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ADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA

GINEAD
Sumário
MODULO 1 - INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA .............................. 3

Administração Financeira .......................................................................................... 3

Atribuições do administrador financeiro ..................................................................... 5

Funções da Administração Financeira....................................................................... 7

MODULO 2: DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS ...................................................... 9

Balanço Patrimonial (BP) .......................................................................................... 9

Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) .................................................. 14

Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) ................................................................. 16

Estrutura do DFC .................................................................................................... 16

MODULO 3: VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO ...................................................... 20

Valor Presente ........................................................................................................ 20

Taxas de Juros Simples e Compostos .................................................................... 22


MODULO 1 - INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA

Administração Financeira

Administração financeira é o conjunto de práticas e ferramentas que visam


a gestão de recursos de uma determinada empresa ou organização. É,
sobretudo, a área que envolve o planejamento e o controle do setor financeiro,
desde as finanças até mesmo a análise de dados.
Essas práticas ajudam a traçar metas, guiando o futuro da organização.
Em suma, podemos dividir a área em três subcategorias:

1. Análise de dados e resultados;


2. Controle de gastos;
3. Planejamento e gestão das finanças.

Principais funções da administração financeira

Todas as ações da administração impactam a saúde financeira da


companhia. Confira os 7 principais objetivos da área:
1. Primeiramente, ampliar resultados, aumentando o patrimônio e o lucro da
empresa;
2. Administrar o capital de giro;
3. Avaliar o fluxo de caixa;
4. Efetuar cobranças, emitir boletos e notas fiscais (NF’s);
5. Realizar o planejamento orçamentário;
6. Analisar e negociar a captação dos recursos financeiros necessários, bem
como a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
7. Analisar os resultados e planejar ações para melhorias.

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Importância da administração financeira

Uma boa liquidez fornece condições básicas para o desenvolvimento das


atividades, garantindo assim o bom funcionamento da empresa.
Em um mercado cada vez mais competitivo, as falhas são cada vez
menos toleradas. Portanto, preços competitivos e inovação são palavras de
ordem.
Nesse sentido, vale lembrar que é o setor administrativo financeiro quem
assegura a expansão daquele local. Os novos investimentos advêm de uma boa
saúde financeira. Afinal, uma empresa “em vermelho” não consegue adquirir
equipamentos, muito menos apostar em inovações que necessitam de certo
valor em caixa.

O profissional de administração financeira

O administrador financeiro carrega, acima de tudo, grandes


responsabilidades dentro de uma empresa. Confira 6 atribuições desses
profissionais:
1. Planejamento financeiro e análise de resultados: antes de mais nada, a
análise de todos os dados e movimentações financeiras são fundamentais
para um bom planejamento;
2. Boa utilização de recursos: efetuar a análise e negociação da captação
de recursos financeiros, além de definir como esses recursos serão
aplicados;
3. Contas a receber e a pagar: controlar a entrada e saída de recursos,
através do controle de contas a receber e a pagar. Entre essas contas
estão, por exemplo, despesas operacionais, compras, impostos, etc;
4. Controlar o estoque e acompanhar o volume de vendas: conhecer alguns
setores e atividades operacionais é importante. Isso porque,
acompanhando esses processos, o profissional consegue aprimorar o
planejamento financeiro;
5. Realizar operações e conciliações bancárias visando o controle do fluxo
de caixa, evitando desperdícios e aprimorando o controle financeiro;

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6. Definir preços: muitas vezes o departamento atua diretamente na
definição de preços dos produtos no mercado, a fim de acompanhar os
processos financeiros da companhia.

Atribuições do administrador financeiro

O administrador financeiro é um profissional que exerce funções


relacionadas à gestão das finanças corporativas. Seu grande objetivo é
maximizar os lucros de uma empresa ao gerir os recursos, os investimentos e
as receitas dela de forma eficiente. Logo, é preciso que ele tenha conhecimentos
profundos sobre a realidade financeira.

Apesar de ter o termo “administrador” no conceito, não são apenas


pessoas formadas nessa graduação que podem atuar no cargo. Além do curso
de Administração, profissionais que ingressaram na faculdade de Ciências
Econômicas e de Ciências Contábeis (tanto presencial quanto EAD) também
trabalham na gestão financeira das empresas.

As principais funções que ele pode exercer em uma empresa!

Análise de entrada e saída da empresa

Todo negócio movimenta volumes significativos de dinheiro — o que pode


ser bem complexo, a depender do porte da empresa. Mesmo companhias
menores precisam de um administrador financeiro para analisar as entradas e
saídas de forma eficiente, pois é nelas que se encontra o segredo dos resultados
da gestão.

Controle financeiro das empresas

Consequentemente, o controle das finanças empresariais também é


função do administrador financeiro. Ou seja, o profissional não vai apenas
organizar e pagar as contas ou registrar o dinheiro recebido. Ele também exerce
controle sobre o orçamento e busca sempre a otimização dele.

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Quem trabalha nessa área em empresas pode ajudá-las a crescer
bastante e alcançar mais sucesso ao longo do tempo. Afinal, o bom uso dos
recursos financeiros permite ter melhores resultados com menos investimentos.
Assim, o negócio se destaca da concorrência e cresce.

Análise do mercado

Um dos grandes cuidados que um administrador financeiro deve ter em


seu trabalho é analisar constantemente o mercado. A situação de uma empresa
não depende apenas das atividades dela, mas de um contexto mais amplo —
incluindo a economia nacional e até mesmo internacional.

Por isso, as atividades financeiras devem ser pautadas em estudos


eficientes da economia no geral, do setor de atuação da empresa, dos seus
concorrentes diretos e do mercado consumidor. A partir de informações como
essas, o administrador pode propor mudanças e se antecipar a desafios que
estão aparecendo.

Participação na tomada de decisões financeiras

Um profissional tão bem informado sobre a economia e o mercado tem


dados relevantes para tomar decisões em uma empresa, não é mesmo? Logo,
é de se esperar que essa seja mais uma das funções de quem tem o cargo de
administrador financeiro.

Nenhum negócio que deseja sobreviver e crescer no seu setor deve tomar
decisões sem ter dados seguros como base. É por isso que o setor financeiro
ganha tanta importância na gestão estratégica de uma empresa. Antes de
decidir, por exemplo, se investe ou não em determinado produto ou serviço, é
preciso considerar os números.

Declarações financeiras

Outro fator central em uma empresa diz respeito às obrigações que ela
precisa ter com diversas pessoas e órgãos — como os próprios sócios ou a
Receita Federal. A administração de um negócio envolve redigir e manter

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atualizados uma série de documentos que garantem transparência à gestão
financeira.

Auditorias financeiras

Por fim, muitas empresas fazem os processos de auditoria financeira com


frequência. Eles consistem em analisar o planejamento e as atividades
financeiras do negócio para saber se tudo está caminhando corretamente. A
auditoria revisa os documentos importantes e verifica possíveis fraudes ou
falhas.

Funções da Administração Financeira

As funções da administração financeira são fundamentais no dia a dia da


organização, proporcionando uma melhor tomada de decisão e maior
conhecimento sobre a situação atual da empresa.

Os prejuízos ao não ter esse setor como um importante aliado:

• Impossibilidade de identificar se a empresa está tendo lucros ou


prejuízos;
• Dificuldade para calcular o preço real da venda, pois os custos e
despesas não são levados em conta;
• Falta de informação sobre o saldo de caixa, contas a pagar e a
receber, valor dos estoques de mercadorias e muito mais;
• Desconhecimento sobre o valor patrimonial da empresa;
• Má administração do capital de giro.

Logo, esses problemas afetam diretamente uma gestão eficiente das


finanças empresariais, pois os descuidos podem pôr em risco a viabilidade do
seu negócio, o que é capaz de levá-lo, inclusive, à falência.

Sendo assim, o setor administrativo revela a sua importância ao mostrar


que os profissionais adequados conseguem alavancar a empresa em direção a
um crescimento eficiente e saudável, pois conta com uma base de dados
referentes às movimentações financeiras.

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Com isso, é possível modificar estratégias, se necessário, promovendo
decisões certeiras e melhor otimização dos recursos.

Nesse sentido, as funções da administração financeira permitem que a


empresa saiba para onde direcionar os seus lucros líquidos, bem como onde
conseguir financiamentos e realizar investimentos.

Recursos financeiros: uma das funções da administração financeira


envolve a utilização eficiente dos recursos, sendo capaz de realizar a análise,
negociação da captação e aplicação dos recursos que estão disponíveis;

Planejamento financeiro: análise dos resultados das finanças, bem como


o planejamento de ações que devem ser tomadas em busca da melhoria da
organização;

Registro: organização dos registros, observando assim se os documentos


estão sendo controlados;

Contas a pagar e a receber: controle e acompanhamento das contas


relacionadas às vendas que devem ser recebidas e o pagamento de despesas,
impostos e compras realizadas a prazo;

Tesouraria: controle da contabilidade e armazenamento do capital da


empresa

Caixa: registro dos recebimentos e pagamentos a fim de manter o controle


do saldo de caixa.

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MODULO 2: DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS

Balanço Patrimonial (BP)

O Balanço Patrimonial (BP) é a principal Demonstração Financeira


existente (relatório contábil obrigatório por Lei). Ele mostra como de fato está o
Patrimônio da empresa, refletindo sua posição financeira em um determinado
momento (no fim do ano ou em qualquer data predeterminada).

No Balanço, o Patrimônio se encontra em equilíbrio, equilibra os bens e


direitos com as obrigações e as participações dos acionistas. Desta forma, ele é
a igualdade patrimonial. O BP mostra o Patrimônio da entidade tanto quantitativa
quanto qualitativamente (apresenta cada item que faz parte do Patrimônio e
quanto se tem de cada um).

O termo "Balanço" origina-se do equilíbrio Ativo = Passivo + PL;


Aplicações = Origens; Bens + Direitos = Obrigações. Parte da ideia de uma
balança de dois pratos, onde sempre há a igualdade de um lado com o outro (se
não estiver em igualdade, significa que há erros na contabilidade da entidade).

O BP demonstra, de maneira organizada, quais são (aspecto qualitativo)


e quanto valem (aspecto quantitativo) os bens, direitos e obrigações.

Em resumo, o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada


a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição
patrimonial e financeira da entidade.

Estrutura do Balanço Patrimonial

O BP tem na sua constituição duas colunas: a coluna do lado esquerdo é


a do Ativo e a coluna do lado direito é a do Passivo (determinado por convenção).

No lado esquerdo são discriminados os bens e direitos, especificando-se


qualitativamente cada componente e indicando seu valor monetário (aspecto
quantitativo).

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No lado direito são discriminadas as obrigações (dívidas) que a empresa
possui para com terceiros, por sua natureza e por sua expressão monetária.

Também no lado direito são discriminadas as contas do Patrimônio


Líquido, sendo as obrigações para com a empresa. São os recursos que os
acionistas, sócios investiram na entidade. Ex.: investimento feito pelos
proprietários (dinheiro aplicado), reserva de lucros, etc.

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
obrigações com terceiros
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
bens + direitos
obrigações com a empresa (diretores,
acionistas, etc.)
TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $

Conceitos importantes:

Curto prazo - todos os bens e direitos realizáveis em moeda ou passíveis


de conversão e as obrigações com vencimento até o término do exercício social
(ano) seguinte.

OBS.: pode acontecer de a entidade ter o ciclo operacional com duração


maior do que o período de 12 meses, dessa forma a classificação como curto ou
longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

Longo prazo - todos os bens e direitos realizáveis em moeda ou passíveis


de conversão e as obrigações com vencimento após o término do exercício
social (ano) seguinte.

Grau de liquidez - é o maior ou menor prazo no qual os Bens e os Direitos


podem ser transformados em dinheiro. Ex.: conta Caixa é a de maior liquidez,
por já ser dinheiro. Já a conta Veículos é de menor liquidez que a conta Caixa,
pois demora mais para se transformar em dinheiro (primeiro precisa-se vender o
veículo para depois ter o dinheiro em mãos).

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Nível de exigibilidade - é o maior ou menor prazo existente para que as
Obrigações sejam pagas. As contas que deverão ser pagas mais rapidamente
(curto prazo) têm um maior nível de exigibilidade do que as contas que serão
liquidadas (pagas) em um prazo maior (longo prazo).

Realizável - representa tudo o que se pode mudar, converter, transformar em


disponibilidade (dinheiro), sendo uma expressão usada no Ativo. Exemplo: uma
duplicata de cliente é um direito realizável e em um determinado momento ela
se transformará em dinheiro.

Todos as contas do Ativo encontram-se discriminadas no lado esquerdo


do Balanço Patrimonial e são classificadas em ordem decrescente do grau de
liquidez dos elementos patrimoniais que representam. Ou seja, de acordo com a
rapidez com que podem ser convertidas em dinheiro (ordem de liquidar as
dívidas, de pagar os compromissos). Os ítens de maior liquidez aparecem no
começo do Ativo, já os de menor liquidez aparecem em último lugar. Ex.: a conta
Caixa é a de maior liquidez, encontrando-se no topo. Já a conta Máquinas e
Equipamentos tem uma liquidez menor, encontrando-se classificada mais
abaixo, pois não possui o mesmo potencial que a conta Caixa para ser convertida
em dinheiro.

Todas as contas do Passivo encontram-se discriminadas no lado direito


do Balanço Patrimonial e são classificadas segundo a ordem decrescente de
exigibilidade. As contas são originadas de recursos de terceiros e são
classificadas de acordo com o seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão
liquidadas mais rapidamente (curto prazo) aparecem no topo da coluna do
Passivo, e as que serão pagas em um prazo maior (longo prazo) aparecem mais
para o final.

Já no Patrimônio Líquido (PL) (que faz parte do Passivo), também do lado


direito do Balanço Patrimonial, as contas são originadas de recursos próprios,
como investimentos feitos pelos proprietários (dinheiro aplicado) para abertura
da empresa, por reserva de lucros, prejuízos ou lucros acumulados, etc. Quando
o saldo do PL aumenta, significa que a empresa ficou mais rica. Quando o saldo
do PL diminui, significa que ela ficou mais pobre.

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IMPORTANTE.: É importante saber que os Lucros Acumulados só podem
existir em empresas de pequeno porte. Nas Sociedades por Ações (SAs,
Companhias, empresas de grande porte), deve haver distribuição de lucros,
sendo a conta Lucros Acumulados uma conta transitória usada para a
transferência do lucro apurado do exercício. De acordo com a Lei 11.638/07,
torna-se obrigatória a destinação total dos Lucros nas SAs e empresas de grande
porte.

IMPORTANTE: Sociedades de Grande Porte são empresas que


apresentaram faturamento superior a 300 milhões de reais no exercício
imediatamente anterior ao que estamos encerrando. Adicionalmente, são
também consideradas de grande porte empresas com ativos iguais ou
superiores a 240 milhões de reais.

De acordo com o artigo 178 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por
Ações), as contas são classificadas nos seguintes grupos, segundo os
elementos do patrimônio que representam:

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante

Não Circulante Não Circulante


Ativo realizável a longo prazo
Investimentos Patrimônio Líquido
Imobilizado Capital social
Intangível Reservas de capital
Ajustes de avaliação patrimonial
Reserva de lucros
Ações em tesouraria
Prejuízos acumulados

TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $

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O artigo 179 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) fala sobre
como as contas deverão ser classificadas. Porém, podemos classificá-las da
seguinte forma para um melhor entendimento:

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Disponibilidades Fornecedores
Créditos Obrigações trabalhistas
Estoques Empréstimos e financiamentos (CP)
Outros créditos Obrigações tributárias
Despesas antecipadas Provisões e encargos das provisões
Outras obrigações
Não Circulante
Realizável a longo prazo Não Circulante
Investimentos Exigível a longo prazo
Imobilizado
Intangível Patrimônio Líquido
Capital
Reservas
Ajustes de avaliação patrimonial
Prejuízos acumulados

TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $

As contas que fazem parte dos grupos e subgrupos acima demonstrados


se classificam de formas diferentes. A partir da próxima página veremos qual o
significado de cada grupo (Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio Líquido) e
também seus subgrupos e contas existentes.

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Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE)

A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE – é um relatório


contábil que evidencia se as operações de uma empresa estão gerando um lucro
ou prejuízo.

A DRE é apresentada juntamente com o Balanço Patrimonial e deve ser


assinada por um contador habilitado pelo CRC (Conselho Regional de
Contabilidade). Pela lei, o relatório é obrigatório para todas as empresas, exceto
o MEI, e deve ser feito anualmente.

No entanto, a importância desse documento vai além do cumprimento das


exigências contábeis e fiscais. Ter este controle também é essencial para o
sucesso do seu negócio!

Portanto, para elaborar uma DRE, você pode seguir os seguintes passos:

Receita bruta
(-) Deduções, devoluções, abatimentos e impostos
(=) Receita líquida de vendas

Receita líquida
(-) Custos de mercadorias vendidas e serviços
(=) Resultado operacional bruto

Resultado bruto
(-) Despesas com vendas, financeiras, administrativas e operacionais
(+) Receitas operacionais
(=) Resultado operacional antes do IRPJ e da CSSL

Resultado operacional
(-) Provisões para os impostos
(+/-) Resultados não operacionais (participações de debêntures,
empregados, administradores, partes beneficiárias etc.)

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(=) Resultado líquido do exercício (lucro ou prejuízo).

O objetivo final é chegar ao resultado líquido do exercício de uma


empresa. Isso significa que, por meio desse documento, é possível saber se o
negócio obteve lucro ou prejuízo naquele período.

Além disso, ao detalhar todas as receitas e despesas do negócio, é


possível obter dados que auxiliam na elaboração de um bom planejamento
estratégico e garantem tomadas de decisão mais acertadas.

Com a análise da DRE, você pode avaliar, por exemplo, a evolução dos
ganhos e dos gastos no decorrer do período financeiro, comparar custos e
identificar o impacto de uma despesa no resultado do seu negócio.

Assim, o gestor pode avaliar melhor o desempenho e a saúde financeira


da empresa. Também é possível identificar os pontos de melhoria em relação às
estratégias adotadas e as mudanças administrativas necessárias para que a
empresa maximize seus resultados.

Além disso, a DRE é um documento importante para agentes externos à


empresa. O governo utiliza o relatório para verificar se os impostos foram
calculados corretamente e faz o confronto do lucro declarado na DRE com os
lucros declarados pelos sócios no Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF).

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A declaração ainda costuma ser fundamental na hora de conseguir uma
ajudinha extra. Bancos e analistas financeiros podem requerer o demonstrativo
para avaliar a situação do negócio e decidir se darão crédito ou não ao
solicitante; enquanto eventuais investidores irão analisá-lo para ter mais
segurança ao aplicar seu dinheiro.

Clientes e Fornecedores também podem solicitar o demonstrativo para


avaliar possíveis parcerias, tais como a melhora na condição do prazo de
pagamento, eventuais descontos e fechamento de contratos grandes.

Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC)

A DFC é um relatório que busca a origem de todos os recursos obtidos


pela empresa e como eles foram aplicados. Ou seja, ele demonstra todas as
entradas e saídas do caixa da empresa.

A elaboração do relatório é obrigatória para as companhias de capital


aberto ou com patrimônio líquido acima de R$ 2 milhões. Sendo que ela funciona
como um instrumento que reflete a capacidade da empresa em gerar caixa.

Além disso, esse relatório é importante, pois contribui para identificar


possíveis fraudes contábeis. Também é útil para analisar a saúde financeira do
negócio e encontrar erros.

A DFC – Demonstração de Fluxo de Caixa, também chamada de


Demonstrativo de Fluxo de Caixa, é um relatório de contabilidade que mostra
quais foram as entradas e saídas de dinheiro da empresa dentro de um período
e quais foram os resultados deste fluxo.

Apesar da sigla DFC se referir ao fluxo de caixa da empresa, ela não leva
em consideração apenas o caixa da companhia. Sendo assim, também são
consideradas as aplicações com liquidez imediata e contas bancárias.

Estrutura do DFC

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Segundo as normas contábeis, todas as empresas precisam seguir uma
estrutura de DFC, para que os resultados entre os desempenhos das diferentes
empresas possam ser comparados pelos investidores.

Desse modo, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa deve ser estruturado


tendo como base três atividades principais:

1- Atividades operacionais: Essa categoria engloba todos os fluxos resultantes


da produção e entrega de produtos e serviços da empresa. Portanto, dados
referentes aos custos e despesas, contas a receber e pagamento à vista, são
considerados. Para isso, a DFC reúne dados do balanço patrimonial e do DRE
– Demonstração do Resultado do Exercício.

2- Atividades de investimento: Nessa categoria entram as transações


realizadas pela empresa, na compra e venda de ativo não circulante do balanço
patrimonial.

3- Atividades de financiamento: Por fim, as atividades de financiamento são


todas aquelas em que a empresa precisa recorrer aos recursos de terceiros ou
de seus proprietários, por causa da falta de dinheiro no caixa da companhia.

A DFC é utilizada para analisar a capacidade que um negócio possui de


gerar caixa e equivalentes de caixa em um determinado período. Para isso, ela
considera os pagamentos e demais recebimentos em dinheiro.

Dessa maneira, o Demonstração busca detalhar a origem de todos os


recursos obtidos pela empresa e como eles foram aplicados.

Todas as empresas com patrimônio líquido acima de R$ 2 milhões ou que


tenham capital aberto, são obrigadas a elaborar a Demonstração de Fluxo de
Caixa.

A obrigatoriedade existe, pois, através deste relatório é possível analisar


a saúde da empresa e encontrar possíveis erros e fraudes contábeis.

A DFC serve também como base para a tomada de decisões em relação aos
investimentos que serão realizados pela empresa. Isso porque ela demonstra

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como está o caixa, o que possibilita a tomada de decisões para que sempre haja
dinheiro suficiente para arcar com as obrigações dentro do prazo de vencimento.

Para fazer o relatório de DFC é possível se utilizar de dois métodos diferentes:

1- Método direito: Nesse método, as atividades operacionais são


elaboradas tendo como base os reais recebimentos de clientes e pagamento de
fornecedores e despesas. Em outras palavras, o método direto leva em
consideração as entradas e saídas brutas de recursos.

2- Método indireto: O método indireto se difere do indireto na maneira em


que considera os pagamentos e recebimentos. Logo, ele não utiliza as entradas
e saídas brutas, ao invés disso, ele faz a elaboração das atividades operacionais
através do ajuste do lucro líquido e considera as variações das contas
patrimoniais ligadas ao DRE.

Vantagens e desvantagens

Existem diversas vantagens para as empresas que fazem a DFC.


Primeiramente, ela serve como um espelho da saúde financeira da empresa,
contribuindo assim nas tomadas de decisões do negócio. A companhia pode
ainda, usar a DFC para comparar os resultados entre os meses e identificar quais
são as épocas em que recebe mais dinheiro.

A DFC possibilita também a comparação entre as metas da empresa e o


que foi realizado. Além disso, por meio da equação Receitas – Despesas =
Fluxo de Caixa, é possível identificar se a companhia teve um caixa positivo ou
negativo e tomar medidas para corrigir eventuais desequilíbrios financeiros.

Outra vantagem é que, por meio do DFC, os investidores possuem a


certeza de que a empresa está saudável, já que, além de demonstrar a
capacidade da companhia em gerar caixa, o DFC também ajuda na identificação
de possíveis fraudes contábeis.

Por fim, temos a vantagem de que o investidor pode usar o DFC na


comparação entre empresas, ou até mesmo para comparar um relatório antigo
com o atual e verificar o crescimento da companhia. Em contrapartida, temos a

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desvantagem de que o DFC requer um tempo considerável para a sua
realização.

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MODULO 3: VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO

Valor Presente

Assim, o cálculo de valor presente traz para o momento atual um valor


que poderá ser obtido no futuro. Por isso, ele pode ser usado tanto pelas
empresas, quanto por investidores que desejam avaliar uma alternativa de
aporte.

Pelas empresas, pode ser usado para conhecer o real valor do negócio.
Afinal, a teoria propõe trazer o fluxo de caixa futuro que a companhia é capaz de
gerar para o momento presente. Logo, a análise pode ser mais realista.

Para calcular o valor presente de determinado montante, é preciso


entender o conceito de juros compostos e a forma como eles geram acúmulo.
Outras variáveis incluem o tempo de incidência da taxa, bem como o valor que
se pretende obter no futuro.

Assim, pode-se trazer o montante para o momento presente. A equação


é dada por:

VP = VF / (1 – i) ^ n

Nesse caso, temos as seguintes variáveis:

VP = valor presente;

VF = valor futuro;

i = taxa de juros ou de desconto;

n = número de períodos

Em um exemplo prático, imagine que a avaliação de uma empresa revela


que ela é capaz de gerar um fluxo de caixa de R$ 30 milhões em 12 meses.
Considerando uma taxa de 2% ao ano, representativa da Selic em outubro de
2020, o cálculo será:

VP = 30000000 / (1 + 0,02) ^ 1

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VP = 29411764,71

Então, significa que o valor presente da empresa é de R$ 29,4 milhões, o


que representa uma diferença de mais de R$ 500 mil.

o cálculo de valor presente serve tanto para empresas quanto para


investidores. Quem deseja aportar recursos em uma alternativa pode usar esse
indicador de duas formas. A primeira você conhece: conhecer o quanto é preciso
investir para alcançar um valor em determinado período.

A outra está ligada a investimentos mais específicos, como o mercado de


Ações. Como o cálculo está relacionado ao valor de uma companhia, você pode
usar a fórmula em sua análise fundamentalista. Assim, é possível entender
quanto vale um negócio em relação à sua perspectiva futura.

A partir disso, será mais fácil definir se o investimento na Ação faz sentido.
Também é uma forma de avaliar se o preço dela está abaixo do que deveria ou
se está mais caro que o desejável. Desse modo, há como encontrar o momento
para investir, considerando os seus objetivos.

No caso da compra de um lote de Ações, você pode aplicar a fórmula no


valor total aportado ou no custo de cada ativo. Assim, tem análises completas ou
relativas. Além disso, o cálculo ajuda a tomar decisões melhores e definir se uma
carteira recomendada é interessante, por exemplo.

Convém saber que, para investimentos, também há como usar o valor


presente líquido (VPL). Ele traz todos os fluxos de caixa ao longo do tempo para
o momento presente. Então, cada rentabilidade mensal é trazida por meio de um
somatório.

No caso do VPL, a análise muda. Se ele for positivo, significa que o


investimento deu resultados. Caso seja negativo, o indicativo é o contrário. Se
ele for nulo, é sinal de que a alternativa não gerou ganhos nem perdas.

Com o VPL, você ainda consegue saber se uma possibilidade é mais


vantajosa que um título público, que costuma oferecer menos riscos. Então, pode
usar as fórmulas até mesmo para balancear os riscos na hora de diversificar a
sua carteira de investimentos.

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Taxas de Juros Simples e Compostos

Os juros (de qualquer tipo) são o que o cliente pagará a mais – ou


receberá – por uma operação financeira como empréstimo ou que envolva algum
tipo de crédito.

No caso dos cartões de crédito, por exemplo, existe a cobrança de juros


se houver atraso no pagamento.

Já os investimentos são um tipo de empréstimo com juros – você, ao


investir seu dinheiro, o empresta para uma instituição financeira e recebe juros
por isso, que são os rendimentos do investimento.

Cada uma das operações de crédito, seja investimento ou empréstimos,


oferece uma taxa de juros diferente. Os juros de um empréstimo pessoal, por
exemplo, são bem diferentes de um financiamento imobiliário. Os juros pagos
pela poupança também são diferentes dos oferecidos por um CDB.

Mas não existe somente um tipo de juros – na verdade, eles são divididos
entre juros simples e composto.

Esses dois tipos de juros formam a base de todas as transações


financeiras e é importante saber o conceito de cada um deles para tomar boas
decisões.

A diferença entre juros simples e composto

Os juros simples são baseados no total do valor de um empréstimo ou


depósito, enquanto os juros compostos se baseiam nesse mesmo total mais os
juros que se acumulam em cada período.

Como os juros simples são calculados apenas sobre o montante principal


de um empréstimo ou depósito, é mais fácil determiná-los. No caso dos juros
compostos, é um pouco mais complicado.

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Juros simples

Geralmente, os juros simples pagos ou recebidos durante um


determinado período são uma porcentagem fixa do valor do principal que foi
emprestado ou investido.

Dois bons exemplos de empréstimos com juros simples são os


empréstimos para aquisição de veículos e os juros devidos sobre linhas de
crédito, como cartões de crédito.

Por exemplo, uma pessoa fez um empréstimo de R$ 18.000 a taxa de


juros anual de 6%. O empréstimo será pago em três anos.

A quantidade de juros simples pago será o valor do empréstimo (R$18


mil), multiplicado pelos juros (6%) e pelo número de anos (três). O valor total dos
juros pagos será R$ 3.240 (R$ 18.000 x 0.06 x 3).

Portanto, o valor total a ser pago ao final será de R$ 21.240 (R$ 18.000 +
R$ 3.240).

Juros compostos

Os juros compostos geralmente são fatores importantes nas transações


comerciais, investimentos ou produtos financeiros. Eles estão normalmente
ligados a itens que se estendem por vários períodos ou anos.

Eles são somados e adicionados aos juros acumulados de períodos


anteriores. Em outras palavras, os juros compostos são juros sobre juros.

Os juros compostos atuam sobre o valor principal da operação já corrigido


com juros. Por exemplo: Um investimento com juros compostos de 6% a cada
mês, por exemplo, significa que você receberá mais a cada mês.

No primeiro mês, o seu retorno será 6% sobre o valor inicial. No segundo


mês, será 6% sobre o valor inicial + o rendimento do primeiro mês. Por exemplo:
se você começou com R$ 1.000,00, ao final do primeiro mês receberá 6% sobre
esse valor – ou seja, R$ 60. No segundo mês, receberá 6% sobre R$ 1.060,00,
valor já acrescido de juros.

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Juros composto e tempo

A maior diferença entre os juros simples e composto é a influência do


tempo. Olhando para a fórmula de juros compostos, é possível notar que a
frequência dos períodos pode ter um grande efeito sobre os ganhos ou sobre o
quanto você precisará pagar em juros. Quanto mais tempo (períodos
compostos), mais juros são acumulados.

Juros composto nos investimentos

O impacto dos juros compostos pode ser visto depois de longos períodos
de tempo. Ou seja: quanto mais tempo você deixar seu dinheiro em um
investimento com juros compostos, mais dinheiro você ganhará.

Quadro Resumo

Juros simples Juros composto

Cobrado sobre o montante do


Cobrado apenas sobre o
empréstimo e dos juros
montante do empréstimo ou
aplicados sobre ele – “juros
principal
sobre juros”

Uma pequena porcentagem do Uma pequena porcentagem do


principal, conforme acordado principal junto ao juros sobre
entre credor e devedor juros, conforme combinado

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O crescimento do juros
Crescimento estável do juros aumenta a um ritmo maior
devido à composição

Mais comuns para empréstimos,


Mais comum no mercado
cobrança de impostos atrasados,
financeiro para investimentos
financiamentos e compras a prazo

Valor principal aumenta com


Valor principal nunca muda
acréscimo do juros composto

Fácil de calcular usando a fórmula Difícil calcular usando a fórmula


Pxrxn P x (1 + r)ª – P

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