Você está na página 1de 13

Introdução

Gestão financeira

Gestão financeira representa o conjunto de processos, métodos e acções dedicados a


controlar, analisar e planejar as actividades financeiras de um negócio.

Isso envolve desde a administração dos recursos e capital até o planeamento estratégico de
crescimento, passando pela análise de cenários e traçado de metas.

Seu principal objectivo é garantir a saúde da operação, equilibrando custos com ganhos e
assegurando que os investimentos sejam feitos de maneira eficaz.

Em outras palavras, busca conciliar as metas financeiras, como redução de custos, com
objectivos produtivos, como o aumento de vendas. O resultado ideal é uma empresa com
um fluxo de caixa positivo, no qual os ganhos superam os gastos, permitindo o
crescimento.

Além disso, a gestão financeira não se limita apenas a números. Ela exige uma visão de
negócio ampla, uso estratégico de ferramentas tecnológicas e, acima de tudo, experiência.

Os profissionais responsáveis por essa área, por meio de técnicas e conhecimentos


especializados, identificam oportunidades de melhoria em toda a empresa, desde logística
até operações.

Eles administram não apenas o dinheiro, como os bens da empresa, sempre com o foco em
alinhar as metas financeiras com as metas produtivas.

Funcionalidade da gestão financeira

A gestão financeira funciona como um sistema integrado que busca optimizar os recursos
financeiros de uma empresa, garantindo sua sustentabilidade e crescimento.
Ela envolve uma combinação de análise, estratégia e execução, sempre com o objectivo de
maximizar o valor para os stakeholders — qualquer pessoa, grupo ou organização que
possa ser afectado pelas actividades de uma empresa e possa influenciar seus resultados.

Para que serve a gestão financeira

A gestão financeira é o mecanismo que assegura que uma empresa mantenha suas despesas
alinhadas com suas receitas, garantindo sua operação rentável. Mas, é preciso olhar além:
nem todo negócio opera constantemente no verde.

A ausência de uma boa gestão financeira é frequentemente o que ocasiona a queda de


muitas empresas, por isso, ela é essencial.

Ela molda a trajectória para que uma empresa mantenha uma boa saúde financeira,
proporcionando seu crescimento e expansão.

É importante saber que existem quatro pilares fundamentais no ecossistema financeiro


organizacional:

Planejar

No momento da estratégia, as empresas estabelecem metas claras a serem atingidas,


considerando uma série de variáveis.

Isso envolve uma avaliação da saúde financeira, identificando oportunidades de


investimento e a melhor utilização dos recursos disponíveis.

Além disso, é necessário ter uma visão proactiva e preparar-se para cenários menos
favoráveis, como crises económicas.

Controlar
O controlo é a supervisão contínua das operações financeiras. Com um bom monitoramento
as empresas têm uma visão clara de suas actividades.

Com essas informações, é possível implementar medidas correctivas ou preventivas


rapidamente, minimizando erros ou esforços duplicados.

Contudo, é preciso saber diferenciar monitoramento financeiro e gerenciamento de contas.


O último é uma subfunção crítica que foca na administração das despesas e na manutenção
de um fluxo de caixa saudável.

Analisar

Qualquer abordagem centrada na eficácia precisa de avaliação contínua. Isso envolve


analisar dados para refinar processos e avaliar os resultados, identificando oportunidades
para aprimoramento.

Investir

A essência da gestão financeira é, sem dúvida, analítica. E quando se trata de alocação de


recursos, essa natureza analítica é primordial.

Toda escolha de investimento deve ser baseada em informações claras, buscando um


benefício real que ajude na estabilidade financeira da empresa.

Assim, investir é visto como um passo estratégico, levando em conta coisas como comprar
equipamentos, contratar mais pessoal ou até mesmo se unir a outras empresas.
Objectivos da Gestão Financeira

Por ter um escopo amplo, como mostramos acima, a gestão financeira também pode ser
direccionada para diferentes finalidades.

1. Maximizar os lucros

Com uma administração eficaz do caixa, a empresa pode obter melhores resultados a partir
de uma lucratividade maior.

Um exemplo de iniciativa nesse sentido seria a análise da margem de lucro de cada


solução comercializada.

Além disso, adotar novas metodologias ou modernizar os equipamentos podem garantir


mais ganhos a médio prazo.

O acompanhamento de dados sobre eventuais aumentos nos custos com matérias-primas ou


serviços necessários para as operações pode levar a decisões como:

 Busca por alternativas mais baratas

 Reajustes para repassar esses custos ao consumidor.

As estratégias de precificação também precisam ser constantemente avaliadas, para


buscar a competitividade sem deixar o lucro de lado.

2. Acompanhar liquidez e fluxo de caixa

É preciso fazer um acompanhamento constante para se certificar de que a empresa mantém


a capacidade de cumprir todas as suas obrigações financeiras.
Um fluxo de caixa saudável é aquele acompanhado diariamente, com previsões de curto
prazo para garantir a disponibilidade de recursos em caixa.

Para evitar déficits, também é importante realizar um monitoramento constante das contas a
receber e a pagar.

Para cumprir esse objetivo, é importante analisar também quatro indicadores de liquidez:

 Liquidez corrente: mostra a capacidade de um negócio de honrar seus


compromissos no curto prazo

 Liquidez seca: semelhante à corrente, mas sem considerar o estoque

 Liquidez imediata: mostra o valor disponível em curto prazo, indicando se é


possível arcar com despesas emergenciais

 Liquidez geral: aponta a capacidade financeira da organização em médio e longo


prazo.

O aumento desses indicadores é um bom sinal para a companhia.

3. Garantir o compliance

A gestão financeira também tem entre seus objetivos garantir a conformidade com todos
os regulamentos estaduais e federais vigentes.

Isso inclui as regras específicas do setor em que a organização atua.

Por exemplo, instituições financeiras precisam estar de acordo com normas bancárias, e há
também regulamentos para setores como geração de energia, saúde e alimentação.

Sempre que há alguma mudança em leis fiscais e regulatórias, é preciso se adaptar dentro
do prazo previsto e treinar as equipes.

4. Desenvolver cenários financeiros


A administração de uma empresa precisa estar sempre pronta para enfrentar situações
diversas, seja para superar obstáculos ou aproveitar bem um quadro positivo.

Por isso, é importante elaborar possíveis cenários com base na situação da empresa,
dados históricos e projecções futuras.

Essas projecções podem incluir factores como:

 Surgimento de um concorrente forte ou fusão entre competidores

 Cenários ou fatos políticos internacionais, que impactem na aquisição de alguma


matéria prima

 Cenários de instabilidade, como eleições tumultuadas ou protestos.

 A previsão desses cenários possibilita a adoção das medidas adequadas com


rapidez.

5. Gerenciar relacionamentos

Os investidores e membros do conselho de administração têm um interesse constante em


saber se o negócio está sendo bem administrado.

Por isso, a relação entre eles e os gestores e líderes de uma empresa precisa ser eficiente e
transparente.

É importante realizar reuniões regularmente para apresentar relatórios com indicadores que
ilustrem a saúde financeira do negócio e acompanhar índices e métricas relevantes.

Esses encontros também podem servir para estabelecer e acompanhar metas e


expectativas a serem cumpridas pelos colaboradores.

Característica da Gestão Financeira

Importância da gestão financeira


A gestão financeira desempenha um papel fundamental na sustentabilidade e capacidade de
crescimento da empresa.

Sem uma administração financeira sólida, os negócios correm o risco de enfrentar uma
série de desafios, desde a acumulação de dívidas até investimentos mal planejados, que
podem, no pior dos cenários, levar à falência.

Uma gestão financeira bem executada garante uma alocação adequada dos recursos. Essa
abordagem optimiza o uso dos activos e constrói uma base sólida que prepara o
empreendimento para enfrentar adversidades.

Como ter uma boa gestão financeira

1. Crie um plano bem definido

Comece organizando tudo. Saiba quais são as metas da sua empresa e o que você precisa
para chegar lá.

Entenda todos os detalhes do seu negócio, desde o que você gasta até o que entra no caixa.
Ao se organizar, fica mais fácil saber onde colocar o dinheiro e quais áreas precisam de
mais investimento.

E lembre-se de estabelecer formas de medir se as coisas estão dando certo, como metas de
vendas ou de clientes atendido.

2. Acompanhe o dinheiro

Fique de olho em todo dinheiro que entra e sai. Isso ajuda a ver se o negócio está dando
lucro e que sector pode estar o problema se as contas não fecharem.

3. Tenha dinheiro para o dia a dia


Garanta que sempre tenha dinheiro em caixa para as despesas do dia a dia, como pagar
contas e comprar produtos.

Se estiver apertado, pense em formas de conseguir mais dinheiro, como negociar prazos
com fornecedores ou antecipar recebíveis.

4. Controle os produtos

Se você vende produtos, saiba sempre quanto tem no estoque. Assim, você não perde
vendas por falta de mercadoria e também não gasta dinheiro comprando mais do que
precisa.

5. Use Ferramentas de ajuda

Com tantas tecnologias hoje em dia, não faz sentido fazer tudo no papel. Um sistema de
gestão pode ajudar a controlar tudo, desde vendas até estoque.

Com ele, você gasta menos tempo com papelada e mais tempo pensando em como crescer
ainda mais. Caso não tenha nenhuma em vista, comece pelo menos com uma planilha de
fluxo de caixa.

A gestão financeira é como um jogo de causa e efeito. Cada escolha tem suas
consequências, e é por isso que é preciso pensar bem antes de decidir. Uma decisão errada,
especialmente se repetida, pode ter efeitos duradouros.

Como já mencionado, a falência de muitas empresas ocorre devido a uma má gestão


financeira, mas o fechamento de um negócio é apenas o último passo de uma série de
problemas.

Mesmo antes disso, uma gestão financeira ruim pode atrapalhar uma empresa durante anos.
Ela pode limitar o crescimento e impedir novos investimentos.
Quando o dinheiro não é bem gerenciado, a empresa pode ficar estagnada. Ela continua
funcionando, mas sem progredir. E, com o tempo, essa estagnação pode se transformar em
declínio. Isso, por sua vez, pode desmotivar a equipe e reduzir a produtividade.

Principais erros na gestão financeira de uma empresa

Tomar decisões financeiras acertadas é importante para o sucesso de uma empresa. No


entanto, é comum que empreendedores caiam em algumas armadilhas.

Vamos explorar os erros mais frequentes na gestão financeira:

Desatenção ao desempenho regular

É fundamental estar atento aos resultados financeiros da empresa. Sem esse


monitoramento, o negócio pode perder sua direcção e enfrentar problemas.

Ferramentas mais modernas, como sistemas de gestão financeira, podem facilitar essa
tarefa, oferecendo uma visão clara e integrada dos indicadores.

Falta de controlo de estoque

Para empresas que lidam com mercadorias, é necessário manter um registro detalhado e um
controle do estoque.

A falta dessa gestão pode levar a gastos desnecessários ou até mesmo à ausência de
produtos básicos, afectando as vendas e os resultados.

Confusão entre finanças pessoais e empresariais


Um erro comum, especialmente entre pequenos empresários, é combinar os gastos pessoais
com os da empresa.

Isso pode distorcer o fluxo de caixa e afetar negativamente o capital de giro. A solução?
Estabelecer um salário ou pró-labore fixo e manter as contas da empresa e pessoais
claramente separadas.

Ignorar o capital de giro

O capital de giro é o que comanda as operações diárias de qualquer empresa. Ele paga as
contas e mantém o negócio em funcionamento.

Ignorar isso e concentrar-se apenas em metas de longo prazo pode ser prejudicial. É preciso
equilibrar os dois, garantindo liquidez imediata e também planejando o futuro.

Ausência de metas claras e revisão de desempenho

Toda empresa precisa de metas claras e de métricas para avaliar o progresso em relação a
essas metas. Sem isso, é fácil perder o foco e a direção.

O acompanhamento regular do desempenho permite ajustes rápidos e decisões informadas.

Negligenciar a documentação e os relatórios

Manter a documentação actualizada e revisar os relatórios regularmente é essencial. Com o


tempo, a tendência pode ser relaxar nesse aspecto, mas essa negligência pode ter
consequências graves.

Uma documentação e relatórios correctos garantem que as decisões sejam baseadas em


dados reais e não em suposições.
Evitar esses erros comuns pode ser o diferencial entre uma empresa bem-sucedida e uma
que luta para sobreviver. A gestão financeira eficaz é uma combinação de atenção,
planeamento e acção informada.

Riscos na gestão financeira

Sim, a gestão financeira de uma empresa apresenta alguns riscos. Entender e categorizar
esses riscos é necessário para reduzi-los e garantir a saúde financeira da organização. Aqui
estão as principais categorias de riscos na gestão financeira:

Risco estratégico

Resulta de decisões que podem não estar alinhadas com os objetivos gerais da empresa.
Isso pode ocorrer quando a direção tomada não se mostra boa para alcançar os objetivos
pretendidos.

Risco financeiro

Relaciona-se à forma como a empresa financia suas operações. Se uma empresa assume
muitas dívidas ou depende muito de empréstimos, ela pode se encontrar em apuros se não
gerar lucros suficientes para cobrir seus compromissos financeiros.

Risco operacional

Relacionado a falhas nas operações diárias da empresa, como problemas na produção,


falhas tecnológicas ou qualquer outro aspecto que afete a rotina operacional.
Além dessas categorias gerais, existem riscos mais específicos ligados diretamente ao
dinheiro e finanças:

 Risco de crédito: quando há a possibilidade de a empresa não conseguir pagar suas


dívidas. Isso pode ser resultado de excesso de endividamento ou inadimplência dos
clientes;
 Risco da taxa de juros: relaciona-se à capacidade da empresa de cobrir seus
pagamentos de juros, especialmente se as taxas aumentarem;
 Risco de taxa de câmbio: afeta empresas que possuem ativos em moeda
estrangeira. Se a taxa de câmbio se alterar significativamente, pode haver uma
depreciação desses ativos;
 Risco de liquidez: se refere a capacidade da empresa de atender suas obrigações
financeiras no vencimento. Isso pode ser um desafio se o empreendimento estiver
muito endividado ou tiver dificuldades de acesso a financiamentos;
 Risco de mercado: é associado à perda de valor dos ativos da empresa devido a
movimentos no mercado.

Reconhecer e entender esses riscos é o primeiro passo. As empresas devem, então, criar
estratégias para minimizá-los, protegendo-se contra instabilidades financeiras e
assegurando um futuro operacional de sucesso.

Você também pode gostar