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Apontamentos da Disciplina de Gestão Financeira I – UniSave - Maxixe

CONTEÚDOS DA UNIDADE 01: NOÇÕES GERAIS SOBRE GESTÃO FINANCEIRA

 Introdução;
 Conceito de Finanças;
 Principais Providências que as Empresas Devem Tomar em Relação às Finanças;
 Relevância da Área de Finanças;
 Componentes do Ambiente Financeiro: Gerentes Financeiros, Mercados Financeiros e
Investidores;
 Conceito de Gestão Financeira;
 A Importância da Gestão Financeira na Empresa;
 O Papel do Gestor Financeiro na Organização;
 Ferramentas Utilizadas pelo Gestor na Tomada de Decisões;
 Decisões da Administração Financeira;
 Falhas Mais Comuns na Gestão Financeira.

INTRODUÇÃO

Ao longo dos tempos vem sendo comprovado que a sociedade depende de registos
contábeis e económico-financeiro para obter bons desempenhos, quer no campo governamental,
empresarial ou mesmo familiar. Por isso mesmo, hoje esses conceitos são fortes aliados aos
gestores financeiros, fornecendo aos mesmos relatórios que podem ser analisados e a partir dai
diagnosticar a situação financeira da empresa.

A gestão financeira é fundamental para que as empresas sejam bem-sucedidas e


sustentáveis buscando a perpetuidade. Portanto, essa gestão financeira concentra-se sobre o
estudo das decisões financeiras assumidas na empresa. Assim, antes de debruçarmos sobre o
conceito de Gestão Financeira, importa demarcar muito claramente a definição de empresa.

Assim, por empresa entenda-se um agrupamento humano hierarquizado, que mobiliza


meios humanos, materiais e financeiros para extrair, transformar, transportar e distribuir produtos
ou prestar serviços e que, atendendo a objectivos definidos por uma direcção (pessoal ou
colegial), faz intervir nos diversos escalões hierárquicos as motivações do lucro e da utilidade
social, MENEZES (1999, p. 17).

Autor: Rosângelo Paúnde Página 1


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Esta definição de empresa, é uma dentre as mais destacadas. Por isso mesmo, merece
algumas observações, tais como:

A definição coloca uma das tónicas no “agrupamento humano hierarquizado”, que


constitui o agente mobilizador dos diversos meios disponíveis na empresa: o próprio trabalho
humano, os meios materiais e os recursos financeiros.

O lucro e a utilidade social constituem, as motivações da actuação dos gestores das


empresas e, portanto, os fundamentos para a quantificação e a temporalização dos seus
objectivos.

Assim, o gestor financeiro tem a responsabilidade de conhecer o mundo das finanças,


pois ele utilizara esses instrumentos para a sua tomada de decisão, bem como a melhor
distribuição dos recursos da empresa.

Um dos objectivos fundamentais da gestão financeira é a estabilidade, no sentido de não


afectação do ciclo produtivo por falta de pagamento e assegurar a capacidade de
desenvolvimento. Para tal, o gestor financeiro conta com o apoio de recursos que desde que
utilizados de forma correcta e organizada servem de ferramentas de análise dos índices da
situação financeira da empresa, permitindo assim ao administrador estar em condições de tomar
decisões correctas no momento correcto, para que dessa forma consiga atingir sua meta principal
que é de alavancar a organização.

NOTA:

Uma boa gestão de recursos financeiros reduz substancialmente as despesas financeiras.


Por isso mesmo, essa deve ser a preocupação constante das empresas, pois os custos financeiros
podem absorver valores significativos de sua receita operacional.

Alguns dos conceitos em Gestão Financeira mais importantes é o de Cash Flow (Fluxos
de Caixa) e o do Valor Temporal do Dinheiro. Assim, o primeiro trata-se da diferença entre
os recebimentos e os pagamentos durante um certo período de tempo, por exemplo um ano. O
segundo, está intimamente associado às oportunidades de investimento (custo de oportunidade)
que se deparam aos indivíduos, ou seja, quanto é que valerá um valor actual “x” hoje, daqui a
por exemplo um ano.
Autor: Rosângelo Paúnde Página 2
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CONCEITO DE FINANÇAS

Praticamente todos os indivíduos e organizações ganham ou levantam dinheiro e gastam


ou investem dinheiro. Assim, Finanças são os processos pelos quais o dinheiro é transferido (por
meio de financiamento e de investimento) entre empresas, indivíduos e grupos, GITMAN &
MADURA, 2003.

Outrossim, finanças é a ciência de administrar fundos e, ocupa-se do processo,


instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas,
empresas e governos.

A maioria das decisões empresariais são medidas em termos financeiros, por isso mesmo,
todas as áreas da empresa: contabilidade, produção, marketing, recursos humanos, pesquisas e
outras, necessitam interagir com a área de finanças para realizarem seu trabalho.

PRINCIPAIS PROVIDÊNCIAS QUE AS EMPRESAS DEVEM TOMAR EM RELAÇÃO


ÀS FINANÇAS

Com relação as finanças, as empresas devem ter as seguintes providências:

 Organizar os registos e conferir se todos os documentos estão sendo devidamente


controlados;
 Acompanhar as contas a pagar e a receber, montando um fluxo de pagamentos e
recebimentos;
 Controlar o movimento de caixa e os controles bancários;
 Classificar custos e despesas em fixos e variáveis;
 Definir a retirada dos sócios;
 Fazer previsão de vendas e fluxo de caixas e;
 Acompanhar a evolução do património da empresa, conhecendo a lucratividade e a
rentabilidade.

RELEVÂNCIA DA ÁREA DE FINANÇAS

Entender Finanças não só prepara as pessoas para carreiras, mas também lhes dá
condições para tomarem decisões como investidores. Independentemente de quanto a pessoa tem

Autor: Rosângelo Paúnde Página 3


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para investir, o conhecimento de finanças pode ajudar a decidir em que tipo de investimento
financeiro investir seu dinheiro, quanto deve ser investido e como os recursos investidos devem
ser distribuídos entre diferentes investimentos.

COMPONENTES DO AMBIENTE FINANCEIRO

O ambiente financeiro é composto de três componentes básicos: Gerentes Financeiros,


Mercados Financeiros e Investidores (incluindo credores).

GERENTES FINANCEIROS

Os gerentes financeiros são responsáveis pela decisão de como investir os recursos de


uma empresa para expandir seus negócios e como obter recursos (financiamentos). As acções
realizadas pelos gerentes financeiros, ao tomarem decisões para suas respectivas empresas, são
conhecidas como administração financeira ou gerenciamento financeiro.

Espera-se que os gerentes financeiros tomem decisões financeiras que maximizem o


valor da empresa e o valor do preço de suas acções. Em geral, eles são remunerados de maneira a
se sentirem incentivados a atingir esse objectivo.

Portanto, os gerentes financeiros através da função financeira, analisam as


demonstrações para avaliar o desempenho anterior da empresa e para tomar as decisões de
financiamento e decisões de investimento consistentes com seus planos e metas.

DECISÕES DE FINANCIAMENTO PELOS GERENTES FINANCEIROS

Quando as empresas obtêm recursos, seu financiamento pode ser classificado como
financiamento por dívida ou financiamento por capital próprio. Assim, no financiamento
por dívida, os fundos emprestados são usados para financiar investimentos em projectos. Por
exemplo, as empresas podem obter empréstimos ou emitir títulos de dívida, que são
certificados que representam um crédito fornecido à empresa pelo comprador do título. Por
conseguinte, no financiamento por capital próprio, os fundos são obtidos em troca de
participação accionária na empresa e usados para financiar investimentos em projectos.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 4


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Outrossim, as empresas podem obter financiamento de capital próprio retendo parte de


seus lucros ou emitindo títulos patrimoniais (acções), que são certificados que representam o
interesse de propriedade na empresa emitente.

As decisões de financiamento enfocam o lado direito do balanço patrimonial da


empresa e envolvem duas áreas principais. Em primeiro lugar, devem ser estabelecidos os níveis
de financiamento de curto e longo prazos. Uma segunda preocupação, igualmente importante, é
determinar as melhores fontes de financiamento em uma determinada ocasião.

DECISÕES DE INVESTIMENTO PELOS GERENTES FINANCEIROS

Os gerentes financeiros avaliam as oportunidades potenciais de investimento para a


empresa, a fim de determinar se devem persegui-las. As decisões de investimento dos gerentes
financeiros afectam significativamente o grau de sucesso das empresas, uma vez que
determinam em quais tipos de negócios suas empresas se engajam.

Assim, as decisões de investimento determinam a composição de activos encontrados


no lado esquerdo do balanço patrimonial: o gerente financeiro tenta manter níveis ideais de
cada tipo de activo circulante1, como caixa, por exemplo.

Ele também decide em quais activos imobilizados (como edifícios ou equipamentos) deve
investir e quanto os activos imobilizados existentes precisam ser modificados, substituídos ou
liquidados. Por isso mesmo, essas decisões são importantes, por afectarem o sucesso da empresa
no cumprimento de suas metas.

Os investimentos feitos pela empresa destinam-se a gerar fluxos de caixa (diferença entre
recebimentos e pagamentos), que ofereçam um retorno sobre os investimentos. Assim, a empresa
espera receber de volta, por um investimento, uma quantia superior à inicialmente empregada.
Entretanto, esses investimentos estão sujeitos a riscos ou a incertezas sobre o retorno.

1
Activo Circulante, em contabilidade, é a referência aos bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro
em curto prazo. Outrossim, o activo circulante representa as disponibilidades financeiras (os bens e direitos) que
deverão ser convertidos em dinheiro, vendidos ou consumidos em um determinado ciclo de operações. Por isso
mesmo, dentro do grupo de contas do activo de uma empresa, é aquele que tem maior grau de liquidez, também
conhecido por realizável a curto prazo. Como exemplos temos: caixa da empresa, saldo em bancos, aplicações
financeiras, contas a receber de clientes, mercadorias.
Autor: Rosângelo Paúnde Página 5
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INVESTIDORES

Os investidores são indivíduos ou instituições financeiras que fornecem recursos (fundos)


a empresas, agências de governo ou pessoas que precisam de recursos. Os investidores
individuais geralmente fornecem recursos às empresas, comprando seus títulos (acções e
títulos de dívida). As instituições financeiras que oferecem recursos são referidas como
investidores institucionais. Algumas dessas instituições focalizam a concecção de empréstimos;
outras costumam comprar títulos emitidos pelas empresas.

MERCADOS FINANCEIROS

Os mercados financeiros são fóruns em que ofertantes e demandantes de fundos podem


negociar directamente, ou seja, são ambientes nos quais os fornecedores e os demandantes de
fundos podem realizar negócios directamente.

Enquanto as instituições financeiras concedem empréstimos e realizam investimentos


sem o conhecimento directo dos ofertantes (poupadores) de fundos, nos mercados financeiros
os ofertantes sabem a quem seus recursos foram emprestados ou onde foram investidos.

Assim sendo, para a oferta de fundos, existem dois principais mercados financeiros a
saber: o mercado monetário e o mercado de capitais. Portanto, as transações em obrigações
de curto prazo, ou títulos negociáveis, ocorrem no mercado monetário. Os títulos de longo
prazo (ações e obrigações), são negociados no mercado de capitais.

Para levantar recursos, as empresas podem usar colocações privadas2 ou ofertas


públicas3. A colocação privada envolve a venda directa de uma nova emissão de títulos,
geralmente sob a forma de obrigações 4 ou acções preferenciais5, a um ou mais investidores,
como seguradoras ou fundos de pensão.
2
Colocação privada é a venda de uma emissão de novos títulos, geralmente obrigações ou ações preferenciais, de
forma directa a um investidor ou a um grupo de investidores.

3
Oferta pública é a venda não exclusiva de obrigações ou acções ao público em geral.

4
Obrigações são notas de crédito emitidas pelo Estado ou por uma Empresa. Portanto, quem investe em obrigações,
está a emprestar dinheiro a uma destas entidades. Tomando como exemplo uma empresa, quando investimos no
mercado de acções, estamos a comprar parte dessa empresa, ou seja, a entrar no seu capital accionista. Mas, quando
investimos no mercado de obrigações, estamos a emprestar-lhe dinheiro. Por isso mesmo, existem dois mercados
onde é possível comprar obrigações: o primário e o secundário.
Autor: Rosângelo Paúnde Página 6
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A maioria das empresas, contudo, levanta fundos por meio da oferta pública de títulos,
que é a venda não exclusiva de obrigações e acções ao público em geral.

Todos os títulos são originalmente emitidos no mercado primário6, o único em que o


emissor, seja ele corporativo ou governamental, se envolve directamente na transação e se
beneficia directamente da emissão. Ou seja, a empresa efectivamente recebe o produto da venda
dos títulos.

Uma vez que os títulos comecem a ser negociados entre poupadores e investidores,
tornam -se parte do mercado secundário7. O mercado primário é aquele em que se negociam
títulos ‘novos’. O secundário pode ser considerado um mercado de títulos de ‘segunda
mão’

CONCEITO DE GESTÃO FINANCEIRA

Gestão Financeira é um conjunto de actividades administrativas que envolvem as bases


da administração, relacionadas com planeamento, análise e controle, com o objectivo de
maximizar os resultados económicos e/ou financeiros gerados pelas operações empresariais,
(GITMAN & MADURA, 2003).

Entre as funções da actividade, destacam-se:

 A integração das acções de obtenção, operação e controle dos recursos financeiros;


 Determinação das necessidades dos recursos financeiros, planeamento e inventário dos
recursos disponíveis;

5
Acções preferenciais são um tipo de parcela representativa do capital social de uma empresa, sem direito a voto e,
com prioridade na distribuição de dividendos. Na extinção da empresa, os detentores deste tipo de acção têm
prioridade na restituição do capital em caso de falência. Outrossim, acções preferenciais são uma classe de acções
que paga uma taxa pré-definida de dividendos acima do dividendo atribuído as acções ordinárias e, com preferência
sobre estas relativamente ao pagamento de dividendos e à liquidação de activos. Portanto, o dividendo preferencial é
normalmente cumulativo, o que significa que se por qualquer motivo não for pago, deverá ser adicionado ao
dividendo do exercício seguinte. As acções preferenciais, não conferem, habitualmente, o direito a voto.

6
Mercado primário é o mercado financeiro no qual ocorrem as emissões iniciais de títulos; único mercado no qual
o emitente está directamente envolvido na transação.

7
Mercado secundário é o mercado financeiro no qual são negociados títulos previamente emitidos.
Autor: Rosângelo Paúnde Página 7
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 Captação de recursos externos de forma eficiente (em relação aos custos, prazos,
condições fiscais e demais condições) e;
 Aplicação e equilíbrio adequados na perspectiva da eficiência e rentabilidade.

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA NA EMPRESA

O objectivo da gestão financeira é melhorar os resultados apresentados pela empresa e


aumentar o valor do património por meio da geração do lucro liquido proveniente das actividades
operacionais.

Assim, uma gestão correcta permite que se visualize a actual situação da empresa e, isso
só é possível, se a empresa tiver registos adequados que permitem análises e colaboram com o
planeamento para optimizar resultados.

O PAPEL DO GESTOR FINANCEIRO NA ORGANIZAÇÃO

O gestor financeiro moderno precisa de uma boa formação generalista, visão sistémica e
integrativa de todo o negócio e deve estar em contacto permanente com as áreas da empresa,
controlando e fomentando o negócio com informações estratégicas de todas as áreas da empresa.

Assim, a crescente complexidade no mundo dos negócios determinou, ainda, que o


responsável pela área financeira desenvolvesse uma visão mais integrativa da empresa e de seu
relacionamento com o ambiente externo.

O administrador financeiro pode ser um director, gerente ou apenas um controlador, mas


cabe a esse profissional estar preocupado com a obtenção, a análise e o controle dos recursos
financeiros e, dos resultados económicos da empresa ou de uma de suas actividades.

A gestão dos recursos financeiros da empresa vai além da simples negociação de prazos e
de juros de uma determinada transação de investimento. Portanto, para a optimização dos
recursos financeiros pressupõe interacções continuas do administrador com os clientes, acionista,
investidores, instituições financeiras, autoridades, regulamentação, bem como o
acompanhamento constantes de taxas, riscos, parâmetros de mercado que, por sua natureza é
dinâmico e volátil.

HOJI (2004, p.21), destaca três funções básicas de um administrador financeiro:


Autor: Rosângelo Paúnde Página 8
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 Análise, planeamento e controle financeiro;


 Tomadas de decisões de investimentos e;
 Tomadas de decisões de financiamento.

Portanto, o empresário deve estar atento a estas funções básicas em seu negocio, ou seja,
deve analisar, planear e controlar o uso de seus recursos financeiros e tomar decisões de
investimentos e de financiamentos precisas e inteligentes.

FERRAMENTAS UTILIZADAS PELO GESTOR NA TOMADA DE DECISÕES

Para tomar uma decisão, o gestor financeiro necessitará de relatórios e ferramentas e


técnicas de finanças. Assim, os relatórios mais comuns e eficazes na gestão financeira são os
seguintes: Balanco Patrimonial (BP), o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) e o
Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC).

DECISÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

O gestor financeiro deve preocupar-se com três áreas na gestão financeira: Orçamento
de Capital, Estrutura de Capital e Administração de Capital de Giro.

ORÇAMENTO DE CAPITAL

É o processo de planeamento e gestão dos investimentos de uma empresa em longo


prazo. Nessa função, o gestor financeiro procura identificar as oportunidades de investimento,
cujo valor para empresa é superior ao seu custo de aquisição. Em termos amplos, isto significa
que, o valor do fluxo de caixa gerado por um activo deve superar o custo desse activo.

ESTRUTURA DE CAPITAL

Autor: Rosângelo Paúnde Página 9


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É a combinação de capital de terceiros8 e do capital próprio9, existente na empresa. O


administrador financeiro tem duas preocupações no que se refere a essa área. A primeira é,
quando se deve tomar emprestado? A segunda preocupação é quais são as fontes menos
dispendiosas de fundos para a empresa?

Para além dessas questões, o gestor financeiro precisa decidir exactamente como e onde
os recursos devem ser captados e, também, cabe a esse gestor a escolha da fonte e do tipo de
fonte apropriado, que a empresa, por ventura, tomará emprestado.

ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO

Capital de giro é o activo circulante 10 e o passivo circulante 11 de uma empresa. A gestão


de capital de giro de uma empresa é uma actividade diária que visa assegurar que a empresa
tenha recursos para continuar suas operações e evitar interrupções muito caras.

FALHAS MAIS COMUNS NA GESTÃO FINANCEIRA

A inexistência de uma adequada gestão financeira nas empresas, provoca uma série de
problemas de análises, planeamento e controle financeiro das suas actividades operacionais,
entre as quais citam-se:

8
Capital de Terceiros são os recursos externos que as empresas buscam para financiar suas actividades, a partir de
entidades terciárias, como é o caso dos empréstimos. Portanto, na contabilidade, o capital de terceiros é formado por
todo o Passivo Exigível (que são as obrigações de uma empresa que serão liquidadas após o final do exercício
financeiro seguinte). Estes valores constituem as obrigações adquiridas por meio de contratos a crédito e que são
reembolsadas aos credores depois de um tempo.
9
Capital Próprio é o valor liquido do património de uma empresa. O capital próprio é a diferença entre o activo e o
passivo, ou seja, a diferença entre tudo aquilo que a empresa possui e deve a terceiros. Portanto, se a empresa vender
todos os seus activos e pagar todas as suas dívidas, ficará com o capital próprio.
10
Activo Circulante, em contabilidade, é a referência aos bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro
em curto prazo. Outrossim, o activo circulante representa as disponibilidades financeiras (os bens e direitos) que
deverão ser convertidos em dinheiro, vendidos ou consumidos em um determinado ciclo de operações. Por isso
mesmo, dentro do grupo de contas do activo de uma empresa, é aquele que tem maior grau de liquidez, também
conhecido por realizável a curto prazo. Como exemplos temos: caixa da empresa, saldo em bancos, aplicações
financeiras, contas a receber de clientes, mercadorias.
11
Passivo Circulante são as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano, como por exemplo, contas a
pagar, dívidas com fornecedores de mercadorias ou de matéria prima, impostos a recolher, empréstimos bancários
com vencimento nos próximos 360 dias, provisões.
Autor: Rosângelo Paúnde Página 10
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 Não ter as informações correctas sobre o saldo de caixa, valor dos stocks das
mercadorias, valor das contas a receber, valor das contas a pagar, volume das despesas
fixas ou financeiras, etc;
 Não saber se a empresa está obtendo lucro ou não, em suas actividades operacionais,
porque não elaboram a mapa demostrativo de resultados;
 Não calcular correctamente o preço de venda de seus produtos, porque não conhecem
seus custos e despesas;
 Não conhecer correctamente o volume e a origem dos recebimentos e o volume e o
destino dos pagamentos, porque não elaboram o mapa do fluxo de caixa;
 Não saber o valor patrimonial da empresa, porque não elaboram o balanço patrimonial;
 Não conhecer correctamente o custo das mercadorias vendidas, porque não fazem um
registo adequado do stock de mercadorias;
 Não saber correctamente o valor das despesas fixas da empresa, por não ser feito a
separação das despesas pessoais dos sócios em relação às despesas da empresa;
 Não saber administrar correctamente o capital de giro da organização pois não possuem
conhecimento do ciclo financeiro de suas operações;
 Não fazer análise e planeamento financeiro da empresa, porque não tem um sistema de
informação gerencial (Fluxo de Caixa, Demonstrativo de Resultados e Balanço
Patrimonial).

Exercícios de Consolidação da Unidade

1. O que são finanças? Explique como esse campo afecta a vida de todas as pessoas e
organizações.
2. O que vem a ser a área de serviços financeiros?
3. Quais os tipos jurídicos mais comuns de organização de empresas?
4. Indique e descreva sucintamente alguns tipos de modalidades jurídicas de organização,
além das sociedades por acções, que confiram aos seus proprietários responsabilidade
limitada.
5. Porquê o estudo da administração financeira é importante para a sua vida profissional,
independentemente de sua área de actuação na empresa? E, porquê é importante na sua
vida pessoal?

Autor: Rosângelo Paúnde Página 11


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6. Quais as principais diferenças entre a contabilidade e as finanças no que se refere à


enfase dada aos fluxos de caixa e a tomada de decisões?
7. Quais as principais actividade do administrador financeiro relacionadas com o balanço
patrimonial da empresa?
8. Que papel os mercados financeiros desempenham em nossa economia?
9. O que são mercados primários e mercados secundários?
10. Que relação existe entre instituições financeiras e mercados financeiros?
11. O que é o mercado de capitais? E, diga quais os principais títulos nele negociados.
12. O que é o mercado monetário?

CORRECÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE CONSOLIDAÇÃO DA UNIDADE

1. O que são finanças? Explique como esse campo afecta a vida de todas as pessoas e
organizações.

Resposta:

O termo finanças pode ser definido como “a arte e a ciência de administrar o dinheiro”.
Praticamente todas as pessoas físicas e jurídicas ganham ou levantam, gastam ou investem
dinheiro. Finanças diz respeito ao processo, às instituições, aos mercados e aos instrumentos
envolvidos na transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais. A
maioria dos adultos se beneficiará ao compreender esse termo, pois isto lhes dará condições de
tomar melhores decisões financeiras pessoais. Aqueles que atuam fora dessa área também se
beneficiarão ao saber interagir de forma eficaz com administradores, processos e procedimentos
financeiros da empresa.

2. O que vem a ser a área de serviços financeiros?

Resposta:

Serviços financeiros é a parte das finanças que se ocupa da concepção e distribuição de


serviços de assessoria e produtos financeiros a pessoas físicas, empresas e órgãos
governamentais. Não obstante, envolvem diversas oportunidades de carreira interessantes em
instituições bancárias e afins, assessoria financeira pessoal, investimentos, imóveis e seguros.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 12


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3. Quais os tipos jurídicos mais comuns de organização de empresas?

Resposta:

Dentre as modalidades de organização de empresas, as três mais comuns no mundo são a


firma individual12, a partnership (sociedade de pessoas)13 e a sociedade por acções14. As
firmas individuais constituem as mais numerosas. Mas as sociedades por acções predominam no

12
Firmas Individuais é uma empresa pertencente a uma única pessoa e gerida para seu próprio benefício.
Geralmente, é um pequeno empreendimento, como uma oficina de bicicletas, um serviço de personal trainer ou uma
empresa de encanamentos. A maioria das firmas individuais se encontra nos sectores de atacado, serviços e
construção civil. Normalmente a firma individual é gerida pelo proprietário, com a ajuda de alguns colaboradores. O
proprietário se utiliza, em geral, de recursos próprios ou capta empréstimos e é responsável por todas as decisões do
negócio. Ele está sujeito à responsabilidade ilimitada, ou seja, todos os seus bens e não só o montante
originalmente investido, podem ser requisitados para saldar dívidas com credores.
13
Partnerships ou Sociedades de Pessoas são sociedade que envolve dois ou mais proprietários actuando em
conjunto com o objectivo de obter lucro. Esse tipo de sociedade costuma ser maior do que as firmas individuais.
Elas estão mais presentes nos ramos financeiro, de seguros e imobiliário. Empresas de auditoria e correctoras de
títulos imobiliários são muitas vezes formadas por grande número de sócios. A maioria das partnerships é
estabelecida por meio de um documento formal conhecido como contrato social. Em geral, todos os sócios têm
responsabilidade ilimitada e cada um é legalmente responsável por todas as dívidas da sociedade.
14
Sociedade por Acções é uma entidade artificial criada por lei. Conhecida também como ‘entidade legal’, ela tem
os poderes de uma pessoa, no sentido de que pode mover ações judiciais e ser acionada judicialmente, firmar e ser
parte em contratos, e adquirir bens em seu nome. Aliado a isso, a sociedade por acções é dominante no que concerne
a facturamento e lucros. Embora as sociedades por acções se dediquem a actividades de todos os tipos, as industriais
respondem pela maior parte das receitas e dos lucros. Os proprietários de uma sociedade por acções são os
accionistas e seu direito de propriedade, ou equity, é representado tanto por acções ordinárias (que é a forma mais
pura e simples de propriedade em uma sociedade por ações. Os accionistas esperam ser remunerados por meio de
dividendos, ou seja, distribuições periódicas de lucro ou pela realização de ganhos decorrentes do aumento do
preço da acção) como por acções preferenciais (que são um tipo de parcela representativa do capital social de
uma empresa, sem direito a voto e, com prioridade na distribuição de dividendos. Na extinção da empresa, os
detentores deste tipo de acção têm prioridade na restituição do capital em caso de falência).

Portanto, a administração das sociedades por ações encontra-se organizada de forma democrática. Os
accionistas (proprietários) votam periodicamente para eleger os membros do conselho de administração e deliberar
sobre outras questões, como a alteração do estatuto social. O conselho de administração costuma ser responsável
pelo desenvolvimento de planos e objectivos estratégicos, pelo estabelecimento de políticas gerais, pela orientação
dos negócios da empresa, pela aprovação de grandes dispêndios e pela contratação ou demissão, pela remuneração e
pelo monitoramento dos principais directores e executivos. Os membros do conselho podem ser tanto “internos”,
como altos executivos da firma, quanto “externos”, como executivos de outras firmas, grandes acionistas e líderes
nacionais ou comunitários. O presidente ou diretor executivo (CEO) é responsável pela administração da empresa
no dia a dia e pela execução das políticas estabelecidas pelo conselho de administração. O CEO deve apresentar
relatórios periódicos aos membros do conselho.
Autor: Rosângelo Paúnde Página 13
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que concerne a facturamento e lucro líquido. Assim, para a cadeira de Gestão Financeira, dar-se-
á ênfase às sociedades por acções.

4. Indique e descreva sucintamente alguns tipos de modalidades jurídicas de


organização, além das sociedades por acções, que confiram aos seus proprietários
responsabilidade limitada.

Resposta:

As outras formas de organização jurídica de empresas que conferem aos proprietários


responsabilidade limitada dentre tantas, as mais populares, são as seguintes: as Sociedades em
Comandita15 (Limited Partnerships - LPs), as Sociedades do Tipo S16 (S Corporations, ou S
Corps), as Sociedades por Acções de Responsabilidade Limitada 17 (Limited Liability
Corporations - LLCs) e as Limited Liability Partnerships18 - LLPs.

Cada uma destas formas jurídicas de empresa representa uma forma ou uma combinação
especializada das características dos tipos descritos anteriormente. O que têm em comum são o
facto de que seus proprietários gozam de responsabilidade limitada e o de que costumam ter
menos de 100 proprietários.

5. Porquê o estudo da administração financeira é importante para a sua vida


profissional, independentemente de sua área de actuação na empresa? E, porquê é
importante na sua vida pessoal?
15
Sociedade em que um ou mais sócios têm responsabilidade limitada, desde que pelo menos um sócio (o
comanditado) tenha responsabilidade ilimitada. Os sócios limitados não podem ter voz activa na gestão da empresa;
são investidores passivos.
16
Para fins fiscais, trata-se de uma entidade, que permite a certas sociedades por acções com 100 acionistas ou
menos optar por serem tributadas como sociedades por cotas. Seus accionistas obtêm os benefícios organizacionais
de uma sociedade por acções e as vantagens fiscais de uma sociedade por cotas. Entretanto, perdem certas vantagens
fiscais relacionadas a planos de aposentadoria.
17
Este tipo de firmas confere a seus proprietários, como aos das sociedades de tipo S, responsabilidade limitada e
tratamento fiscal de uma sociedade por cotas. Mas, ao contrário da S Corp, a LLC pode controlar mais de 80% de
outra sociedade por acções. Elas são apropriadas para empreendimentos conjuntos de duas ou mais empresas (joint
ventures) ou projectos desenvolvidos por meio de uma subsidiária.
18
Sociedade em que todos os sócios têm responsabilidade limitada. São legalmente responsáveis por seus próprios
actos de imperícia, mas não pelos dos demais sócios. A LLP é tributada como uma partnership. É frequentemente
usada por profissionais liberais, como advogados e contadores.
Autor: Rosângelo Paúnde Página 14
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Resposta:

Estudo da administração financeira é importante para a minha vida profissional,


independentemente de minha área de actuação na empresa, na medida em que, entender os
conceitos, as técnicas e as práticas financeiras permite que eu me familiarize com as actividades
e as decisões que cabem ao administrador financeiro.

No entanto, como a maioria das decisões empresariais é medida em termos financeiros, o


administrador financeiro representa um papel central na operação da empresa. Assim, pessoas de
todas as áreas de responsabilidade seja, na contabilidade, na área de sistema de informação, na
administração, no marketing, nas operações e outras, precisam ter um conhecimento básico da
função de administração financeira para lhes ajudar igualmente na tomada de decisões.

Ainda assim, como alguém que queira ingressar na carreira de administrador financeiro,
preciso entender as actividades do administrador financeiro para aumentar as chances de sucesso
na carreira escolhida.

No entanto, todos os gestores de uma empresa, independentemente dos cargos que


ocupem, interagem com o pessoal financeiro para justificar necessidades de contratação,
negociar orçamentos operacionais, lidar com avaliações de desempenho financeiro e defender
propostas, pelo menos em parte, com base em seus méritos financeiros. É claro que os gestores
que compreenderem o processo de tomada de decisões financeiras estarão mais habilitados a
lidar com questões de finanças e, portanto, terão maiores chances de conseguir os recursos de
que precisam para atingir suas próprias metas.

E, finalmente, entender finanças é importante na minha vida pessoal, pois ajuda-me


bastante na gestão das finanças familiares.

6. Quais as principais diferenças entre a contabilidade e as finanças no que se refere à


enfase dada aos fluxos de caixa e a tomada de decisões?

Resposta:

A primeira grande diferença está na enfase no fluxo de caixa, na medida em que, a função
primordial do contabilista é desenvolver e relatar dados para mensurar o desempenho da

Autor: Rosângelo Paúnde Página 15


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empresa, avaliar sua situação financeira, atender aos requisitos dos reguladores de títulos e
apresentar os relatórios por eles exigidos, além de registar e pagar impostos. Portanto, usando
determinados princípios padronizados e geralmente aceitos, os contabilistas preparam
demonstrações financeiras que reconhecem as receitas no momento da venda (tenha o
pagamento sido recebido ou não) e reconhecem as despesas no momento em que são
incorridas. Essa abordagem é conhecida como regime de competência. O administrador
financeiro, por outro lado, enfatiza os fluxos de caixa, as entradas e saídas de dinheiro. Ele
mantém a empresa solvente, planeando os fluxos de caixa necessários para que ela honre suas
obrigações e adquira os activos necessários para realizar suas metas.

O administrador financeiro aplica esse regime de caixa para reconhecer as receitas e


despesas apenas quando das entradas e saídas efectivas de caixa. Independentemente de seus
lucros ou prejuízos, cada empresa precisa ter fluxo de caixa suficiente para atender suas
obrigações à medida que se tornem devidas.

A segunda grande diferença entre finanças e contabilidade tem a ver com a tomada de
decisões. Os contabilistas dedicam a maior parte de seus esforços (ou seja, o seu foco) é à colecta
e apresentação de dados financeiros. Os administradores financeiros têm como seu foco avaliar
as demonstrações contábeis, desenvolvendo mais dados e tomam decisões com base na análise
marginal resultante. É claro que isso não quer dizer que os contabilistas jamais tomem decisões,
ou que os administradores financeiros jamais colectem dados.

7. Quais as principais actividade do administrador financeiro relacionadas com o


balanço patrimonial da empresa?

Resposta:

Para além do envolvimento constante com a análise e o planeamento financeiros, as


principais actividades dos administradores financeiros são tomar decisões de investimento e de
financiamento. Portanto, as decisões de investimento determinam a combinação e os tipos dos
activos que a empresa detém. Por outro lado, as de financiamento determinam a combinação e os
tipos de financiamento por ela usados. Essas decisões podem ser mais facilmente compreendidas
por meio do balanço patrimonial. Entretanto as decisões são efectivamente tomadas com base

Autor: Rosângelo Paúnde Página 16


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nos efeitos do fluxo de caixa (diferença entre recebimentos e pagamentos) sobre o valor geral da
empresa.

8. Que papel os mercados financeiros desempenham em nossa economia?

Resposta:

Sabendo que, os mercados financeiros são fóruns em que ofertantes e demandantes de


fundos podem realizar negócio directamente e, os ofertantes por causa disso mesmo, sabem a
quem seus recursos foram emprestados ou onde foram investidos, desempenham um papel
fundamental na economia visto que eles são responsáveis por canalizar os recursos de pessoas
que poupam (ou seja, que tem renda maior que sua disposição em gastar) para aqueles que
desejam gastar mais do que sua disponibilidade, quer seja em forma de consumo ou de
investimento. Essa transferência de fundos permite que pessoas com boas oportunidades de
investimento, mas com poucos recursos correntes, possam expandir a produção de bens e
serviços na economia. Da mesma forma, os consumidores podem planear seu consumo, optando
por consumir no presente mais do que sua renda ou deixar para posterior o consumo,
aumentando assim o nível de bem-estar na sociedade.

9. O que são mercados primários e mercados secundários?

Resposta:

O mercado primário é o mercado financeiro no qual ocorrem as emissões iniciais de


títulos, ou seja, é o único mercado no qual o emitente está directamente envolvido na transação.
Por conseguinte, o mercado secundário é o mercado financeiro no qual são negociados títulos
previamente emitidos.

10. Que relação existe entre instituições financeiras e mercados financeiros?

Resposta:

A relação que existe entre as instituições financeiras e mercados financeiros é de


dependência, na medida em que, as instituições financeiras participam activamente dos mercados
financeiros na qualidade de ofertantes e demandantes de fundos, na comora e venda de
obrigações e de acções.
Autor: Rosângelo Paúnde Página 17
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11. O que é o mercado de capitais? E, diga quais os principais títulos nele negociados.

Resposta:

O mercado de capitais é aquele que permite transações entre ofertantes e demandantes de


fundos de longo prazo, como as emissões de títulos de empresas e órgãos governamentais. A
espinha dorsal desse tipo de mercado é formada pelos mercados de corretagem e de distribuição,
que fornecem um fórum para transações com obrigações e acções. Assim, os principais títulos
dos mercados de capitais são as obrigações (dívida de longo prazo) e as acções. As obrigações
são instrumentos de dívida de longo prazo usados por empresas e órgãos governamentais para
levantar grandes somas de dinheiro, geralmente junto a um grupo variado de aplicadores. As
obrigações emitidas por empresas costumam pagar juros semestrais a uma determinada taxa de
juros contratual. Apresentam vencimento inicial entre 10 e 30 anos e valor de face, ou nominal,
de $1.000,00 a ser restituído na data de vencimento ordinárias e preferenciais (títulos de
participação accionária, ou propriedade).

12. O que é o mercado monetário?

Resposta:

O mercado monetário é criado por uma relação financeira entre ofertantes e demandantes
de fundos de curto prazo (com vencimento em um ano ou menos). Os mercados monetários
existem porque algumas pessoas físicas, empresas, órgãos governamentais e instituições
financeiras dispõem de fundos temporariamente ociosos (aqueles que não estão investidos numa
conta para gerar lucros) aos quais desejam dar uso remunerado. Ao mesmo tempo, outras
pessoas físicas, empresas, órgãos governamentais e instituições financeiras têm necessidade
sazonal ou temporária de financiamento. O mercado monetário aproxima esses ofertantes e
demandantes de fundos de curto prazo. A maior parte das transações do mercado monetário se dá
em títulos negociáveis (que são instrumentos de dívida de curto prazo, como Letras do Tesouro,
notas promissórias comerciais e certificados de depósito negociáveis), emitidos,
respectivamente, pelo governo, por empresas e por instituições financeiras.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 18

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