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A relevância do Fluxo de Caixa para tomada de decisão em uma instituição

de ensino superior

Nildo da Silva Ribeiro


Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-EC)
nildo.ribeiro1992@gmail.com

Raison Barbosa Andrade


Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-EC)
raison.andrade201@gmail.com

Diego Henrique Moreira dos Santos


Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-EC)
diego.moreira@unasp.edu.br

Resumo
O sucesso ou fracasso de uma entidade são resultado das ações executadas no dia a dia, diante
disso, é fundamental que haja uma gestão eficiente dos recursos disponíveis. Dentre as diversas
ferramentas que podem ser utilizadas pelos gestores na busca por melhores resultados, o Fluxo
de Caixa é um importante relatório de controle e gestão para analisar índices de liquidez, ver a
possibilidade e/ou necessidade de contrair nossos passivos que contribuam para o aumento de
produtividade ou traga algum retorno financeiro sem comprometer a continuidade do negócio,
dentre outros. Esse trabalho tem como objetivo obter respostas sobre a utilização do fluxo de
caixa numa instituição de ensino superior, verificando como as informações são utilizadas
pelos gestores. Essa é uma pesquisa descritiva exploratória. Os dados foram levantados por
meio de uma entrevista, em que o Tesoureiro Administrador da Instituição de Ensino apresenta
a utilidade da Demonstração de Fluxo de Caixa como ferramenta de gestão. Os resultados
alcançados foram de encontro ao que se esperava na idealização da pesquisa, uma vez que os
gestores da instituição, de forma geral, conhecem a demonstração e os benefícios que elas
proporcionam para o negócio, usando técnicas relativamente complexas para fazer sua análise,
a fim de conseguir informações relevantes para o controle dos recursos de alta liquidez, e
prazos de recebimento e pagamento, por exemplo. Quanto aos usuários das informações
oriundas da DFC que não possuem formação específica nas áreas financeiras, para que haja
mais precisão em sua utilização, são feitos movimentos internos para a apresentação de
resultados e exclarecimentos de dúvidas.
Palavras-chave: controle; gestão; informações; liquidez; planejamento.

1. Introdução
Toda empresa, por meio de seus movimentos financeiros e comerciais, gera um grande
fluxo de dados e informações, que são expostos em alguns relatórios, chamados de
Demonstrações Contábeis. Essas informações são de extrema importância para se obter o
controle do patrimônio da empresa, e dar suporte nos processos decisórios, mas elas só são
úteis se houver um administrador capacitado para essa importante atividade.
O fluxo de caixa é uma das Demonstrações Contábeis mais importantes e muito
utilizada pelos gestores na busca por uma gestão mais organizada e maximização de resultados.
Segundo Friedrich (2005) ao relacionar os elementos que devem compor a sua forma mais
adequada de apresentação e utiliza-lo de modo a obter os melhores resultados no processo
decisório, esse relatório é uma ferramenta que traz agilidade e segurança, sendo útil
1
principalmente para ter controle sobre processos como prazos de pagamento e recebimento, e
avaliar a capacidade da empresa de fazer investimentos e a necessidade de contrair
financiamentos, por exemplo.
De acordo com Alexandre e Daiane (2011), o profissional contábil deve fornecer
informações relevantes para que o administrador consiga ter uma noção realista e fidedigna de
como está a situação de seu patrimônio para conseguir fazer planejamentos operacionais e
financeiros de forma a não comprometer a continuidade da empresa. Por ter em mãos as
ferramentas necessárias para produzir e transmitir essas informações, o contador é o
profissional que deve ser capaz de elaborar esses relatórios de forma mais clara e precisa.
O objetivo de todo empresário é obter lucro para sua empresa, e o fluxo de caixa é uma
forma adequada para se obter um bom controle econômico e financeiro na busca por suas
metas, já que ele expõe as entradas e saídas dos recursos financeiros em determinado período
e apresenta o grau de liquidez da empresa, além de permitir ao gerente financeiro controlar seu
ativo onde se localiza a riqueza da empresa. De acordo com Joaquina e Eduardo (2014), o fluxo
de caixa é indispensável, pois com as informações adquiridas é possível fazer uma elaboração
de projetos e assim saber se as decisões a serem tomadas não afetarão futuramente a empresa
e seus negócios.
A Contabilidade possui ferramentas que podem ser grandes aliadas na hora de fazer
planejamentos e tomar decisões. O fluxo de caixa tem como objetivo principal avaliar a saúde
financeira, e proporcionar ao administrador a condição de saber a disponibilidade de recursos
em caixa para que ele não venha ter contratempo nos compromissos firmados e qual a
capacidade para contrair novas obrigações que se encaixem nesse fluxo.
Diante do exposto anteriormente, vê-se que a Demonstração de Fluxo de Caixa é parte
fundamental do processo decisório de qualquer empresa, independente do ramo e do porte;
dessa forma, a pergunta que esse trabalho pretende responder é: Qual é a relevância da
Demonstração de Fluxo de Caixa, com ênfase na análise das atividades operacionais, para
uma instituição de ensino superior?
Esse trabalho tem como objetivo verificar como as informações extraídas da
Demonstração de Fluxo de Caixa são utilizadas pelos gestores, e demonstrar a relevância que
elas têm frente aos processos de tomada de decisão. Segundo Danielle e Roberta (2010), no
fluxo de caixa é possível encontrar dados referentes a entradas e saídas no orçamento
financeiro, o que viabiliza o planejamento, trazendo agilidade e segurança na tomada de
decisão.
Em todas as instituições há gastos e com isso é necessário que o dinheiro entre em seu
caixa para que os compromissos firmados sejam cumpridos, para isso, o sistema de fluxo de
caixa deve ser bem elaborado, e os planos bem executados. Esse trabalho se justifica relevante
socialmente pelo fato de que a Demonstração de Fluxo de Caixa proporciona grande ajuda nos
processos de elaboração e tomada de decisão dentro das empresas em seus mais variados
propósitos, além do fato de que há muitos leigos, mesmo entre os gestores, sobre o conceito de
fluxo de caixa e dos benefícios que podem ser obtidos com sua utilização.

2. Fundamentação teórica

2.1. Gestão financeira


O desenvolvimento tecnológico permite às empresas a possibilidade de crescimento em
dimensões globais, o que é algo muito positivo se comparado com as condições de mercado
que as gerações passadas vivenciavam, com perspectivas regionais. Embora essa nova
realidade seja extremamente positiva, a competitividade se torna um desafio para as empresas,
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que mais do que nunca precisam buscar meios de ser atrativas dentro do mercado competitivo.
Friedrich (2005), reforça que, diante da nova conjuntura econômica, os administradores devem
se preparar para os novos desafios que exigem competência para a gerência dos recursos
financeiros da empresa.
Nesse cenário, é imprescindível que os gestores das empresas tenham capacidade
técnica para gerir seus negócios e analisar os seus aspectos econômicos e financeiros, para que
os resultados estejam em constante avanço, de forma a manter suas finanças equilibradas, seus
produtos e/ou serviços com boa qualidade, preços dentro da realidade do mercado e etc.
Segundo Oliveira, Perez & Silva (2015), controle e planejamento sobre a gestão financeira é
imprescindível para o alcance dos objetivos organizacionais, e é por meio do planejamento que
se realiza uma gestão eficaz.
De acordo com Oliveira (1994), as informações proporcionam um profundo
conhecimento sobre a estrutura de uma empresa e expõem os aspectos relacionados ao uso
eficiente dos recursos que se encontram disponíveis, como os materiais, pessoal, dinheiro,
tecnologia, dentre outros, e elas ajudam no processo de planejamento, organização e controle,
contribuindo para o alcance de objetivos.
Segundo Brizolla (2008), somente a apresentação dos números relativos aos lucros de
uma empresa não são suficientes em tempos de capitalismo moderno, já que surgem diversos
tipos de usuários para as informações, com interesses distintos sobre elas, como o governo,
para fins tributários e mensuração desses dados nos resultados econômicos do país, sindicatos,
investidores, credores, além dos próprios usuários internos, que necessitam de informações
para subsidiar as decisões e reduzir as incertezas.
A contabilidade gerencial é capaz de prover informações estratégicas para contribuir
para a gestão financeira das entidades e proporcionar segurança nos momentos cruciais de
tomada de decisão, ajudando a prever os riscos e impactos de cada atividade na saúde da
empresa e constatar se vale a pena colocar certos planos em execução. Zanluca (2010)
condiciona as responsabilidades acerca da gestão de um negócio aos contadores e
administradores, que devem fazer uso de todas as informações contábeis, não se limitando
apenas a legislações comerciais, cálculos de impostos, dentre outros.
Contabilidade Gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer
instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções
gerenciais. É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa,
através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação
gerencial (Crepaldi, 1998, p.18).
A Contabilidade oferece recursos úteis para auxiliar os administradores na gestão dos
recursos disponíveis e dos bens patrimoniais das entidades, embora muitos desconheçam os
benefícios oriundos da análise dos relatórios contábeis e das demais atividades que o contador
pode executar, como controle de custos, planejamento financeiro, planejamento tributário,
dentre outras.

2.2. Demonstrações contábeis


As demonstrações contábeis são relatórios que expressam a situação patrimonial e de
resultado das entidades. Embora pareça simples, sua elaboração e interpretação vai muito além
dos números, e são elas que devem embasar todas as decisões que são executadas. De acordo
com o IBRACON (2005), NPC 27, item 7, as demonstrações contábeis representam de forma
estruturada a posição patrimonial e financeira de uma entidade em determinado período, tal
como os resultados das transações realizadas durante ele. O objetivo das demonstrações
contábeis é fornecer informações relevantes, para serem utilizadas pelos seus diversos usuários
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nos processos decisórios, além de possibilitar a avaliação do trabalho dos administradores
quanto ao uso dos recursos que lhe são confiados.
As demonstrações contábeis podem ser usadas para ver a evolução do patrimônio no
decorrer do tempo, o crescimento de suas receitas e despesas, analisar a liquidez da empresa,
dentre outros. É através das análises horizontais e verticais dessas demonstrações que se torna
possível visualizar como a empresa está, onde se quer chegar e quais meios serão seguidos para
o alcance dos objetivos.
De acordo com Silva (2006), o propósito da análise vertical é comparar a participação
de cada elemento de uma demonstração contábil, com o total do conjunto, expondo o
percentual que cada um desses elementos representa dentro do total geral. Dessa forma, é
possível mensurar o percentual de liquidez dos ativos frente ao ativo total, e do mesmo modo,
o percentual das dívidas que possuem prazos mais próximos ao pagamento, frente ao total dos
passivos. Matarazzo (2003) explica que a análise horizontal tem o intuito de averiguar a
evolução de cada conta de uma demonstração financeira, comparando os valores presentes com
os valores obtidos em períodos anteriores. O uso da análise horizontal no momento de
interpretar as demonstrações contábeis contribui para que o gestor veja o desenvolvimento da
empresa durante os períodos, tal como ver possíveis pontos negativos que necessitam de
ajustes.
A Lei n. 11.638 (2007), Art. 176, determina que a elaboração das demonstrações
contábeis é obrigatória e deve exprimir com clareza a situação da entidade. As demonstrações
obrigatórias são: 1) Balanço Patrimonial; 2) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
3) Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); 4) Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido (DMPL); 5) Demonstração do Valor Adicionado (DVA); 5) Notas Explicativas.
Cada uma dessas demonstrações tem uma finalidade específica, seja para se ter uma
visão do patrimônio total da empresa, analisar os resultados obtidos por meio das transações
comerciais e financeiras, averiguar a geração de riqueza dentro do período etc. Em face das
diversas formas de uso das demonstrações, cabe ao gestor, diante do perfil da entidade que
administra, decidir quais delas são de maior relevância nos processos de decisão rotineiros da
organização.
As demonstrações mais comuns na rotina das empresas são o Balanço Patrimonial e a
DRE, porém é fundamental que os gestores se utilizem de mais informações, que podem ser
extraídas da Demonstração de Fluxo de Caixa, por exemplo, que ajudem na melhor
compreensão dos dados em questão. Segundo Braga (1989), a Demonstração do Fluxo de
Caixa se mostra relevante, principalmente, para gerenciar o capital de giro e para averiguar o
índice de liquidez das empresas. Braga (1989) também destaca que um dos grandes desafios
enfrentados pela administração financeira é encontrar um ponto em que haja liquidez adequada
e rentabilidade satisfatória. Dessa forma, o gestor deve relacionar resultados apresentados no
Balanço Patrimonial, na DRE e na DFC, para compreender de forma mais abrangente o que os
números expressam, adquirindo maior certeza frente a tomada de decisão.

2.2.1. Demonstração do Fluxo de Caixa


A demonstração do fluxo de caixa está relacionada aos bens líquidos da empresa, que
ficam registrados no Balanço Patrimonial, no grupo “Disponível”, que engloba as contas Caixa
e Equivalentes de Caixa e demonstram as entradas e saídas de recursos para atividades
operacionais, de investimento e de financiamento, escrituradas sempre pelo Regime de Caixa.
Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000), as Disponibilidades estão relacionadas com as
contas onde estão mensurados os recursos financeiros líquidos da entidade, que podem ser

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utilizados de forma imediata no momento em que se tem a necessidade. Esses recursos ficam
demonstrados nas contas Caixa, Bancos, Aplicações Financeiras de alta liquidez, dentre outras.
De acordo com Pimentel (2008), Liquidez (ou Solvência) é a capacidade de uma
empresa de liquidar os compromissos financeiros firmados dentro dos prazos estipulados em
contrato. Segundo o autor, mesmo diante da simplicidade aparente dessa definição, a liquidez
é muito mais do que apenas um objetivo empresarial de apresentar valores, já que é uma
condição primordial para a continuidade de um negócio. Contudo, um excesso de recursos
líquidos também não é sinal de que os mesmos estão sendo bem administrados, já que se forem
investidos em algo que traga retorno financeiro ou mesmo em algum bem que contribua para
a geração de receita através das atividades operacionais, é mais vantajoso do que deixa-los
parados.
Segundo Iudícibus, Marion e Faria (2009), a DFC contribui para um melhor
planejamento financeiro, de forma que a empresa sempre tenha recursos disponíveis para
cumprir com seus compromissos imediatos, mas sem ter excesso de recursos em caixa, além
de descobrir o momento de contrair empréstimos diante de insuficiência de recursos ou aplicar
os excessos no mercado financeiro.
A Lei n. 11.638 (2007) tornou obrigatória a DFC para companhias de capital aberto ou
empresas com Patrimônio Líquido superior a R$ 2.000.000,00, e deve indicar, no mínimo, as
alterações ocorridas durante o exercício nas contas Caixa e Equivalentes de Caixa, separando
os três diferentes fluxos, que são denominados: operacionais; investimentos e financiamentos.
Os disponíveis figuram no Balanço Patrimonial, porém apenas demonstrado pelo seu valor
final. A função da DFC é detalhar os lançamentos de pagamentos e recebimentos operacionais,
em investimentos e em financiamentos, e possibilitar a interpretação dos movimentos que estão
sendo feitos para que sejam elaborados planos a fim de sempre deixar o fluxo controlado.
A entidade deve apresentar seus fluxos de caixa decorrentes das atividades
operacionais, de investimento e de financiamento de forma que seja mais apropriada a
seus negócios. A classificação por atividade proporciona informações que permitem
aos usuários avaliar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade
e o montante de seu caixa e equivalentes de caixa. Essas informações podem também
ser usadas para avaliar a relação entre essas atividades. (Comitê de Pronunciamentos
Contábeis, 2010, n.03, p. 4).
A Demonstração do Fluxo de caixa pode ser elaborada pelo método direto ou pelo
método indireto. O fluxo de caixa calculado pelo método direto é feito com base no
recebimento das vendas (a vista ou a prazo), subtraídos do pagamento aos fornecedores,
pagamento de funcionários, recolhimento de impostos, pagamento ao governo e pagamentos a
credores diversos. É importante que o saldo dessa operação esteja sempre positivo,
demonstrando que a empresa gera recursos suficientes para manter seus compromissos em dia.
Quando feita pelo método indireto, apresenta os recursos oriundos das atividades operacionais,
partindo do lucro líquido, sem considerar os itens que afetam o resultado, mas não modificam
o Fluxo de Caixa, tais como a depreciação, a amortização e a exaustão.
Segundo Friedrich e Brondani (2005), as operações da empresa são fonte de
informações para a elaboração da DFC pelo método direto, e por esse método, é possível
minimizar as interferências provenientes da legislação fiscal. Rodrigues, Proença, Busch,
Garcia e Toda (2012) pontuam que a DFC elaborada pelo método indireto é baseada no ajuste
do lucro líquido por transações que não afetam o caixa, segundo o regime de competência.
De acordo com Bonízio, Martins e Gilioli (2011), a única diferença entre o Fluxo de
Caixa feita pelo método direto e indireto é na explicação do fluxo relacionado às atividades
operacionais, já que as atividades de investimento e financiamento são feitas da mesma
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maneira. Pelo método direto, as atividades operacionais são expostas de forma mais detalhada,
enquanto pelo método indireto, parte-se do resultado líquido e fazem-se os ajustes relacionados
aos valores que compõe a DRE, mas não a DFC, como a depreciação, amortização e a exaustão,
até se chegar ao fluxo operacional gerado. Segundo os autores, a elaboração da DFC pelo
método direto é mais complexa, mas produz informações mais precisas que contribuem para
revelar estratégias operacionais e averiguar eventuais problemas, já que todos os lançamentos
de entradas e saídas são expostos na demonstração.

2.2.2. Atividades operacionais


As atividades operacionais são o resultado das entradas e saídas de recursos financeiros
gerados através dos movimentos de compra e venda, considerando apenas as movimentações
relacionadas à operação principal da entidade. É de grande importância que esse indicador
esteja em constante análise e acompanhamento, pois ele demonstra a quantidade de dinheiro
que a companhia está conseguindo gerar a partir de negócio principal e se torna ainda mais
importante quando a empresa tem um modelo de compras e vendas a prazo. Segundo Bonízio,
Martins e Gilioli (2011), as decisões relativas às atividades operacionais, em um primeiro
momento, se relacionam às contas que afetam o capital de giro, como as contas de clientes,
estoques, fornecedores e contas a pagar e são decisões que fazem parte do dia-a-dia do negócio,
sendo fundamental que haja acompanhamento desses elementos para que as políticas,
estratégias, decisões e ações possam ser revistas de acordo com o fôlego financeiro percebido
nesse fluxo.
Segundo Gonçalves e Moreira (2015), as Atividades Operacionais representam a
categoria mais importante na composição da Demonstração do Fluxo de Caixa, porque é nela
que se encontram os dados provenientes das operações relacionadas à ocupação principal da
empresa, e é a melhor medida da capacidade da empresa de gerar caixa suficiente para manter
sua continuidade.
O montante dos fluxos de caixa advindos das atividades operacionais é um indicador
chave da extensão pela qual as operações da entidade têm gerado suficientes fluxos de
caixa para amortizar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar
dividendos e juros sobre o capital próprio e fazer novos investimentos sem recorrer a
fontes externas de financiamento. As informações sobre os componentes específicos
dos fluxos de caixa operacionais históricos são úteis, em conjunto com outras
informações, na projeção de fluxos futuros de caixa operacionais. (Comitê de
Pronunciamentos Contábeis, 2010, n.03, p.4).
Muitas vezes os administradores condicionam o sucesso de sua empresa aos números
que são apresentados como lucro na DRE, porém esses números podem ser enganadores. O
grande motivo é que o Regime de Competência que deve ser adotado na DRE faz com que as
vendas a prazo sejam contabilizadas mesmo que ainda não tenham sido incorporadas ao
disponível. Caso os prazos de pagamento sejam menores que os prazos de recebimento, pode
ocasionar em um fluxo de caixa negativo, o que força a empresa a buscar recursos onerosos
como empréstimos ou financiamentos, ou mesmo ficar inadimplente com seus credores,
arranhando sua imagem com os mesmos. Segundo Moreira e Moreira (2016), as informações
geradas pela competência podem afetar a capacidade da empresa em obter entradas de Fluxo
de Caixa no futuro, provocando aumento ou diminuição dos recursos econômicos em
decorrência desses eventos.
Segundo Pivetta (2005), a sobrevivência antecede o sucesso, e o Fluxo de Caixa é
preponderante para o alcance desse objetivo. A única condição para a sobrevivência de uma
empresa é ter os recursos necessários no momento em que se precisa, já que ficar sem dinheiro
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é ficar fora do negócio, por isso muitas empresas fracassam justamente no momento em que
estão tendo lucro.
O fluxo de caixa é de fundamental importância para as empresas, constituindo-se numa
indispensável sinalização dos rumos financeiros dos negócios. Para se manterem em
operação, as empresas devem liquidar corretamente seus vários compromissos,
devendo como condição básica apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos
momentos dos vencimentos. A insuficiência de caixa pode determinar cortes nos
créditos, suspensão de entregas de materiais e mercadorias, e ser causa de uma séria
descontinuidade em suas operações. (Assaf & Silva, 2002, p.35).
Auferir lucro é o maior objetivo de qualquer empresa, e é um forte indicador de que os
recursos da empresa estão sendo bem administrados, mas é importante salientar que a
ocorrência de prejuízo, em ocasiões eventuais, não proporciona risco à empresa de forma
imediata, diferente de um fluxo de caixa em desordem, que oferece risco à continuidade do
empreendimento na recorrência da inadimplência pela falta de liquidez. De acordo com
Drucker (1992, p.174), “há tempos se sabe que uma empresa pode operar sem lucros por muitos
anos, desde que tenha um fluxo de caixa adequado. O oposto não é verdade”.
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (2008), quando a análise da
Demonstração do Fluxo de Caixa é feita de forma conjugada com as demais demonstrações,
proporciona informações que evidenciam com mais precisão mudanças nos ativos líquidos de
uma entidade, sua estrutura financeira e sua capacidade para alterar os valores e prazos dos
fluxos de caixa, permitindo a adaptação a eventuais mudanças causadas por circunstâncias ou
por oportunidades. Além disso, ela contribui para que haja uma redução na ambiguidade da
interpretação de uma demonstração contábil, causada pelo uso de diferentes tratamentos
contábeis envolvendo as mesmas transações e eventos em demonstrações diferentes. Dessa
forma, os lucros apurados na DRE não devem ser o único indicativo para se avaliar o sucesso
de uma empresa, sendo necessárias análises e comparações dos movimentos ocorridos em
diferentes ângulos, a fim de saber os impactos que produzem no patrimônio de forma mais
ampla.

2.3. Fluxo de Caixa e sua relevância nos processos decisórios


Os gestores são os responsáveis por tomar as decisões empresariais em seus diversos
níveis, e essa posição exige conhecimento técnico, planejamento e constante verificação, para
que os recursos sejam utilizados de forma eficaz. Segundo Vasconcelos e Viana (2002),
independentemente do porte ou da finalidade de uma empresa, todas elas devem se preocupar
em fazer uma gestão de caixa eficiente para que os objetivos sejam alcançados de maneira
adequada, seja em empresas privadas, estatais, ou mesmo em instituições religiosas.
Planejamento é estabelecer e manter um plano integrado para as operações consistentes
com objetivos e metas da companhia, no curto e no longo prazo, que deve ser analisado
e revisado constantemente, comunicado aos vários níveis de gerência por meio de um
apropriado sistema de comunicação (Figueiredo & Caggiano, 1997, p. 27).
De acordo com Silva e Neiva (2010), pode-se dizer que com a implementação do
planejamento, os administradores conseguem adquirir as informações necessárias para que as
decisões sejam tomadas de maneira oportuna, independente de serem idealizadas para curto ou
longo prazo, dessa forma esses gestores terão toda a organização em domínio, assim como
conseguir discernir melhor quanto aos rumos que possa vir a tomar.
Quanto mais informação está ao nosso dispor, maiores são as chances de reduzirmos a
incerteza na tomada de decisão. Assim, uma informação passa a ser válida quando sua

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utilização aumenta a capacidade decisória, diminuindo a incerteza do gestor no ato da
decisão. (Padoveze, 1998, p.42).
Segundo Friedrich (2005), no passado muitas empresas ficavam a mercê apenas de
dados apresentados no Balanço Patrimonial e nas Demonstrações de Resultados, assim foi
necessário um instrumento dinâmico na qual complementasse toda a movimentação, não
focando somente nas despesas e receitas, sendo o fluxo de caixa responsável pelas entradas e
saídas em determinado período, é um sistema prático e dinâmico, no qual é atualizado
constantemente, podendo auxiliar nas tomadas de decisões imediatas e futuras, com
determinado potencial, podendo auxiliar em processos como fazer investimentos,
financiamentos, distribuição de lucros e até mesmo no pagamento de dividendos.
Segundo Martins (1999), para ver as evoluções patrimoniais e sua rentabilidade, o
Balanço patrimonial e a DRE são as demonstrações mais eficientes. Entretanto, para a análise
financeira de curtíssimo prazo, a DFC é mais útil. É importante frisar que a liquidez da empresa
é tão importante quanto a sua rentabilidade, e esses dois fatores se complementam, sendo
fundamental que haja preocupação com ambos.
Todos os relatórios contábeis têm uma função específica de grande valia para as
entidades, e na maioria das vezes os benefícios proporcionados pelo trabalho de processar e
analisar essas informações se justifica relevante, já que sem eles as decisões seriam tomadas
sem influência técnica, aumentando os riscos para o negócio.
O Fluxo de Caixa expõe a disponibilidade de recursos da empresa, e embora o excesso
de caixa não seja rentável, ao menos não oferece risco à continuidade do empreendimento. A
escassez de recursos, por outro lado, pode ser vital, em curto prazo. Segundo Gimenes,
Francisco e Silva (2011), existem várias consequências que resultam da falta de recursos em
caixa, tais como a credibilidade da empresa no mercado, que dificulta na obtenção de capital
extra; tentação de aumentar os preços e perder clientes; atrasar o recolhimento de tributos ou
outras obrigações; aumentar o desconto de duplicatas em bancos, dentre outras.
O gestor que, utilizando-se da ferramenta, ao perceber, que o saldo de caixa de
determinado período, alguns dias, por exemplo, apresentar-se negativo, isto é,
insuficiente para fazer face aos compromissos do período, pode analisar e decidir por
várias alternativas, como: contratação de um empréstimo bancário (se o prazo for mais
longo); desconto de duplicatas a receber; prorrogação de vencimento de alguns
compromissos, principalmente as obrigações não onerosas; retardamento da realização
de alguma atividade dispendiosa; adiar investimentos etc. (Gimenes, Francisco e Silva,
2011, p. 9).
Vê-se que há soluções que possibilitam a equalização do Fluxo de Caixa, a fim de
proporcionar tempo para se realizar os ajustes necessários para o alcance de prazos e fluxos
adequados, mas que demandam conhecimento do assunto e muito trabalho. De acordo com
Matarazzo (2010), há diferença entre uma simples gestão de caixa e uma boa gestão de caixa.
O equilíbrio entre entradas e saídas de caixa deve ocorrer, mas há diversas formas de se
alcançar esse equilíbrio, com causas e consequências diferentes, o que faz até os
administradores mais experientes encontrarem dificuldades nas avaliações e decisões, e
culminam em erros frequentes, que comprometem a saúde das empresas.
Segundo Loncan e Caldeira (2014), toda contratação de dívida, dentre as diversas
formas possíveis, traz consigo custos referentes a essas opções, que afetarão o caixa em algum
momento posteriormente, reduzindo a disponibilidade de recursos para gastar com despesas
gerais, porém, se esses recursos captados forem empregados em algo que traga retornos
superiores aos gastos financeiros com o financiamento, podem resultar em um efeito positivo
para o fluxo de caixa. Dessa forma, vê-se que os administradores devem estar aptos para
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ponderar as opções que podem ser utilizadas para ter recursos em caixa, e decidir qual delas é
a mais oportuna, tendo rentabilidade superior aos gastos provenientes de sua obtenção.
Segundo Gonçalves e Moreira (2015), uma adequada gestão de caixa pode contribuir
para que haja redução substancial na necessidade de contrair capital de giro, e isso pode fazer
com que a lucratividade aumente, já que o desembolso com despesas financeiras diminui. A
projeção das necessidades futuras proporciona uma previsão sobre escassez ou excesso de
recursos em determinado período, e proporciona a segurança de poder elaborar soluções para
eventuais imprevistos, mas se o fluxo de caixa não for usado como ferramenta básica no
processo decisório, o trabalho na sua elaboração e na realização de projeções não se justifica.
De acordo com o que foi explanado, é notório que a Demonstração do Fluxo de Caixa,
quando elaborada e interpretada de forma eficaz, gera informações que podem se tornar um
diferencial positivo a fim de auxiliar os gestores nos processos administrativos de controle
sobre os recursos líquidos necessários para manter os pagamentos de suas obrigações e avaliar
o impacto de novas obrigações dentro do fluxo de caixa, além de auxiliar no aprimoramento
de metas e ajustes necessários para maximizar os resultados da empresa.

2.4. Instituições de ensino superior (IES)


De acordo com a Lei n. 9.394 (1996), as Instituições de Ensino superior (IES) podem
ser consideradas públicas (financiadas pelo estado) ou privadas, e são classificadas de acordo
com suas características como: faculdade, universidade ou centro universitário. Segundo a
Fundação Instituto de Administração (FIA) (2019), a principal diferença entre as faculdades,
universidades e centros universitários é que uma faculdade tem menos autonomia frente ao
Ministério da educação, não tendo liberdade para a criação de programas de ensino como as
outras IES citadas, por exemplo. Além disso, são menos abrangentes no que diz respeito as
áreas dos cursos oferecidos e o corpo docente não está sujeito à obrigatoriedade de títulos de
mestrado ou doutorado.
As instituições privadas podem ter a finalidade de lucro, mas existem outros modelos
que não apresentam essa finalidade, e essas são divididas entre comunitárias, confessionais e
filantrópicas. Segundo a FIA (2019), as Instituições Comunitárias oferecem serviços gratuitos
à população proporcionais aos recursos que obtém junto ao poder público; as Instituições
Confessionais se atentam à orientação confessional e ideológica específicas (vinculadas a
igrejas ou confissões religiosas); e as Instituições Filantrópicas são entidades com objetivo
principal a prestação de serviços à população em geral, especialmente àquelas pessoas mais
carentes, sendo que a obtenção de lucro não é a sua finalidade, e usufruem de incentivos fiscais
mediante ao cumprimento de obrigações predeterminadas.
Segundo Reis (2007), diante das características, dos processos de mudanças e a
dinâmica das IES, provocadas pelos novos paradigmas da educação, obriga os dirigentes dessas
instituições a compreender essas mudanças e assumir novas posturas de gestão, tanto para
reduzir custos acadêmicos e maximizar os resultados econômicos, quanto para inovar em seus
processos de formação acadêmica, para formar alunos com excelência.
Segundo Pádua (2016), é caracteristico das Instituições de Ensino Superior ter um alto
ciclo operacional, principalmente pelos altos prazos de recebimento de suas receitas, seja pela
alta taxa de inadimplência, dificuldade de planejamento das datas de repasses dos programas
públicos de financiamento, dentre outros, o que sacrifica os resultados operacionais das IES.
Ainda segundo Pádua (2016), algumas Instituições de Ensino Supeior desprezam os elementos
relacionados ao planejamento financeiro, principalmente no que se refere aos programas de
informação, que auxiliem os gestores na tomada de decisão.

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Diante desse contexto, é necessário que o gestor esteja apto, e buscando constantemente
a capacitação, tanto nos aspectos relacionados à gestão financeira e econômica, quanto aos
aspectos institucionais e educacionais, para conseguir obter melhores resultados e se antecipar
aos possíveis imprevistos, para que haja maior retorno para a instituição.

3. Metodologia de pesquisa
A fundamentação teórica desse trabalho foi embasada em uma pesquisa bibliográfica,
a fim de contextualizar o leitor aos fundamentos básicos relacionados ao tema abordado, que
são úteis para se entender os dados apresentados e analisados. Segundo Fernandes e Gomes
(2003), a pesquisa bibliográfica é uma etapa prévia em um processo de pesquisa, tanto para
inserir o leitor ao assunto, quanto para ver a frequência e as vertentes em que o tema escolhido
foi abordado em outros trabalhos.
De acordo com as características do trabalho, considerando também a melhor forma de
abordar o tema junto aos representantes da Instituição de Ensino, decidiu-se por classificar essa
pesquisa como exploratória. Segundo Gil (2002), uma pesquisa exploratória é bem flexível,
possibilitando abordar vários aspectos sobre o tema, familiarizar o leitor ao problema, torná-lo
mais explícito, construir hipóteses e aprimorar ideias sobre ele. Essas pesquisas, geralmente,
envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que dominam o assunto e têm
experiência sobre suas aplicações, dentre outros. Essa é uma pesquisa descritiva, uma vez que
pretende analisar e descrever os aspectos relacionados à utilização da DFC dentro de uma IES,
a fim de constatar a relevância que essa demonstração assume frente aos processos decisoriais.
Segundo Gil (2002), a principal característica da pesquisa descritiva é expor as peculiaridades
de uma determinada população.
Para se entender melhor os fenômenos complexos específicos que se relacionam com
o Fluxo de Caixa em uma Instituição de Ensino Superior, optou-se por fazer uma abordagem
qualitativa, de forma a descrever e interpretar esses fenômenos. De acordo com Minayo,
Deslandes, Cruz e Gomes (2002), a abordagem qualitativa procura atribuir significados,
motivos, valores, atitudes, dentre outros, a fim de se aprofundar nas relações, processos e
fenômenos que não podem ser limitados aos aspectos variáveis e numéricos.
Os dados apresentados foram obtidos através de um levantamento junto ao Tesoureiro
Administrador de uma Instituição de Ensino, onde uma série de perguntas abertas foram
respondidas por meio de uma entrevista, visando atribuir uma visão particular sobre a
Demonstração de Fluxo de Caixa. Devido às circunstâncias de calamidade pública no período
em que o trabalho foi elaborado, os planos iniciais de se realizar uma entrevista de forma
presencial foram cancelados, e dessa forma as perguntas foram encaminhadas em forma de
arquivo de texto ao respondente. Essas circunstâncias extraordinárias colaboraram para que o
aprofundamento sobre o tema seja limitado, uma vez que não houve interação entre
entrevistador e entrevistado no momento em que as perguntas foram respondidas.
Mesmo diante disso, as perguntas foram prontamente respondidas pelo representante
da Instituição e encaminhdas aos autores. A interpretação das respostas fornecidas pelo
representante da IES possibilita o entendimento de como os processos de gestão de caixa
funcionam na prática. Segundo Neves e Domingues (2007), um questionário é uma série
ordenada de perguntas, claras e limitadas a respeito do tema em evidência, a serem respondidas
por escrito pelo respondente.

4. Descrição e análise dos dados


O respondente da pesquisa ocupa a posição de Tesoureiro Administrativo da IES, é
graduado em Ciências contábeis desde 2000 e possui especializações em Controladoria com
10
ênfase em Finanças, Gestão de Tributos do Terceiro Setor e Mestrado em Liderança Servidora,
e ocupa esse cargo na instituição desde 2013.
Há 38 anos no mercado de educação, a Instituição de Ensino analisada é uma Entidade
Filantrópica, que possui escolas desde o nível básico até cursos de pós-graduação com uma
estrutura patrimonial muito expressiva, que conta com 727 colaboradores. São dezenove cursos
de graduação, quarenta cursos de pós-graduação e dois cursos de mestrado. Para administrar
tantos elementos, é essencial que haja uma gestão com conhecimento sobre técnicas
administrativas complexas, sendo que um requisito relevante para controle é a elaboração da
Demonstração de Fluxo de Caixa, tal como sua interpretação, com uso de análises horizontais,
verticais, índices de desempenho etc.
De acordo com o Tesoureiro Administrativo entrevistado, “a instituição elabora a DFC
pelo método direto”. Segundo ele, as entradas de recursos na instituição são através da
“prestação de serviços educacionais”, enquanto as saídas são representadas por “contas de
consumo (água, luz e telefonia), folha de pagamento, despesas com manutenção e despesas
com alimentação”, destacando assim o que disse Bonízio, Martins e Gilioli (2011), a respeito
da DFC, que quando feita pelo método direto, expõe as atividades operacionais de forma mais
detalhada, produzindo assim informações mais precisas que contribuem para revelar estratégias
operacionais e averiguar eventuais problemas, já que todos os lançamentos de entradas e saídas
são expostos na demonstração.
A inadimplência é um problema enfrentado pela maioria das empresas, como dito por
Pádua (2016), e, segundo o Tesoureiro Administrativo da IES, a instituição também sofre
impactos financeiros em decorrência disso: “a inadimplênica impacta na redução das entradas
de recursos, comprometendo a capacidade de liquidez de suas exigibilidades. Para planejar,
mediante as incertezas, além de cobranças constantes, são realizadas Provisões para Perda de
Liquidação Duvidosa e Provisões para Despesas Trabalhistas e Conceitos Jurídicos”.
É importante ressaltar que a instituição trabalha com a conta Provisão Estimada para
Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD), ou seja, faz uma reserva que representa uma
expectativa de perda nos valores a receber, e caso tal expectativa se concretize, a empresa está
preparada para lidar com os cenários que se apresentem. Esses valores apresentados no Balanço
Patrimonial contribuem para que haja mais precisão nas informações que serão utilizadas, uma
vez que há possibilidade de que os inadimplentes se tornem despesas para a instituição. Isso
ratifica o que disse a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (2008), sobre a importância de
se trabalhar com as demonstrações contábeis em conjunto, e não com análises individuais, para
que haja uma visão fiel dos componentes patrimoniais e redução em ambiguidades
interpretativas.
De acordo com o entrevistado, as informações provenientes da DFC influenciam
fortemente todas as empresas, e na IES não é diferente: “ela influencia nas decisões de prazos
de recebimento de clientes, negociações com fornecedores, pagamento aos prestadores de
serviços, projeção do budget para investimentos, etc”, concordando com o que disse Danielle
e Roberta (2010), sobre a agilidade e segurança que as informações provenientes da DFC
proporcionam, uma vez que é possível encontrar dados referentes a entradas e saídas no
orçamento financeiro que viabilizam o planejamento.
As principais ações baseadas na análise da DFC são, no curto prazo, a “negociação de
pagamento aos fornecedores e prazo médio de recebimento de clientes” e no longo prazo,
aspectos relacionados às “reservas para investimento”. Segundo ele, “a instituição aplica
comfrequência índices de desempenho sobre a DFC, com a utilização de tecnologias para
respostas rápidas, como por exemplo, o uso do Power BI, índices de liquidez, análise
Horizontal e vertical e índices de Capital Operativo”, indo de encontro ao que disse Martins
11
(1999), sobre a relevância da DFC para análises financeiras de curtíssimo prazo, já que a DRE
e o Balanço Patrimonial são mais úteis para ver a rentabilidade da empresa e as evoluções
patrimoniais, respectivamente.
Para o respondente, os aspectos técnicos, comuns entre os contadores, são bem
entendidos pelos usuários internos das informações contábeis, uma vez que, “com grande
frequência são realizadas reuniões esclarecendo estes parâmetros. Os contadores e Controllers
trabalham juntos para que estas informações sejam apresentadas para os diretores de cada
departamento”, seguindo assim o pensamento de Friedrich (2005), que diz que diante da nova
conjuntura econômica, os administradores devem se preparar para os novos desafios que
exigem competência para a gerência dos recursos financeiros da empresa.
Segundo o tesoureiro, os ciclos operacionais e financeiros, elaborados a partir da DFC,
são informações de suma importância para o bom desempenho da Instituição: “é de grande
utilidade para negociação dos prazos de recebimentos e pagamentos. Também trabalhamos
muito com o Budget e com Fluxos de caixa futuros, fortalecendo assim as decisões da
instituição, tendo um controle total do ciclo operacional.” Para o respondente, como a IES é
uma prestadora de serviços educacionais, os índices dos prazos são adaptados, diferenciando-
se um pouco do que é feito usualmente. Esses conceitos abordados refletem o que disse
Iudícibus, Marion e Faria (2009), sobre a contribuição da DFC para o planejamento,
proporcionando segurança de que a empresa sempre terá recursos disponíveis para cumprir
compromissos imediatos, mas sem ter excesso de recursos em caixa, que não promovem
nenhuma produtividade ou rentabilidade.
Nas palavras dele, “com o controle do ciclo operacional e financeiro, qualquer empresa
consegue ter uma folga financeira, como por exemplo, negociar o recebimento de clientes com
datas anteriores aos pagamentos dos fornecedores, tendo esta ‘folga’ para evitar a utilização de
capitais de terceiros (dívidas/exigibilidades), gerando juros a pagar, afetando assim a
rentabilidade da mesma”, concordando com o que disse Gonçalves e Moreira (2015), sobre o
fato de que uma adequada gestão de caixa pode contribuir para que haja redução substancial
na necessidade de contrair capital de giro, e isso pode fazer com que a lucratividade aumente,
já que o desembolso com despesas financeiras diminui.
Na Figura 1 estão expostos, de forma resumida, os aspectos abordados na entrevista,
para facilitar a visualização do que foi apresentado.

Tabela comparativa: apresentação da literatura sobre a DFC e sua utilização pela IES
Literatura Utlilizado pela IES

Método de ● Método Direto e Método


elaboração Indireto. Bonízio, Martins ● Método Direto.
e Gilioli (2011).

Atividades ● Contas que afetam o ● Prestação de serviços


operacionais capital de giro: estoques, educacionais.
clientes, fornecedores, ● Contas de consumo (água,
contas a pagar, receitas de eletricidade, telefonia, etc.);
venda, e etc. Bonízio, ● Folha de pagamento e encargos
Martins e Gilioli (2011). trabalhistas;
● Operações relacionadas à ● Despesas de manutenção;
operação principal da ● Despesas com alimentação.
empresa. Gonçalves e
Moreira (2015).
Inadimplência ● Geralmente relacionado a ● Cobrança constante aos
um alto ciclo operacional e inadimplentes;
12
altos prazos de ● Uso de provisões para perda de
recebimento. Pádua liquidação duvidosa;
(2016). ● Provisão para despesas
trabalhistas.
● Objetivos e metas de curto ● Prazos de recebimento;
Aplicabilidade da e longo prazo. Silva e ● Prazos de pagamento;
DFC nos processos Neiva (2010). ● Negociações com fornecedores;
decisórios ● Ver evoluções ● Pagamentos aos prestadores de
patrimoniais e sua serviços;
rentabilidade. Martins ● Projeção do budget de
(1999). investimentos;
● Verificar alternativas em ● Reservas para investimentos.
meio à falta de recursos.
Gimenes, Francisco e
Silva (2011).
● Equalizar Fluxo de Caixa.
Matarazzo (2010).
● Reduzir dependência de
capital de giro junto a
terceiros. Gonçalves e
Moreira (2015).

Figura 1. Tabela comparativa: utilização pela IES versus literatura


Nota. Fonte: Elaborado pelos autores.

De acordo com os dados apresentados na Figura 1, vê-se que a IES elabora a DFC
dentro dos parâmetros apresentados na literatura. As atividades operacionais citadas pelo
tesoureiro da administração são as necessárias para manter a atividade principal da entidade e
que afetam o seu capital de giro, assim como o apresentado pelos autores. Vê-se também que
a IES preza pelo planejamento de curto e longo prazo em relação aos seus prazos de
recebimento e pagamento e também para a realização de investimentos.

5. Considerações finais
O objetivo desta pesquisa foi verificar como as informações contábeis oriundas da
Demonstração de Fluxo de Caixa, são utilizadas pelos gestores como suporte para o processo
de tomada de decisão em uma Instituição de Ensino Superior. O estudo se mostra relevante,
pois a Demonstração de Fluxo de Caixa proporciona grande auxílio nos processos de tomada
de decisão dentro das empresas em seus mais variados propósitos, além do fato de que há
muitos leigos, mesmo entre os gestores, sobre o conceito de fluxo de caixa e dos benefícios
que podem ser obtidos com sua utilização.
Através das respostas obtidas junto ao Tesoureiro Administrativo da IES, pode-se notar
que os gestores da instituição, de forma geral, conhecem a demonstração e os benefícios que
elas proporcionam para o negócio, usando técnicas relativamente complexas para fazer sua
análise, a fim de conseguir informações relevantes para o controle dos recursos de alta liquidez,
e prazos de recebimento e pagamento, por exemplo.
Mesmo que já se supunha que a DFC fosse bem trabalhada pelos administradores,
imaginou-se que surgiriam mais aspectos limitantes sobre sua utilização, principalmente
relacionados aos usuários que não são das áreas financeiras, porém, constatou-se que são feitos
movimentos internos para a apresentação de resultados e exclarecimentos de dúvidas. Através
das respostas obtidas na entrevista, verificou-se que a comunicação entre os departamentos é
13
fundamental para que a empresa se beneficie ao máximo das informações provenientes dos
relatórios contábeis, e que todos os usuários dessas informações saibam o que elas significam
e sua aplicabilidade.
Outro aspecto muito citado é a importância atribuída a DFC em decisões relacionadas
a investimentos na Instituição. É muito importante que os investimentos sejam feitos com base
em orçamentos, e respeitando os limites financeiros da empresa, de forma que sejam feitos
projetos de expansão ou aquisições de ferramentas de trabalho, mas que não comprometam o
fluxo de caixa frente às obrigações básicas para o funcionamento do negócio, o que pode fazer
a empresa perder a credibilidade junto aos fornecedores e obrigar a empresa a buscar recursos
de terceiros para ter capital de giro.
Devido às circunstâncias de calamidade pública no período em que o trabalho foi
elaborado, os planos iniciais de se realizar uma entrevista de forma presencial foram
cancelados, e dessa forma as perguntas foram encaminhadas em forma de arquivo de texto ao
respondente. Essas circunstâncias extraordinárias colaboraram para que o aprofundamento
sobre o tema seja limitado, uma vez houve alteração na forma de coleta de dados, o que não
permitiu interação entre entrevistador e entrevistado no momento em que as perguntas foram
respondidas.
Por fim, sabendo que há diversas vertentes para se abordar esse assunto, pequisas
futuras podem realizar entrevistas que consigam captar outros pontos de vista em outras IES,
ou mesmo averiguar a utilidade da DFC dentro de outros ramos empresariais. Análises
documentais também podem ser muito positivas para o meio acadêmico, a fim de se obter um
panorama mais amplo sobre o tema e apresentar de forma prática as formas de se analisar a
demonstração e possíveis ações baseadas em sua interpretação.

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