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RESUMO
Este trabalho apresenta uma análise sobre as Importação de Heineken no Brasil,
abordando as relações comerciais, análise dos fluxos de comércio entre Holanda e
Brasil, a sustentabilidade da empresa, o transporte, o mercado de trabalho, a cerveja da
marca no Brasil, a capacidade de produção das plantas cervejeiras, os custos das
importações, a globalização, o Mercosul, cenário atual, acordos comerciais e outras
questões relacionadas ao assunto. O objetivo foi descobrir todo o processo, custos e
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burocracias entre o país importador e exportador da cerveja. O andamento das pesquisas
têm alcançado boa parte das expectativas do grupo.
Palavras-chave: Heineken. Importação. Comércio.
ABSTRACT
This paper presents na analysis of Heineken Imports in Brazil, addressing trade
relations, analysis of trade flows between the Netherlands and Brazil, company
sustainability, transport, labor market, brand beer in Brazil, capacity production of
breweries, import costs, globalization, Mercosur, current scenario, trade agreements and
other issues related to the subject. The objective was to discover the entire process, costs
and bureaucracy between the beer importing and exporting country. The progress of the
surveys has met most of the group’s expectations.
Keywords: Heineken. Import. Business.
1. INTRODUÇÃO
A cerveja é a bebida alcoólica mais antiga e, mesmo depois de 8.000 anos, ainda é a
bebida alcoólica mais popular do mundo. A Heineken foi fundada por Gerard Adriaan
Heineken em 1864. É uma das maiores marcas de cerveja do mundo e pioneira na
produção e distribuição global de seus produtos. É amada por pessoas modernas e
descoladas. Há também uma garrafa verde inconfundível. É uma das cervejas mais
consumidas no mundo e se tornou uma marca global para pessoas que buscam
qualidade, sabor, inovação e, mais importante, estilo. A intenção era encontrar um
produto que a empresa que o fabrica possa trabalhar de forma sustentável e contribuir
com a qualidade de vida no meio ambiente. Por isso, a Heineken foi a escolhida, que
tem como objetivo se tornar a cervejaria mais sustentável do mundo. A empresa sempre
teve como foco manter a qualidade, agilidade e eficiência.
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2. DESENVOLVIMENTO
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2.2 As relações comerciais entre Brasil e Holanda
De acordo com a OEC (2020), em 2020, a Holanda foi o quarto maior parceiro
comercial do Brasil. Atualmente, a Holanda é o maior mercado brasileiro na Europa,
cerca de 10% da carga do porto de Rotterdam é proveniente do Brasil, que recebe quase
5% das exportações totais do Brasil. De acordo com dados apresentados pela OEC
(2020), em 2018, a Holanda e exportou para o Brasil um total de $2,49 bilhões de
dólares, e o Brasil exportou $11,9 bilhões de dólares para a Holanda. Assim, o resultado
dos fluxos comerciais entre esses países, em 2018, representou superávit ao Brasil e
déficit à Holanda, com um saldo de $9,41 bilhões de dólares.
Deste modo, para o Brasil, a Holanda tem uma participação de 4,92% na totalidade de
suas exportações ($242 bilhões de dólares) e 1,44% na totalidade de suas importações
($173 bilhões de dólares). Em 2017, as exportações brasileiras à Holanda foram de
$7,57 bilhões de dólares, portanto, houve um aumento de $4,33 bilhões de dólares entre
2017 e 2018. Já entre 1998 e 2018, as exportações brasileiras à Holanda tiveram um
aumento de $9,28 bilhões de dólares – em 1998, esse valor se totalizava em $2,62
bilhões de dólares.
Em relação à participação do Brasil nos fluxos comerciais holandeses, em 2018, o
Brasil representou 1,94% da totalidade de importações do país ($614 bilhões de dólares)
e 0,45% da totalidade das exportações do país ($550 bilhões de dólares). Em 2017, as
exportações holandesas ao Brasil totalizaram $1,99 bilhões de dólares, representando
um aumento de $500 milhões de dólares entre 2017 e 2018. Em 1998, a Holanda
exportou $788 milhões de dólares, sendo assim, o aumento entre 1998 e 2018 foi de
$1,702 bilhões de dólares.
Ainda, em relação às exportações da Holanda para o Brasil, os principais produtos
exportados foram petróleo refinado ($505 milhões de dólares) – sendo
aproximadamente 1,1% do total das exportações de petróleo refinado do país ($46,9
bilhões de dólares) –, fertilizantes, malte, cervejas, nitrogenados ($174 milhões de
dólares) e vacinas, sangue, antissoro ($155 milhões de dólares). Sobre o Brasil, em
2018, as exportações do país para a Holanda, tiveram como os principais produtos:
navios – petroleiros – ($3,19 bilhões de dólares), farinha de soja ($1,2 bilhão de dólares)
e minério de ferro ($968 milhões de dólares).
Evidentemente, os fluxos comerciais mundiais com a Holanda são predominantes, tanto
a Europa, a Ásia, a África e a Oceania apresentam a maioria dos países em que as
relações comerciais com a Holanda predominam em detrimento do Brasil, assim, fica
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claro que as exportações holandesas são mais competitivas e atrativas do que as do
Brasil. Com ressalva aos principais parceiros comerciais do Brasil (China, Estados
Unidos e Argentina), apenas na América há predominância das relações comerciais dos
países com o Brasil.
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manufaturados ou agrícolas. Portanto, a disposição de terras no Brasil para a produção
da soja e o desenvolvimento tecnológico na Holanda para a produção dos fertilizantes
nitrogenados, justamente, fazem uso dos fatores mais abundantes de cada país. Logo, a
especialização produtiva melhora a eficiência sistêmica do Brasil e da Holanda, visto
que eles exportam os bens que utilizam seus fatores mais abundantes e importaram os
bens que utilizam seus fatores mais escassos.
Além da fábrica de Ponta Grossa, a Heineken tem cervejarias em Jacareí (SP),
Araraquara (SP), Gravataí (RS) e Pacatuba (CE).
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facilitado pelas plataformas ou inovação aberta de propriedade da Heineken. CS a, CS
Dentre os objetivos estratégicos e direções da empresa, o desenvolvimento sustentável
parece ser o mais importante. A estratégia "Preparando um futuro melhor" é essencial
em alcançar o objetivo da empresa de receber inspiração de consumidores, para ser
orientado para o cliente e orientado para a marca desenvolvimento de portfólio [20].
Assim, podemos perceber a conexão que a empresa estabelece entre objetivos de
desenvolvimento sustentável e inovação por meio do envolvimento proativo de
consumidores, clientes, fornecedores e outras partes interessadas na criação de produtos.
Jan Kempers (2020), afirma que a cervejaria holandesa Heineken traçou planos para
descarbonizar sua própria produção até 2030 e toda cadeia logística até 2040. A
preocupação ambiental está mais presente em empresas dos mais diferentes setores. A
Heineken, por exemplo, anunciou uma parceria no seu transporte de seus produtos seja
neutro em carbono. Nesse caso, vai usar a Zero Emission Services (ZES), consórcio de
empresas formado pela ENGIE, ING Bank, Wärtsilä (de tecnologia marítima) e a
autoridade do principal porto que a Heineken utiliza , o de Roterdã.
Os 45 mil contêineres que fazem parte da união representam mais da metade dos cerca
de 70 mil contêineres que a cervejaria exporta por ano. Sendo assim , o impacto deve
ser significativo para descarbonizar .
no ano de 2020 , a Heineken anunciou sua parceria com a ZES por um prazo de dez
anos. A iniciativa faz parte das medidas da cervejaria com foco no meio ambiente. Entre
elas estão, a redução das emissões de carbono, com foco especial nas embalagens. Além
disso, a companhia busca estimular a circulação de itens que iriam para o lixo, como
geladeiras da marca.
“Nosso objetivo é causar um
impacto positivo, construindo
as bases para uma logística
com zero emissões para todos
os navios da Holanda”
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Maurício (2017), A firma que a Heineken chegou ao Brasil em 1990, através da parceria
com a Kaiser, quando a cervejaria brasileira firmou um contrato de licenciamento de
produção e distribuição com a supervisão da Heineken de Amsterdã.
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possibilitará o crescimento de marcas como Schin, Bavaria, Kaiser, Amstel e Devassa
nos segmentos mainstream e economy.
2.6 Mapeamento da importação da cerveja Heineken
As fontes para suprimento de demanda por cerveja Heineken na região da América
Latina são escassas e o mercado ainda depende muito da importação da cervejaria
matriz na Holanda. O grande volume de importações da Holanda aumenta o custo de
aquisição dos mercados latino-americanos e as poucas
Alternativas disponíveis na região, não são suficientes para garantir um fluxo contínuo,
que atenda às variações constantes na demanda desse produto sazonal, que é a cerveja.
A dependência da exportação por parte da planta holandesa muitas vezes acarreta a
falta de produto nos mercado Brasileiro . A Holanda atende a mercados no mundo
inteiro e a região do Brasil , por representar um volume de consumo muito inferior se
comparado à demanda em alguns países da Europa ou nos Estados Unidos, não é
tratada como prioridade. Em momentos de pico de demanda, a exportação para
mercado da américa do sul tende a ser prejudicada em prol do suprimento de mercados
maiores.
Ao identificar potenciais sources ( fontes) que possam ser desenvolvidas no curto
prazo, esta dissertação apresenta uma solução que propõe, paralelamente, melhorar o
atendimento à demanda por cerveja Heineken na região da América Latina. Trata-se de
um estudo que busca analisar soluções para o problema identificado, através da
otimização do fluxo de exportação na região, tendo como foco a minimização dos
custos para o distribuidor local (importador).
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Edwim Rosen (2016) afirma que a partir de dados do Mapeamento da Distribuição na
América do Sul, Panamá e México, pode-se considerar as diferenças entre latas e
garrafas e a capacidade de produção das plantas cervejeiras (as que já são exportadas e
as sources). As mesmas, são consideradas de forma unificada, ou seja, por volume em
hectolitros, sem fazer qualquer distinção de latas ou garrafas. Está generalização se deve
ao fato de todas as plantas produzirem os formatos lata e garrafa, sendo capacidade de
produção a real restrição a ser considerada, já que esta independe do formato do produto
engarrafado. Para efeitos de cálculo dos custos ao importador, consideramos 52% da
capacidade estão destinados à produção de cerveja em lata e 48% á produção de cerveja
em formato garrafa, sendo a demanda dividida nesta proporção para ambos os produtos.
Valendo ressaltar, que estão sendo consideradas as capacidades de produção apenas da
cerveja da própria marca Heineken, pois as plantas cervejeiras aqui apresentadas
também produzem outros tipos de marcas e bebidas. Não sendo considerada a
capacidade de produção da cerveja Heineken na Holanda porque o objetivo é amenizar
os custos de importação. Está operação ocasiona custos geográficos pela distância e
carga tributária mais elevada no comércio internacional entre as partes, porque para o
importador há uma necessidade de gerar mais estoques pela distância.
O quadro abaixo, nos apresentará a capacidade de produção das plantas latino
americanas que poderiam ser destinadas a exportação sem causar qualquer investimento
adicional em ampliação. Mostrando então a capacidade, não somente do
‘’engarrafamento’’ mas também armazenagem dos produtos acabados. Importante
lembrar que, as plantas independentemente de produzirem para a exportação, também
produzem para atender seu mercado interno, sendo assim, desconsideramos a
capacidade que já está comprometida com a demanda de seu país.
10
Panamá 25.000 15.000 10.000
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Figura 01: Volumes em milhões de hectolitros (ano 2014)
Fon
te: Heineken Nederland Supply (HNS)
12
Fonte: Heineken Nederland Supply (HNS)
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logístico no fornecimento de produtos Heineken para os mercados de exportação. O
foco é a atuação na interface entre planta cervejeira e importador (distribuidor local),
otimizando a operação e agregando valor à cadeia logístico.
Neste contexto, o entendimento traz como vantagem competitiva só seria possível a
partir da análise da empresa para afim de inter-relacionar o fluxo logístico.
Nas atividades primárias referem à logística interna (atividades dentro da cadeia de
suprimento, relacionadas com o manuseio de materiais ), operações (atividades
importantes s para converter insumos ate produto final ), logística externa (coleta,
armazenagem e distribuição), marketing e vendas (atividades que fornecem os meios
para aquisição dos produtos) e, por último, serviços (atividades que têm como objetivo
realçar ou manter o valor do produto).
As atividades secundárias, também conhecidas como atividades de apoio, referem-se ao
suprimento de serviços e materiais, desenvolvimento tecnológico (atividades destinadas
a melhorias), gestão de recursos humanos e, finalmente, infra-estrutura da organização
(todas as atividades de direção geral da organização, planejamento, finanças,
contabilidade, apoio legal e relações Governamentais).
É importante enfatizar que o aumento da vantagem competitiva de uma organização e o
consequente sucesso da mesma depende não somente do desempenho de cada
departamento isoladamente, mas principalmente, de sua coordenação e integração.
Tendo definido esses conceitos, pode-se dizer que as atividades do CSO estão
direcionadas para a Cadeia de Valor, tendo como objetivo agregar valor ao produto e
serviços prestados, através do controle dos seguintes processos: previsão de demanda,
planejamento, compras, documentação, produção, embarque e faturamento. Vale
ressaltar que a distribuição a nível nacional não está no escopo das atividades
desempenhadas pelo CSO.
Onde todos os dias 200 contêineres de cerveja Heineken são trazidos para o porto de
Rotterdam por barcaças para exportação. Desde 2010, o transporte doméstico do local
de produção em Zoeterwoude até o porto de Rotterdam é feito por navio terrestre. O
transporte da cervejaria em Den Bosch para Antuérpia.
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Após várias discussões, ficou decidido realinhar a estrutura global do back office
dentro da Heineken, separando as atividades do CSO entre a matriz do Grupo, também
conhecida por HNS – Heineken Nederland Supply, e as demais unidades de
exportação. O objetivo era reduzir os custos, melhorar o nível de serviço para os
clientes aumentando a credibilidade , levando as atividades orientadas para o comercial
para mais perto dos mercados. Como consequência,, um Customer Service Office
(CSO) tem como base o Rio de Janeiro para a região da América Latina, como sua boa
parte do escritório regional Heineken Latin America (Heineken Latam).
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Fonte: Heineken Nederland Supply (HNS)
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2.10 A Globalização do Comércio
A difusão do termo globalização ocorreu por meio da imprensa financeira internacional,
em meados da década de 1980. Depois disso, muitos intelectuais dedicaram-se ao tema,
associando-a à difusão de novas tecnologias na área de comunicação, como satélites
artificiais, redes de fibra ótica que interligam pessoas por meio de computadores, entre
outras, que permitiram acelerar a circulação de informações e de fluxos financeiros.
Globalização passou a ser sinônimo de aplicações financeiras e de investimentos pelo
mundo afora. Além disso, ela foi definida como um sistema cultural que homogeneíza,
que afirma o mesmo a partir da introdução de identidades culturais diversas que se
sobrepõem aos indivíduos. Por fim, houve quem afirmasse estarmos diante de um
cidadão global, definido apenas como o que está inserido no universo do consumo, o
que destoa completamente da idéia de cidadania (Ribeiro, 1995). Porém:
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A obra de Milton Santos contribuiu para precisar o fenômeno da globalização. Mas o
autor queria mais. Ela chegou a propor uma outra globalização, baseada na
solidariedade, embora reconhecesse que ela afetou a cultura atual
2.11 O Mercosul
Como aponta o artigo SisComex (2020) a criação do bloco econômico Mercosul
(Mercado do Cone Sul) em 1991, estabeleceu-se com o objetivo de reduzir ou eliminar
os impostos, proibições e restrições entre os produtos dos países membros. Formado
inicialmente pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, teve a aceitação em 1996, da
Bolívia e do Chile.
A partir de 1995, como previsto no Tratado de Assunção, os quatro países então
pertencentes ao Mercosul adotaram a Tarifa Externa Comum (TEC). No comércio entre
esses países não há imposto de importação (alíquota zero), salvo algumas exceções
aplicadas a determinados produtos (regime de adequação), os Incoterms (INternational
COmmercial TERMS) são termos internacionais de comércio que definem os direitos e
obrigações do comprador e do vendedor, no que diz respeito às condições de entrega e
composição do preço; que não é o caso da cerveja. No entanto, quando houver
importações de um terceiro país, não membro do Mercosul, será aplicada a Tarifa
Externa Comum. Por isso “externa” e “comum”.
Com base na NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), a TEC estabelece um
percentual de Imposto de Importação (II) e Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) comum sobre cada um dos itens comercializados. No caso da cerveja, entre os
países membros a taxa de II é zero, enquanto que para importações oriundas de países
não pertencentes ao bloco, paga-se 20% de II. O IPI cobrado para a comercialização da
cerveja é de 40%.
O objetivo da TEC é incentivar a competitividade dos Estados membros e seus níveis
tarifários devem contribuir para evitar a formação de oligopólios ou reservas de
mercado. A aplicação da TEC submete o Mercosul à competitividade externa e evita
que a indústria de um país seja mais protegida que a dos outros.
Com relação ao Chile e a Bolívia, países considerados ainda “novos” parceiros do
Mercosul (adesão formalizada em 1996), eles ainda fazem parte do acordo total de
integração, acertado no Tratado de Assunção. O Chile, em uma primeira fase, ajustou a
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negociação de alguns produtos que têm livre comércio com os demais membros do
Mercosul, com redução de impostos até dezembro de 2004. Assim, os impostos para
uma relação de produtos negociados nesse acordo comercial serão, gradativamente,
reduzidos até atingirem zero. A Bolívia estipulou um período de 15 anos (início 1998),
oferecendo redução imediata de impostos no montante de 80%. No caso da cerveja, o
Imposto de Importação pago por esses países para produtos originários de outros países
membros do Mercado do Cone Sul, ainda não é zero por cento.
2.13 Considerados
De uma maneira geral, os custos de aquisição para o importador são medidos por meio
do preço de venda que é pago pelo produto, pelo frete e seguro internacional e pelos
tributos cobrados em cada destino. No Brasil, são cobrados para nacionalização de uma
mercadoria, além do IPI e II mencionados
Anteriormente, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e ainda
os impostos PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição Financeira
Social). A legislação de cada país é única e, portanto, existem variações de tributos e
percentuais cobrados em cada destino. Nesse estudo, foram considerados os custos
principais, os quais sofrem alterações significativas quando da mudança da origem da
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mercadoria. São analisados os custos dos importadores com base no Imposto de
Importação (variável em função da origem da cerveja) e o Preço CIF de aquisição, pago
pelo importador.
O primeiro navio movido a eletricidade está sendo preparado para a navegação com
contêineres de bateria. onde todos os dias 200 contêineres de cerveja Heineken são
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trazidos para o porto de Rotterdam por barcaças para exportação. Ele afirma: “A
Heineken trabalha há muito tempo para tornar a rede mais sustentável, desde a
cervejaria…
Produzir perto dos mercados de venda é - em tese - o mais sustentável, mas nem sempre
é possível. É por isso que a Heineken, apesar do fato de a empresa ter cervejarias em
todo o mundo, ainda envia uma grande quantidade de cerveja da Holanda para todo o
mundo. Desde 2010, o transporte doméstico do local de produção em Zoeterwoude até o
porto de Rotterdam é feito por navio terrestre. O transporte da cervejaria em Den Bosch
para Antuérpia e Rotterdam tem ocorrido sobre a água há muito mais tempo.
(Kempers ) 'Tornamos nossa logística doméstica consideravelmente mais verde com
isso. Mas é claro que não é o suficiente. Vemos navios totalmente movidos a
eletricidade como a próxima etapa. ”.
Mudança de sistema
No entanto, a Heineken percebeu imediatamente que, para a próxima etapa, teria que
fazer parcerias com outros participantes da rede. “Aprendemos ao tornar nossas
cervejarias neutras para o clima que você nunca pode alcançar grandes ambições
sozinho, você deve buscar a colaboração com outras pessoas que buscam o mesmo
objetivo. Se você deseja ter sucesso com o transporte terrestre movido a eletricidade, é
necessário alterar todo o sistema. Muitos mais transportadores e companhias de
navegação deveriam se envolver.
Em busca de uma cervejaria neutra para o clima, a Heineken já havia criado a iniciativa
Green Circles, junto com a província de South Holland, o Rijnland Water Board e os
parceiros de conhecimento Wageningen Environmental Research and Naturalis
Biodiversity Center. Green Circles é uma plataforma para realizar ambições verdes
juntosa sustentabilidade é neutra em termos de custos ou até mais barata, mas às vezes
as partes também participam porque percebem que estarão se marginalizando no longo
prazo se não começarem com a inovação agora. '
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De modo geral, o Modelo de Transportes busca encontrar um plano de transporte a
menor custo para uma commodity, de várias origens para vários destinos. Os dados para
este modelo são:
• Custo unitário de aquisição da commodity para cada destino, tendo em conta cada uma
das possíveis origens.
Neste estudo, a commodity foi definida em lata e garrafa de cerveja e, como todas as
plantas cervejeiras (sources atuais e potenciais) possuem estrutura para produzir ambos
os formatos, considera-se que cada Soure pode suprir a demanda de um ou mais
destinos.
O primeiro grupo de restrições estipula que a soma dos embarques de uma source não
pode exceder sua oferta e, da mesma maneira, o segundo grupo de restrições determina
que a soma dos embarques para um destino deve atender à sua demanda.
No Modelo de Transportes, a oferta total deve ser ao menos igual, ou maior que a
demanda total. Quando a oferta total é igual à demanda total, o resultado é um modelo
de transportes balanceado. Neste caso, todas as restrições se traduzem em equações.
• Preços de Custo (Pc): os preços de custo das sources existentes são os atuais. Para os
potenciais sources, foi considerado o seguinte: Lata Brasil: R$ 8,13 / hl3 (custo de
acordo com Femsa)
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Garrafa Brasil: R$ 10,00 / hl (custo de acordo com Femsa) Lata Panamá: PAB 4,70 /
hl4 (estimativa informada pela planta) Garrafa Panamá: PAB 6,10 / hl (estimativa
informada pela planta)
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O valor em Reais foi convertido para Euro com base na cotação 1 EUR = 2,55 R$.
PAB: sigla que identifica a moeda local do Panamá, o Balboa. O Balboa é ancorado ao
dólar Norte-Americano (que tem curso legal no Panamá), com uma taxa de câmbio de
1:1 desde 1903. O valor em Balboa foi convertido para Euro com base na cotação 1
PAB = 1,53 EUR.
• Frete (Fr): os custos de frete para as rotas atualmente existentes são os utilizados em
2007. Para as potenciais sources, foram utilizados valores obtidos em cotações com
agentes de frete internacional.
• Preço de Venda Source (TP): foram considerados os preços atuais de venda das
sources para a Heineken. Para as potenciais sources, o preço de venda da source, ou
Preço de Transferência (TP), foi calculado com base nas margens abaixo explicadas.
• Margem da source (MgS): para NL, AR e CL, a margem é a utilizada atualmente. Para
o cálculo das margens das sources potenciais, foi utilizado o mesmo fator e as
respectivas participações acionárias e impostos de renda locais.
• Participação Acionária Heineken (Part): as margens das sources são definidas com
base nas participações acionárias do grupo Heineken nas plantas exportadoras.
Os quadros a seguir mostram o preço final que é pago hoje pelos importadores,
considerando os custos envolvidos na formação do preço: o custo do produto, a
margem da source, a margem da Heineken e ainda o frete e seguro internacional.
Tratam-se dos custos atuais. Um quadro completo, com todos os parâmetros utilizados
nesse cálculo, encontra-se no Apêndice.
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Sejam:
Preço de Custo = Pc
Frete = Fr
Preço de Venda Source (Preço de Transferência) = TP
Margem Source = MgS
Participação Acionária Heineken = Part
Imposto de Renda Local = IR
Margem Heineken = MgHNK
Preço de Venda Heineken (Preço CIF) = PCIF
A equação (1) mostra que a margem da source é calculada com base na participação
acionária que a Heineken possui naquela source e no imposto de renda que é pago no
país de origem.
A segunda equação (2) indica o cálculo utilizado para definição do preço de venda da
source para a Heineken (TP). Este preço de transferência é o resultado da soma do
Preço de Custo mais a Margem da Source.
Conforme a equação (3), pode-se perceber que a Margem da Heineken é a diferença
entre o Preço de Venda, menos o Preço de Venda da source (TP), menos os custos de
frete.
Seguindo o mesmo raciocínio, a equação (4) nos mostra que o Preço CIF de Venda é a
soma do preço de venda da source (TP), mais os custos de frete, mais a Margem da
Heineken.
O custo do importador é então mensurado pela soma do preço CIF que é pago mais o
imposto de importação.
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Container de 20pés, trazendo uma carga de 17 mil euros (17 mil garrafas de 350ml)
-Frete: 2 mil euros
-Seguro: 1 mil euros
Total carga (VMLD – Valor da Mercadoria no Local de Descarga): 20 mil euros
(usando um 3 BRL = 1 EURO) = 60 mil reais
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importação é o valor da transação, que corresponde ao valor total de todos os
pagamentos feitos ao vendedor para os bens importados. Origem dos bens A origem dos
bens obedece o princípio da “nacionalidade econômica”. Bens com origens em
diferentes países podem ser tratados de maneiras diversas. A origem dos bens é
importante na eventualidade da importação ser para a área de livre circulação da UE.
Além disso, a origem também é importante caso os bens da UE sejam exportados para
fora do Bloco. Se certos bens não forem totalmente produzidos em um país específico,
os produtos só irão obter a origem deste país em particular se forem suficientemente
trabalhados ou processados ali. O certificado de origem deve demonstrar a origem dos
bens. Isenção de importação Após internar produtos na UE, os mesmos normalmente
têm que ser liberados para a alfândega. Isso significa que, após o pagamento dos
impostos de importação, os bens podem ser colocados em estoque e aguardarem por um
comprador. Caso o comprador resida na UE, os produtos podem ser enviados sem mais
pagamentos de impostos. No caso do comprador estar localizado fora da UE, os
impostos devem ser pagos também no país de destino, ao passo que normalmente não
há possibilidade de reembolso dos impostos da UE já pagos. Entretanto, os Países
Baixos fazem uso de todas as possibilidades que o sistema alfandegário da UE permite
para evitar pagamentos dispensáveis de impostos de alfândega e VAT no ato da
importação: – Armazenamento em depósito ligado à alfândega; – Assistência de
processamento interno; – Assistência de processamento externo; – Processamento sob
controle da alfândega; – Admissão temporária; e – Procedimentos de trânsito
alfandegário. Simplificação de processos alfandegários com base nos regulamentos da
UE, a simplificação de processos alfandegários é possível. A alfândega holandesa
coopera e é flexível no tocante à aceitação de procedimentos alfandegários
simplificados.
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importação No tocante à importação de certos bens (não provenientes da UE) para a
área de livre circulação, impostos, medidas antidumping ou taxas compensatórias
podem ser devidas. Além disso, em alguns casos, uma licença de importação deve ser
anexada a uma declaração de importação. Para alguns produtos, a emissão de licenças
de importação é limitada pela quota disponível.
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bens acordados; o custo unitário; total custo FOB de fábrica mais carregamento; custos
com seguro; entrega e termos de pagamento; e assinatura do oficial responsável pela
firma encarregada do carregamento. Conhecimento de Embarque marítimo ( Bill of
Lading): Uma cópia do conhecimento de embarque marítimo (ou conhecimento de
embarque aéreo) é requerida para o desembaraço aduaneiro nos Países Baixos. O
conhecimento de embarque deve trazer o nome da parte a ser notificada. O consignante
normalmente precisa do original do conhecimento de embarque para tomar posse dos
bens.
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outro lado, significa menos tempo para, por exemplo, compras. Então, a demanda do
consumidor é por maior conveniência e economia de tempo. Encomendar bens pelo
telefone ou por meio da Internet tem se tornado mais comum, como também compras
em um único local. As maiores lojas, sejam supermercados, lojas de departamentos ou
centros de faça-você-mesmo, beneficiam-se desta tendência. Atualmente cerca de 20
revendedores de grande escala estão fornecendo alimentos para 80% dos consumidores
europeus. No caso de produtos alimentícios, cada vez mais consumidores exigem bens
pré-embalados, pré-cozidos e preparados para uso no micro-ondas. Por esta
conveniência, aceita-se um preço maior.
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Num primeiro momento, o consumidor final não deve ser impactado”, disse o vice-
presidente de Logística da Heineken Brasil, Erwin Rosen.
A fábrica da Heineken em Ponta Grossa (PR) passou por um processo de ampliação,
que começou em janeiro do ano passado, com investimento de mais de 400 milhões de
reais. A nova linha entrou em operação nesta quarta-feira (3/8).
A fábrica, que antes produzia apenas as marcas Kaiser e Bavaria, passa a fabricar
também os rótulos Heineken, Sol, Desperados e Amstel. A capacidade de produção na
unidade aumentou cerca de 40%, para 460 milhões de hectolitros por ano.
Além disso, a fábrica, que antes operava com linhas de envase de garrafas de 600
mililitros, long necks, garrafas shot (250 mililitros) e latas de 355 mililitros, agora passa
a acondicionar as bebidas também em latas de 269 mililitros, 473 mililitros e 250
mililitros, além dos barris. O número de SKUs passou para 250.
Uma das novidades, que deve chegar ao mercado em setembro, é a latinha slim de 250
mililitros da Heineken, inédita no mercado.
A decisão vale para as marcas Itubaína, FYs, Skinka, Viva Schin e Água Schin. Até o
final do ano, nenhum produto chegará ao mercado com a embalagem PET de um ou
dois litros. Os estoques devem durar até o início de 2022. A mudança é parte do
compromisso firmado pela companhia de reduzir em 80% o volume de embalagens
PET, que representam cerca de um quarto do total de plástico.
“O motivo é ambiental”, afirma Ornella Vilardo, gerente de sustentabilidade do Grupo
Heineken. Recentemente, a empresa anunciou a meta de neutralizar as emissões de
carbono em toda a sua cadeia de valor até 2040. “O custo de manter esse tipo de produto
não compensa, mesmo que ainda exista demanda”, diz Vilardo.
As vendas de refrigerantes de dois litros cresceram 3% no segundo semestre de 2020,
em comparação ao mesmo período de 2019. As bebidas em lata, por sua vez, tiveram
um salto de 27%.
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O movimento também está relacionado com um novo posicionamento no mercado de
refrigerantes. A preocupação com a saúde vem derrubando a participação desse tipo de
bebida no mercado – de 2018 a 2020, ela passou de 51% do total de bebidas não
alcoólicas comercializadas para 47%. Até 2026, a tendência é de que o mercado caia
14%. É uma categoria que precisa se reinventar”, afirma Bruno Piccirello, gerente de
marketing para Bebidas Não Alcoólicas. “Os consumidores não abandonaram os
refrigerantes, mas estão bebendo menos.”
“Em breve, essa geração vai dominar o mercado de trabalho, e eles são ávidos
por essas mudanças. São mais críticos, seletivos, e a diversidade importa mais
para eles. Esse é um modelo de gestão importante, que dá resultados e, ao mesmo
tempo, prepara melhor a organização para as gerações que estão por vir”, diz.
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2.16.5 Treinamento da gerência
Para o CEO, além do profissional, trazer mais mulheres para a Heineken também
passa por questões pessoais.
“Tenho uma filha de 24 anos e uma coisa que mais me dói quando ela conversa
comigo é essa dificuldade de decidir entre ser mãe e profissional —e eu não
quero mais que ela passe por isso”, diz. “Eu, como líder, posso fazer essa
mudança”.
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3. REFERÊNCIAS
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PALHARES, Flávio Palhares. HEINEKEN COMEÇA A EVASAR CERVEJA EM
BARRIL NO BRASIL. Disponível em:
https://embalagemmarca.com.br/2016/08/heineken-comeca-a-envasar-cerveja-em-
barril-no-brasil/. Acesso em: 28 de Novembro de 2021.
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