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ANÁLISE DE FLUXO
Este material é exclusivo para uso pessoal e foi desenvolvido para orientar você nos estudos durante sua
formação de TRADER. Nos importamos em proporcionar conteúdo autoral exclusivo e guia-lo na busca de
conhecimento, evitando confusões causadas pelo excesso de material obsoleto ou inútil disponível na internet.
FERRAMENTAS ....................................................................................................................................... 7
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 19
A análise do fluxo não é uma leitura de números ou setups. Você tem de usar as informações de
dentro e fora da tela para construir um cenário maior na sua mente.
À medida que seu treinamento avançar, você conseguirá construir, naturalmente, cenários mais
claros e robustos para apoio às decisões de entradas nas suas operações. Para ajudá-lo na
construção dos cenários, abordaremos os seguintes grupos de informação:
Ferramentas: Books, Times And Trades, Volume At Price, Volume at Market, Mapa de Fluxo;
Variáveis objetivas: ordens, preços, players, profundidade;
Variáveis abstratas: agressividade, intensidade, contexto;
Sentidos: sensibilidade, intuição, percepção;
Variáveis operacionais: frequência de mercado, oscilação diária, grau de elasticidade, grau de
operabilidade;
Metagame: horários, correlações, tendências.
Parte destas variáveis são objetivas e identificáveis na sua tela. Outra parte é percebida após algum
tempo de prática, que promove o desenvolvimento de conexões neurais e automações,
viabilizando o que chamamos popularmente de intuição. Fique tranquilo, parece muita coisa, mas
você poderá passar por todas as etapas de aprendizado durante o tempo que estaremos juntos!
No passado, Tape Reading era a leitura de uma fita de papel impressa por uma máquina que
parecia um telégrafo: a Ticker Tape Machine. Na fita estavam impressos o código da ação, a
quantidade negociada, e uma seta indicativa se o preço subiu ou desceu. Até o ano de 1966 as
informações eram transmitidas com atraso de 15 a 20 minutos. A partir daquele ano passaram a ser
adotados sistemas eletrônicos de transmissão de dados, que reduziram significativamente os
atrasos (LORENZO, 2017).
Hoje em dia a técnica é conhecida como “Leitura (ou Análise) do Fluxo de Ordens”, onde os players
acompanham a leitura dos negócios fechados na ferramenta Times and Trades, juntamente com as
ordens penduradas, mostrada na ferramenta “Book de Ofertas”, ambas disponíveis na sua
plataforma operacional.
O objetivo dessas leituras é identificar mudanças de direção nos movimentos dos preços
provocadas pelos grandes players, normalmente traders institucionais que movimentam grandes
volumes de contratos, e conseguir aproveitar essa mudança surfando o movimento e seguindo o
fluxo dos preços. Operar usando Tape Reading é como se inspirar nas decisões dos grandes players
e seguir os seus movimentos no mercado.
A análise de fluxo tem ganhado muitos adeptos devido à criação de plataformas cujos algoritmos
fornecem muitas informações com exatidão e riqueza de detalhes, como:
Claro que devemos aproveitar o conhecimento dessas escolas para fortalecer nossos trades mas,
principalmente para day traders, a análise de fluxo é a técnica que gera mais resultados e que
identifica com mais precisão os pontos de entrada para as operações.
O conceito de last click significa enviar a ordem por último, seja por um comprador seja por um
vendedor. Quem enviar a ordem por último está ‘agredindo’, portanto foi quem fechou o negócio.
Trazendo um exemplo do mundo real, quando você vai comprar um automóvel, o vendedor
pendura seu preço de venda em 50 mil por exemplo, mas você oferece 45 mil pelo veículo, até aí
não existe negócio porque ninguém agrediu, o spread está alto demais e para ser fechado. Até o
momento em que o vendedor baixa seu preço (ordem) para 47,5 mil e aí você AGRIDE, ou seja,
fecha o negócio em 47,5 mil, se não houver agressão o negócio não se conclui. Nesse caso a
agressão foi da compra (tomar). Se o negócio ainda não fosse fechado e você aumentasse sua
oferta para 46,5 mil, o vendedor poderia fechar, aí ele seria o agressor e a agressão seria da venda
(bater).
Note que o agressor sempre está disposto a perder, isto porque se alguém não ceder o negócio não
é fechado. O que faz uma das partes querer fechar o negócio é a necessidade ou a urgência,
somado à percepção de que o preço é justo.
Precisamos aprender a analisar ao mesmo tempo o Book de Preços, Times and Trades e Ordem
Original para termos uma consistência de dados em nossa análise do fluxo.
Figura 1. D.O.M.
O Times and Trades (Times and Sales) mostra as ordens que foram executadas no DOM, por isso
aparecem várias linhas mesmo que a agressão tenha sido uma ordem grande única. Ela é mostrada
linha a linha de acordo com as ordens que estavam penduradas pela contra-parte.
Agressão parcial;
Agressão integral;
Agressão integral sobrando lotes;
Agressão de mais de um nível de preço (boletada).
DIRETOS são ordens que vão prontas das corretoras para a bolsa, com o cliente comprador e o
vendedor discriminados. Estas ordens não reduzem liquidez do Book de Ofertas. A regra da bolsa é
que os diretos só podem ser passados com um spread.
O Times and Trades mostra as ordens que já foram executadas, portanto é uma forma de leitura
baseada no passado imediato.
A ferramenta ordem original, que mostra as agressões compiladas, permite ao trader acompanhar
o tamanho real da ordem que agrediu. É ela que soma todas as ordens de contrapartes
apresentadas no Times and Trades e mostra um único valor. Compare a primeira linha da figura 3
(fundo branco) com as ordens dentro do retângulo da figura 2. Se você somá-las o resultado será
uma única ordem de agressão do Bradesco na venda, que consumiu as ordens penduradas de
COMPRA dos players do retângulo, além de ser uma ordem que consumiu mais de um nível de
preço (95,50 e 96,00). Por isto o Profit Chart coloca o asterisco (*) ao lado do preço agredido
inicialmente.
Algumas razões que não podemos olhar apenas para a ordem original e deixarmos de observar o
Times and Trades são:
A ordem original não mostra a contraparte da agressão, portanto não mostra a atuação passiva
de um grande player e não conseguimos analisar uma absorção;
A ordem original mostra a urgência e a intensidade das ordens de agressão, mas não mostra a
velocidade e quantidade em que as ordens das contrapartes estão sendo consumidas.
Figura 3.
Figura 4.
Não podemos considerar o VAP como uma ferramenta primordial para a leitura de fluxo como são
o DOM e o Times and Trades, mas é uma ferramenta acessória muito útil na formação de contexto
operacional na medida em que é possível identificar as zonas de aceitação e zonas de rejeição
ZONA DE ACEITAÇÃO: região onde o preço é intensamente negociado e as duas pontas consideram
o valor justo. É também onde se formam os canais e os principais suportes e resistências.
POINT OF CONTROL (POC): é o nível de preço com o maior volume de negociação e, portanto,
importante para o contexto das operações.
HVN (High Volume Node): é uma região de preços (diferentemente do POC, que é um nível
específico de preço) onde há intensa negociação.
LVN (Low Volume Node): é uma região de preços onde há pouca negociação entre compradores e
vendedores.
HVN e LVN representam pontos de equilíbrio para trades mais longos e que os grandes players
usam como um nível de referência.
O trabalho do trader inclui, portanto, reconhecer essas regiões e saber fazer uso delas,
basicamente com o seguinte cuidado: ao reconhecer determinado comportamento do mercado, o
trader tem parâmetros para determinar boas posições para negociação. Obviamente que a
observação não é simples como, por exemplo, observar um ponto onde a compra é interessante
numa região de grande negociação ‘achando’ que, se ’bateu’ ali supostamente deve retornar. Tudo
são possibilidades e todas as decisões apenas se confirmam quando tanto o DOM quanto o Times
and Trades lhe apresentarem as condições favoráveis
Figura 5.
Um ativo é de fluxo quando apresenta quantidade significativa de lotes em cada nível de preço
O DOM (Book de ofertas) apresenta os níveis de preço e o número de lotes para cada nível, na
compra e na venda. Quando o número de lotes é grande para cada nível, o preço tende a variar
mais lentamente criando um fluxo de contratos naquele nível. Quando o número de lotes é
pequeno, os contratos são rapidamente consumidos, fazendo o preço variar rapidamente também
e criando alta volatilidade.
Esse comportamento é uma característica de classificação dos ativos. Classificamos ativos de fluxo e
ativos de volatilidade em função da quantidade de ordens limitadas (penduradas) que estes ativos
apresentam por cada nível de preço no Book de Ofertas.
Quanto mais ofertas de contratos nos primeiros níveis de preços na compra e na venda, mais de
fluxo é o ativo, isso porque demora mais para consumir um nível do preço e os movimentos ficam
mais previsíveis na leitura do fluxo.
Devemos observar a liquidez principalmente na faixa de preços mais próxima do preço de mercado.
O DI mais negociado, normalmente com vencimento em janeiro de anos futuros, possui uma
quantidade muito grande de ordens penduradas por nível de preço, que o torna um ativo de
alto fluxo.
Já o Dólar Padrão tem fases. Acima de 200 contratos por nível preço fica com características de
ativo de fluxo, mas com uma característica diferente do DI: o primeiro nível de preço e os níveis
de ask e bid possuem pouca liquidez exposta, o que cria uma faixa maior de volatilidade.
No Índice Futuro a faixa ao redor do preço de mercado sem presença de grande liquidez
exposta (ordens limitadas) é bastante larga, tornando o ativo de alta volatilidade. Isto porque o
consumo de vários níveis de preços por uma única ordem à mercado (boletada) é frequente,
tornando as operações de scalping (operações rápidas) difíceis de serem executadas. O fluxo
em uma faixa e não no preço negociado faz com que a relação risco/retorno das operações de
scalping seja ruim, porque só percebemos o movimento quando ele já aconteceu e não no seu
início.
Outro fato importante é que quanto mais fluxo, ou seja, mais cheia for a fila (muita liquidez
exposta) menos influência os giradores e HFTs vão ter sobre o consumo integral de liquidez, ou
Figura 6.
O fluxo é mais ou menos tóxico em função de quão errático são suas agressões. Quanto mais
agressões somente em uma ponta (compra ou venda), menos errático é o fluxo e quanto mais
alternância entre agressões de compra e agressões de venda, mais errático é o fluxo.
Os HFTs tornaram o fluxo dos mercados que conseguem predominar mais erráticos e devemos nos
acostumar com isso, aceitando que os preços podem subir com fluxo persistente e corrigir com
fluxo artificial causado por HFTs. Por isso, eles também possuem um lado que consideramos bom:
nos dão porta de saída, já que estão sempre atuando e oferecendo liquidez em ambas as pontas.
Por outro lado, nem todas as intenções do mercado já estão expostas no Book de Ofertas, levando
ao conceito de demanda e oferta potencial. Por isso, a análise do fluxo de ordens é uma leitura
contínua e não uma avaliação de uma foto (estática). É preciso avaliar o contexto, a sequência de
eventos e como o mercado reage depois de cada evento.
DÓLAR PADRÃO - No Dólar Futuro a presença de muitos players atuando em ambas as pontas
torna o movimento errático e sujeito a fortes mudanças de sentido.
MINI-ÍNDICE - No Índice Futuro a presença forte de HFTs atuando em ambas as pontas torna o
movimento errático, que somado à baixa presença de lotes por nível de preço aumenta bastante a
velocidade do movimento.
DALTON, J. F; JONES, E. T; DALTON, R. B. Mind Over Markets, New Jersey: Wiley. 2013.