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Resumo
O sucesso ou fracasso de uma entidade são resultado das ações executadas no dia a dia, diante
disso, é fundamental que haja uma gestão eficiente dos recursos disponíveis. Dentre as diversas
ferramentas que podem ser utilizadas pelos gestores na busca por melhores resultados, o Fluxo
de Caixa é um importante relatório de controle e gestão para analisar índices de liquidez, ver a
possibilidade e/ou necessidade de contrair nossos passivos que contribuam para o aumento de
produtividade ou traga algum retorno financeiro sem comprometer a continuidade do negócio,
dentre outros. Esse trabalho tem como objetivo obter respostas sobre a utilização do fluxo de
caixa numa instituição de ensino superior, verificando como as informações são utilizadas
pelos gestores. Essa é uma pesquisa descritiva exploratória. Os dados foram levantados por
meio de uma entrevista, em que o Tesoureiro Administrador da Instituição de Ensino apresenta
a utilidade da Demonstração de Fluxo de Caixa como ferramenta de gestão. Os resultados
alcançados foram de encontro ao que se esperava na idealização da pesquisa, uma vez que os
gestores da instituição, de forma geral, conhecem a demonstração e os benefícios que elas
proporcionam para o negócio, usando técnicas relativamente complexas para fazer sua análise,
a fim de conseguir informações relevantes para o controle dos recursos de alta liquidez, e
prazos de recebimento e pagamento, por exemplo. Quanto aos usuários das informações
oriundas da DFC que não possuem formação específica nas áreas financeiras, para que haja
mais precisão em sua utilização, são feitos movimentos internos para a apresentação de
resultados e exclarecimentos de dúvidas.
Palavras-chave: controle; gestão; informações; liquidez; planejamento.
1. Introdução
Toda empresa, por meio de seus movimentos financeiros e comerciais, gera um grande
fluxo de dados e informações, que são expostos em alguns relatórios, chamados de
Demonstrações Contábeis. Essas informações são de extrema importância para se obter o
controle do patrimônio da empresa, e dar suporte nos processos decisórios, mas elas só são
úteis se houver um administrador capacitado para essa importante atividade.
O fluxo de caixa é uma das Demonstrações Contábeis mais importantes e muito
utilizada pelos gestores na busca por uma gestão mais organizada e maximização de resultados.
Segundo Friedrich (2005) ao relacionar os elementos que devem compor a sua forma mais
adequada de apresentação e utiliza-lo de modo a obter os melhores resultados no processo
decisório, esse relatório é uma ferramenta que traz agilidade e segurança, sendo útil
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principalmente para ter controle sobre processos como prazos de pagamento e recebimento, e
avaliar a capacidade da empresa de fazer investimentos e a necessidade de contrair
financiamentos, por exemplo.
De acordo com Alexandre e Daiane (2011), o profissional contábil deve fornecer
informações relevantes para que o administrador consiga ter uma noção realista e fidedigna de
como está a situação de seu patrimônio para conseguir fazer planejamentos operacionais e
financeiros de forma a não comprometer a continuidade da empresa. Por ter em mãos as
ferramentas necessárias para produzir e transmitir essas informações, o contador é o
profissional que deve ser capaz de elaborar esses relatórios de forma mais clara e precisa.
O objetivo de todo empresário é obter lucro para sua empresa, e o fluxo de caixa é uma
forma adequada para se obter um bom controle econômico e financeiro na busca por suas
metas, já que ele expõe as entradas e saídas dos recursos financeiros em determinado período
e apresenta o grau de liquidez da empresa, além de permitir ao gerente financeiro controlar seu
ativo onde se localiza a riqueza da empresa. De acordo com Joaquina e Eduardo (2014), o fluxo
de caixa é indispensável, pois com as informações adquiridas é possível fazer uma elaboração
de projetos e assim saber se as decisões a serem tomadas não afetarão futuramente a empresa
e seus negócios.
A Contabilidade possui ferramentas que podem ser grandes aliadas na hora de fazer
planejamentos e tomar decisões. O fluxo de caixa tem como objetivo principal avaliar a saúde
financeira, e proporcionar ao administrador a condição de saber a disponibilidade de recursos
em caixa para que ele não venha ter contratempo nos compromissos firmados e qual a
capacidade para contrair novas obrigações que se encaixem nesse fluxo.
Diante do exposto anteriormente, vê-se que a Demonstração de Fluxo de Caixa é parte
fundamental do processo decisório de qualquer empresa, independente do ramo e do porte;
dessa forma, a pergunta que esse trabalho pretende responder é: Qual é a relevância da
Demonstração de Fluxo de Caixa, com ênfase na análise das atividades operacionais, para
uma instituição de ensino superior?
Esse trabalho tem como objetivo verificar como as informações extraídas da
Demonstração de Fluxo de Caixa são utilizadas pelos gestores, e demonstrar a relevância que
elas têm frente aos processos de tomada de decisão. Segundo Danielle e Roberta (2010), no
fluxo de caixa é possível encontrar dados referentes a entradas e saídas no orçamento
financeiro, o que viabiliza o planejamento, trazendo agilidade e segurança na tomada de
decisão.
Em todas as instituições há gastos e com isso é necessário que o dinheiro entre em seu
caixa para que os compromissos firmados sejam cumpridos, para isso, o sistema de fluxo de
caixa deve ser bem elaborado, e os planos bem executados. Esse trabalho se justifica relevante
socialmente pelo fato de que a Demonstração de Fluxo de Caixa proporciona grande ajuda nos
processos de elaboração e tomada de decisão dentro das empresas em seus mais variados
propósitos, além do fato de que há muitos leigos, mesmo entre os gestores, sobre o conceito de
fluxo de caixa e dos benefícios que podem ser obtidos com sua utilização.
2. Fundamentação teórica
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utilizados de forma imediata no momento em que se tem a necessidade. Esses recursos ficam
demonstrados nas contas Caixa, Bancos, Aplicações Financeiras de alta liquidez, dentre outras.
De acordo com Pimentel (2008), Liquidez (ou Solvência) é a capacidade de uma
empresa de liquidar os compromissos financeiros firmados dentro dos prazos estipulados em
contrato. Segundo o autor, mesmo diante da simplicidade aparente dessa definição, a liquidez
é muito mais do que apenas um objetivo empresarial de apresentar valores, já que é uma
condição primordial para a continuidade de um negócio. Contudo, um excesso de recursos
líquidos também não é sinal de que os mesmos estão sendo bem administrados, já que se forem
investidos em algo que traga retorno financeiro ou mesmo em algum bem que contribua para
a geração de receita através das atividades operacionais, é mais vantajoso do que deixa-los
parados.
Segundo Iudícibus, Marion e Faria (2009), a DFC contribui para um melhor
planejamento financeiro, de forma que a empresa sempre tenha recursos disponíveis para
cumprir com seus compromissos imediatos, mas sem ter excesso de recursos em caixa, além
de descobrir o momento de contrair empréstimos diante de insuficiência de recursos ou aplicar
os excessos no mercado financeiro.
A Lei n. 11.638 (2007) tornou obrigatória a DFC para companhias de capital aberto ou
empresas com Patrimônio Líquido superior a R$ 2.000.000,00, e deve indicar, no mínimo, as
alterações ocorridas durante o exercício nas contas Caixa e Equivalentes de Caixa, separando
os três diferentes fluxos, que são denominados: operacionais; investimentos e financiamentos.
Os disponíveis figuram no Balanço Patrimonial, porém apenas demonstrado pelo seu valor
final. A função da DFC é detalhar os lançamentos de pagamentos e recebimentos operacionais,
em investimentos e em financiamentos, e possibilitar a interpretação dos movimentos que estão
sendo feitos para que sejam elaborados planos a fim de sempre deixar o fluxo controlado.
A entidade deve apresentar seus fluxos de caixa decorrentes das atividades
operacionais, de investimento e de financiamento de forma que seja mais apropriada a
seus negócios. A classificação por atividade proporciona informações que permitem
aos usuários avaliar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade
e o montante de seu caixa e equivalentes de caixa. Essas informações podem também
ser usadas para avaliar a relação entre essas atividades. (Comitê de Pronunciamentos
Contábeis, 2010, n.03, p. 4).
A Demonstração do Fluxo de caixa pode ser elaborada pelo método direto ou pelo
método indireto. O fluxo de caixa calculado pelo método direto é feito com base no
recebimento das vendas (a vista ou a prazo), subtraídos do pagamento aos fornecedores,
pagamento de funcionários, recolhimento de impostos, pagamento ao governo e pagamentos a
credores diversos. É importante que o saldo dessa operação esteja sempre positivo,
demonstrando que a empresa gera recursos suficientes para manter seus compromissos em dia.
Quando feita pelo método indireto, apresenta os recursos oriundos das atividades operacionais,
partindo do lucro líquido, sem considerar os itens que afetam o resultado, mas não modificam
o Fluxo de Caixa, tais como a depreciação, a amortização e a exaustão.
Segundo Friedrich e Brondani (2005), as operações da empresa são fonte de
informações para a elaboração da DFC pelo método direto, e por esse método, é possível
minimizar as interferências provenientes da legislação fiscal. Rodrigues, Proença, Busch,
Garcia e Toda (2012) pontuam que a DFC elaborada pelo método indireto é baseada no ajuste
do lucro líquido por transações que não afetam o caixa, segundo o regime de competência.
De acordo com Bonízio, Martins e Gilioli (2011), a única diferença entre o Fluxo de
Caixa feita pelo método direto e indireto é na explicação do fluxo relacionado às atividades
operacionais, já que as atividades de investimento e financiamento são feitas da mesma
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maneira. Pelo método direto, as atividades operacionais são expostas de forma mais detalhada,
enquanto pelo método indireto, parte-se do resultado líquido e fazem-se os ajustes relacionados
aos valores que compõe a DRE, mas não a DFC, como a depreciação, amortização e a exaustão,
até se chegar ao fluxo operacional gerado. Segundo os autores, a elaboração da DFC pelo
método direto é mais complexa, mas produz informações mais precisas que contribuem para
revelar estratégias operacionais e averiguar eventuais problemas, já que todos os lançamentos
de entradas e saídas são expostos na demonstração.
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utilização aumenta a capacidade decisória, diminuindo a incerteza do gestor no ato da
decisão. (Padoveze, 1998, p.42).
Segundo Friedrich (2005), no passado muitas empresas ficavam a mercê apenas de
dados apresentados no Balanço Patrimonial e nas Demonstrações de Resultados, assim foi
necessário um instrumento dinâmico na qual complementasse toda a movimentação, não
focando somente nas despesas e receitas, sendo o fluxo de caixa responsável pelas entradas e
saídas em determinado período, é um sistema prático e dinâmico, no qual é atualizado
constantemente, podendo auxiliar nas tomadas de decisões imediatas e futuras, com
determinado potencial, podendo auxiliar em processos como fazer investimentos,
financiamentos, distribuição de lucros e até mesmo no pagamento de dividendos.
Segundo Martins (1999), para ver as evoluções patrimoniais e sua rentabilidade, o
Balanço patrimonial e a DRE são as demonstrações mais eficientes. Entretanto, para a análise
financeira de curtíssimo prazo, a DFC é mais útil. É importante frisar que a liquidez da empresa
é tão importante quanto a sua rentabilidade, e esses dois fatores se complementam, sendo
fundamental que haja preocupação com ambos.
Todos os relatórios contábeis têm uma função específica de grande valia para as
entidades, e na maioria das vezes os benefícios proporcionados pelo trabalho de processar e
analisar essas informações se justifica relevante, já que sem eles as decisões seriam tomadas
sem influência técnica, aumentando os riscos para o negócio.
O Fluxo de Caixa expõe a disponibilidade de recursos da empresa, e embora o excesso
de caixa não seja rentável, ao menos não oferece risco à continuidade do empreendimento. A
escassez de recursos, por outro lado, pode ser vital, em curto prazo. Segundo Gimenes,
Francisco e Silva (2011), existem várias consequências que resultam da falta de recursos em
caixa, tais como a credibilidade da empresa no mercado, que dificulta na obtenção de capital
extra; tentação de aumentar os preços e perder clientes; atrasar o recolhimento de tributos ou
outras obrigações; aumentar o desconto de duplicatas em bancos, dentre outras.
O gestor que, utilizando-se da ferramenta, ao perceber, que o saldo de caixa de
determinado período, alguns dias, por exemplo, apresentar-se negativo, isto é,
insuficiente para fazer face aos compromissos do período, pode analisar e decidir por
várias alternativas, como: contratação de um empréstimo bancário (se o prazo for mais
longo); desconto de duplicatas a receber; prorrogação de vencimento de alguns
compromissos, principalmente as obrigações não onerosas; retardamento da realização
de alguma atividade dispendiosa; adiar investimentos etc. (Gimenes, Francisco e Silva,
2011, p. 9).
Vê-se que há soluções que possibilitam a equalização do Fluxo de Caixa, a fim de
proporcionar tempo para se realizar os ajustes necessários para o alcance de prazos e fluxos
adequados, mas que demandam conhecimento do assunto e muito trabalho. De acordo com
Matarazzo (2010), há diferença entre uma simples gestão de caixa e uma boa gestão de caixa.
O equilíbrio entre entradas e saídas de caixa deve ocorrer, mas há diversas formas de se
alcançar esse equilíbrio, com causas e consequências diferentes, o que faz até os
administradores mais experientes encontrarem dificuldades nas avaliações e decisões, e
culminam em erros frequentes, que comprometem a saúde das empresas.
Segundo Loncan e Caldeira (2014), toda contratação de dívida, dentre as diversas
formas possíveis, traz consigo custos referentes a essas opções, que afetarão o caixa em algum
momento posteriormente, reduzindo a disponibilidade de recursos para gastar com despesas
gerais, porém, se esses recursos captados forem empregados em algo que traga retornos
superiores aos gastos financeiros com o financiamento, podem resultar em um efeito positivo
para o fluxo de caixa. Dessa forma, vê-se que os administradores devem estar aptos para
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ponderar as opções que podem ser utilizadas para ter recursos em caixa, e decidir qual delas é
a mais oportuna, tendo rentabilidade superior aos gastos provenientes de sua obtenção.
Segundo Gonçalves e Moreira (2015), uma adequada gestão de caixa pode contribuir
para que haja redução substancial na necessidade de contrair capital de giro, e isso pode fazer
com que a lucratividade aumente, já que o desembolso com despesas financeiras diminui. A
projeção das necessidades futuras proporciona uma previsão sobre escassez ou excesso de
recursos em determinado período, e proporciona a segurança de poder elaborar soluções para
eventuais imprevistos, mas se o fluxo de caixa não for usado como ferramenta básica no
processo decisório, o trabalho na sua elaboração e na realização de projeções não se justifica.
De acordo com o que foi explanado, é notório que a Demonstração do Fluxo de Caixa,
quando elaborada e interpretada de forma eficaz, gera informações que podem se tornar um
diferencial positivo a fim de auxiliar os gestores nos processos administrativos de controle
sobre os recursos líquidos necessários para manter os pagamentos de suas obrigações e avaliar
o impacto de novas obrigações dentro do fluxo de caixa, além de auxiliar no aprimoramento
de metas e ajustes necessários para maximizar os resultados da empresa.
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Diante desse contexto, é necessário que o gestor esteja apto, e buscando constantemente
a capacitação, tanto nos aspectos relacionados à gestão financeira e econômica, quanto aos
aspectos institucionais e educacionais, para conseguir obter melhores resultados e se antecipar
aos possíveis imprevistos, para que haja maior retorno para a instituição.
3. Metodologia de pesquisa
A fundamentação teórica desse trabalho foi embasada em uma pesquisa bibliográfica,
a fim de contextualizar o leitor aos fundamentos básicos relacionados ao tema abordado, que
são úteis para se entender os dados apresentados e analisados. Segundo Fernandes e Gomes
(2003), a pesquisa bibliográfica é uma etapa prévia em um processo de pesquisa, tanto para
inserir o leitor ao assunto, quanto para ver a frequência e as vertentes em que o tema escolhido
foi abordado em outros trabalhos.
De acordo com as características do trabalho, considerando também a melhor forma de
abordar o tema junto aos representantes da Instituição de Ensino, decidiu-se por classificar essa
pesquisa como exploratória. Segundo Gil (2002), uma pesquisa exploratória é bem flexível,
possibilitando abordar vários aspectos sobre o tema, familiarizar o leitor ao problema, torná-lo
mais explícito, construir hipóteses e aprimorar ideias sobre ele. Essas pesquisas, geralmente,
envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que dominam o assunto e têm
experiência sobre suas aplicações, dentre outros. Essa é uma pesquisa descritiva, uma vez que
pretende analisar e descrever os aspectos relacionados à utilização da DFC dentro de uma IES,
a fim de constatar a relevância que essa demonstração assume frente aos processos decisoriais.
Segundo Gil (2002), a principal característica da pesquisa descritiva é expor as peculiaridades
de uma determinada população.
Para se entender melhor os fenômenos complexos específicos que se relacionam com
o Fluxo de Caixa em uma Instituição de Ensino Superior, optou-se por fazer uma abordagem
qualitativa, de forma a descrever e interpretar esses fenômenos. De acordo com Minayo,
Deslandes, Cruz e Gomes (2002), a abordagem qualitativa procura atribuir significados,
motivos, valores, atitudes, dentre outros, a fim de se aprofundar nas relações, processos e
fenômenos que não podem ser limitados aos aspectos variáveis e numéricos.
Os dados apresentados foram obtidos através de um levantamento junto ao Tesoureiro
Administrador de uma Instituição de Ensino, onde uma série de perguntas abertas foram
respondidas por meio de uma entrevista, visando atribuir uma visão particular sobre a
Demonstração de Fluxo de Caixa. Devido às circunstâncias de calamidade pública no período
em que o trabalho foi elaborado, os planos iniciais de se realizar uma entrevista de forma
presencial foram cancelados, e dessa forma as perguntas foram encaminhadas em forma de
arquivo de texto ao respondente. Essas circunstâncias extraordinárias colaboraram para que o
aprofundamento sobre o tema seja limitado, uma vez que não houve interação entre
entrevistador e entrevistado no momento em que as perguntas foram respondidas.
Mesmo diante disso, as perguntas foram prontamente respondidas pelo representante
da Instituição e encaminhdas aos autores. A interpretação das respostas fornecidas pelo
representante da IES possibilita o entendimento de como os processos de gestão de caixa
funcionam na prática. Segundo Neves e Domingues (2007), um questionário é uma série
ordenada de perguntas, claras e limitadas a respeito do tema em evidência, a serem respondidas
por escrito pelo respondente.
Tabela comparativa: apresentação da literatura sobre a DFC e sua utilização pela IES
Literatura Utlilizado pela IES
De acordo com os dados apresentados na Figura 1, vê-se que a IES elabora a DFC
dentro dos parâmetros apresentados na literatura. As atividades operacionais citadas pelo
tesoureiro da administração são as necessárias para manter a atividade principal da entidade e
que afetam o seu capital de giro, assim como o apresentado pelos autores. Vê-se também que
a IES preza pelo planejamento de curto e longo prazo em relação aos seus prazos de
recebimento e pagamento e também para a realização de investimentos.
5. Considerações finais
O objetivo desta pesquisa foi verificar como as informações contábeis oriundas da
Demonstração de Fluxo de Caixa, são utilizadas pelos gestores como suporte para o processo
de tomada de decisão em uma Instituição de Ensino Superior. O estudo se mostra relevante,
pois a Demonstração de Fluxo de Caixa proporciona grande auxílio nos processos de tomada
de decisão dentro das empresas em seus mais variados propósitos, além do fato de que há
muitos leigos, mesmo entre os gestores, sobre o conceito de fluxo de caixa e dos benefícios
que podem ser obtidos com sua utilização.
Através das respostas obtidas junto ao Tesoureiro Administrativo da IES, pode-se notar
que os gestores da instituição, de forma geral, conhecem a demonstração e os benefícios que
elas proporcionam para o negócio, usando técnicas relativamente complexas para fazer sua
análise, a fim de conseguir informações relevantes para o controle dos recursos de alta liquidez,
e prazos de recebimento e pagamento, por exemplo.
Mesmo que já se supunha que a DFC fosse bem trabalhada pelos administradores,
imaginou-se que surgiriam mais aspectos limitantes sobre sua utilização, principalmente
relacionados aos usuários que não são das áreas financeiras, porém, constatou-se que são feitos
movimentos internos para a apresentação de resultados e exclarecimentos de dúvidas. Através
das respostas obtidas na entrevista, verificou-se que a comunicação entre os departamentos é
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fundamental para que a empresa se beneficie ao máximo das informações provenientes dos
relatórios contábeis, e que todos os usuários dessas informações saibam o que elas significam
e sua aplicabilidade.
Outro aspecto muito citado é a importância atribuída a DFC em decisões relacionadas
a investimentos na Instituição. É muito importante que os investimentos sejam feitos com base
em orçamentos, e respeitando os limites financeiros da empresa, de forma que sejam feitos
projetos de expansão ou aquisições de ferramentas de trabalho, mas que não comprometam o
fluxo de caixa frente às obrigações básicas para o funcionamento do negócio, o que pode fazer
a empresa perder a credibilidade junto aos fornecedores e obrigar a empresa a buscar recursos
de terceiros para ter capital de giro.
Devido às circunstâncias de calamidade pública no período em que o trabalho foi
elaborado, os planos iniciais de se realizar uma entrevista de forma presencial foram
cancelados, e dessa forma as perguntas foram encaminhadas em forma de arquivo de texto ao
respondente. Essas circunstâncias extraordinárias colaboraram para que o aprofundamento
sobre o tema seja limitado, uma vez houve alteração na forma de coleta de dados, o que não
permitiu interação entre entrevistador e entrevistado no momento em que as perguntas foram
respondidas.
Por fim, sabendo que há diversas vertentes para se abordar esse assunto, pequisas
futuras podem realizar entrevistas que consigam captar outros pontos de vista em outras IES,
ou mesmo averiguar a utilidade da DFC dentro de outros ramos empresariais. Análises
documentais também podem ser muito positivas para o meio acadêmico, a fim de se obter um
panorama mais amplo sobre o tema e apresentar de forma prática as formas de se analisar a
demonstração e possíveis ações baseadas em sua interpretação.
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