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CAPITULO II

2. Revisao da Literatura Teorica

2.1. Gestao Financeira

Gestão financeira é o processo de planeamento, organização, direcção e controle das


actividades financeiras de uma empresa ou organização. É uma função crucial para
garantir que a empresa tenha recursos suficientes para operar e investir em seu
crescimento futuro.

A gestão financeira envolve várias actividades, como análise e planeamento financeiro,


gestão de fluxo de caixa, gerenciamento de riscos financeiros, contabilidade e relatório
financeiro, investimento e financiamento de projectos.

Para Eleuterio da Luz (2011), a gestão é um processo de direccionar a empresa, enfrentando


dificuldades e restrições que por ventura possam surgir, através de uma cadeia de actividades no
qual se busca atingir os resultados almejados.

Segundo Cominetti (2003), vale ressaltar que, a gestão financeira deve captar e tratar os dados
a fim de elaborar um mapa numérico facilitando a análise das informações e o estudo de acções
a serem tomadas pela empresa. Deste modo, a gestão está inserida em várias etapas da
administração financeira.

O objectivo da gestão financeira é maximizar o valor da empresa, garantindo a


maximização dos lucros e a minimização dos custos. Os gerentes financeiros devem
tomar decisões com base em informações precisas e actualizadas para garantir que a
empresa esteja operando de forma eficiente e eficaz.

Para uma gestão financeira eficaz, é importante que os gerentes financeiros tenham
conhecimentos sólidos em finanças, contabilidade e análise de negócios. Eles também
devem estar actualizados com as tendências do mercado financeiro e ter habilidades de
comunicação para trabalhar com outros departamentos dentro da empresa.

2.1.1. Gestão Financeira para Micro e Pequenas empresas

A gestão financeira é utilizada para o alcance dos objectivos da empresa, através do uso de
ferramentas que auxiliam no planeamento e nas tomadas de decisões, buscando uma gestão
efectiva dos recursos financeiros da empresa (Silva; Epifânio; Júnior, 2020).
Uma característica comum nas MPEs é o fato das decisões serem centralizadas no
proprietário da empresa, e ainda, a maioria são tomadas de forma intuitiva, sem que haja
embasamento em dados contáveis e outras informações gerenciais. Ou seja, são
baseadas apenas em experiência pessoais e consulta com familiares, ao invés de
procurar profissionais do assunto para discutir sobre as tomadas de decisões.

A contabilidade possui a função de fornecer informações, explicar fenómenos


patrimoniais, fazer análises, entre outras responsabilidades. Logo, pode ser considerada
como uma actividade de parceria gerencial, tendo em vista que auxilia nas tomadas de
decisões da empresa.

Além de não buscar os profissionais para auxiliar no uso das


ferramentas, os gestores de pequenas empresas reconhecem que
possuem pouco conhecimento sobre os assuntos financeiros, o que pode
acarretar na escassez de recursos e com isso prejudicar o crescimento da
empresa (Saraiva; Bezerra; Beiruth, 2018).

Outra habilidade que auxilia na gestão financeira empresarial, principalmente das


microempresas, é o conhecimento sobre gestão pessoal por parte dos gestores. Tendo
em vista que as finanças pessoais é o que proporciona o equilíbrio financeiro na vida
das pessoas, através do planeamento financeiro, e o seu conhecimento auxilia no
controle e na separação das finanças pessoais das finanças da empresa.

Consequentemente, a falta dessa habilidade pode acarretar decisões ruins e corroborar até
mesmo para a descontinuidade da empresa. (Catarino; Santos; Silva, 2020).

2.2. Controle financeiro

A gestão eficiente do caixa de uma organização industrial ou comercial se mantém com


o fluxo de actividades de gerenciamento de estoque, pagamento dos fornecedores,
promoção de vendas, contabilização de entradas e saídas de receitas, entre outros. Isso
porque, a empresa que não realiza adequadamente esse levantamento de liquidez do
negócio, certamente, estará fadada ao fracasso, ou seja, se o controle financeiro não for
capaz de apresentar um saldo positivo ao ponto de arcar com todos os compromissos da
empresa, o endividamento e a falência serão quase uma certeza.
Por outro lado, sabe-se que a complexidade desse controle pode variar de acordo com o
tamanho e o ramo empresarial de cada organização, porém, isso não deixa o empresário
isento de fazê-lo.

Além de tudo isso, cabe também ao empresário planejar o futuro do negócio, isto é, realizar uma
projecção futura de investimento para sempre estar à frente da concorrência ou, no mínimo,
acompanhando as tendências de mercado (Ching; Marques; Prado, 2007).

O controlo financeiro, segundo Seleme (2012), possibilita saber com exactidão o ponto inicial
da geração dos recursos financeiros, administrar um calendário de fluxo de entrada e saída,
conhecer a dimensão financeira da organização para possíveis compromissos financeiros,
apontar a fonte dos recursos financeiros, como também, observar o ciclo operacional da
empresa. Ou seja, em tempos determinados para recebimento e pagamento. Assim,

“Para a maioria das empresas de pequeno porte, independentemente do


sector de actividades, verificamos que os controles de caixa e de
bancos, controles de contas a receber, de contas a pagar, controles de
despesas e controles de estoques são essenciais para a gestão financeira,
ou seja, sem esses controles, o empresário terá dificuldades para
gerenciar as finanças da empresa” (Sebrae, 2005, P.14).

2.2.3. Desempenho das Pequenas e medias Empresas.

Desempenho das pequenas e médias empresas (PMEs) pode variar dependendo de


vários factores, como a natureza do negócio, a localização geográfica, a concorrência, a
gestão financeira e outros factores internos e externos.

No geral, como PMEs desempenham um papel crucial na economia global, pois elas são
responsáveis por uma grande parte dos empregos, inovação e crescimento económico.
No entanto, muitas PMEs enfrentam desafios, como acesso limitado ao financiamento,
recursos limitados e uma competição feroz de grandes empresas.

O desempenho das pequenas e médias empresas (PMEs) pode ser afectado por uma
série de factores, incluindo o ambiente económico, a concorrência, a qualidade da
gestão e a capacidade de adaptação às mudanças no mercado. Além disso, a eficácia das
estratégias de marketing, finanças e recursos humanos também pode desempenhar um
papel importante no desempenho das PMEs.
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelas PMEs é a falta de recursos, tanto
financeiras quanto de pessoal. Isso pode limitar sua capacidade de investir em
tecnologia, marketing e desenvolvimento de produtos, o que pode afectar sua
capacidade de competir com maiores empresas e mais concorrentes.

No entanto, as PMEs também têm algumas vantagens sobre as empresas maiores, como
maior flexibilidade e capacidade de resposta às mudanças do mercado. Além disso,
muitas vezes têm uma cultura mais próxima e colaborativa, o que pode promover a
inovação e a resolução de problemas de forma mais rápida e eficiente.

"O desempenho das PMEs é um forte indicador do desempenho geral da


economia, pois elas constituem a maioria das empresas em muitos
países e são uma importante fonte de empregos e inovação." – (OCDE,
relatório sobre pequenas e médias empresas, 2021).

Para melhorar seu desempenho, as PMEs podem buscar orientação e suporte de


organizações governamentais, associações empresariais e consultores especializados.
Também é importante que os PMEs identifiquem seus pontos fortes e desenvolvam
estratégias para maximizar suas vantagens e minimizar suas fraquezas. Isso pode incluir
investir em treinamento e desenvolvimento de pessoal, buscar financiamento para
expansão e diversificação de negócios, e aprimorar a eficácia da gestão em todas as
áreas da empresa.

2.3. Impacto da Gestão Financeira no Desempenho das Pequenas e Medias


Empresas.

A gestão financeira adequada é crucial para o desempenho das pequenas e médias


empresas (PMEs). A falta de gestão financeira eficaz pode levar a uma série de
problemas, incluindo falta de liquidez, fluxo de caixa insuficiente, dificuldade em obter
financiamento, falta de rentabilidade e até mesmo falência.

Uma gestão financeira adequada envolve a adopção de práticas de contabilidade e


finanças sólidas, incluindo a elaboração de um plano financeiro abrangente, a gestão de
fluxo de caixa e orçamento, a elaboração de relatórios financeiros precisos, a gestão de
custos, a análise de viabilidade de viabilidade projectos e investimentos, bem como o
gerenciamento de riscos financeiros.
Com uma gestão financeira eficaz, as PMEs podem tomar decisões controladas e
estratégicas sobre a alocação de recursos e investimentos, melhorar a eficiência
operacional, aumentar a rentabilidade, atrair e manter clientes, além de obter melhores
condições de crédito e financiamento. Por outro lado, a falta de gestão financeira pode
levar a problemas de fluxo de caixa, pagamento de juros e multas, aumento de custos,
perda de confiança e até mesmo a falência.

Em resumo, a gestão financeira é fundamental para o sucesso das PMEs, pois ajuda a
garantir a estabilidade financeira e a sustentabilidade de longo prazo do negócio. As
empresas que investem em uma gestão financeira eficaz estão em uma posição mais
forte para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do mercado.

Revisão da Literatura Empírica

Montonaga (2014), realizou um estudo sobre o negócio e concluiu que um plano de


negócio é muito mais do que estabelecer objectivos, ele permite que o empreendedor
compreenda as várias vertentes do seu negócio e pode ser um apoio na apresentação da
empresa a outras partes interessadas.

E afirmou ainda que o novo empreendedor aprenda a usufruir todos os benefícios


consequentes do preparo de um projecto escrito, pois se torna também fato constante e
imprescindível. Sendo assim, fato rotineiro para o micro empreendedor a pesquisa de
mercado quando o objectivo for alguma estratégia de marketing, ou então um estudo
mais aprofundado sobre o mercado se tratando das necessidades financeiras da empresa.

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