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Brazilian Journal of Development 80601

ISSN: 2525-8761

Desafios e boas práticas de gestão financeira em uma empresa: uma


revisão de literatura

Financial management challenges and good practices in a company: a


literature review
DOI:10.34117/bjdv8n12-252

Recebimento dos originais: 23/11/2022


Aceitação para publicação: 26/12/2022

Vanessa de Moraes Pinheiro


Graduando em Administração
Instituição: Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica - Faculdade
Fucapi
Endereço: Av. Gov. Danilo de Matos Areosa, 381, Distrito Industrial, Manaus - AM,
CEP: 69075-351
E-mail: ricardoguimaraes.gestao@gmail.com

Ricardo R. G. Pinheiro
Especialista em Admininstração
Instituição: Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica - Faculdade
Fucapi
Endereço: Av. Gov. Danilo de Matos Areosa, 381, Distrito Industrial, Manaus - AM,
CEP: 69075-351
E-mail: ricardoguimaraes.gestao@gmail.com

RESUMO
A administração financeira visa proporcionar maior rentabilidade ao capital de uma
organização, buscando coordenar melhor as entradas e saídas de caixa da empresa. Por
isso, o gestor precisa controlar as obrigações que tem a cumprir com terceiros (como
funcionários, fornecedores ou empréstimos) para que possa planejar e decidir por si
mesmo a melhor forma de captar recursos. O objetivo geral do trabalho é desenvolver
revisão de literatura evidenciando seus desafios e práticas de gestão financeira nas
empresas. O trabalho consiste em uma revisão de literatura, com consulta na base de
dados: Scielo, Portal de Periódicos CAPES, Google Scholar e repositório de instituições
públicas e privadas de ensino superior. A gestão financeira é fundamental para as
empresas, principalmente na atual conjuntura econômica repleta de incertezas, aliada ao
aumento da concorrência e globalização, fazendo com que as empresas busquem formas
de sobreviver no mercado. Nessa conjuntura, um planejamento financeiro eficaz faz a
diferença necessária para sua sobrevivência. Perfaz-se, que o bom comportamento do
departamento financeiro da empresa é considerado por meio da qualificação de seus
gestores, amparados pelos métodos e teorias da gestão financeira, o que pode ser um
diferencial, que pode significar a simples sobrevivência no mercado, devido a uma busca
mais consciente pelo sucesso desejado nos resultados.

Palavras-chave: administração financeira, fluxo de caixa, conciliação contábil, gestão


financeira, gestor.

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ABSTRACT
Financial management aims to provide greater profitability to the capital of an
organization, seeking to better coordinate the company's cash inflows and outflows.
Therefore, the manager needs to control the obligations he has to fulfill with third parties
(such as employees, suppliers or loans) so that he can plan and decide for himself the best
way to raise funds. The general objective of this work is to develop a literature review
highlighting its challenges and financial management practices in companies. The work
consists of a literature review, with consultation in the database: Scielo, PORTAL of
CAPES Journals, Google Scholar and repository of public and private institutions of
higher education. Financial management is fundamental for companies, especially in the
current economic situation fraught with uncertainties, combined with increased
competition and globalization, causing companies to look for ways to survive in the
market. At this juncture, effective financial planning makes the difference necessary for
its survival. It is part that the good behavior of the financial department of the company
is considered through the qualification of its managers, based on the methods and theories
of financial management, which can be a differential, which can mean the simple survival
in the market, due to a more conscious search for the desired success in the results.

Keywords: financial administration, cash flow, accounting reconciliation, financial


management, manager.

1 INTRODUÇÃO
Atualmente, as empresas são altamente competitivas em todas as áreas de atuação
tais como em mercado, negócios, indústria ou serviço. E necessário que as organizações
busquem estabelecer controles cada vez mais rígidos, destinados a combater as forças que
determinam a concorrência, a fim de conquistar uma posição lucrativa e sustentável
(SERIO; VASCONCELLOS, 2017).
A velocidade das mudanças tecnológicas em um mundo globalizado gerou
consumo descontrolado de bens e serviços, exigindo das empresas maior agilidade na
tomada de decisões, flexibilidade e adaptabilidade. O sucesso ou fracasso de uma
organização está intimamente relacionado com uma visão sistemática do negócio,
incluindo uma compreensão dos pontos fortes e fracos da entidade e relacionamentos com
clientes, fornecedores, sociedade, comportamento do mercado e novas abordagens de
gestão.
Nesse âmbito, a administração financeira visa proporcionar maior rentabilidade
ao capital de uma organização, buscando coordenar melhor as entradas e saídas de caixa
da empresa. Por isso, o gestor precisa controlar as obrigações que tem de cumprir com
terceiros (como funcionários, fornecedores ou empréstimos) para que possa planejar e
decidir por si mesmo a melhor forma de captar recursos. Por isso o planejamento é

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considerado importante nos procedimentos empresariais para se antecipar e se preparar


para possíveis dificuldades, é preciso entender a situação em que a empresa se encontra
(ROSS et al., 2015).
Hoje, a maioria das empresas reconheceu e abraçou a importância de uma boa
análise da gestão financeira para sua sobrevivência. Sabendo que as decisões
(independentemente do tamanho da empresa) geram custos, despesas, perdas e ganhos, é
fundamental saber escolher as decisões na gestão da empresa que terão impacto no
alcance das metas desejadas, resultando em lucros e bom desempenho dos negócios
(VIEIRA; CARNEIRO, FILIPIN, 2015).
Portanto, é de extrema importância que os gestores tenham em mãos todos os
registros de vendas, compras, descontos, receitas, despesas, lucros, tornando-os um
subsídio na tomada de decisões. Neste prisma, a gestão financeira torna-se uma
importante ferramenta que reúne todos esses eventos operacionais da organização para
análise e para informar os diretores para a tomada de decisões, dando uma ampla
contribuição que lhes permite obter o maior benefício possível da operação da empresa
(LEME, 2017).
Diante disso, é fundamental registrar adequadamente os fatos financeiros, contas
a pagar, contas a receber, bancos, fisco no sistema de gestão para que possa refletir a real
situação da empresa com precisão e em tempo real para que os gestores saibam onde estão
os recursos vêm e onde são aplicados, eles determinarão quais são os custos operacionais
e se esses custos são consistentes com as operações da empresa.
O trabalho é essencial visto que, são múltiplos os processos que qualquer
organização realiza, consciente ou inconscientemente, e uma das partes mais importantes
da estrutura organizacional é aquela que registra todas as movimentações financeiras da
empresa, além de garantir o cumprimento da legislação tributária vigente.
Com essa responsabilidade, o departamento de contabilidade garante um registro
fiel do que a empresa tem e quais são suas obrigações para com terceiros, além de fornecer
informações confiáveis para a tomada de decisões, muitas delas em nível estratégico.
Todavia, é necessário implementar procedimentos organizacionais que possibilitem o
registro e a análise precisos dos fatos contábeis, que por sua vez se refletirão em
demonstrações contábeis verdadeiras, consistentes e confiáveis.
Uma ênfase crescente nos métodos nas estruturas organizacionais é inevitável,
assim como a constante mudança e inovação nos modelos de gestão financeira.
Entretanto, o trabalho constitui-se num estudo de caso de uma instituição hospitalar, que

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demonstra as seguintes problemáticas: De que forma realizar introduzir boas práticas para
uma conciliação bancária de excelência?
O objetivo geral do trabalho é desenvolver revisão de literatura evidenciando seus
desafios e práticas de gestão financeira nas empresas. Os objetivos específicos
delineados: apresentar os principais conceitos que norteiam a administração financeira;
demonstrar os controles internos utilizados pela empresa as principais práticas da gestão
financeira da empresa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
A administração financeira é o principal meio de gerir recursos para maximizar os
resultados. Dessa forma, o administrador financeiro deve ter aptidões e conhecimento
suficientes na aplicação, captação e distribuição eficiente dos recursos, a fim que chegue
ao resultado proposto pela empresa. Os administradores financeiros têm sua atuação
ligada a diferentes atividades como, planejar, conceder créditos, aferir investimentos e
captar recursos, a fim de contribuir para o melhor funcionamento da empresa (ROSS et
al., 2015).
A administração existe no dia a dia de uma empresa e representa a forma como as
decisões são tomadas dentro da organização. Segundo Assaf Neto (2003), pode-se
entender que o comportamento gerencial é importante para a continuidade de uma
empresa, pois está relacionado à qualidade das decisões tomadas pelos gestores. Em
conclusão, o autor esclarece que o processo decisório incorpora a essência do conceito de
gestão, “gestão é decisão”.
Entretanto, Leme (2015) declara que a meta da administração financeira é
maximizar o valor da organização. E uma gestão financeira bem-sucedida requer o
equilíbrio de uma série de fatores e não existem regras ou soluções que garantam o
sucesso da empresa em todas as circunstâncias.
O princípio da administração financeira é, fundamentalmente, dispor o numerário
necessário para saldar em tempo hábil os compromissos assumidos com terceiros e
maximizar os lucros, e que a meta do administrador financeiro está centrada no dilema
básico: Liquidez versus rentabilidade (HOJI, 2017).
Ressalta-se ainda que a administração financeira, juntamente com as demais áreas
do negócio, permeia todas as áreas da organização e é fundamental no processo de
criação, manutenção e desenvolvimento do negócio. Com base nessa reflexão Seleme

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(2010), destaca que a administração financeira permite que os gestores analisem e


resolvam problemas financeiros por meio de informações precisas e confiáveis,
fornecendo subsídios para garantir a qualidade da tomada de decisão, principalmente no
processo que envolve análise de investimentos e financiamentos.
Para confirmar a mesma ideia, Megliorini (2009) também alerta que, devido às
demandas de recursos organizacionais, a administração financeira pode otimizar os
recursos financeiros ao decidir entre alternativas que beneficiem a empresa. Nesse
contexto, a gestão financeira é claramente fundamental para o negócio, e o processo de
tomada de decisão requer dados confiáveis.

2.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO


O planejamento financeiro pode ser fragmentado em curto e longo prazo. Assim,
podemos perceber que os são interligados, ou seja, o que for estabelecido como objetivo
para longo prazo necessitará ter ações no curto prazo para obter o que foi apresentado.
Logo, todas as intervenções que se tornam em um curto espaço de tempo estão em direção
ligadas ao que está ocorrendo oferecido para se totalizar em uma esfera de tempo maior
(COSTA et al., 2021).
Para começar a utilizar recursos de curto prazo para quitar obrigações de longo
prazo, existe o departamento de tesouraria, o qual deve planejar e acompanhar
exclusivamente o fluxo de caixa (ARAÚJO et al., 2015).
Sendo assim, fica claro que o cumpridor pela área financeira deve se deparar com
alguns aspectos de um gerenciamento profissional, as quais podem ser mencionadas como
projetar o fluxo de caixa; definir o saldo mínimo para as operações, levando em conta as
margens de segurança; e uma eficaz gestão de caixa, ou seja, conquistar e aplicar os
recursos de melhor forma possível. Alguns aspectos são necessários para sua implantação
como: apoio da direção; integração de todas as áreas da organização; facilidade de
informação, treinamento e desenvolvimento de pessoas: e controle financeiro.
O controle é um ciclo crucial em qualquer projeto ou negócio, pois de nada sucede
uma boa elaboração se o conjunto não vier com a comitiva para apuração da execução de
planos projetados, com disposição, caso ocorra transvios do estimado, corrigi-los o mais
breve possível. O controle a ser executado também fortalecerá a vida do gestor financeiro,
em razão prover informações para os próximos planejamentos (FORMENTI; MARTINS,
2015).

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O planejamento financeiro envolve projetar e analisar opções futuras de


investimentos e financiamentos, além de reconhecer as expectativas para a tomada de
decisões por meio de controles para corrigir eventuais desvios para maximizar o
patrimônio.
Nessa abordagem, Araújo et al. (2018) enfatiza que o planejamento financeiro é
um processo que inclui analisar as opções de investimento e financiamento abertas à
empresa, antecipar as consequências futuras das decisões atuais; decidir quais alternativas
buscar e medir o desempenho subsequente em relação às metas estabelecidas no plano
financeiro.
Com base nessa reflexão, Belo (2009) complementa que o planejamento
financeiro é o processo de avaliar quanto capital é necessário para dar continuidade às
operações de uma empresa. Na ausência de um processo seguro de estimativa das
necessidades de financiamento, as empresas podem acabar não tendo recursos suficientes
para cobrir seus compromissos e inadimplências caso não cumpram suas obrigações
contratuais. Entretanto, sem um bom planejamento financeiro, pode levar à iliquidez ou
mesmo à falência da organização.
Como pode-se verificar o planejamento financeiro permite que as empresas
desenvolvam cenários, prevejam eventos futuros e prevejam decisões com controles.
Além disso, pode estimar as necessidades de investimento e financiamento e criar
alternativas para corrigir possíveis desvios.
Em suma, no entendimento de Paoleschi (2019), o planejamento financeiro é um
processo dinâmico que passa por um ciclo de planos arquitetônicos cuja implementação
e revisão são baseadas em resultados reais. O ponto de partida para um plano financeiro
ampliado é o plano estratégico da empresa. A estratégia orienta o processo de
planejamento financeiro desenvolvendo diretrizes gerais de desenvolvimento e metas de
crescimento.

2.3 FLUXO DE CAIXA


As empresas investem, compram, vendem, o maior desafio é saber qual o valor
disponível para cumprir com suas obrigações pontualmente. Então o fluxo de caixa
funciona como um controle de receitas, levantamento de entradas e saídas, ingressos e
desembolsos financeiros, seja qual for o tempo, os métodos e a operacionalização
convergem para nos recursos e gastos da empresa em um aprazado espaço de tempo.

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As fontes de caixa também são várias, podem ser internas e externas e as variáveis
que atuam influência no fluxo não somente estas, precisamos considerar também que a
empresa tem gastos regulares e irregulares. Para que ela possa honrar com seus
compromissos, ela precisa de um fluxo de caixa em constante atualização. Projeções de
caixa necessitam de correção e upgrade, baseados nas mudanças das condições previstas
para empresa, a finalidade disto é tomar o fluxo de caixa realmente como uma ferramenta
eficiente na gestão da empresa (OKA, 2012).
Segundo Vieira e Batistoti (2015), denomina-se por fluxo de caixa ao conjunto de
ingressos e desembolsos de numerários ao longo de um período projetado, o fluxo de
caixa representa a situação financeira da empresa porque considera todos os recursos e
todas as despesas ou aplicações.
O fluxo de caixa é a projeção das entradas e saídas de recursos financeiros para
certo período, prever a necessidade de conquistar os excedentes de caixa em operações
rentáveis para empresa, propiciando um fluxo equilibrado otimizando a aplicação de
recursos próprios e de terceiros nas atividades mais rentáveis para empresa. Sem deixar
de mencionar que é de extrema importância saldar obrigações nas datas de vencimentos,
planejar pagamentos nas datas programadas, e ter uma reserva de caixa para eventuais
despesas. O fluxo de caixa é de vital importância para eficácia econômica, técnica
financeira e administrativo da empresa, sejam elas micro, pequena, médias ou grande
porte (FRISKES; SOARES, 2021).
Esse objetivo nada mais é um auto planejamento aplicando dados estatísticos uma
visão entre o médio prazo sobre o seu funcionamento; uma programação de
investimentos, quando os dados, mês a mês, apresentam índices de desenvolvimento
acentuado. Tendo a capacidade de sustentar decisões rápidas, respaldados diante do
surgimento de dificuldades financeiras. Para que a empresa possa alcançar corolários
significativos, é necessário que todos estejam envolvidos com o processo, de maneira a
atingir a colaboração e melhorar o desempenho da empresa.

2.4 CONCILIAÇÃO BANCÁRIA


A conciliação bancária refere-se a um procedimento destinado a comparar os
fluxos financeiros das contas e sua escrituração, demonstrar detalhadamente possíveis
discrepâncias, informar quais registros deixaram de ser calculados de uma forma ou de
outra, para controle e ajuste final (CABRAL; MUÑOZ, 2016). Tratando-se de um
procedimento para assegurar a gestão financeira e o cumprimento dos princípios de

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tempestividade e fiabilidade da informação contabilística, a separação funcional deve ser


feita de forma contínua e ininterrupta.
Araújo e Assaf Neto (2010), esclarece que a contabilidade deve ter controle
absoluto sobre os valores nele registrados, sem exceção. Os contadores devem
acompanhar os registros, mesmo para não duplicar lançamentos, receitas, despesas ou
calcular mal os impostos.
No fluxo de caixa, são registradas todas as transações que ocorrem a cada dia,
incluindo entradas e saídas de recursos, e os saldos são calculados somando-se o valor do
saldo anterior à entrada menos a saída de recursos.
Entende-se, portanto, ainda para Oliveira (2019), a reconciliação contábil bancária
é realizada por comparação de saldos, para atingir os objetivos, seus aspectos gerais
devem atender aos objetivos do controlador financeiro, dentre os quais podemos citar:
conhecimento da estrutura e contabilidade do plano de contas; apuração de
inconsistências; verificação inicia a entrada a finalidade do documento/contrato; facilitar
a normalização por meio de complementação de valor ou conta, transferência ou estorno.
O controle bancário traz dados sobre valores transferidos através de contas
bancárias pertencentes à empresa, por meio das quais é possível visualizar valores
recebidos através de depósitos em conta, valores pagos através de cheques, valores
transferidos para outras contas, valores de saques de fundos, por isso é imprescindível
que a profissão contábil para manter todos os registros de transações financeiras
atualizados (RIBEIRO, 2017).
Segundo Garcia et al. (2014), o Controle Bancário é um conjunto de operações
registradas destinadas a controlar os fluxos financeiros de uma empresa, analisando e
examinando individualmente as operações realizadas com as instituições bancárias. Para
Cassiano (2018), a conciliação bancária é um procedimento de controle interno destinado
a evidenciar discrepâncias entre os saldos dos extratos das contas bancárias e os saldos
do livro contábil de uma mesma conta.
Diante ao exposto, a conciliação bancária é a relação entre o fluxo diário de caixa
e o controle bancário, consiste em analisar e calcular a diferença entre os saldos das contas
e os extratos bancários por meio da conciliação. Na contabilidade, a reconciliação
corresponde à correlação dos saldos do balanço patrimonial com os saldos apurados em
controles contábeis adicionais gerados em documentos internos ou externos, oficiais ou
não oficiais.

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A conciliação difere da análise de contas, na qual os analistas examinam as


entradas de registro quanto à consistência, dividem-nas e as caracterizam. A conciliação
bancária é uma importante ferramenta de controle interno e acompanhamento do fluxo de
caixa de uma empresa, tem como objetivo evidenciar as diferenças entre os saldos do
livro contábil e as contas bancárias onde a mesma conta é sacada. Vale ressaltar que o
objetivo do processo de conciliação bancária é analisar e identificar se existem diferenças
financeiras (MATIAS; SILVA, 2011).
Para uma conciliação eficaz, é importante validar informações e dados de extratos
e controles internos de contas a pagar e receber para verificar inconsistências. A
conciliação traz a precisão da análise dos saldos em uma determinada data. A utilização
dessa ferramenta é relevante para os entes públicos, pois está diretamente relacionada aos
princípios da contabilidade de oportunidades e aos princípios legais e constitucionais da
transparência. execução financeira.
A conciliação bancária é um controle administrativo que auxilia não só a
contabilidade, mas também o departamento financeiro de qualquer organização. É uma
ferramenta de monitoramento quase diário capaz de identificar pendências entre extratos
bancários e lançamentos financeiros e contábeis, porém pouco utilizado pelas Micro e
Pequenas Empresas (MPE´S) (GODOY, 2015). Como em todas as contas bancárias, um
aspecto de controle muito importante (muitas vezes afetando o saldo correspondente no
balanço) é que as conciliações bancárias regulares devem ser realizadas, especialmente
na data do balanço. Essas conciliações entre saldos contábeis e extratos bancários
permitem a identificação de pendências contábeis ainda no período.
Documentação essa, hábil e idônea, que irá suportar a contabilidade para a sua
devida classificação, de acordo com a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, em seu
artigo:

Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um


sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva,
e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

Também a NBC T 2.2:

NBC T 2.2 – Da Documentação Contábil


2.2.1 – A Documentação Contábil compreende todos os documentos, livros,
papéis, registros e outras peças, que apoiam ou compõem a escrituração
contábil.

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2.2.1.1 – Documento contábil, estrito-senso, é aquele que comprova os atos e


fatos que originam lançamento (s) na escrituração contábil da Entidade.
2.2.2 – A Documentação Contábil é hábil, quando revestida das
características intrínsecas ou extrínsecas essenciais, definidas na legislação, na
técnica-contábil ou aceitas pelos "usos e costumes".
2.2.3 – A Documentação Contábil pode ser de origem interna quando gerada
na própria Entidade, ou externa quando proveniente de terceiros.
2.2.4 – A Entidade é obrigada a manter em boa ordem a documentação
contábil.

A referida lei em seu artigo 1.179 nos dá o entendimento de que o objeto desta
referência é comum a todas as empresas, no que diz respeito à aplicabilidade dos
documentos considerados aptos à escrituração, que devem conter os dados da pessoa
jurídica emissora que não seja mercadoria, mercadoria ou Fora da repartição de serviços,
o caso para aquisição de pessoas jurídicas são os cupons fiscais (por exemplo).
O controle bancário está relacionado ao controle de extrato bancário e conta
corrente, onde os recebimentos e pagamentos são conciliados através do banco. Os
pagamentos devem ser acompanhados da fatura de compra apropriada e da fatura na cópia
do cheque e recibo.

2.5 CONTAS A PAGAR E A RECEBER


2.5.1 Contas a Pagar
As contas a pagar (CAP) referem-se às obrigações financeiras que uma empresa
assume perante seus fornecedores. Qualquer aquisição a prazo de bens, produtos, insumos
ou serviços gera um CAP que deverá ser pago até o vencimento combinado entre as
partes. Quando os pagamentos são a prazo, cria-se uma necessidade de controle por parte
do setor financeiro e contábil, pois é gerado um saldo de Contas a Pagar, que é um passivo
corrente do balanço patrimonial. Esse saldo deve ser quitado na medida em que as
obrigações em aberto vão sendo pagas (ARAÚJO, 2017).
Segundo Araújo (2017), referem-se a: aprovação prévia, cadastro e cotação de
fornecedores, contabilização das operações e notas fiscais. As compras efetuam-se à vista
e a prazo, sendo as primeiras pagas no ato da compra e as segundas, incluídas nas contas
a pagar da empresa, sendo registradas como obrigações e pagamentos a fornecedores,
importantes para a manutenção dos negócios e do capital de giro.
É muito comum às empresas quererem controlar o prazo médio do seu CAP. Essa
informação permite uma visão global (inclusive da Necessidade de Capital de Giro, que
trataremos em outra oportunidade) e a qualidade do processo de pagamentos dos títulos.

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2.5.2 Contas a Receber


As contas a receber são uma das contas mais relevantes dentro de uma organização
porque incluem lançamentos de valores envolvendo parcelas de clientes. Monteiro
(2013), afirma que controlar significa monitorar se todos os comportamentos
originalmente concebidos são seguidos na prática, e seu escopo é identificar e corrigir
possíveis mudanças em relação aos padrões definidos organizacionalmente. Para exercer
o controle, as organizações devem desenvolver metas e planos com antecedência.
Os controles internos para o conceito de contas a receber se apresentam de
diversas formas, que são modificados e diferenciados de acordo com o tipo de empresa,
o volume de atividade e a adequação do uso dos controles para a gestão da informação.
Conforme Lizote et al. (2015), no controle de títulos a receber, deve-se considerar
papel comercial em poder da empresa, em poder do banco, em poder de fornecedores da
empresa, transações não vencidas, vencidas há vários anos, e sem previsão de pagamento,
de acordo com os requisitos de cobrança judicial.
Para Faria (2014), o controle interno de contas a receber está relacionado ao
controle interno de vendas, deduções de vendas e caixa. Os títulos e recebíveis devem ser
mantidos por departamentos que não sejam Faturamento, Descontos e Autorizações para
Devedores Incobráveis, Cobrança de Clientes ou Remessas. Funcionários sem controle
sobre propriedade e contas a receber devem reconciliar regularmente duplicatas.
A informação gerencial é muito importante para as organizações que buscam
vantagem competitiva para sobreviver no mercado. Torna-se um fator decisivo no
processo, pois orienta todas as decisões internas da organização a curto ou longo prazo.
Para que as informações trazidas pela contabilidade sejam autênticas e confiáveis,
deve-se exercer um controle adequado sobre cada sistema operacional. Isso pode ser
alcançado por meio da utilização de controles internos eficazes, que são muito
importantes porque controlam o patrimônio da empresa e verificam a exatidão e a
confiabilidade dos dados contábeis (PARIZOTTO, 2015).
Conforme Küster et al. (2010), um dos controles internos mais relevantes na área
financeira de uma organização hoje corresponde ao controle de contas a receber, que
envolve operações relacionadas a vendas que ocorrem a prazo e, portanto, são lançadas
em contas a receber.
O processo pelo qual uma empresa converte seus direitos em recursos disponíveis
para continuar suas atividades é chamado de contas a receber. Esse processo merece
atenção especial, pois é o fim de uma série de etapas para uma operação bem-sucedida.

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Na contabilização dos recebíveis, o princípio da expectativa de realização da receita será


atendido e, com a baixa dos estoques e despesas relacionadas, a correspondência indicará
o custo das mercadorias vendidas.
Conforme Santos (2016), cada estratégia que pode ser expressa em uma simples
frase - deve ser integrada em um ou mais projetos para que a estratégia previamente
formulada possa ser implementada. Posteriormente, todas as partes comuns dos diferentes
projetos são agrupadas em planos de ação que são distribuídos entre as diferentes
unidades organizacionais da empresa. E, porque a estratégia e os objetivos são
estabelecidos por uma interação estruturada entre fatores externos e internos, há uma forte
abordagem estratégica para a organização de uma empresa.
Todas as empresas devem considerar a captação de recursos e a gestão das
aquisições, buscando determinar a abordagem mais adequada em termos de liquidez,
redução de custos e risco financeiro. Metas, estratégias e sistemas de políticas têm
implicações para a organização estratégica, pois quando metas, estratégias e políticas são
claramente definidas, é mais fácil organizar porque as pessoas sabem o que esperar de
cada profissional e equipe que compõe a empresa. . Essa é uma das principais questões
que vinculam os controles internos organizacionais estratégicos às contas a receber.

2.6 CONTROLE DE CUSTOS E GESTÃO DE ESTOQUES


O controle de custos e a gestão de estoque muitas vezes andam de mãos dadas,
principalmente para empresas cuja atividade principal é a revenda de produtos.
Simplificando a operação de uma empresa como essa, a empresa compra um determinado
produto por um determinado preço e depois o revende para um terceiro por um preço
mais alto, mantendo assim o dinheiro fluindo e obtendo lucro (SANTOS et al., 2014).
Para realizar essas atividades é necessário capital de giro, que, segundo Carvalho
e Schiozer (2012), é a fonte de financiamento das operações atuais. Pinheiro (2016) define
o capital de giro líquido como geralmente definido como a diferença entre o ativo
circulante e o passivo circulante. Em ambos os casos, fica claro pelas definições dos
autores que é necessário capital adicional para que a empresa funcione de forma adequada
e eficiente.
Essas operações circulantes são despesas associadas às atividades que são
realizadas ou mesmo incorridas nessas atividades, pois a empresa necessita de capital para
adquirir matérias-primas ou revender produtos, além de investir em maquinário,
infraestrutura e outras despesas estáticas. O programa exige que as empresas também

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invistam em ativos circulantes, não apenas em ativos fixos. Por exemplo, um projeto
geralmente requer uma certa quantia em dinheiro para cobrir todas as despesas incorridas.
“Quando se trata de controle de custos, é importante reconhecer que existem dois tipos,
custos fixos e custos variáveis, e saber a qual você está se referindo (DETONI;
MOREIRA, 2011).
Para Higgins (2014), os custos fixos são saídos de caixa que ocorrem
independentemente do nível de vendas. Isso não deve ser confundido com algum tipo de
despesa contábil do período. Sobre custo variável, é o custo total, ou o valor utilizado
para a venda, como a compra de matéria-prima para produção, comissões de vendas para
a equipe comercial, e tudo mais que depende das vendas para gerar custos. Custos
variáveis e vendas Crescimento proporcional.
O estoque não é exceção, quanto maiores as vendas, maior o giro do estoque e
maiores os custos variáveis. À medida que as vendas aumentam, aumenta o investimento
de capital de giro necessário, ou uma política de financiamento de estoque. O
financiamento de estoques inclui empréstimos de curto prazo para compra de estoques e
assume principalmente três formas básicas: penhor de ações, transferência fiduciária e
financiamento de garantia de estoque (PAOLESCHI, 2019).
A primeira forma, é a penhora de estoque, não é muito comum e funciona em
circunstâncias especiais da seguinte forma: Se a empresa devedora entrar em
inadimplência, o credor tem direito ao estoque da empresa devedora em valor suficiente
para saldar a dívida em questão. Na transferência fiduciária, o procedimento é semelhante,
mas desde o início as ações são de propriedade dos credores e, em caso de não pagamento,
eles têm direito ao que é deles para quitar a dívida (BRITO, 2017).

3 METODOLOGIA
Quanto aos seus procedimentos este trabalho foi realizado por meio de pesquisas
bibliográficas e de publicações já existentes. Por meio de livros, dissertações
monografias, selecionando e interpretando teorias já existes a respeito do tema em questão
(MAZUCATO, 2018). Quanto a abordagem do trabalho é definida com uma pesquisa
qualitativa. No dizer de Estrela (2018), a pesquisa qualitativa é caracterizada pela
descrição, compreensão e interpretação de fatos e fenômenos. Em contrapartida, na
pesquisa quantitativa predominam mensurações.
A busca foi feita com as seguintes palavras chaves: Administração Financeira,
Fluxo de Caixa, Conciliação Contábil, Gestão Financeira, Gestor. Conforme descrito na

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base teórica do trabalho. A revisão bibliográfica foi realizada através de busca nas bases
de dados digitais científicas: Scielo (Scientific Electronic Library Online), Portal de
Periódicos CAPES, Google Scholar e repositório de instituições públicas e privadas de
ensino superior.
A partir da questão formulada, foi definido o critério de inclusão. Para este estudo,
foram selecionados apenas artigos científicos sobre os temas acima publicados entre 2009
e 2022 com base indicada no trabalho e artigos em idioma brasileiro. As buscas de
pesquisa no banco de dados foram realizadas em base cientificas que inspira maior
credibilidade no processo de pesquisa em ambiente acadêmico. Os critérios de exclusão
delimitado foram: artigos fora do período indicado, artigos com apenas resumo
disponibilizado, com idiomas que não seja o português.
O total de artigos científicos consultados para a realização dos objetivos propostos
na pesquisa, à revisão de literatura foram realizados com 321 artigos, descartados 291
artigos, e utilizados 47 artigos publicados a partir do ano 2010 ao ano de 2021, tratavam
do tema desenvolvido no artigo.

4 RESULTADO E DISCUSSÃO
No quadro 1, estão demonstradas as características dos estudos incluídos nesta
revisão bibliográfica, apresentando os seguintes itens: autor, ano de publicação, tema,
base de dados e resultados. Dessa forma, foram incluídos: 5 estudos de caso, 1 pesquisa
de campo, 2 pesquisas descritiva, 1 relato de experiência e relato técnico. Corresponde
10 artigos com seus respectivos resultados.

Quadro 1 - Resultado da pesquisa.


Ano Autor Título Método Resultados
Efetuou-se uma pesquisa acerca da gestão
financeira que mostra à empresa que o fluxo de
Gestão Financeira para
caixa é muito importante na gestão financeira e,
ALVARES Microempreendedores
além disso, é projetado para equilibrar melhor a
, J.N.; Individuais-MEI: Estudo de
2018 possibilidade de falta ou excesso de caixa. A
TRETER, Estudo de Caso na Caso
validação de conceitos de gestão financeira de
J. Hamburgueria Vitta
diversos autores e métodos de bom planejamento
Burgue
e controle, que podem ser aplicados a várias
empresas, principalmente as de menor porte.
Empresas de tecnologia
Constatou-se que a gestão financeira exigia uma
e problemas
revisão mais aprofundada com base na literatura
tradicionais de gestão
YASSUD de gestão de capital de giro onde por meio de um
financeira: estudo de Estudo de
2020 A, F. Is. et plano de ação exigiu uma intervenção com a
caso na gestão do Caso
al finalidade de melhorar a gestão dos recursos de
capital de giro em uma
curto prazo da empresa, visando reduzir a
empresa de tecnologia
necessidade de empréstimos bancários.
da informação

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No entanto, a partir de uma estrutura


organizacional simples, isso inclui atividades
operacionais na região e também permite cargos
com atividades mais conceituais em finanças,
Modelo de gestão
contabilidade e controladoria, gerando
SANTOS, financeira aplicada em Relato
2015 informações estratégicas para o processo decisório
D.F.L. empresa do setor de técnico
da empresa. Essa reorganização requer o uso de
construção civil.
lançamentos contábeis corretos para contas a
pagar e a receber, que realmente proporcionarão o
melhor controle e previsão dos fluxos de caixa que
a empresa originalmente pretendia.
Em estudo realizado em Osasco apontou que 80%
das MPEs contavam com contabilidade
terceirizada para a gestão financeira da empresa e,
apesar do incentivo do governo e da criação do
FORMEN Análise da gestão Simples Nacional, a maiores desafios observados
TI, M.C. L; financeira nas micro e Pesquisa de pelo setor de gestão financeira foi a alta carga
2015
MARTINS pequenas empresas de Campo tributária. A falta de mão de obra qualificada
, I.C.Si. Osasco também é citada como uma das dificuldades
enfrentadas pelas pequenas e microempresas na
gestão financeira, o que pode ser explicado pelos
salários médios pagos pelas pequenas e
microempresas e EPPs.
Em uma pesquisa com gestores de micro e
pequenas empresas da área Amurel. Os resultados
mostraram que 55% dos gestores tinham alguma
Conhecimento sobre compreensão dos conceitos estudados, mas esse
gestão financeira dos nível não ultrapassou 75%. Além disso, quando
MOTERL Pesquisa
2019 dirigentes de pequenas avaliados por unidade de negócio, verificou-se
E, S. et al. descritiva
empresas do sul de que os gestores das micro e pequenas indústrias
Santa Catarina tinham uma compreensão mais destacada de
gestão financeira e conceitos contábeis do que os
gestores que prestavam MPE em negócios ou
serviços.
Uma pesquisa realizada em uma unidade de saúde
Análise da gestão indicou que o setor de finanças da instituição de
financeira e saúde afirmava que as contas hospitalares são
MIRAND Estudo de
2019 administrativa do submetidas mensalmente ao SUS por meio de
A, A. et al Caso
hospital nossa senhora boletins de entrada e saída de pacientes, insumos
aparecida de Camaquã utilizados, medicamentos, internações, cirurgias e
(RS) materiais específicos.
Para conduzir a atividade da empresa com
profissionalismo, esta consciência de má gestão
Práticas de gestão
permite-nos concluir que a utilização de métodos
financeira em micro e
AZEVED de trabalho errados por insuficiência de
pequenas empresas: um
O, J.G.r; Pesquisa habilitações para as atividades constitui uma
2011 estudo descritivo em
LEONE, R. descritiva situação de difícil gestão financeira da empresa.
indústrias de castanha
J.G. As realidades do ambiente empresarial atual
de caju do Estado do
exigem que a qualificação dos gestores seja um
Rio Grande do Norte
fator importante para que as empresas sobrevivam
em um mercado competitivo e globalizado.
Em uma pesquisa idealizada em uma empresa
varejista apontou que o planejamento financeiro é
Gestão financeira de feito mensalmente pelas empresas, mas o
SILVA, curto prazo: estudo de planejamento anual também deve ser feito, pois
Estudo de
2019 Vanessa caso em uma empresa proporciona um olhar mais atento ao que a
Caso
Pereira da varejista de móveis e empresa espera para o próximo ano, permitindo
decoração que estratégias sejam desenvolvidas a partir do
que for descoberto. A empresa utiliza o software
para controlar de forma mais eficaz as vendas e a

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inadimplência. Em termos de fluxo de caixa,


assuma o controle todos os dias para obter um
verdadeiro quadro financeiro.
Com a inserção de tecnologia possibilitou a
Gestão Financeira na constatação de que os novos avanços tecnológicos
MELO, K. Empresa: um estudo de estão suprindo, de certa forma, as dificuldades que
Estudo de
2013 S. B. V.et caso da implantação de cercam os gestores das organizações. Com os
caso
al. bilhete eletrônico na resultados foi possível não realizar contratação de
Katur Turismo Ltda. mão de obra e assim otimizando o processo
operacional e com redução de custo.
A gestão financeira e orçamentária pode ser
considerada um dos maiores departamentos que
Gestão financeira e uma empresa precisa cuidar, pois sem um
CARVAL
marketing: prática no Relato de planejamento de fluxo de caixa estruturado, as
2021 HO, C.R.C.
mercado no município Experiência organizações não terão a oportunidade de crescer
et al
de Dianópolis em um mercado tão competitivo e quando não
forem feitas corretamente, sofrerão. levar à
falência.
Fonte: Autora, 2022.

Para Alvares e Treter (2018), a gestão financeira é fundamental para as empresas,


principalmente na atual conjuntura econômica repleta de incertezas, aliada ao aumento
da concorrência e globalização, fazendo com que as empresas busquem formas de
sobreviver no mercado. Nessa conjuntura, um planejamento financeiro eficaz faz a
diferença necessária para sua sobrevivência.
Corroborando com esta afirmativa Brito (2017), uma boa gestão financeira
corporativa é um dos fatores que garante o sucesso de uma empresa. Uma das métricas
de gestão mais utilizadas é o fluxo de caixa, que é extremamente importante na tomada
de decisões de uma empresa, pois os resultados podem ser usados para medir a saúde
financeira da empresa, bem como sua capacidade de pagamento e de empréstimo.
No dizer de Azevedo e Leone (2011), ressalta que uma boa compreensão dos
princípios e práticas de gestão financeira é um requisito essencial para uma boa gestão
empresarial. O domínio financeiro de uma organização é amplo e dinâmico e deve ser
gerenciado de acordo com padrões profissionais, utilizando ferramentas que ajudem a
compreender e controlar os fluxos financeiros da organização.
No entendimento de Detoni e Moreira (2011), toda empresa, independentemente
do ramo de atividade, exige uma gestão financeira eficaz. Essa é uma área crítica para o
desempenho da empresa. Toda conduta que envolva pagamentos em dinheiro, grandes ou
pequenos, deve ser devidamente pesquisada antes de qualquer decisão ser tomada. Para
isso, os gestores precisam de informações seguras e verdadeiras que representem a
realidade da organização naquele momento.

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Segundo Formenti e Martins (2015), o uso de controles e relatórios é essencial na


gestão financeira de uma empresa, pois auxiliam os empresários na tomada de decisões e
tratam de questões como: ajuste de prazos de vendas e prazos de pagamento de
fornecedores, gestão de custos, gestão de investimentos e redução ou aumento de estoque.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho possibilitou a explanações conceituais gestão financeira e relacionadas
ao que é considerado um elemento central das discussões apresentadas no trabalho, a
saber, a importância da gestão financeiras no que concerne as suas práticas e desafios.
Conforme discutido, a informação está cada vez mais aparecendo na sociedade e
chegando em grande número às empresas e gestores, que muitas vezes encontram
dificuldades para tomar decisões adequadas.
Percebe-se que a existência do controle interno da empresa está relacionada à
proteção de seu patrimônio e à prevenção de irregularidades. Os controles internos mais
importantes para os gestores da empresa estão nos departamentos: gestão de pessoal,
caixa e bancário, recebimentos de caixa, crédito e cobrança, contabilidade e custos.
Para evitar surpresas desagradáveis, os gestores financeiros precisam entender o
ciclo operacional da empresa, o comportamento do consumidor e as condições
econômicas. Deve também ter uma gestão de estoque eficaz, determinando o nível ideal
para poder ajustar a demanda sem comprometer a disponibilidade da empresa.
Como as informações são de grande valor para uma empresa, elas também são
consideradas um potencial diferencial no mercado, todavia, além das informações
quantitativas, as qualitativas também são o objetivo. O gestor financeiro desempenha um
papel importante nesse processo, pois é ele o responsável por fornecer aos diretores
informações concisas, abrangentes e claras, que muitas vezes atendem à empresa.
Constata-se, que o bom comportamento do departamento financeiro da empresa é
considerado por meio da qualificação de seus gestores, amparados pelos métodos e teorias
da gestão financeira, o que pode ser um diferencial, que pode significar a simples
sobrevivência no mercado, devido a uma busca mais consciente pelo sucesso desejado
nos resultados.

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