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INTRODUÇÃO

A busca incessante de inovações, invenções, novas tecnologias e


metodologias é um fato marcante no mundo globalizado. Atualmente deparamos
com diversos instrumentos facilitadores, diferente de algumas décadas atrás, hoje
ao sentirmos calor, ligamos o ar-condicionado, se quiser saber em qual cinema está
passando um filme e não temos o jornal à 4 mão, acessamos a internet e
descobrimos além dos cinemas, também as sessões onde o filme está sendo
exibido. Podemos, inclusive, comprar o ingresso. Em caso de fome e falta de tempo
para preparar o jantar, basta abrir o freezer e colocar o jantar no forno de micro-
ondas e logo está pronto. Se quiser falar com uma pessoa que está longe, ou no
trânsito é possível ligar para o seu celular e o contato é feito.
Todas essas facilidades surgiram com o tempo e para atender algumas das
principais necessidades do ser humano, mas existem determinados assuntos que a
solução não é a simples invenção de um aparelho, mas sim a aplicação de
procedimentos, conceitos e definições que os estudiosos passaram a defender e
aplicar.
Dentre esses assuntos está um dos que mais impactam e preocupam as
pessoas, seja física ou juridicamente, “o dinheiro”, ou melhor, a falta dele.
Perguntas surgem a todo o momento e devido a vários motivos, como por
exemplo:
➢ Como faço para meu dinheiro render mais?
➢ Por que sempre estou entrando no negativo em minha conta
corrente?
➢ Eu sempre perco o controle dos meus gastos, o que posso
fazer?
➢ Não consigo me planejar para comprar alguma coisa, tem
solução?

Essas e outras perguntas fazem parte do dia a dia de diversas pessoas e


empresas. Não é um privilégio de pessoas ou grupos com pouco ou quase nenhum
poder aquisitivo, isso porque no mundo capitalista e com o desenfreado
desequilíbrio financeiro entre as classes socioeconômicas todos passam por
dificuldades, inclusive os grandes e poderosos, sejam empresas ou pessoas.
A eterna busca é pela forma de equilibrar os ganhos de acordo com os
gastos, e ter saldo positivo na contracorrente, de conseguir planejar e adquirir
produtos e serviços para uma melhora na qualidade de vida. E para isso, é
necessário ter alguns conhecimentos, ter disciplina e aplicar determinados
procedimentos na vida financeira, visando o tão sonhado “pote de ouro no final do
arco-íris”, ou seja, a tranquilidade financeira.

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

A gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos,


envolvendo o planejamento, análise e controle das atividades financeiras da
empresa, visando maximizar os resultados econômicos, financeiros decorrentes de
suas atividades operacionais.
Na gestão financeira cabem as análises, decisões e atuações relacionadas
com os meios financeiros necessários à atividade da empresa. Desta forma, a
função financeira integra todas as tarefas ligadas à obtenção, utilização e controle
de recursos financeiros.
Em outras palavras, a função financeira integra:
➢ A determinação das necessidades de recursos financeiros
(planejamento das necessidades, a inventariação dos recursos
disponíveis, a previsão dos recursos libertos, o cálculo das
necessidades de financiamento externo);
➢ A obtenção de financiamento da forma mais vantajosa (tendo
em conta os custos, prazos e outras condições contratuais, as
condições fiscais, a estrutura financeira da empresa);
➢ A aplicação criteriosa dos recursos financeiros, incluindo os
excedentes de tesouraria (por forma a obter uma estrutura financeira
equilibrada e adequados níveis de eficiência e de rentabilidade);
➢ A análise financeira (incluindo a recolha de informações e o seu
estudo por forma a obter respostas seguras sobre a situação
financeira da empresa);
➢ A análise da viabilidade econômica e financeira dos
investimentos. 6

FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO

Para fazer uma gestão financeira de qualidade precisa ter claramente


conceitos administrativos, seus fundamentos e principalmente características de
administrador.
A administração é uma área que engloba diversas teorias, conceitos, técnicas
e ferramentas. Em geral, ela tem a finalidade essencial de fazer acontecer os
desejos e objetivos das pessoas, solucionando os problemas e atendendo as
necessidades dessas.
Desde muito tempo, as pessoas perceberam a necessidade de se unirem
para conseguir alcançar o que desejam, pois assim se torna mais fácil fazer o que
deve ser feito, bem como também torna possível realizar coisas que sozinhas as
pessoas não conseguiriam. Desses agrupamentos com objetivos comuns surgiram
as organizações modernas, e é principalmente nas organizações que a
administração é exercida auxiliando a gestão financeira.
Uma organização é um organismo composto de grupos de pessoas que se
constituem de forma organizada para alcançar objetivos comuns. Pode ser
entendido, também, como uma ou mais pessoas trabalhando juntas e de modo
estruturado para alcançar um objetivo específico ou um conjunto de objetivos.
Toda organização funciona como um sistema, ou seja, necessita de entradas
que serão processadas (trabalhadas) e irão gerar produtos/serviços como saídas.
Os fornecedores garantem as entradas, a organização, realiza o ciclo produtivo
(transformacional) e os clientes são beneficiados pelas saídas.
Toda organização é dividida em áreas funcionais e são estas áreas que
devem ser administradas.
As principais áreas da administração nas organizações são: marketing,
produção/logística, financeira e recursos humanos.
A área financeira trata dos assuntos relacionados à administração das
finanças das organizações. As finanças correspondem ao conjunto de recursos
disponíveis que serão usados em transações e negócios com transferência e
circulação de dinheiro. Ao analisar, veremos que as finanças fazem parte do
cotidiano, no controle de recursos para compras e contratações, tal como precisa no
gerenciamento da empresa e suas respectivas áreas, seja o marketing, produção,
recursos humanos. A necessidade de gerenciamento das finanças ocorre em toda a
organização seja no nível operacional, gerencial e/ou estratégico, pois envolvem
dados e informações financeiras necessárias para a execução de atividades
operacionais e tomadas de decisão em todos esses níveis.
A administração da área financeira é fundamental para controlar de forma
mais eficaz, possível à concessão de crédito para clientes, o planejamento e análise
de investimentos, e a obtenção de recursos para financiar operações e atividades da
empresa.
O objetivo é o desenvolvimento contínuo, evitando gastos desnecessários e
desperdícios, definindo melhores estratégias para a condução financeira da
empresa.
O bom gerenciamento dessa área possibilita o funcionamento correto e
sinérgico das outras áreas, garantindo a realização das atividades necessárias para
o controle eficaz da entrada e saída de recursos financeiros, maximização dos
investimentos e para a obtenção do lucro. A ideia central é a viabilidade dos
negócios que proporcionem não somente o crescimento, mas o desenvolvimento
contínuo. É justamente por falta de planejamento e controle financeiro que muitas
empresas quebram nos primeiros anos de sua existência, apresentando insuficiência
e inexistência de suporte financeiro para sua organização.
A contabilidade possui um íntimo relacionamento de interdependência com a
gestão financeira, mas é preciso esclarecer que a principal função da contabilidade é
desenvolver e prover dados para mensurar a performance da empresa, avaliando
sua posição financeira perante os impostos, contabilizando todo seu patrimônio,
elaborando suas demonstrações descrevendo as receitas e os gastos.
Enquanto que a administração financeira enfatiza os fluxos de caixa, ou seja,
a entrada e saída de dinheiro, que demonstrará realmente a situação e capacidade
financeira para satisfazer suas obrigações e adquirir novos ativos (bens ou direitos
de curto ou longo prazo) a fim de atingir as metas da empresa. Portanto, no que diz
respeito à circulação de dados e informações necessárias para o exercício das
atividades financeiras e contábeis, a gestão financeira depende da contabilidade e
vice-versa.
Todas as atividades empresariais envolvem recursos diversos e, portanto,
devem ser conduzidas para a obtenção de lucro. As atividades financeiras têm como
base de estudo e análise, dados retirados do balanço patrimonial e do fluxo de caixa
da empresa, assim é possível perceber a quantia real disponível para
financiamentos das atividades atuais e das novas atividades a serem implantadas.
Dentre as funções típicas do administrador financeiro estão:
➢ Análise, planejamento e controle financeiro - baseia-se em
coordenar as atividades e avaliar a condição financeira da empresa,
por meio de relatórios financeiros elaborados a partir dos dados
contábeis de resultado, analisando a capacidade de produção,
tomando decisões estratégicas com relação ao rumo total da
empresa. O objetivo é alavancar as operações da mesma para se
obter retorno financeiro e oportunidades de se investir mais nos
negócios para o alcance das metas da empresa.
➢ Tomada de decisões de investimento - consiste em decidir
sobre a destinação dos recursos financeiros para aplicação em
ativos correntes (circulantes) e não correntes (realizável em longo
prazo e ativo permanente). O administrador financeiro estuda a
situação procurando apresentar os níveis desejáveis de ativos
circulantes, determinam quais ativos permanentes devem ser
adquiridos e quando os mesmos devem ser substituídos ou
liquidados, buscando sempre o equilíbrio e a otimização entre os
ativos correntes e não-correntes. Ou seja, deve decidir quando,
como e quanto investir; se valerá a pena adquirir um bem ou direito,
sempre com o intuito de evitar desperdícios e gastos
desnecessários; e também decidir sobre a imobilização dos recursos
correntes, que se ocorrer com altíssimos gastos na aquisição de
imóveis e bens que trarão pouco retorno positivo e muita
depreciação no seu valor, poderá inviabilizar o capital de giro
imprescindível para a sobrevivência da empresa.
➢ Tomada de decisões de financiamentos - dizem respeito à
captação de recursos diversos para o financiamento dos ativos
correntes e não correntes, no que tange todas as atividades e
operações da empresa e necessite de capital ou de qualquer outro
tipo de 9 recurso para a execução de metas ou planos da empresa.
Levando em conta a combinação dos financiamentos a curto e longo
prazo com a estrutura de capital, ou seja, não se emprestará mais do
que a capacidade da empresa tem para pagar e ser responsável
pela suas exigibilidades. Para isso, é preciso pesquisar fontes de
financiamento confiáveis e viáveis, sempre balanceando juros,
benefícios e formas de pagamento.

Dependendo do tamanho e necessidade da empresa, o administrador


financeiro pode exercer essas funções típicas ao atuar em cargos específicos, como:
Analista financeiro - tem como função principal preparar os planos
financeiros e orçamentários, analisando desempenho e realizando previsões futuras;
Gerente de orçamento de capital – sua função é avaliar e recomendar as
propostas de investimentos em ativos, verificando se trará resultados positivos ou
negativos no aspecto financeiro;
Gerente de projetos de financiamentos - conseguem financiamentos para
investimentos em ativos. Ou seja, elaboram projetos que estabelecem como
financiar os ativos desejados, comparando alternativas como comprar à vista ou a
prazo, ou ainda realizar um leasing, dependendo de cada situação;
Gerente de Caixa - responsável por manter e controlar os saldos diários do
caixa da empresa, geralmente cuida das atividades de cobrança e desembolso do
caixa e investimentos em curto prazo;
Analista ou Gerente de crédito - gerencia as políticas de crédito da
empresa, avaliando as solicitações de crédito, extensão, monitoramento e cobrança
de contas a receber;
Gerente de fundos de pensão - supervisiona a administração de ativos e
passivos do fundo de pensão dos empregados, economizando e investindo o
dinheiro para atender metas de longo prazo.
Todo administrador financeiro deve levar em conta os objetivos dos acionistas
e donos da empresa, pois conduzindo bem financeiramente os negócios
proporcionará o desenvolvimento e prosperidade da empresa, de seus proprietários,
sócios e stakeholders em geral.
Podemos verificar que existem diversos objetivos e metas a serem
alcançadas nesta área dependendo da situação e necessidade. Mas, no geral a
administração financeira serve para manusear da melhor forma os recursos
financeiros com o objetivo de otimizar o máximo possível o valor agregado dos
produtos e serviços da empresa a fim de se ter uma posição competitiva mediante a
um mercado competitivo, garantindo o retorno positivo a tudo o que foi investido,
crescimento financeiro e satisfação aos investidores.
Mas quem é o administrador financeiro? Quais são as principais
características?
Segundo Chiavenato (2003, p. 03) “existem três tipos de habilidades
importantes para o desempenho administrativo bem-sucedido: as habilidades
técnicas, humanas e conceituais”.
Tais habilidades podem ser vistas na figura abaixo, separadas por níveis
organizacionais.
De acordo com Chiavenato (2003), as habilidades técnicas envolvem o uso
de Conhecimento especializado (conhecimento de contabilidade, programação de
computador, engenharia, etc.).
As habilidades humanas estão relacionadas com o trabalho com pessoas e
referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Já as habilidades
conceituais, estas envolvem a visão da organização ou da unidade organizacional
como um todo bem como a facilidade em trabalhar com ideias e conceitos, teorias e
abstrações.
A combinação destas habilidades torna-se importante para o administrador.
Contudo, tais habilidades requerem certas competências pessoais para serem
colocadas em ação com êxito e constituem o maior patrimônio pessoal do
administrador.
Então, para administrar com eficiência e eficácia, há a necessidade de se ter
habilidades (conceituais humanas e técnicas). Mas, como vimos anteriormente, isso
também não é suficiente, pois precisamos ter competências para colocar tais
habilidades em prática.
Mas quais são as competências necessárias ao administrador ou gerente?
Segundo Chiavenato (2003, p. 04) “o administrador - para ser bem-sucedido
profissionalmente - precisa desenvolver três competências duráveis: o
conhecimento, a perspectiva e a atitude”. A figura abaixo faz uma representação
clara de como ser um administrador bem-sucedido.
Mas, qual dessas três competências é a mais importante?
Para Chiavenato (2003), não há dúvidas de que a atitude é a mais importante
competência para o Administrador. Sabem por quê?
Porque não basta ter conhecimento, ter perspectiva se não souber fazer com
que as coisas aconteçam. Deve-se partir do princípio de que o administrador é o
agente de mudanças na organização, portanto, é preciso que desenvolva certas
características pessoais que o tornem um verdadeiro líder na organização.
A seguir há, resumidamente, aspectos ou atividades típicas da área
financeira:
➢ Contabilidade geral.
➢ Auditoria interna.
➢ Contabilidade fiscal.
➢ Orçamentação e custos de produtos já fabricados.
➢ Análise dos resultados contábeis.
➢ Plano de contas e normas contábeis.
➢ Planejamento e controle orçamentário.
➢ Planejamento fiscal e tributário.
➢ Demonstrativos financeiros e contábeis.
➢ Estudo das margens dos produtos e serviços.
➢ Aplicações financeiras.
➢ Descontos de duplicatas de clientes.
➢ Operações de financiamento bancário.
➢ Programação financeira.
➢ Relacionamento geral com bancos.
➢ Seguros.
➢ Controle de contas a pagar e a receber.
➢ Faturamento, crédito e cobrança.
➢ Aprovação de créditos aos clientes.
➢ Reconciliação bancária.
➢ Estudo da situação econômica e financeira da empresa e do
país.

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