matérias-primas à vista e a prazo, salários e ordenados com
os encargos sociais pertinentes, custos indiretos de fabricação, despesas
administrativas, despesas com vendas, despesas financeiras e despesas
tributárias.

Nesse caso o fluxo que resulta da atividade econômica da empresa deve


ser superior ao lucro líquido após o imposto de renda, devido a dois
fatores:
a) o montante de despesas não desembolsadas atribuídas ao período,
principalmente a depreciação que é um custo, porém não representa
uma saída de caixa;
b) desembolsos com investimentos não capitalizados, porém
considerados como despesas do período.

Os fluxos de investimento são fluxos de caixa associados com a compra


e venda de ativos imobilizados, e participações societárias. Obviamente,
as operações de compra resultam em saídas de caixa, enquanto que as
operações de venda geram entradas de caixa.
Os fluxos de financiamento resultam de operações de empréstimo e
capital próprio. Tomando ou quitando empréstimos tanto de curto prazo
(títulos a pagar) quanto de longo prazo resultará numa correspondente
entrada ou saída de caixa. Do mesmo modo, a venda de ações pode
resultar numa entrada de caixa, enquanto que a recompra de ações ou o
pagamento de dividendos pode resultar em saída financeira.

O fluxo de caixa extra-operacional compreende os ingressos e os


desembolsos de itens não relacionados à atividade principal da empresa,
como: imobilizações, vendas do ativo permanente, receitas financeiras,
aluguéis, recebidos ou pagos, amortizações de empréstimos ou de
financiamentos, pagamento de contraprestações (leasing).
a) Transações que aumentam o caixa (disponível)
• integralização do capital pelos sócios ou acionistas;
• empréstimos bancários e financeiros;
• venda de itens do Ativo Permanente;
• vendas à vista e recebimento de duplicatas a receber;
• outras entradas, como: juros recebidos, dividendos recebidos,
indenizações de seguros, etc.

b) Transações que diminuem o caixa (disponível)


• pagamento de dividendos aos acionistas;
• pagamento de juros, correção monetária da dívida e amortização da
dívida;
• aquisição de itens do Ativo Permanente;
• compras à vista e pagamento de fornecedores;
• pagamento de despesa/custo, contas a pagar e outros.

c) Transações que não afetam o caixa


• depreciação, amortização e exaustão. São meras reduções de Ativo,
sem afetar o caixa;
• provisão para devedores duvidosos. Estimativa de prováveis perdas
com clientes que não representa o desembolso ou encaixa;
• acréscimo (ou diminuição) de itens de investimentos pelo método de
equivalência patrimonial. Assim como correção monetária, poderá haver
aumentos ou diminuições em itens de investimentos sem significar que
houve vendas ou novas aquisições.
CONCLUSÃO

A contabilidade já não pode mais a limitar-se a registrar fatos


passados e a manter livros fiscais escriturados com o único fim de
recolhimento de tributos e o cumprimento de obrigações acessórias. Não
que o registro e a boa ordem das informações passadas não sejam
importantes e necessárias, mas porque o seu papel, cada vez mais,
passa a ser cobrado como uma atividade integrada ao todo das
organizações. Pensar em contabilidade para a empresa atual,significa
pensar em um sistema integrado de informações que espelhe a realidade
da situação passada e atual, mas que também seja capaz de fomentar
estudos prospectivos e projetivos perfeitamente sintonizados com todas
as demais áreas da empresa.

Nesse sentido, o estudo voltado para o desenvolvimento de


novas ferramentas que auxiliem o processo de tomada de decisão nas
empresas deve ser incentivado. Dentre os instrumentos gerenciais de
caráter mais dinâmicos, o fluxo de caixa merece destaque, seja por sua
estreita relação com a situação de liquidez da empresa, como pela
propriedade de projetor situações futuras.

As dificuldades encontradas na gestão dos recursos financeiros


de uma empresa, tomando-se por base dados históricos, relatórios
elaborados pelo regime de competência, fizeram, com que surgisse o
fluxo de caixa, bastante evidenciado e indispensável para a boa gestão
das empresas.

Destacou-se também a importância da utilização dos dois fluxos


de caixa – histórico e projetado, enquanto o segundo serve para prever
dificuldades futuras e adiantar soluções, o primeiro serve de base para a
projeção do segundo.

Outro aspecto importante a ser considerado é o fluxo de caixa


torna mais conveniente a administração e acompanhamento do dia a dia
das atividades operacionais da empresa. Do contrário, se ela quiser
tomar decisões em função de um horizonte maior, terá que recorrer a
outros demonstrativos contábeis, como a demonstração das origens e
aplicações dos recursos – DOAR, por exemplo.

É importante ressaltar que os gestores devem estar atentos aos


mecanismos que utilizam no planejamento e acompanhamento do
desempenho das empresas. A visão holística organização e do ambiente
em que atua deve ser o parâmetro para a aferição e ajustes nos
instrumentos utilizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAF NETO, Alexandre e Silva, César Augusto Tibúrcio.


Administração do capital de giro. São Paulo: Atlas. 1995.

CAMPOS FILHO, Ademar. Fluxo de Caixa em Moeda Forte: Análise,


decisão e controle. São Paulo: Atlas. 2° Edição.

CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos Fluxos de Caixa: Uma


ferramenta indispensável para administrar sua empresa. São
Paulo: Atlas. 2ª Edição.

ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa. São Paulo: Sagra


Luzzatto. 8° Edição.

FREZATTI, Fábio. Gestão do fluxo de caixa diário. São Paulo: Atlas.


1997.

MARION, Eliseu e ASSAF NETO, Alexandre. Administração Financeira:


As finanças das empresas sob condições inflacionarias. São
Paulo: Atlas. 1996.

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