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Apostila de

Matemática

1º Ano – Ensino Médio

2º Semestre

2023

Nome: ___________________________________________________
Sumário

Introdução à Matemática Financeira .................................................................................................. 2


Progressão Aritmética ....................................................................................................................... 12
Progressão Geométrica ..................................................................................................................... 17
Introdução à Geometria .................................................................................................................... 25
Triângulos: Classificação por lados, perímetro e área ....................................................................... 33
Triângulos: Teorema de Tales e Semelhança de Triângulos .............................................................. 40
Triângulos: Teorema de Pitágoras e Relações métricas .................................................................... 52
Triângulos: Relações Trigonométricas ............................................................................................... 58
Triângulos: Relações Trigonométricas II ............................................................................................ 66
Polígonos ........................................................................................................................................... 72
Circunferências.................................................................................................................................. 76

“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o
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1
Introdução à Matemática Financeira

1. Revisão de Porcentagem

Porcentagem é uma fração de denominador 100, ou seja, ao escrevermos x% estamos representando o


𝐱
número .
𝟏𝟎𝟎
𝐱
𝐱% =
𝟏𝟎𝟎

Exemplos Resolvidos

Escreva como fração e número decimal as porcentagens a seguir:

a) 34% b) 423% c) 1000%

34 423 1000
34% = = 0,34 423% = = 4,23 1000% = = 10
100 100 100

Toda razão é proporcional a uma razão centesimal, ou seja, uma razão com denominador 100. Podemos
representar a razão centesimal de diversas formas:
2 40
= = 0,4 = 40%
5 100

Cálculo de uma porcentagem


𝑝
Para calcularmos uma porcentagem 𝑝% de um valor 𝑉 devemos multiplicar a fração por 𝑉.
100

Exemplos Resolvidos

Calcule as porcentagens a seguir:

a) 15% de 300 b) 423% de 2 c) 1000% de 32

15 423 846 1000


∙ 300 = 15 ∙ 3 = 45 ∙2= = 8,46 ∙ 32 = 320
100 100 100 100

2
Acréscimo e desconto percentual

1.2.1. Acréscimo percentual


Para acrescentarmos um percentual X% a um determinado valor V, devemos fazer:
𝐱
𝑽𝒏𝒐𝒗𝒐 = 𝐕 + ( 𝐗% ∙ 𝐕) = 𝐕 + ( ∙ 𝐕)
𝟏𝟎𝟎

Exemplos Resolvidos

Uma Bolsa custava R$ 60,00 e sofreu um acréscimo de 30% em seu valor. Qual o novo valor
da bolsa?
V = R$ 60,00
X% = 30%
30
𝑉𝑛𝑜𝑣𝑜 = 60 + (30% ∙ 60) = 60 + ( ∙ 60) = 60 + 18 = 78.
100
O novo valor da bolsa é R$ 78,00.

1.2.2. Desconto percentual


Para descontarmos um percentual X% de um determinado valor V, devemos fazer:
𝐱
𝑽𝒏𝒐𝒗𝒐 = 𝐕 − ( 𝐗% ∙ 𝐕) = 𝐕 − ( ∙ 𝐕)
𝟏𝟎𝟎

Exemplos Resolvidos

Um produto custa R$ 200,00. Para pagamento à vista há um desconto de 20%, qual o valor
se o pagamento for à vista?
V = R$ 200,00
X% = 20%
20
𝑉𝑛𝑜𝑣𝑜 = 200 − (20% ∙ 200) = 200 − ( ∙ 200) = 200 − 40 = 160.
100
O valor do produto para pagamento à vista será R$ 160,00.

Acréscimos e Descontos sucessivos


Ao fazermos acréscimos e descontos percentuais sucessivos, ou seja, seguidos, o valor total sobre o qual
calculamos a porcentagem MUDA, e assim devemos usar um NOVO VALOR para a próxima operação. Não podemos
simplesmente somar os percentuais.

3
Exemplos Resolvidos

João consultou o preço de um produto em duas lojas. Tanto na loja A quanto na loja B, o
produto custava R$ 100,00.
Uma semana depois, a loja A aumentou o produto em 10% e na semana seguinte
aumentou mais 10%. Neste mesmo período, a loja B aumentou o produto em 20%. Em
qual loja o produto está mais barato?

Loja A
Calculando o primeiro aumento temos:
10
𝑉1 = 100 + (10% ∙ 100) = 100 + ൬ ∙ 100൰ = 100 + 10 = 110
100
Para calcular o segundo aumento, devemos usar o novo valor R$ 110,00 e não mais R$
100,00, temos:
10
𝑉2 = 110 + (10% ∙ 110) = 110 + ൬ ∙ 110൰ = 110 + 11 = 121
100
Após os dois aumentos, a loja A está cobrando R$ 121,00.

Loja B
Calculando o aumento de 20% da loja B, temos:
20
𝑉𝑛𝑜𝑣𝑜 = 100 + (20% ∙ 100) = 100 + ൬ ∙ 100൰ = 100 + 20 = 120
100
O novo valor da loja B é R$ 120,00.
Sendo assim, a loja B está vendendo o produto mais barato.

Com o exemplo dado, podemos perceber que dois aumentos sucessivos de 10% não é a
mesma coisa do que aumentar 20% de uma vez só.

2. Revisão sobre Regra de Três

Regra de Três Simples


Em uma proporção, os valores a e b são dois valores da grandeza A, e c e d os valores correspondentes da
grandeza B, chamamos de regra de três simples o processo prático para determinar um desses quatro valores, sendo
que conhecemos três deles.

Grandeza A Grandeza B

a c

b d

No caso de grandezas diretamente proporcionais, temos que a razão de A é igual à razão de B, ou seja:
𝑎 𝑐
= → 𝑎𝑑 = 𝑏𝑐.
𝑏 𝑑

4
Exemplos Resolvidos

Calcule a altura de uma torre que projeta uma sombra de 28,80 m no mesmo instante em
que uma árvore de 4,20 m de altura, plantada verticalmente, projeta uma sombra de 3,60
m.

Aplicando a regra de três simples, temos:

Altura Sombra
𝑥 28,8
4,2 3,6

Como a altura e a sombra são grandezas diretamente proporcionais, pois ao aumentarmos


a altura, a sombra também aumentará, temos:

𝑥 28,8
=
4,2 3,6
3,6𝑥 = 28,8 . 4,2
120,96
𝑥= = 33,6 𝑚
3,6

Não faz sentido? Para uma altura de 4,2 m tínhamos uma sombra de apenas 3,6 m. Agora a
altura deverá ser de 33,6 m para uma sombra de 28,8 m. Ou seja, AUMENTANDO a altura de
um objeto, AUMENTAMOS a altura de sua sombra. Da mesma maneira, DIMINUINDO a altura
de um objeto, DIMINUIMOS a altura de sua sombra.

Quando as grandezas são inversamente proporcionais, sabemos a razão de A é igual ao inverso da razão de
B, ou seja:
𝑎 𝑑
= → 𝑎𝑐 = 𝑏𝑑
𝑏 𝑐

Exemplos Resolvidos

A ração existente em um quartel de cavalaria é suficiente para alimentar 30 cavalos


durante 30 dias. Quantos dias duraria a ração se existissem apenas 20 cavalos?

Aplicando a regra de três simples, temos:


Cavalos Dias
30 30
20 x

5
Como as duas grandezas são inversamente proporcionais, pois ao diminuirmos o número de
cavalos, aumentaremos o número de dias que eles poderão ser alimentados com a mesma
quantidade de ração, temos:

30 𝑥
=
20 30
20𝑥 = 30 . 30
20𝑥 = 900
900
𝑥= = 45 𝑑𝑖𝑎𝑠
20

Não faz sentido? Para 30 cavalos poderíamos sustentá-los por 30 dias, agora com apenas 20
cavalos podemos sustentá-los por 45 dias. Ou seja, DIMINUINDO o número de cavalos
AUMENTAMOS o número de dias. Da mesma maneira, AUMENTANDO o número de cavalos
DIMINUIMOS o número de dias.

3. Noções de Matemática Financeira

Conceitos Básicos
Capital (C): é o valor aplicado ou emprestado.
Tempo (t): quantidade de períodos de investimento ou empréstimo, isto é, número de meses, anos, dias,
dependendo do período da taxa de juros.
Juros (J): representam a remuneração do capital, ou seja, o quanto houve de aumento.
Taxa de juros (i): indica qual a remuneração a ser paga por período, no cálculo utilizamos em número decimal
ou fracionário.
Montante (M): é o valor final da aplicação, corresponde ao capital + juros.

Regime de Juros
Há dois tipos de regime de juros:

Juros Simples: os juros de cada intervalo de tempo são sempre calculados com base no valor aplicado, ou seja,
sobre o capital. Para calcular os juros simples e o montante utilizamos as funções:

𝑱 = 𝑪∙𝒊∙𝒕 e 𝑴= 𝑪+𝑱
Juros Compostos: os juros de cada intervalo de tempo são calculados a partir do saldo inicial do intervalo.
Neste caso, os juros de cada intervalo são incorporados, ou seja, somados ao capital inicial e passam a render juros
também, é conhecido também como juros sobre juros. É o regime de aplicação mais utilizado nas operações
envolvendo dinheiro. As funções são:

𝑴 = 𝑪 ∙ (𝟏 + 𝒊)𝒕 e 𝑱= 𝑴−𝑪

6
Momento Atenção

A taxa de juros e o período de investimento devem estar na mesma unidade de


medida. Por exemplo: se a taxa é dada em anos e o período em meses, precisamos
converter um dos dois.

Exemplos Resolvidos

1. Qual o valor dos juros que teremos em 4 meses se aplicarmos um capital inicial de
R$5.000,00 a juros simples de 5% ao mês?

Resolução:

No enunciado do problema temos os seguintes dados:


C= R$ 5.000,00
i = 5 % ao mês
t = 4 meses

Além disso, o enunciado nos diz que o regime é de juros simples. Então para encontrarmos
o valor dos juros, vamos substituir os dados do problema na fórmula 𝐽 = 𝐶 ∙ 𝑖 ∙ 𝑡, temos:
5
𝐽 = 5000 ∙ ∙ 4 = 1000.
100

Resposta: O valor dos juros do período é R$ 1.000,00.

2. Um capital de R$2.500,00 foi aplicado a juros compostos à taxa mensal de 2%.


Após um período de 2 meses, qual o valor de juros resultantes dessa aplicação?

Resolução:

No enunciado do problema temos os seguintes dados:


C= R$ 2.500,00
i = 2 % ao mês
t = 2 meses
Além disso, o enunciado nos diz que o regime é de juros compostos. Neste caso,
precisamos encontrar o valor do montante usando a fórmula 𝑀 = 𝐶 ∙ (1 + 𝑖)𝑡 , temos:
2 2
𝑀 = 2500 ∙ (1 + )
100
𝑀 = 2500 ∙ (1 + 0,02)2
𝑀 = 2500 ∙ (1,02)2
𝑀 = 2500 ∙ 1,0404
𝑀 = 2601
Agora podemos descobrir o valor dos juros, sabendo que 𝐽 = 𝑀 − 𝐶, temos: 𝐽 = 2601 −
2500 = 101.

Resposta: O valor dos juros do período é R$ 101,00.

7
3. Um capital de R$ 12.250,00 é aplicado a juros simples durante 2 anos, sob taxa
de juros de 5% ao mês. Determine o valor dos juros e do montante no final do
período.

Resolução:

No enunciado do problema temos os seguintes dados:


C= R$ 12.250,00
i = 5 % ao mês
t = 2 anos

Além disso, o enunciado nos diz que o regime é de juros simples.


Antes de tudo, precisamos observar que a taxa de juros está em meses e o tempo em anos,
para utilizarmos a fórmula, vamos transformar o tempo em meses. Cada ano possui 12
meses, logo 2 anos possui 24 meses.

Agora vamos calcular o valor dos juros usando a fórmula 𝐽 = 𝐶 ∙ 𝑖 ∙ 𝑡, temos: 𝐽 = 12250 ∙
5
∙ 24 = 14700.
100
Para calcularmos o montante, vamos usar que:
𝑀 = 𝐶 + 𝐽 = 12250 + 14700 = 26950

Resposta: O valor dos juros do período é R$ 14.700,00 e o montante é R$ 26.950,00.

3.2.1. Comparação entre juros


Comparando as fórmulas de juros entre o simples e o composto, percebemos que a de juros composto é
exponencial, enquanto a de juros simples é linear. Então, a tendência é que esse montante dos juros compostos vá
crescendo cada vez mais.

Exemplos Resolvidos

1. Um capital inicial de R$ 1.000,00 é aplicado a uma taxa de juros de 20% ao ano


durante o período de 15 anos. Quanto será o montante final desta aplicação se
adotarmos:

a) Regime de Juros Simples;


b) Regime de Juros Compostos.

Resolução:

C = R$ 1.000,00
i = 20% ao ano
t = 15 anos

vamos calcular para o caso (a) e o caso (b).

8
a) Juros simples

Nesse caso, usaremos fórmula 𝐽 = 𝐶 ∙ 𝑖 ∙ 𝑡 e substituindo os valores, temos:


20
𝐽 = 1000 ∙ ∙ 15
100
𝐽 = 3000

O montando acumulado é obtido pela fórmula 𝑀 = 𝐶 + 𝐽 e substituindo os valores,


temos:
𝑀 = 1000 + 3000
𝑀 = 4000

No caso de juros simples, temos o montante de R$ 4.000,00.

b) Juros compostos

Nesse caso, o montante é calculado pela fórmula 𝑀 = 𝐶 ∙ (1 + 𝑖)𝑡 . Assim, substituindo


os valores, temos:
20
𝑀 = 1000 ∙ (1 + )15
100
𝑀 = 15407,02

No caso de juros compostos, temos o montante de R$ 15.407,02.

Podemos comparar o aumento do montante por meio de um gráfico. Calculando o montante


em cada ano, isto é, variando o t de 1 até 15, conseguimos obter o seguinte gráfico:
18000

15000

12000
Montante

9000 Montante de Juros


simples

6000 Montante de Juros


compostos
3000

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Anos

Sendo assim, vemos que com o passar dos anos, o montante acumulado por juros
compostos é muito maior que o de juros simples para os mesmos valores de C, i e t.

4. Exercícios de Fixação

1. Um capital de R$ 5.000,00 é aplicado a juros simples durante 4 anos à taxa de 20% a.a. Qual o valor dos juros ao
fim do período de aplicação?

2. Um capital de R$ 80,00 aplicado a juros simples à taxa de 2,4% a.m. Qual o montante em reais, após 45 dias?

9
3. Num balancete de uma empresa consta que certo capital foi aplicado a uma taxa de 30% ao ano durante 8 meses,
rendendo juros simples no valor de R$ 192,00. Qual foi o capital aplicado?

4. Um capital aplicado, a juros simples, a uma taxa de 20% ao ano, duplica em quanto tempo?

5. Investindo um capital a juros simples mensais de 4%, em quanto tempo você triplicará o seu capital inicial?

6. Qual é o tempo em que o capital de R$ 5.760,00, a 12% ao ano, rende R$ 2.160,00 de juros simples?

7. Elias pediu emprestado R$ 2.600,00 a juro simples com uma taxa de 2,5% ao mês. Se o montante da dívida ficou
em R$ 3.250,00, qual foi o tempo, em meses, que ele demorou para quitar sua dívida?

8. Uma pessoa deseja aplicar R$ 10.000,00 a juros compostos e no fim de 3 meses obter R$ 11.248,64. Qual deve ser
a taxa de juros? Dica: 1124864 = 29 ∙ 133

9. (Modelo Enem) Uma pessoa decidiu investir uma determinada quantia e que foram apresentadas três
possibilidades de investimento, a juros compostos, com rentabilidades líquidas garantidas pelo período de um
ano, conforme descritas:
Investimento A: 3% ao mês
Investimento B: 36% ao ano
Investimento C: 18% ao semestre
Ao final de um ano, qual o melhor investimento? Use 1,0312=1,42576

10. Se uma pessoa aplica somente 2/5 de seu capital em letras durante 90 dias, à taxa de 2,5% ao mês (juros simples)
e recebe R$ 9.600,00 de juros, então todo o seu capital é de:
a) R$ 240.000,00 b) R$ 320.000,00 c) R$ 400.000,00 d) R$ 960.000,00

11. Qual montante teremos em 4 meses se aplicarmos um capital inicial de R$5.000,00 a um juros simples de 5% ao
mês?

12. Qual o valor do capital que deve ser aplicado a juros simples durante 2 anos, sob taxa de juros de 3% ao trimestre,
para gerar juros de R$ 2.400,00?

13. Um investidor aplicou a quantia de R$ 500,00 em um fundo de investimento que opera no regime de juros simples.
Após 6 meses o investidor verificou que o montante era de R$ 560,00. Qual a taxa de juros desse fundo de
investimento?

14. Paguei de juros um total R$ 2.447,22 por um empréstimo de 8 meses a uma taxa de juro composto de 1,4% a.m.
Qual foi o capital que tomei emprestado?

15. No sistema de juros compostos com capitalização anual, um capital de R$ 20.000,00, para gerar em dois anos um
montante de R$ 28.800,00, deve ser aplicada a que taxa?

16. Qual será o montante produzido por um capital de R$ 20.000,00 empregado à taxa de 0,4% ao mês, no fim de 3
anos, 4 meses e 15 dias, utilizando o regime de juros simples? E se o regime fosse a juros compostos? Use
(1,004)40,5 = 1,1755

17. Roberto estima que, daqui a dois anos, o preço de um carro seja R$ 46.200,00. Para poder comprar o carro à vista,
daqui a dois anos, ele deposita hoje x reais e depositará mais x reais daqui a um ano, num fundo que rende 10%

10
ao ano a juros compostos, de modo que tenha exatamente esse valor (R$ 46.200,00) daqui a dois anos. Qual o
valor de x?

18. (Modelo Enem) Adolfo tem uma dívida de 12 parcelas de R$ 150,00 referentes ao cheque especial de seu banco e
cinco parcelas de R$ 80,00 referentes ao cartão de crédito. O gerente do banco lhe ofereceu duas parcelas de
desconto no cheque especial, caso Adolfo quitasse esta dívida imediatamente ou, na mesma condição, isto é,
quitação imediata, com 25% de desconto na dívida do cartão. Adolfo também poderia renegociar suas dívidas em
18 parcelas mensais de R$ 125,00. Sabendo disso, José, amigo de Adolfo, ofereceu-lhe emprestar o dinheiro que
julgasse necessário pelo tempo de 18 meses, com juros de 25% sobre o total emprestado.

A opção que dá a Adolfo o menor gasto seria:

a) Renegociar suas dívidas com o banco.


b) Pegar emprestado de José o dinheiro referente à quitação das duas dívidas.
c) Recusar o empréstimo de José e pagar todas as parcelas pendentes nos devidos prazos.
d) Pegar emprestado de José o dinheiro referente à quitação do cheque especial e pagar as parcelas do cartão de
crédito.
e) Pegar emprestado de José o dinheiro referente à quitação do cartão de crédito e pagar as parcelas do cheque
especial.

11
Progressão Aritmética

1. Sequência Numérica

Definição
Uma sequência numérica é uma função com domínio em N* = {1,2,3,4,…}. Essa função associa cada elemento
da sequência aos elementos do conjunto N* ordenando-os, ao mesmo tempo em que a função é a regra de construção
da sequência. Dizemos que uma sequência numérica é finita quando há um número determinado de elementos, os
quais chamaremos de termos. Ou, infinita quando apresenta um número infinito de termos. Além disso, as sequências
numéricas podem ser classificadas como crescente, decrescente ou constante, como é possível observar abaixo.

Exemplos Resolvidos

Exemplos de sequências numéricas:

1. (0, 2, 4, 6, 8, 10 … ): 𝑆𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑠


2. (2016, 2012, 2008, 2004, 2000 … ) 𝑆𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑏𝑖𝑠𝑠𝑒𝑥𝑡𝑜𝑠
3. (5, 5, 5, 5, 5 … ) 𝑆𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
4. (8, 16, 24, 32, 40, 48) 𝑆𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑚ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 8, 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑞𝑢𝑒 50
Obs: Apenas o 4º exemplo é uma sequência finita.

2. Progressão Aritmética (PA)

Definição
A Progressão Aritmética (PA) é definida como uma sequência numérica onde cada termo, a partir do segundo,
é obtido pela adição do termo anterior com um valor constante, chamado razão (r). Genericamente, os termos de
uma PA são representados por 𝒂𝒏 , onde n determina a posição do termo na sequência:

Por exemplo:
(𝟏, 𝟐, 𝟑, 𝟒, 𝟓, 𝟔, 𝟕, 𝟖, 𝟗, … )

No exemplo acima, temos uma progressão aritimética de razão 1, pois o segundo termo (𝑎2 = 2) é obtido
pela soma do termo anterior (𝑎1 = 1) com a razão 1:
𝑎2 = 𝑎1 + 𝑟 = 1 + 1 = 2
E assim sucessivamente:
𝑎3 = 2 + 1 = 3
{𝑎 4 = 3 + 1 = 4

12
Momento Atenção

Observe que a razão pode ser obtida pela diferença de quaisquer dois termos sucessivos:
𝒓 = 𝑎2 − 𝑎1 = 𝑎3 − 𝑎2 = ⋯ = 𝑎𝑛 − 𝑎𝑛−1

As progressões aritméticas podem ser classificadas em: crescente, decrescente e constante.

a) Crescente: Para que uma PA seja crescente a sua razão (r) deve ser positiva, ou seja, r > 0. A sequência numérica
será crescente quando cada termo, a partir do segundo, for maior que o anterior (𝒂𝒏 > 𝒂𝒏−𝟏 ). Por exemplo:
(4, 7, 10, 13, 16, ...) é uma PA crescente de razão 3 e termo inicial 4.

b) Decrescente: Uma PA será decrescente se a sua razão (r) for negativa, ou seja, r < 0. A sequência numérica será
decrescente quando cada termo, a partir do segundo, for menor que o anterior (𝒂𝒏 < 𝒂𝒏−𝟏 ). Por exemplo:
(12, 8, 4, 0, -4, ...) é uma PA decrescente de razão – 4 e de termo inicial 12.

c) Constante: Para uma P.A. ser constante, a sua razão deve ser nula, ou seja, r = 0. Todos os seus termos serão
iguais (𝒂𝒏 = 𝒂𝒏−𝟏 ). Por exemplo: (4, 4, 4, 4, 4, ...) é uma PA constante de razão nula e termo inicial 4.

Exemplos Resolvidos

Exemplos de PA com as suas razões:

1. (0, 1, 2, 3, 4, … ) com razão igual a 1.


2. (2, 2, 2, 2, 2, … ) com razão igual a 0.
3. (2, 5, 8, 11, 14, … ) com razão igual a 3.
4. (15, 10, 5, 0 , −5, … ) com razão igual a -5.

Fórmula Geral da PA
Através da fórmula abaixo, podemos observar como é feita a identificação dos elementos de uma PA.
(𝒂𝟏 , 𝒂𝟐 , 𝒂𝟑 , 𝒂𝟒 , 𝒂𝟓 , … , 𝒂𝒏 )
𝑆𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜: 𝒂𝟐 = 𝑎1 + 1. 𝑟

𝑇𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜: 𝒂𝟑 = 𝑎2 + 𝑟 = 𝑎⏟1 + 𝑟 + 𝑟 = 𝑎1 + 2. 𝑟


𝑎2
𝑄𝑢𝑎𝑟𝑡𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜: 𝒂𝟒 = 𝑎3 + 𝑟 = 𝑎⏟2 + 𝑟 + 𝑟 = 𝑎1 + 3. 𝑟
𝑎3
𝑄𝑢𝑖𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜: 𝒂𝟓 = 𝑎4 + 𝑟 = 𝑎⏟3 + 𝑟 + 𝑟 = 𝑎1 + 4. 𝑟
𝑎4
𝑛 − é𝑠𝑖𝑚𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜: 𝒂𝒏 = 𝑎𝑛−1 + 𝑟 = ⏟
𝑎𝑛−2 + 𝑟 + 𝑟 = 𝑎1 + (𝑛 − 1). 𝑟
𝑎𝑛−1

Termo geral da PA
Esta fórmula é a forma mais comum de apresentar uma progressão aritimética. A partir do termo inicial e da
razão, é possível calcular qualquer termo de ordem n, ou seja, um termo geral.

𝒂𝒏 = 𝒂𝟏 + (𝒏 − 𝟏). 𝒓
13
𝑎𝑛 = 𝑛 − é𝑠𝑖𝑚𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜;
𝑎1 = 𝑃𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎;
𝑛 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑃𝐴 𝑜𝑢 𝑎 𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜 𝑛𝑢𝑚é𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑎 𝑃𝐴;
𝑟 = 𝑅𝑎𝑧ã𝑜.
Dado dois termos quaisquer (𝑎𝑝 e 𝑎𝑘 ) de uma PA e a fórmula anterior, é possível mostrar que:

𝒂𝒑 = 𝒂𝒌 + (𝒑 − 𝒌). 𝒓

Exemplos Resolvidos

Determine o 35º termo da PA (𝟐, 𝟓, 𝟖, 𝟏𝟏, 𝟏𝟒, 𝟏𝟕 … ).

Primeiro identificamos a razão: r = 𝑎2 − 𝑎1 = 5 − 2 = 3.


A fórmula abaixo serve para identificar qualquer termo da PA:
𝒂𝒏 = 𝒂𝟏 + (𝒏 − 𝟏). 𝒓
No caso, queremos o termo de posição 35º: 𝑎35 .
𝑎35 = ?
𝑎1 = 2
𝑛 = 35
𝑟=3

𝑎35 = 2 + (35 − 1). 3 = 2 + 34.3 = 2 + 102 = 104


Portanto, o 35º termo dessa sequência é 104.

Soma dos n primeiros termos de uma PA


Ela é atribuida ao ilustre Gauss e permite o cálculo dos termos da PA a partir do primeiro termo (𝑎1 ) até o
termo de posição n (𝑎𝑛 ).

(𝒂𝟏 + 𝒂𝒏 ) × 𝒏
𝑺𝒏 =
𝟐
𝑆𝑛 = 𝑆𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑃𝐴;
𝑎1 = 𝑃𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎;
𝑎𝑛 = 𝑛 − é𝑠𝑖𝑚𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎;
𝑛 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑃𝐴;

Momento Curiosidade

Johann Carl Friedrich Gauss (1777 – 1855) foi um matemático, astrônomo e físico alemão que
contribuiu em diversas áreas da ciência. Algumas das suas contribuições são: a teoria dos
números, estatística, análise matemática, geofísica, astronomia, entre outras. Considerado
por muitos, o maior gênio matemático de todos os tempos, Gauss também ficou conhecido
como o Príncipe da Matemática.
Diz-se que certa vez um professor pediu para que os alunos somassem os números inteiros de
um a cem, e em poucos instantes o pequeno Gauss deu a resposta correta, 5050, que foi
encontrada através do raciocínio que originou a fórmula da progressão aritmética.

14
Exemplos Resolvidos

Determine a soma dos números pares compreendidos entre 2 e 200:

Somar os números pares de 2 a 200 equivale à soma dos 100 primeiros termos de uma PA
com razão 2:
𝑆100 = 2 + 4 + 6 + 8 + 10 + ⋯ + 200
𝑆100 = 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3 + 𝑎4 + 𝑎5 + ⋯ + 𝑎100

Vamos determinar então cada um dos elementos e utilizar a fórmula:


(𝑎1 + 𝑎𝑛 ) × 𝑛
𝑆𝑛 =
2
𝑎1 = 2
𝑎100 = 200
𝑛 = 100
(2 + 200) × 100 202 × 100
𝑆100 = = = 101 × 100 = 10100
2 2

A soma dos termos pares entre 2 e 200 é igual a 10100.

3. Exercícios de Fixação
1. O número de termos de uma PA, cuja razão é 9, o primeiro termo é 4 e o último 58, é:
a) 3 b) 4 c) 5 d) 6 e) 7

2. A soma dos 40 primeiros números naturais é igual a:


a) 400 b) 410 c) 670 d) 780 e) 820

3. Determine o vigésimo elemento e a soma dos 20 primeiros termos da seguinte PA: (2, 7, 12, 17, ...).

4. Um ciclista percorre 40 km na primeira hora; 34 km na segunda hora, e assim por diante, formando uma
progressão aritmética. Quantos quilômetros ele terá percorrido após 6 horas?

5. Com o intuito de construir um jogo novo, foram colocados sobre um tabuleiro de xadrez grãos de arroz da seguinte
maneira: na primeira casa, foram colocados 5 grãos; na segunda, 10; na terceira, 15; e assim por diante. Quantos
grãos de arroz foram usados nesse tabuleiro?
a) 5050 b) 6060 c) 20400 d) 10400 e) 20800

6. Determine:
a) A soma dos 10 primeiros termos da PA (2, 5, 8, …);
b) A soma dos 15 primeiros termos da PA (– 1, – 7, –13…);
c) A soma dos 20 primeiros termos da PA (0,5; 0,75; 1; …).

7. Tales, um aluno do Curso de Matemática, depois de terminar o semestre com êxito, resolveu viajar para a Europa.
O portão de Brandeburgo, em Berlim, possui cinco entradas, cada uma com 11 metros de comprimento. Tales
passou uma vez pela primeira porta, duas vezes pela segunda e assim sucessivamente, até passar cinco vezes pela
quinta. Então ele percorreu ____ metros.
a) 55 b) 66 c) 165 d) 275 e) 330

15
8. Um terreno será vendido através de um plano de pagamentos mensais em que o primeiro pagamento de R$ 500,00
será feito 1 mês após a compra, o segundo de R$ 550,00 será feito dois meses após a compra, o terceiro de R$
600,00 será feito 3 meses após a compra e assim por diante (isto é, cada pagamento mensal é igual ao anterior
com acrescido de R$ 50,00). Sabendo que o preço total do terreno é de R$ 19.500,00, calcule o número de
prestações mensais que devem ser pagas.

5𝑛−1
9. Na sequência definida por 𝑎𝑛 = , a soma dos 10 primeiros termos é igual a:
2
53 265 c) 53 d) 265 e) 53
a) b)
2 2

16
Progressão Geométrica
No capítulo anterior, foi visto que é possível formar sequências de números nas quais cada termo é igual ao
anterior somado de um valor constante. Tais sequências eram chamadas de Progressões Aritméticas (PA).
Como já foi visto, alguns exemplos de PA são: (3, 5, 7, 9, ...) de razão 2 e (10, 5, 0, -5, ...) de razão -5.
Contudo, considere agora a seguinte sequência:
(1, 2, 4, 8, 16, ...).
Tal sequência não pode ser classificada como P.A., pois não se tem uma razão constante de soma. Nela, cada
termo é igual o termo anterior multiplicado por 2. Como será visto adiante, as sequências de números desse tipo
recebem o nome de Progressões Geométricas (PG).

1. Definição
Uma progressão geométrica (PG) é uma sequência numérica em que cada termo, a partir do segundo, é igual
ao produto do seu antecessor por uma constante, geralmente indicada pela letra q, isto é:
𝒂𝒏 = 𝒂𝒏−𝟏 ∙ 𝒒 (∀𝑛, 𝑛 ≥ 2)
O temo inicial da sequência é indicado por 𝑎1 . A constante 𝒒 é chamada de razão da PG.
Note que é possível obter a razão através do quociente de dois termos consecutivos quaisquer da sequência,
ou seja:
𝒂𝒏
𝒒=
𝒂𝒏−𝟏
Assim:
𝑎2 𝑎3 𝑎4 𝑎𝑛
𝑞= = = =⋯=
𝑎1 𝑎2 𝑎3 𝑎𝑛−1

Exemplos Resolvidos

Exemplos de PG com as razões e termos iniciais.

1. (1, 2, 4, 8, 16, ...) é uma P.G. de razão 2 e termo inicial 1.


2. (7, 14, 28, 56, 112, ...) é uma P.G. de razão 2 e termo inicial 7.
15 15 1
3. (60, 30, 15, , , ...) é uma P.G. de razão e termo inicial 60.
2 4 2
4. (1, -3, 9, -27, 81, ...) é uma P.G. de razão -3 e termo inicial 1.

2. Progressões geométricas crescentes, decrescentes, constantes e oscilantes

Progressões geométricas crescentes


Observe a seguinte Progressão Geométrica, de termo inicial 2 e razão 3:
(2, 6, 18, 54, ...)
Note que cada termo é maior que o seu antecessor: 6 é maior que 2, 18 é maior que 6 e assim sucessivamente.
Por conta disso, a PG apresentada é chamada crescente.
De uma forma geral, uma PG é considerada crescente se cada um de seus termos, a partir do segundo, for
maior do que o seu antecessor, ou seja:
𝒂𝒏 > 𝒂𝒏−𝟏

No caso da PG apresentada, tem-se 𝑎1 = 2 e 𝑎2 = 6. Logo, 𝑎2 > 𝑎1 . Além disso, 𝑎2 = 6 e 𝑎3 = 18, portanto,


𝑎3 > 𝑎2 . Da mesma forma, 𝑎4 > 𝑎3 , 𝑎5 > 𝑎4 e assim sucessivamente.
Observe agora a PG:
𝟏 𝟏 𝟏
(−𝟏, − , − , − , … )
𝟐 𝟒 𝟖

17
1
Nessa PG, tem-se que o primeiro termo é igual a -1 e que a razão é igual a . Note que ela também é crescente,
2
1 1 1
pois − > −1, − > − , e assim por diante. Cada termo da PG é “menos negativo” que o anterior.
2 4 2
Dessa forma, tem-se que as condições para uma PG ser crescente são:
𝒒 > 𝟏 𝒆 𝒂𝟏 > 𝟎 𝐨𝐮 𝐞𝐧𝐭ã𝐨 𝟎 < 𝒒 < 𝟏 𝒆 𝒂𝟏 < 𝟎

Outros Exemplos:
(1, 3, 9, 27, 81,...) é uma PG crescente de razão 3 e termo inicial 1.
1 1
(-8, -4, -2, -1, − ,...) é uma PG crescente de razão e termo inicial -8.
2 2

Progressões geométricas decrescentes


Considere, agora, as seguintes Progressões Geométricas:
(-2, -6, -18, -54,...)
𝟏 𝟏 𝟏
(𝟏, , , , … )
𝟐 𝟒 𝟖

Note que, em ambas as sequências, cada termo é menor que o seu antecessor. Isto é, -6 é menor que -2 (pois
1 1 1
é “mais negativo”), -18 é menor que -6 e assim sucessivamente, bem como é menor que 1, é menor que e assim
2 4 2
por diante. Por isso, as PGs apresentadas são chamadas decrescentes.
Generalizando de maneira análoga às PGs crescentes, uma PG é considerada decrescente se cada um de seus
termos, a partir do segundo, for menor do que o seu antecessor, ou seja:
𝒂𝒏 < 𝒂𝒏−𝟏

Para que isso aconteça, é necessário e suficiente que:


𝒒 > 𝟏 𝒆 𝒂𝟏 < 𝟎 𝒐𝒖 𝒆𝒏𝒕ã𝒐 𝟎 < 𝒒 < 𝟏 𝒆 𝒂𝟏 > 𝟎

Outros Exemplos:
(-1, -4, -16, -64, -256, ...) é uma PG decrescente de razão 4 e termo inicial -1.
1 1
(64, 16, 4, 1, , ...) é uma PG decrescente de razão e termo inicial 64.
4 4

Progressões geométricas constantes


Pense numa sequência na qual todos os números são iguais, como:
(2, 2, 2, 2, ...)
Essa sequência também pode ser considerada uma PG, pois cada um dos seus termos é igual ao seu antecessor
multiplicado por 1. Sempre que isso acontece, a sequência é chamada de PG constante. Em geral, PGs constantes
possuem razão 1, como a do exemplo acima, ou tem todos os membros iguais a 0, caso no qual não é possível
determinar uma razão.

Outros Exemplos:
(7, 7, 7, 7, 7, ...) é uma PG constante de razão 1 e termo inicial 7.
(0, 0, 0, 0, 0, ...) é uma PG constante cujo termo inicial é 0.

Progressões geométricas oscilantes (ou alternantes)


Observe, por fim, a seguinte Progressão Geométrica, de termo inicial 2 e razão -3:
(2, -6, 18, -54, ...)
Note que nela alguns termos são maiores que os seus antecessores (18 é maior do que -6, por exemplo),
enquanto outros termos são menores que os seus antecessores (-6 é menor do que 2, por exemplo). Nesse caso, não
se pode dizer que a PG seja crescente nem decrescente.
Perceba, ainda, que os termos positivos e negativos se alternam: 2 é positivo, -6 é negativo, 18 é positivo, -54
é negativo e assim por diante. Por isso, a PG apresentada é chamada oscilante (ou alternante).
De forma geral, uma PG é considerada oscilante se todos os seus termos forem diferentes de zero e dois
termos consecutivos quaisquer tiverem sinais opostos. Para que isso aconteça, é necessário e suficiente que:
𝒒 < 𝟎 𝒆 𝒂𝟏 ≠ 𝟎

18
Outros Exemplos:
(1, -3, 9, -27, 81, ...) é uma PG oscilante de razão -3 e termo inicial 1.
(-3, 6, -12, 24, -48, ...) é uma PG oscilante de razão -2 e termo inicial -3.

3. Fórmula do Termo Geral


Seja a Progressão Geométrica a seguir, de razão 2 e termo inicial 3:
(3, 6, 12, 24, ...)
Já se sabe que cada termo pode ser escrito como o anterior multiplicado pela razão: 6 = 3 ∙ 𝟐, 12 = 6 ∙ 𝟐 e
assim por diante. No entanto, suponha que seja necessário saber o valor do vigésimo quinto (25º) termo da sequência.
Será possível encontrá-lo sem efetuar as 24 multiplicações consecutivas?
A resposta é sim, pois é possível expressar cada termo da PG em função apenas do seu primeiro termo e da
sua razão. Note que:
𝑎1 = 3 = 3 ∙ 20
𝑎2 = 6 = 3 ∙ 21
𝑎3 = 12 = 3 ∙ 22
𝑎4 = 24 = 3 ∙ 23
Chega-se, portanto, à conclusão de que o termo 𝑎𝑛 pode ser escrito como:
𝒂𝒏 = 𝟑 ∙ 𝟐𝒏−𝟏
Tal expressão é conhecida como a fórmula do termo geral dessa PG em particular, e possibilita que se
encontre qualquer termo da sequência a partir do termo inicial e da razão.
Logo, o 25º termo que procuramos pode ser calculado da seguinte maneira:
𝑎25 = 3 ∙ 225−1 = 3 ∙ 224 = 3 ∙ 16.777.216 = 50.331.648

Para o caso geral de uma PG de termo inicial a1 e razão q, observe que:


𝑎1 = 𝑎1 ∙ 𝑞 0
𝑎2 = 𝑎1 ∙ 𝑞 = 𝑎1 ∙ 𝑞1
𝑎3 = 𝑎2 ∙ 𝑞 = 𝑎1 ∙ 𝑞 2
𝑎4 = 𝑎3 ∙ 𝑞 = 𝑎1 ∙ 𝑞 3

Momento Atenção

A partir do raciocínio acima, é possível provar, por recorrência, a seguinte relação, chamada
de fórmula do termo geral de uma PG.
𝒂𝒏 = 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝒏−𝟏

Repare que a partir dessa fórmula, é possível calcular qualquer termo de uma PG, sendo necessário apenas
saber o seu termo inicial e a sua razão.

19
Exemplos Resolvidos

A sequência (2, 6, 18, ...) é uma progressão geométrica. Determine o seu 6º termo.

Vamos primeiro determinar o seu termo inicial e sua razão:


𝑎2 6
𝑎1 = 2; 𝑞 = = =3
𝑎1 2
Então podemos calcular 𝑎6 por meio da fórmula do termo geral:

𝑎6 = 𝑎1 ∙ 𝑞 6−1 = 2 ∙ 35 = 2 ∙ 243 ⇒ 𝒂𝟔 = 𝟒𝟖𝟔

Agora, sendo 𝑎𝑛 e 𝑎𝑝 termos quaisquer de uma PG de razão q, tem-se, como decorrência da fórmula do termo
geral, que:
𝑎𝑛 = 𝑎𝑝 ∙ 𝑞 𝑛−𝑝
Por exemplo:
𝑎5 = 𝑎2 ∙ 𝑞 3

Momento Dica

É comum representar algumas progressões geométricas conforme descrito abaixo. Essas


representações podem ajudar na resolução de certos exercícios. Dizemos que escrevemos a
PG em função do termo central (𝒙).
𝑥 𝑥 𝑥
PG de três termos: ( , 𝒙, 𝑥. 𝑞); PG de cinco termos: ( , , 𝒙, 𝑥. 𝑞, 𝑥. 𝑞 2 ).
𝑞 𝑞2 𝑞

4. Soma dos primeiros 𝒏 termos de uma PG


Considere, agora, a Progressão Geométrica a seguir, de razão 2 e termo inicial 5:
(5, 10, 20, 40, ...)
Suponha que queremos saber a soma dos 4 primeiros termos dessa PG. Obter esse resultado é fácil, só
precisamos fazer a seguinte conta: 𝑺𝟒 = 𝟓 + 𝟏𝟎 + 𝟐𝟎 + 𝟒𝟎 = 𝟕𝟓.
Imagine agora que queremos a soma dos 10 primeiros termos da PG apresentada. Nesse caso, simplesmente
somar cada termo é trabalhoso e demorado. Felizmente, existe uma fórmula que facilita o cálculo da soma dos
primeiros n termos de uma PG qualquer, sendo necessário apenas saber o seu termo inicial e a sua razão. Ela é
mostrada a seguir.
A soma dos primeiros 𝑛 termos de uma PG, cuja razão 𝑞 é diferente de 1, é dada por:

𝒂𝟏 ∙ (𝒒𝒏 − 𝟏)
𝑺𝒏 =
𝒒−𝟏

Portanto, temos que a soma dos dez primeiros termos da PG apresentada acima, é:

𝑎1 ∙ (𝑞 𝑛 − 1) 5 ∙ (210 − 1)
𝑆10 = = = 5115
𝑞−1 2−1

20
Momento Curiosidade

O livro “O homem que calculava”, de Malba Tahan,


conta uma lenda sobre a origem do jogo de xadrez.
Nessa história, um rico rei indiano, deprimido depois da
morte de seu filho em um campo de batalha, recebe um jovem
brâmane em seu palácio. O jovem traz um presente destinado
a melhorar o ânimo do rei: um tabuleiro de um jogo que ele
mesmo criou, o xadrez. O rei, fascinado com o jogo, se propõe
a recompensar o jovem por seu invento.
O jovem, então, sugere que o rei lhe dê um grão de trigo
pela primeira casa do tabuleiro, dois pela segunda, quatro pela
terceira, oito pela quarta e assim por diante até a sexagésima
quarta e última casa. O rei, achando que o pedido do jovem era
baixíssimo, concorda em realizar o pagamento. Você,
no lugar do monarca, pensaria a mesma coisa?
Utilizando a fórmula para a soma dos n primeiros
termos de uma PG, podemos calcular quantos grãos de trigo
foram pedidos pelo jovem, conforme mostrado abaixo:
P.G.: (1,2, 4, 8, 16, ...).
𝑎2 2 1 ∙ (264 − 1)
𝑎1 = 1; 𝑞 = = = 2; 𝑛 = 64 → 𝑆64 =
𝑎1 1 2−1

𝑆𝑛 = 264 − 1 = 18.446.744.073.709.551.615 grãos de trigo.

O rei ficou em apuros. Seus calculistas estimaram que nem mesmo toda a produção
de trigo da Índia durante dois mil anos seria suficiente para pagar a promessa.

Exemplos Resolvidos

O contágio de um vírus X segue uma Progressão Geométrica de razão 3. Isto é, se 1 pessoa


está infectada no dia 1, ela irá passar o vírus para 3 pessoas no dia 2, essas irão contagiar
3 pessoas cada uma, ou seja, teremos mais 9 pessoas infectadas no dia 3. Sendo assim, o
contágio do vírus X segue a seguinte sequência numérica:
(1, 3, 9, ...)
Qual o total de pessoas infectadas após 10 dias se nenhuma precaução foi tomada e
nenhuma pessoa se curou da doença?
Dada a sequência numérica, temos: 𝑎1 = 1; 𝑞 = 3; 𝑛 = 10

O total de pessoas infectadas é a soma de pessoas infectadas no dia 1, mais as pessoas


infectadas no dia 2, mais as pessoas infectadas no dia 3 e assim por diante. Então, temos que
a soma é dada por:

𝑎1 ∙ (𝑞𝑛 − 1) 1 ∙ (310 − 1) 59048


𝑆10 = = ⇒ 𝑆10 = = 𝟐𝟗𝟓𝟐𝟒 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔
𝑞−1 3−1 2

21
A seguir, é mostrada uma justificativa da fórmula apresentada nessa seção:
Considere a soma dos primeiros 𝑛 termos de uma PG:
𝑺𝒏 = 𝒂𝟏 + 𝒂𝟐 + 𝒂𝟑 + ⋯ + 𝒂𝒏−𝟏 + 𝒂𝒏 Equação 1

Ao se multiplicar ambos os lados da Equação 1 pela razão 𝑞, obtem-se:


𝑆𝑛 ∙ 𝑞 = 𝑎1 ∙ 𝑞 + 𝑎2 ∙ 𝑞 + 𝑎3 ∙ 𝑞 + ⋯ + 𝑎𝑛−1 ∙ 𝑞 + 𝑎𝑛 ∙ 𝑞
𝑺𝒏 ∙ 𝒒 = 𝒂𝟐 + 𝒂𝟑 + 𝒂𝟒 + ⋯ + 𝒂𝒏 + 𝒂𝒏 ∙ 𝒒 Equação 2

Note que, ao passar o 𝒂𝟏 da Equação 1 para o outro lado, ficamos com:


𝑺𝒏 − 𝒂𝟏 = 𝒂𝟐 + 𝒂𝟑 + ⋯ + 𝒂𝒏−𝟏 + 𝒂𝒏 Equação 3

Assim, se substituirmos o termo em laranja da Equação 3 nos termos em azuis da Equação 2, ficamos com:
𝑺𝒏 ∙ 𝒒 = 𝑺𝒏 − 𝒂𝟏 + 𝒂𝒏 ∙ 𝒒

𝑆𝑛 ∙ 𝑞 − 𝑆𝑛 = − 𝑎1 + 𝑎𝑛 ∙ 𝑞

𝑆𝑛 ∙ (𝑞 − 1) = − 𝑎1 + 𝑎1 ∙ 𝑞 𝑛−1 ∙ 𝑞

𝑆𝑛 ∙ (𝑞 − 1) = 𝑎1 ∙ (𝑞 𝑛 − 1)

𝒂𝟏 ∙ (𝒒𝒏 − 𝟏)
𝑺𝒏 =
𝒒−𝟏

5. Soma dos termos de uma PG infinita


Consideremos, agora, uma PG de razão entre -1 e 1:
−1 < 𝑞 < 1.
Nesse caso, à medida que o número de elementos n da PG aumenta indefinidamente (ou seja, tende ao
infinito), a expressão 𝑞 𝑛 se aproxima cada vez mais de zero (tende a zero). Para se calcular a soma de uma PG com
infinitos elementos, pode-se, então, substituir 𝑞 𝑛 por zero na fórmula da soma dos primeiros n termos de uma PG.
Com isso, obtém-se:
𝑎1 ∙ (𝑞 𝑛 − 1) 𝑎1 ∙ (0 − 1) 𝑎1 𝑎1
𝑆𝑛 = → 𝑆∞ = ⇒ 𝑆∞ = − ⇒ 𝑆∞ =
𝑞−1 𝑞−1 𝑞−1 1−𝑞

Portanto, se −𝟏 < 𝒒 < 𝟏 a fórmula da soma dos termos de uma PG infinita é dada por:
𝒂𝟏
𝑺∞ =
𝟏−𝒒

Exemplos Resolvidos

𝟓
Uma determinada planta cresce 15 cm na primeira semana, 5 cm na segunda semana, cm
𝟑
na terceira semana e assim por diante. Qual altura dela ao final de seu crescimento
(quando o crescimento será 0 em determinada semana)?
5
A sequência de crescimento da planta segue a PG infinita: 15 + 5 + + ⋯
3
𝑎2 5 1
𝑎1 = 15; 𝑞 = = =
𝑎1 15 3
A soma pedida é uma soma infinita de uma PG com −1 < 𝑞 < 1, dada por:
𝑎1 15 45
𝑆∞ = → 𝑆8 = = = 𝟐𝟐, 𝟓 𝒄𝒎 𝒅𝒆 𝒂𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂
1−𝑞 1 2
1−
3

22
6. Exercícios de Fixação
1. Dada a progressão geométrica (1, 3, 9,...), determine:
a) A sua razão
b) O termo geral da P.G.
c) O seu sétimo termo
d) A soma dos seus seis primeiros termos.

2. Em uma P.G., o quinto termo é 3 e a razão é √3. O nono termo vale:


a) 6 b) 27 c) 18 d) 81 e) 24

3. Em uma P.G. crescente, o primeiro termo é 4 e o quinto termo é 324. A razão dessa P. G. é:
a) 3 b) 4 c) 5 d) 2 1
e)
2

4. Qual o primeiro termo de uma PG com 8 termos, onde o último vale -1 e a razão 1/2?
a) –128 b) –64 c) –156 d) 2 e) 200

5. Numa P.G., tem-se que 𝑎4 = 54 e 𝑎7 = 1.458. Qual é o valor de 𝑎3 ?

6. Encontre o valor de x, sabendo que a sequência (7, x, 112) é uma P.G. crescente.

7. A sequência (x, - 4, 16, y) é uma P.G. finita. Qual o valor de x + y?


a) 257 b) –63 c) 64 d) 65 e) –65

8. Ao arrumar seu quintal, Maria resolve enrolar uma mangueira para guardá-la. A primeira volta tem 20 cm e, a
partir dela, cada volta é cinco vezes maior. Sabendo-se que são necessárias 3 voltas para enrolar toda a mangueira,
qual é o seu comprimento total?
a) 6,24 𝑚 b) 7,8 𝑚 c) 8,0 𝑚 d) 5,2 𝑚 e) 6,2 𝑚

9. (Vunesp) Várias tábuas iguais estão em uma madeireira. A espessura de cada tábua é 0,5 cm. Forma-se uma
pilha de tábuas colocando-se uma tábua na primeira vez e, em cada uma das vezes seguintes, tantas quantas já
estejam na pilha.

Determine, ao final de nove dessas operações:


a) Quantas tábuas terá a pilha;
b) A altura, em metros, da pilha.

10. (UEL) “Thomas Malthus (1766-1834) assegurava que, se a população não fosse de algum modo contida, dobraria
de 25 em 25 anos, crescendo em progressão geométrica, ao passo que, dadas as condições médias da Terra
disponíveis em seu tempo, os meios de subsistência só poderiam aumentar, no máximo, em progressão
aritmética.” A lei de Malthus cita progressões aritméticas (PA) e progressões geométricas (PG).
Se os dois primeiros termos de uma sequência são 𝑥1 = 6 e 𝑥2 = 12, o quinto termo será:
a) 𝑥5 = 16, se for uma PA, e 𝑥5 = 24, se for uma PG.
b) 𝑥5 = 24, se for uma PA, e 𝑥5 = 96, se for uma PG.
c) 𝑥5 = 30, se for uma PA, e 𝑥5 = 30, se for uma PG.
d) 𝑥5 = 30, se for uma PA, e 𝑥5 = 96, se for uma PG.
e) 𝑥5 = 48, se for uma PA, e 𝑥5 = 72, se for uma PG.

11. Qual é a soma dos cinco primeiros termos da P.G. (7, 21, 63,...)?

23
12. (UFSM) Uma fábrica vendia 12 camisetas por mês para certa rede de academias desde janeiro de um determinado
ano. Devido ao verão, essa venda foi triplicada a cada mês, de setembro a dezembro. O total de camisetas vendidas
nesse quadrimestre e a média de vendas, por mês, durante o ano, foram, respectivamente:
a) 1.536 e 128 b) 1.440 e 128 c) 1.440 e 84 d) 480 e 84 e) 480 e 48

13. Numa progressão geométrica, tem-se 𝑎3 = 40 e 𝑎6 = −320. A soma dos oito primeiros termos é:
a) –1700 b) –850 c) 850 d) 1700 e) 750

14. (FEI-SP) Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27, ...), se sua soma é 3280, então ela apresenta:
a) 9 termos. b) 8 termos. c) 7 termos. d) 6 termos. e) 5 termos.

1 1 1
15. (UFPA) A soma da série infinita 1 + + + + +. .. é:
5 25 125
6 7 5 7
a) b) c) d) 2 e)
5 5 4 4

1 1 1
16. Se a sequência (2, , 4, , 6, , …) é formada por termos de uma progressão aritmética alternados com os termos
2 4 8
de uma progressão geométrica, então o produto do vigésimo pelo trigésimo primeiro termo dessa sequência é:
a) 210 b) 2−8 c) 215 d) 2−20 e) 2−5

17. (UNEMAT) Lança-se uma bola, verticalmente de cima para baixo, da altura de 4 metros. Após cada choque com o
solo, ela recupera apenas metade da altura anterior.
A soma de todos os deslocamentos (medidos verticalmente) efetuados pela bola até o momento de repouso é:
a) 12 m b) 6 m c) 8 m d) 4 m e) 16 m

1 1 2 4
18. A soma dos termos da sequência ( , , , , . . . ) é:
2 3 9 27
−1 −1
a) 15 ∙ 10 b) −3 ∙ 10 c) 15 ∙ 10−2 d) 5 ∙ 10−1 e)
3
5

19. (UFPE) Em certa cidade a população de ratos é 20 vezes a população humana. Supondo que ambas as populações
cresçam em progressão geométrica, onde a população humana dobra a cada 20 anos e a de ratos a cada ano,
quantos ratos haverá por habitante dentro de 20 anos?
a) 10 ∙ 220 b) 10 ∙ 219 c) 20 ∙ 220 d) 40 ∙ 220 e) 219

20. O lado, a diagonal de uma face e o volume de um cubo são dados, nessa ordem, por números em progressão
geométrica. A área total desse cubo é:
a) 20 b) 48 c) 24 d) 18 e) 12

24
Introdução à Geometria

1. Posições relativas entre retas


Dependendo da posição relativa entre duas retas, podemos ter as seguintes classificações e suas definições:

a) Paralelas: Duas retas distintas são paralelas quando não possuem nenhum ponto em comum. O conceito é
aplicável ao cotidiano, quando dizemos que “duas ruas são paralelas”, dando a entender que uma “corre” ao
lado da outra, sem se cruzarem.
r
s

Retas Paralelas
b) Concorrentes: Duas retas distintas são concorrentes quando temos um ponto em comum entre elas, ou seja,
quando elas se encontram em um ponto. Se o ângulo formado entre as retas for igual a 90° (ângulo reto), elas
também são chamadas de retas perpendiculares.

r
P
s P s
r
 

Retas Concorrentes Retas Perpendiculares

c) Reversas: Duas retas distintas são reversas quando não existe um plano contenha as duas.
s
s

r
r
 

Retas Reversas
Observação: Quando duas retas são iguais, ou seja, todos os seus pontos coincidem, as retas são classificadas
como coincidentes.

25
2. Mediatriz
A mediatriz m de um segmento AB é, por definição, o conjunto de todos os pontos do plano que possuem a
mesma distância das extremidades A e B do segmento.

A B

3. Bissetriz
Bissetriz de um ângulo é a semirreta com origem no vértice desse ângulo e que o divide em dois outros ângulos
congruentes, ou seja, iguais. De maneira mais explícita, temos:


4. Ângulos
Um ângulo é a região delimitada por duas semis retas de mesma origem. Essa união forma um vértice e a
angulação apontada dentro deste vértice é o que chamamos ângulo de um vértice.
Os ângulos são classificados, de acordo com sua abertura, da seguinte maneira:

𝜶 𝜶
𝜶
O O O O
Ângulo agudo Ângulo reto Ângulo obtuso Ângulo raso
𝟎 < 𝜶 < 𝟗𝟎° 𝜶 = 𝟗𝟎° 𝟗𝟎° < 𝜶 < 𝟏𝟖𝟎° 𝜶 = 𝟏𝟖𝟎°

De maneira análoga às retas, também existe uma classificação ao compararmos dois ângulos:
a) Ângulos Complementares: Dois ângulos são ditos complementares se a soma entre eles for igual a 90°.
Definindo, matematicamente, temos: 𝛼 𝑒 𝛽 são complementares se, e somente se, 𝛼 + 𝛽 = 90°.

b) Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos suplementares se a soma entre eles for igual a 180°.
Definindo, matematicamente, temos: 𝛼 𝑒 𝛽 suplementares se, e somente se, 𝛼 + 𝛽 = 180°.

c) Ângulos Replementares: Dois ângulos são ditos replementares se a soma entre eles for igual a 360°.
Definindo, matematicamente, temos: 𝛼 𝑒 𝛽 são replementares se, e somente se, 𝛼 + 𝛽 = 360°.

26
𝜷

𝜶 𝜷
𝜶 𝜶
O 𝜷 O
O

Ângulos Ângulos Ângulos


Complementares Suplementares Replementares

5. Paralelismo e ângulos: Congruência entre ângulos determinados por retas transversais


Em geometria, alguns conceitos podem ser compreendidos e lembrados sempre, se os associarmos ao
significado do nome. Reconhecer e compreender as relações e, principalmente, as congruências entre ângulos
determinados por retas transversais e retas paralelas é importante para a resolução de problemas relacionados a
triângulos, quadriláteros e outros polígonos - bem como os próprios problemas com ângulos. Dentre estes, dois casos
serão de grande importância:

a) Ângulos opostos pelo vértice (OPV): Dois ângulos são opostos pelo vértice quando os lados de um deles são
semirretas opostas aos lados do outro. De maneira mais explícita, temos a seguinte situação:

𝜷 𝜶
O

𝜶=𝜷

Ou seja, 𝛼 e 𝛽 são opostos pelo vértice e, portanto, são congruentes!

b) Ângulos alternos internos: são aqueles que estão na região interna de duas retas paralelas e em lados
alternados de uma reta transversal a essas. Simplificando o conceito, temos a seguinte situação:

r
𝜷

𝜶
s

Ângulos alternos internos, assim como os opostos pelo vértice, são congruentes e, portanto, é valido
que 𝛼 = 𝛽. Porém, uma maneira prática de reconhecermos se dois ângulos são alternos internos é tentarmos
enxergar o “Z do Zorro”, em destaque, formado entre as retas paralelas e a transversal que as corta:

27
t

r
𝜷

𝜶
s

Se duas retas paralelas são cortadas por uma transversal, os ângulos dentro do “Z do Zorro” são
alternos internos e, portanto, são congruentes.

Exemplos Resolvidos

Calcule o valor de x com os dados das figuras abaixo:

Como os ângulos são opostos pelo vértice,


sabemos que eles são iguais, temos:
2𝑥 + 30° = 80°
𝟐𝒙 + 𝟑𝟎° 𝟖𝟎° 2𝑥 = 80° − 30°
O
2𝑥 = 50°
50°
𝑥= = 25°
2
t

r Observando a figura, é possível perceber


𝒙 + 𝟏𝟐° que os ângulos são alternos internos,
portanto:
𝑥 + 12° = 60°
𝟔𝟎° 𝑥 = 60° − 12°
𝑥 = 48°
s

6. Construção dos ângulos: 30°, 45° e 60°


Podemos construir os ângulos de 30°, 45° ou 60° utilizando apenas os conceitos de mediatriz e bissetriz, vistos
anteriormente nesse capítulo.

Ângulo de 45°
Para a construção do ângulo de 45° iremos seguir os seguintes passos:

1. Traçamos a mediatriz de um segmento de reta AB qualquer, formando um ângulo reto:

28
A B

2. A partir do ângulo reto traçamos sua bissetriz e separamos ele em dois ângulos de 45°:

𝟒𝟓°

𝟒𝟓°

Ângulo de 60°
O ângulo de 60° se origina da intersecção entre as circunferências auxiliares quando se traça a mediatriz de
um segmento de reta AB, o raio das circunferências é o próprio segmento de reta, com centros em cada ponto.

1. Traçamos as circunferências e a mediatriz:

A B

2. Traçando o segmento de reta AC teremos que o ângulo CÂB será o ângulo de 60°:

𝟔𝟎°

A B

Veremos no próximo capítulo o porquê que isso é verdade, mas note que, se formarmos o triângulo ABC, ele
será equilátero (todos os lados do triângulo são iguais).

29
Ângulo de 30°
O ângulo de 30° será traçado a partir da bissetriz do ângulo de 60° construído no tópico anterior:

1. Traçamos o ângulo de 60°:


C

𝟔𝟎°

A B

2. Com a bissetriz traçada, temos:


C

𝟑𝟎°
𝟑𝟎°
A B

Momento Dica

Para traçar a bissetriz utilize o método das circunferências auxiliares da mediatriz para o
segmento BC abaixo:

Lembrando que os segmentos AC e AB devem possuir o mesmo comprimento.

7. Triângulos

Definição
De forma simplificada, dizemos que triângulos são polígonos de três lados. Se quisermos definir triângulos
usando uma linguagem mais matemática, podemos dizer que: Triângulo é a região interna a três segmentos de reta
cujas extremidades são pontos não colineares.

30
Desigualdade triangular
Para construir um triângulo seus lados não podem ter quaisquer medidas, tem que seguir a condição de
existência que é:
“Para construir um triângulo é necessário que a medida de qualquer um dos lados seja menor que a soma das
medidas dos outros dois e maior que o valor absoluto da diferença entre essas medidas. ”
Matematicamente falando temos as seguintes condições.

|b-c|<a<b+c
|a-c|<b<a+c
|a-b|<c<a+b

Exemplo:

10 - 8 < 6 < 10 + 8
10 - 6 < 8 < 10 + 6
8 - 6 < 10 < 8 + 6

Como as 3 condições foram satisfeitas, logo podemos afirmar que esse triângulo existe.
De fato, se tentarmos desenhar um triângulo com um lado igual ou maior que a soma dos outros dois, não
conseguiremos, pois o triângulo “não fecha”. Pegue uma régua e tente desenhar um, para ver que é verdade.
B

4
2

A 2 C

31
Momento Atenção

O módulo ou valor absoluto de um número real é o próprio número, se ele for positivo.
Mas, se esse número for negativo, o seu módulo corresponderá ao seu valor
“positivado”. A representação de um módulo ou valor absoluto de um número real é
feito por duas barras paralelas.

Por exemplo, os módulos de -4, 5, -16 e 1 são:


|-4|= 4
|5|= 5
|-16| = 16
|1|= 1

Assim, no tópico de desigualdade triangular, quando se diz “o valor absoluto da


diferença entre essas medidas”, significa que, após o cálculo da diferença, tira-se o
módulo dele.

Por exemplo, se as medidas forem 2 e 4, a diferença entre elas pode ser calculada por
2 – 4 = -2. Assim, o valor absoluto é |-2|= 2.

32
Triângulos: Classificação por lados,
perímetro e área

1. Classificação de triângulos quanto aos lados


Os triângulos também são classificados de acordo com os lados (arestas):

a) Triângulo equilátero: Possui os três lados iguais.


C

60°

60° 60°
A B
Os ângulos internos de um triângulo equilátero sempre são iguais e medem 60°.

b) Triângulo isósceles: Possui dois lados iguais.


C

𝜶 𝜶
A B
Como o triângulo isósceles possui dois lados iguais, ele possuirá também dois ângulos iguais.

c) Triângulo escaleno: Possui os três lados diferentes


C

A B
Os três ângulos de um triângulo escaleno também são diferentes, pois ele possui os três lados diferentes.

33
Momento Dica

Note também que quanto maior o ângulo de um triângulo, maior será o segmento de reta
oposto a ele. Você pode desenhar vários triângulos em uma folha e verificar que isso é
verdade.

Exemplos Resolvidos

Sabendo que o triângulo abaixo é isósceles, calcule o valor dos ângulos 𝜶 𝒆 𝜷.

90°

𝛼 𝛽
Como o triângulo é isósceles, então dois dos seus ângulos são iguais, já que ele possui
dois lados iguais. Olhando a figura, sabemos que 𝛼 𝑒 𝛽 são iguais, e 𝛼 + 𝛽 + 90° =
180°. Logo 𝛼 + 𝛽 = 180° − 90° = 90°. Como os ângulos que procuramos são iguais,
e juntos medem 90°, então cada um mede 45°.

2. Perímetro de um triângulo
O perímetro de um triângulo é a soma das arestas (lados) de um triângulo.
Observe o triângulo a seguir:
C

5 4

A B
3
̅̅̅̅, 𝐵𝐶
O perímetro deste triângulo é a soma dos lados 𝐴𝐵 ̅̅̅̅ , 𝐴𝐶
̅̅̅̅ = 3 + 4 + 5 = 12. Portanto o perímetro do
triângulo acima é 12.

3. Área de triângulos
É a quantidade de espaço que há dentro de um triângulo.

Área de um triângulo retângulo


Podemos imaginar um triângulo retângulo como um retângulo dividido em dois:

34
D C

A B
3
Nós já sabemos que a área de um retângulo é o valor da base multiplicado pela altura. Como um triângulo
retângulo é a metade de um retângulo, então sua área também é a metade. Logo a área de um triângulo retângulo é
dado pela fórmula abaixo, em que a base é algum dos lados e a altura é o segmento de reta perpendicular com a base.
𝑩𝒂𝒔𝒆 . 𝑨𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂
Á𝒓𝒆𝒂 =
𝟐
No nosso retângulo, o segmento AB é a base do triângulo e possui valor igual a 3. O segmento BC é a altura
do triângulo e possui valor igual à 4. Então a área do nosso triângulo é:
3 . 4 12
Á𝑟𝑒𝑎 = = =6
2 2

Área de qualquer triângulo


A área de qualquer triângulo pode ser calculada utilizando a fórmula:
𝑩𝒂𝒔𝒆 . 𝑨𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂
Á𝒓𝒆𝒂 =
𝟐
Para entendermos o porquê, vamos desenhar um triângulo qualquer:
C

A B
Podemos então, traçar a altura relativa ao segmento AB:
C

A B
D
Perceba que o nosso triângulo é agora formado por dois triângulos retângulos menores: Δ𝐴𝐶𝐷 e Δ𝐵𝐶𝐷
Agora podemos calcular a área de cada um deles e depois as somamos para obter a área do triângulo Δ𝐴𝐵𝐶 :
̅̅̅̅.𝐶𝐷
𝐴𝐷 ̅̅̅̅ ̅̅̅̅
̅̅̅̅.𝐶𝐷
𝐷𝐵
𝐴 Δ𝐴𝐶𝐷 = e 𝐴 Δ𝐵𝐶𝐷 =
2 2

̅̅̅̅ . 𝐶𝐷
𝐴𝐷 ̅̅̅̅ 𝐷𝐵
̅̅̅̅ . 𝐶𝐷
̅̅̅̅
𝐴 Δ𝐴𝐵𝐶 = 𝐴 Δ𝐴𝐶𝐷 + 𝐴 Δ𝐵𝐶𝐷 = +
2 2
̅̅̅̅ = h e 𝐴𝐷
E sabemos que 𝐶𝐷 ̅̅̅̅ + 𝐷𝐵
̅̅̅̅ = 𝐴𝐵
̅̅̅̅ que é a base do nosso triângulo maior. Colocando 𝐶𝐷
̅̅̅̅ na expressão
acima em evidência:

35
̅̅̅̅ . 𝐶𝐷
𝐴𝐷 ̅̅̅̅ 𝐷𝐵
̅̅̅̅ . 𝐶𝐷
̅̅̅̅ 𝐶𝐷
̅̅̅̅ (𝐴𝐷
̅̅̅̅ + 𝐷𝐵
̅̅̅̅) 𝐶𝐷
̅̅̅̅ . 𝐴𝐵
̅̅̅̅ 𝐵𝑎𝑠𝑒 . 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎
𝐴 Δ𝐴𝐵𝐶 = + = = =
2 2 2 2 2

Vimos então que basta sabermos o comprimento de uma aresta e a altura relativa a ela que podemos calcular
a área de qualquer triângulo.

Momento Dica

Quando só sabemos o comprimento dos lados. Podemos então utilizar a fórmula de Heron,
descoberta por um matemático de mesmo nome:

Á𝑟𝑒𝑎 = ඥ𝑝(𝑝 − 𝑎)(𝑝 − 𝑏)(𝑝 − 𝑐)

Onde 𝒑 é a metade do perímetro do triângulo, também chamado de semiperímetro. Vale


ressaltar que serão raros os casos em que precisaremos utilizá-la.

Exemplos Resolvidos

̅̅̅̅̅ = 𝟏 e 𝑨𝑪
1. Na figura abaixo, 𝑩𝑫 ̅̅̅̅ = 𝟑. Calcule a área do triângulo.

O segmento ̅̅̅̅
𝐵𝐷 corresponde à altura do triângulo, e o segmento ̅̅̅̅
𝐴𝐶 é a base do triângulo.
Logo:
𝐵𝑎𝑠𝑒 . 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 3 . 1
𝐴= = = 1,5
2 2

36
Exemplos Resolvidos

2. A área de toda a figura abaixo é 1,72 e todos os triângulos são isósceles. Se ̅̅̅̅
𝑩𝑪 = 𝟏,
̅̅̅̅̅ = 𝟎, 𝟔, ̅̅̅̅
𝑩𝑯 ̅̅̅̅ = 𝟎, 𝟑𝟖, determine a área da região em azul e o valor do
𝑫𝑬 = 𝟎, 𝟑𝟔 e 𝑭𝑮
ângulo 𝒙.

Para calcularmos a área da região azul, podemos subtrair a área de todos os triângulos da
área da figura maior. Então precisamos calcular a área dos triângulos, mas só de apenas dois,
∆𝐴𝐹𝐺 e ∆𝐴𝐺𝐵, já que todos os outros são iguais a eles:
0,38 . 0,6 1 . 0,36
𝐴∆𝐴𝐹𝐺 = = 0,114 e 𝐴∆𝐴𝐺𝐵 = = 0,18
2 2

E então a área azul é:


1,72 − (5 ∙ 0,114) − (5 ∙ 0,18) = 0,25.
Assim, a área azul é 0,25 u.a. (unidade de área).

Agora repare que o ângulo de 144° é o suplementar do ângulo 𝐺𝐴መ𝐹. Logo: 𝐺𝐴መ𝐹 = 180° −
144° = 36°.
Como o triângulo ∆𝐴𝐹𝐺 é isósceles, dois de seus ângulos serão iguais, os chamaremos de 𝛼.
Já que 𝐺𝐴መ𝐹 é um ângulo de ∆𝐴𝐹𝐺. Então: 𝛼 + 𝛼 + 𝐺𝐴መ𝐹 = 180°, pois a soma dos ângulos
internos de um triângulo é 180°.
144
Logo: 𝛼 + 𝛼 + 36° = 180° e 2𝛼 + 36° = 180° → 2𝛼 = 144 → 𝛼 = = 72°.
2

Os ângulos internos da figura em azul são todos iguais, devido à simetria da figura. Então 𝛼
é um ângulo suplementar de 𝑥 e 𝑥 + 𝛼 = 180°. Então:

𝑥 + 72° = 180° → 𝑥 = 180° − 72° → 𝒙 = 𝟏𝟎𝟖°

4. Exercícios de fixação

1. Utilizando um triângulo isósceles e um triângulo escaleno, é possível construir um quadrado? Dica: Um quadrado
possui quatro ângulos de 90° e todos os seus lados são iguais.

37
2. Na figura abaixo, os triângulos ABE e BCD são isósceles, o triângulo BDE é equilátero. Determine o valor do ângulo
x e classifique o triângulo BCD quanto aos ângulos e arestas.

3. Se dois triângulos equiláteros são unidos pelos seus lados menores, como na figura abaixo, e os lados iguais de
cada triângulo possuem 1 cm de comprimento, qual é o perímetro da figura?

4. Todas as figuras abaixo estão em uma malha quadriculada, onde cada quadrado tem 1 cm de lado. Calcule a área
de todas as figuras. Dica: Veja que todas elas são formadas por triângulos.

5. Um triângulo equilátero possui 6 cm de perímetro. Determine sua área. Dica: Utilize a fórmula de Heron.

6. Na figura abaixo, os triângulos ABF, EDF são equiláteros de lado 1. O triângulo ACE também é equilátero. A altura
√3
do segmento ̅̅̅̅
𝐵𝐺 vale e corresponde à metade da altura do segmento ̅̅̅̅ 𝐶𝐹 . Determine a área da região em cinza.
2
C

B D

A G F E

38
7. Na figura abaixo, o triângulo ABC é equilátero, determine o valor de todos os ângulos do triângulo CDE e
classifique-o quanto aos ângulos e arestas. Lembre-se que ângulos opostos pelo vértice são iguais.


39
Triângulos: Teorema de Tales e
Semelhança de Triângulos

1. Introdução

Definição
De forma simplificada, dizemos que triângulos são polígonos de três lados. Se quisermos definir triângulos
usando uma linguagem mais matemática, podemos dizer que triângulo é a região interna a três segmentos de reta
cujas extremidades são pontos não colineares.

Elementos do triângulo

Nomenclatura:

1 Lados: segmentos de reta que contornam o


C 3 triângulo.
𝜸 2 Ângulos internos: geralmente representados
por letras gregas, mas também é comum usar
1
o vértice deste ângulo com acento circunflexo,
ou seja, o ângulo 𝛼 poderia ser escrito como 𝐵෠
𝜷 𝜶
A B e também como 𝐴𝐵෠ 𝐶.
2
3 Vértices: pontos de encontro entre dois lados
e são representados por letras maiúsculas,
neste caso, A, B e C.
A notação mais comum para um triângulo de vértices A, B e C é: ∆𝐴𝐵𝐶.

Ângulos de um triângulo

1.3.1. Ângulos internos


Podemos desenhar três triângulos iguais, e pintar cada ângulo de uma cor diferente:

Uniremos os triângulos idênticos desta forma:

40
Repare que a soma dos ângulos amarelo (𝛼), laranja (𝛽) e azul (𝛾) é igual à 180°. Isso é verdade para qualquer
triângulo, de forma que podemos enunciar um dos resultados mais importantes da geometria:
“A soma dos ângulos internos de um triângulo é sempre 180°”.

Exemplos Resolvidos

Na figura, qual é o valor do ângulo 𝜶?

𝛼 Sabemos que a soma dos ângulos internos de um triângulo é 180°.


Então:
𝛼 + 60° + 90° = 180°
Logo: 𝛼 = 180° − 90° − 60° = 30°

90° 60°

1.3.2. Ângulos externos


Vamos desenhar um triângulo qualquer:

Podemos estender os segmentos de reta que formam o triângulo para além do próprio triângulo:

41
E os ângulos em laranja são chamados de ângulos externos ao triângulo, ou seja, são ângulos suplementares
aos ângulos internos. Repare que a soma de um ângulo interno ao seu externo é sempre igual a 180°. Deste modo,
todo ângulo interno de um triângulo possui um ângulo externo suplementar, que pode ser obtido prolongando-se um
dos lados do triângulo, como ilustrado na figura acima.

Exemplos Resolvidos

Na figura abaixo, qual o valor do ângulo 𝜶?

135°
𝛼

O ângulo de 135° é o suplementar de 𝛼. Logo 135° + 𝛼 = 180°.


E então 𝛼 = 180° − 135° = 45°

2. Teorema de Tales
Se duas retas transversais são cortadas por um feixe de retas paralelas, então a razão entre quaisquer dois
segmentos determinados em uma das transversais é igual à razão entre os segmentos correspondentes da outra
transversal.
Lembrando que retas paralelas são aquelas que nunca se cruzam, temos que um feixe de retas paralelas é um
conjunto de retas que nunca se cruzam.

A A’
t

B B’ 𝑨𝑩 𝑨′ 𝑩′
u =
𝑩𝑪 𝑩′ 𝑪′
C C’
v

r s
Observando o que nos diz o Teorema de Tales, podemos perceber que as retas paralelas garantem uma
proporção entre segmentos (partes) das retas “r” e “s”.

42
Exemplos Resolvidos

Sabendo que as retas “a”, “ b” e “c” são paralelas, determine o valor de x na figura a seguir.

a Temos 3 retas paralelas sendo cortadas por duas


transversais. Sendo assim, podemos usar o Teorema
27 cm 30 cm de Tales.
b
De acordo com o teorema, podemos montar as
x 40 cm seguintes relações de proporcionalidade:
c 27 30
=
𝑥 40
Fazendo a multiplicação em cruz, temos:
d e 30𝑥 = 27 ∙ 40
30𝑥 = 1080
1080
𝑥= = 36 Portanto, 𝒙 = 𝟑𝟔 𝒄𝒎.
30

3. Semelhança de Triângulos

Definição
Quando comparamos duas figuras, existem duas possibilidades claras: elas podem ser iguais (ou seja,
congruentes, como vimos no item anterior) ou diferentes. Entretanto, em muitos casos, as figuras não são exatamente
iguais, mas possuem algumas características importantes em comum. Você já deve ter se deparado, por exemplo, com
duas figuras que tem a mesma forma, mas tamanhos diferentes. Pense em dois mapas impressos com escalas
diferentes, essas figuras são chamadas de semelhantes. Se estivermos falando de triângulos, teremos então, triângulos
semelhantes.
Dois triângulos são ditos semelhantes se satisfizerem, simultaneamente, as duas condições abaixo:
1. Seus ângulos correspondentes são congruentes.
2. Seus lados correspondentes (ou homólogos) são proporcionais.
Observe, por exemplo, os dois triângulos abaixo. Você percebe que eles têm a mesma forma e apenas tamanhos
diferentes?
C’

A B A’ B’

De fato, esses dois triângulos são semelhantes. Seus ângulos correspondentes são 𝐴መ = 𝐴′ ̂ , 𝐵෠ = 𝐵′
̂ e 𝐶መ = 𝐶′
̂ . Seus
lados homólogos são os opostos a ângulos congruentes, isto é, 𝐴𝐵 e ̅̅̅̅̅̅ 𝐵′ 𝐶 ′ , e 𝐶𝐴 e ̅̅̅̅̅
𝐴′𝐵′, 𝐵𝐶 e ̅̅̅̅̅̅ 𝐶′𝐴′.

Razão de Semelhança
Como acabamos de ver, dois triângulos semelhantes têm lados homólogos proporcionais. Isto quer dizer que
a razão entre dois lados homólogos quaisquer é sempre a mesma. No exemplo anterior, temos:
𝑨𝑩 𝑩𝑪 𝑪𝑨
̅̅̅̅̅̅ = ̅̅̅̅̅̅
′ 𝑪′
= ̅̅̅̅̅̅ = 𝒌.
𝑨′𝑩′ 𝑩 𝑪′𝑨′
43
Essa razão é chamada de razão de semelhança e usualmente denotada pela letra 𝑘. Note que a congruência
de triângulos é um caso específico da semelhança, para o qual 𝑘 = 1, ou seja, todos os lados homólogos são iguais.

Exemplos Resolvidos

Os triângulos ∆𝑨𝑩𝑪 e ∆𝑨′𝑩′𝑪′ , mostrados abaixo, são semelhantes. Calcule a sua razão de
semelhança.
C

10 C’
6
5
3

A 8 B A’ 4 B’
Para caracterizarmos a semelhança, podemos, primeiro, identificar os vértices
correspondentes: aqueles nos quais se formam ângulos congruentes. No caso, temos A e A’,
B e B’ e C e C’. Com isso, podemos determinar os lados homólogos e, com eles, calcular a
razão de semelhança:

𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝐶𝐴 8 10 6
𝑘= = = → 𝑘 = = = =2
̅̅̅̅̅̅
𝐴′𝐵′ ̅̅̅̅̅̅
𝐵′ 𝐶 ′ ̅̅̅̅̅
𝐶′𝐴′ 4 5 3

A razão de semelhança ser igual a 2 significa que cada um dos lados do primeiro triângulo é
2 vezes maior que o seu lado homólogo no segundo triângulo.

Casos de Semelhança
Assim como no caso da congruência, não precisamos verificar todos os ângulos e lados de dois triângulos para
que possamos afirmar que eles são semelhantes. É necessário, apenas, conferir se eles se encaixam em um dos casos
abaixo, muito parecidos com os casos de congruência.

a) Caso AA (ângulo-ângulo)
Se dois triângulos possuem dois ângulos correspondentes iguais, então eles são semelhantes. No exemplo
abaixo vemos que o triângulo ABC possui dois ângulos iguais ao triângulo DEF, sendo estes α e β, portanto, são
triângulos semelhantes, ou seja, que apresentam uma razão de proporcionalidade k.
F

α β α β
A B D E

b) Caso LLL (lado-lado-lado)


Se dois triângulos possuem três lados proporcionais, então eles são semelhantes. No exemplo abaixo, o lado
AC é proporcional ao lado DF pois a razão DF/AC é de 3/2. O mesmo acontece com os lados AB e DE.

44
F

C
9 9
6 6

A B D E
4 6

c) Caso LAL (lado- ângulo-lado)


Se dois triângulos possuem dois lados proporcionais, e o ângulo formado por esses lados é igual, então os
triângulos são semelhantes.
F
C

7
3,5
α α
A B D E
3 6

Momento Dica

Se existir uma reta paralela a um dos lados de um triângulo, que intercepta os outros dois
lados, então os dois triângulos formados nessa figura são semelhantes.
A

D E

B C
Assim, na figura acima, os triângulos ∆𝐴𝐵𝐶 e ∆𝐴𝐷𝐸 são semelhantes.
Este resultado é conhecido como teorema fundamental da semelhança, ou ainda teorema de
Tales para triângulos, e sua utilização pode ajudar na resolução de alguns exercícios.

45
Momento Curiosidade

Neste capítulo, tratamos de triângulos congruentes e semelhantes. Entretanto, as ideias


abordadas também podem ser aplicadas a outros polígonos, como quadriláteros, pentágonos,
etc.
Dois polígonos são semelhantes se os seus ângulos correspondentes forem congruentes e se
os seus lados homólogos forem iguais. Os polígonos são congruentes se possuírem lados e
ângulos iguais.
Veja, por exemplo, os dois retângulos abaixo.

2 4

8
Esses retângulos são semelhantes, pois todos os seus ângulos correspondentes são iguais (no
caso, todos são retos), e os seus lados são proporcionais, com razão de proporcionalidade k =
2.

4. Exercícios de fixação

1. Qual a razão de semelhança entre os triângulos ABC e A’B’C’?


A’

A
18
6 12
4

B C

B’ C’
2. Os triângulos mostrados abaixo são semelhantes.

30 4x + 10

12 2x

46
a) Qual é a razão de semelhança?
b) Qual é o valor de x?

3. Um garoto deseja descobrir a altura de um prédio. Ele observa que, quando os raios de sol atingem um poste de
5m se forma uma sombra de 3m. No mesmo instante, a sombra do prédio é de 15m. Sabendo-se que os raios de
sol são paralelos, qual é a altura do prédio?

a) 25 m
b) 30 m
c) 15 m
d) 35 m
e) 45 m

4. João resolveu medir o tamanho de uma árvore através da comparação de sua sombra com a de um tronco com
altura conhecida de 1,5m. Sabendo-se que os raios de sol são paralelos e que, num certo instante do dia a
sombra da árvore era de 12 m e a do tronco era de 2,25 m, qual é a altura encontrada por João?

5. (ENEM) O dono de um sítio pretende colocar uma haste de sustentação para melhor firmar dois postes de
comprimentos iguais a 6m e 4m. A figura representa a situação real na qual os postes são descritos pelos
segmentos AC e BD e a haste é representada pelo segmento EF, todos perpendiculares ao solo, que é indicado
pelo segmento de reta AB. Os segmentos AD e BC representam cabos de aço que serão instalados.

Qual deve ser o valor do comprimento da haste EF?


a) 1m
b) 2m
c) 2,4 m
d) 3m
e) 2√6 m

6. Na figura abaixo, o segmento AC é paralelo ao segmento DE. Nessas condições, determine o valor de x + y.

47
C
10 a) 26
b) 27
E
c) 28
15 d) 29
10 x e) 30

B
A y D 18
7. Marque verdadeiro ou falso para as afirmações.
a) ( ) Se duas figuras são congruentes, elas são semelhantes.
b) ( ) Se duas figuras são semelhantes, elas são congruentes.
c) ( ) Se dois triângulos têm três ângulos iguais, eles são congruentes.
d) ( ) Se dois triângulos tem três ângulos iguais, eles são semelhantes.
e) ( ) Dois triângulos retângulos que tem a hipotenusa e um dos catetos iguais são congruentes.

8. Na figura abaixo, as retas CA e BD são paralelas. Podemos dizer que os triângulos CAM e BDM são semelhantes?
E congruentes? Por quê?
B
C
M

D
A
9. (ENEM) A rampa de um hospital tem na sua parte mais elevada uma altura de 2,2 metros. Um paciente ao
caminhar sobre a rampa percebe que se deslocou 3,2 metros e alcançou uma altura de 0,8 metro.
A distância em metros que o paciente ainda deve caminhar para atingir o ponto mais alto da rampa é:
a) 1,16 m b) 3 m c) 5,4 m d) 5,6 m e) 7,04 m

10. Dada a figura a seguir, é possível dizer que os triângulos ABC e EDC são semelhantes? Para resolver verifique se
seus ângulos são iguais.
B

A D C

11. Sabe-se que a razão dos c/c’ é igual a ¾ e os triângulos ABC e A’B’C’ são semelhantes.

48
B
c a

A C
b
B’
c’ a’

A b’ C’

a) Qual é o valor da razão a/a’?


b) Se o valor de b é 15, qual é o valor de b’?

12. Sabe-se que AB e CD são paralelas e AB=10 e CD=5. Se AE=20, qual é o valor de AC?
B
D

A C E
13. A fotografia mostra uma turista aparentemente beijando a esfinge de Gizé, no Egito. A figura a seguir mostra
como, na verdade, foram posicionadas a câmera fotográfica, a turista e a esfinge.

Medindo-se com uma régua diretamente na fotografia, verifica-se que a medida do queixo até o alto da cabeça
da turista é igual a 2/3 da medida do queixo da esfinge até o alto da sua cabeça. Considere que essas medidas na
realidade são representadas por d e d', respectivamente, que a distância da esfinge à lente da câmera fotográfica,
localizada no plano horizontal do queixo da turista e da esfinge, é representada por b, e que a distância da turista
à mesma lente, por a.
A razão entre b e a será dada por:
𝑏 𝑑′ 𝑏 2𝑑 𝑏 3𝑑′ 𝑏 2𝑑′ 𝑏 2𝑑′
a) = b) = c) = d) = e) =
𝑎 𝑐 𝑎 3𝑐 𝑎 2𝑐 𝑎 3𝑐 𝑎 𝑐

14. Uma bola de tênis é sacada de uma altura de 21 dm, com alta velocidade inicial e passa rente à rede, a uma altura
de 9 dm. Desprezando-se os efeitos do atrito da bola com o ar e do seu movimento parabólico, considere a
trajetória descrita pela bola como sendo retilínea e contida num plano ortogonal à rede. Se a bola foi sacada a
uma distância de 120 dm da rede, a que distância da mesma, em metros, ela atingirá o outro lado da quadra?

15. Determine a razão entre os segmentos AB e CD:


A B C D

49
16. Sejam a, b e c retas paralelas, determine o valor de x:

4𝑥 + 8 4𝑥 + 20
b
4𝑥 − 8 4𝑥
c

17. (Fuvest–SP) Três terrenos têm frente para a rua A e para a rua B, como na figura. As divisas laterais são
perpendiculares à rua A. Qual a medida de frente para a rua B de cada lote, sabendo que a frente total para essa
rua tem 180 m?

18. Na figura, as retas r, s e t são paralelas (r//s//t), de acordo com Teorema de Tales determine o valor de x:

𝑥−3 𝑥
s
𝑥+2 𝑥−2
t

19. Ao realizar a instalação elétrica de um edifício, um eletricista observou que os dois fios r e s eram transversais aos
fios da rede central demonstrados por a, b, c, d. Sabendo disso, calcule o comprimento x e y da figura.
Obs.: os fios da rede central são paralelos.

20. (Saresp–SP) No desenho abaixo estão representados os terrenos I, II e III. Quantos metros de comprimento deverá
ter o muro que o proprietário do terreno II construirá para fechar o lado que faz frente com a Rua das Rosas?

50
21. Sabendo que as retas a, b e c são paralelas, utilize o Teorema de Tales e determine o valor de x na figura a
seguir:

3𝑥 𝑥+3

𝑥+6 𝑥

51
Triângulos: Teorema de Pitágoras e
Relações métricas

1. Classificação de triângulos quanto aos ângulos


Os triângulos podem ser classificados de acordo com os ângulos em três tipos distintos:

a) Triângulo acutângulo: Possui três ângulos agudos (menores que 90°):


C

𝜷 = 𝟕𝟎°

𝜶 = 𝟒𝟕° 𝜸 = 𝟔𝟑°
A B

b) Triângulo obtusângulo: Possui um ângulo obtuso (maior que 90°):


C

𝜷 = 𝟏𝟏𝟏°

𝜶 = 𝟑𝟒° 𝜸 = 𝟑𝟓°
A B

c) Triângulo retângulo: Possui um ângulo reto:


C

90°
A B

2. Triângulo Retângulo
Um triângulo é chamado retângulo quando um dos seus ângulos internos é reto (mede 90°). O lado oposto ao ângulo
reto é denominado hipotenusa; os outros dois são denominados catetos.

52
Principais Elementos:

1 Catetos: são os menores lados do triângulo retângulo, sendo que


são eles que formam o ângulo de 90°. No triângulo ABC os catetos
A são os lados b e c.
2 Hipotenusa: é o maior lado do triângulo retângulo e é oposto ao
ângulo reto. No triângulo ABC a hipotenusa do triângulo retângulo
c b
1 1 é representado pelo lado a.
3 h
3 Altura relativa à hipotenusa: distância entre a hipotenusa e o
m n vértice oposto. No triangulo ABC é representada pelo lado h.
4 4
B H C
2 4 Projeções dos catetos: a altura relativa à hipotenusa a divide em
a duas partes, que são denominadas projeções dos catetos. Na
figura ao lado, tais projeções são representadas pelos segmentos
m e n.

3. Teorema de Pitágoras
O Teorema de Pitágoras diz que: “A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa”.
Ou, em linguagem matemática, de acordo com a figura abaixo:
A

b c

B C
a

𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 = 𝒂𝟐

Momento Atenção

A denominação de catetos ou hipotenusa e o próprio Teorema de Pitágoras só se aplicam a


triângulos retângulos! Nunca a use para qualquer outro tipo de triângulo.

53
Exemplos Resolvidos

1. Sendo a, b e c as medidas dos comprimentos dos lados do triângulo, indique aqueles


que são retângulos e justifique:

a) 𝒂 = 𝟔; 𝒃 = 𝟕 𝒆 𝒄 = 𝟏𝟑
b) 𝒂 = 𝟔; 𝒃 = 𝟖 𝒆 𝒄 = 𝟏𝟎

A seguir, verificamos para cada medida dos lados do triângulo, se satisfazem ou não o
Teorema de Pitágoras:
a) 132 = 72 + 62 ⇒ 169 = 49 + 36 ⇒ 169 = 85 ሱሮ Falso
Podemos verificar que não se trata de um triângulo retângulo.
b) 102 = 82 + 62 ⇒ 100 = 64 + 36 ⇒ 100 = 100 ሱሮVerdadeiro
As medidas indicam que se trata de um triângulo retângulo.

2. Calcule o valor da hipotenusa do triângulo retângulo abaixo:

Aplicando o Teorema de Pitágoras, temos:


𝑥 2 = 52 + 122
𝑥 2 = 25 + 144
x cm 𝑥 2 = 169
5 cm ඥ𝑥 2 = √169
𝑥 = ±13, como não há valor negativo para
segmentos, 𝑥 = 13.
12 cm

3. Calcule a altura do triângulo equilátero abaixo:

Aplicando o Teorema de Pitágoras, temos:


𝑙 2
ℎ2 + ( ) = 𝑙2
2
𝑙2
ℎ2 = 2
𝑙 −
4
ℎ 𝑙 3𝑙2
ℎ2 =
4
3𝑙2 𝑙√3
𝑙 √ℎ2 = ±ට =±
4 2
2 𝑙 √3
ℎ = , pois não existe valor negativo para
2
segmentos.

4. Diagonal de um quadrilátero.

A D Aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo ABC,


temos:
𝑑2 = 𝑙2 + 𝑙2
𝑙 𝑑
𝑑 2 = 2𝑙2
ඥ𝑑 2 = ±ඥ2𝑙2
𝑑 = ±𝑙√2, como não há valor negativo para
B C
𝑙 segmentos, 𝑑 = 𝑙√2.

54
Momento Dica

Ternas Pitagóricas

Dado um triângulo retângulo de hipotenusa a e catetos b e c, temos a aplicação do Teorema


de Pitágoras, ou seja:

a 𝑏 2 + 𝑐 2 = 𝑎2
b

Existem alguns trios de medidas dos lados do triângulo (a, b, c) formados apenas por números
inteiros que são conhecidos como ternas pitagóricas. Por exemplo:

32 + 42 = 52
52 + 122 = 132

E o mais interessante é que se multiplicarmos os números da terna por um mesmo fator, a


relação entre eles se mantém. Assim, por exemplo:

32 + 42 = 52

Multiplicando os valores da terna (3, 4,5) por 2:

62 + 82 = 102

Multiplicando agora os valores da terna (3, 4,5) por 3, temos:

92 + 122 = 152

4. Relações métricas
Considerando um triângulo ABC retângulo em A, traçando sua altura, temos:
A

b c
h

m n
B H C
a

55
Como os triângulos ABH e AHC são semelhantes, podemos estabelecer pela aplicação de semelhança de triângulos as
seguintes relações métricas:
a) O quadrado da altura é igual ao produto das duas projeções dos catetos na hipotenusa:
ℎ2 = 𝑚 ∙ 𝑛
b) Relação de Euclides - O quadrado de um cateto é igual ao produto de sua projeção na hipotenusa pela própria
hipotenusa:
𝑏2 = 𝑚 ∙ 𝑎
𝑐2 = 𝑛 ∙ 𝑎
c) O produto dos dois catetos é igual ao produto da hipotenusa pela altura:
𝑏∙𝑐 = 𝑎∙ℎ
d) Teorema de Pitágoras – Utilizando a Relação de Euclides, podemos demonstrar que o quadrado da hipotenusa
é a soma do quadrado dos catetos:
𝑏 2 + 𝑐 2 = 𝑎2

5. Exercícios de Fixação

1. Em cada caso, são dadas as medidas dos três lados de um triângulo. Diga se o triângulo é retângulo.
a) 61 cm, 60 cm e 10 cm.
b) 9,9 cm, 10,1 cm e 2 cm.

2. Um triângulo tem lados de 9 cm, 40 cm e 41 cm. Sem desenhá-lo, diga se ele é um triângulo retângulo.

3. A soma dos quadrados dos três lados de um triângulo retângulo é igual a 32 centímetros. Quanto mede a
hipotenusa do triângulo?

4. Uma escada de 12 metros de comprimento está apoiada no topo de um muro. A base da escada está distante do
muro cerca de 8 metros. Determine a altura do muro.

5. Uma escada medindo 4 metros tem uma de suas extremidades apoiada no topo de um muro, e a outra
extremidade dista 2,4 m da base do muro. Qual é a altura desse muro?

6. Num triângulo retângulo, a medida de um cateto é a metade da medida da hipotenusa. O quociente da medida
do outro cateto pela medida da hipotenusa é:
2√3 √3
a) 3√3 b) 2√3 c) d) √3 e)
3 2
7. Em cada caso, são dadas as medidas dos três lados de um triângulo. Diga se o triângulo é retângulo.
a) O triângulo com lados de 6, 8 e 10 cm;
b) O triângulo com lados de 9, 12 e 15 cm;
c) Qualquer triângulo em que as medidas dos lados, em centímetros, são proporcionais a 3,4 e 5.

8. Um avião percorreu a distância de 5 000 metros na posição inclinada, e horizontalmente percorreu 3 000 metros.
Determine a altura do avião. (Dica: desenhar um triângulo retângulo que represente as distâncias)
9. Calcule a metragem de arame utilizado para cercar um terreno triangular com as medidas perpendiculares de 60
e 80 metros, considerando que a cerca de arame terá 4 fios.

10. Determine a medida do comprimento de uma região retangular com diagonal e largura medindo 50 e 30 metros,
respectivamente.

56
11. Calcule a medida x do cateto, em cada caso.
a) b)

8
5 8,9

x
x 3,9

12. Neste triângulo retângulo, conhecemos as medidas de um cateto e da hipotenusa. Calcule a medida do outro
cateto.

61

x
60

13. Um quadrado tem lados de 10 cm. Calcule a medida de suas diagonais.

14. Em um triângulo retângulo, a hipotenusa mede 40 cm e a altura relativa à hipotenusa divide-a em dois segmentos
cujas medidas estão na razão de 2 para 3. Calcule a área desse triângulo.

15. A área de um quadrado é igual a 128𝑐𝑚2 . Quanto mede a diagonal desse quadrado?

16. Do topo de uma torre, três cabos de aço estão ligados à superfície por meio de ganchos, dando sustentabilidade
à torre. Sabendo que a altura da torre é de 30 metros e que a distância dos ganchos até à base da torre é de 40
metros, determine quantos metros de cabo precisa ser comprado.

17. Uma piscina retangular mede 24 m de comprimento por 18 m de largura. Nadando na diagonal dessa piscina,
quantos metros um atleta consegue nadar ida e volta?

18. Calcule a hipotenusa do triângulo, cujos catetos medem 1.

19. A distância entre os muros laterais de um lote retangular é exatamente 12 metros. Sabendo que uma diagonal
desse lote mede 20 metros, qual é a medida do portão até o muro do fundo?

20. Em um triângulo retângulo as projeções dos catetos sobre a hipotenusa medem 6 cm e 8 cm. A altura relativa à
hipotenusa desse triângulo mede, em cm:
a) 2 3cm b) 4 3 c) 16 3 d) 3 3

21. A altura, baixada sobre a hipotenusa de um triângulo retângulo, mede 12 cm, e as projeções dos catetos sobre a
hipotenusa diferem de 7 cm. Qual o valor da hipotenusa?

a) 30 b) 24 c) 25 d) 21 e) 28

57
Triângulos: Relações Trigonométricas

1. O que é trigonometria?
A trigonometria é uma ferramenta matemática bastante utilizada no cálculo de distâncias, principalmente
envolvendo triângulos retângulos. Na antiguidade os matemáticos utilizavam o conhecimento adquirido em
trigonometria para realizar cálculos ligados à astronomia, determinando a distância entre a Terra e os demais astros
do sistema solar quase que precisamente, considerando a tecnologia disponível na época.
Atualmente a trigonometria é também amplamente utilizada e, para compreender sua utilidade, faz-se
necessário assimilar alguns conceitos.
Tem-se abaixo um triângulo retângulo:
A

a c

B b C
Note que os lados a e b são os catetos e, o lado c, é a hipotenusa do triângulo retângulo analisado.
Além do ângulo reto, há dois ângulos agudos na figura, 𝛼 e 𝛽. A trigonometria estabelece relações entre os ângulos
agudos do triângulo retângulo e as medidas de seus lados.

2. Relações trigonométricas
Tomando como base o triângulo retângulo abaixo, as principais relações trigonométricas são:
A

a (cateto adjacente a α) c (hipotenusa)

𝜷
B C
b (cateto oposto a α)

a) Seno de um ângulo agudo é a razão entre as medidas do cateto oposto e da hipotenusa.


𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐 𝒃
𝒔𝒆𝒏 𝜶 = 𝒉𝒊𝒑𝒐𝒕𝒆𝒏𝒖𝒔𝒂
=
𝒄

b) Cosseno de um ângulo agudo é a razão entre as medidas do cateto adjacente e da hipotenusa.


𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒋𝒂𝒄𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒂
𝒄𝒐𝒔 𝜶 = 𝒉𝒊𝒑𝒐𝒕𝒆𝒏𝒖𝒔𝒂
=
𝒄

c) Tangente de um ângulo agudo é a razão entre as medidas do cateto oposto e do cateto adjacente.
𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐 𝒃
𝒕𝒈 𝜶 = 𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒋𝒂𝒄𝒆𝒏𝒕𝒆 = 𝒂
58
Consequência da definição acima: Considerando o triangulo retângulo da figura abaixo, observamos que 𝛼 +
𝛽 = 90° (A e C são ângulos complementares). E ainda, que o cateto oposto ao ângulo A é o cateto adjacente ao ângulo
C (e vice-versa), temos:

A 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝑏𝑐
} ⇒ 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝑐𝑜𝑠 𝛽
𝑐𝑜𝑠 𝛽 = 𝑏𝑐
𝜶
𝑐𝑜𝑠𝛼 = 𝑎𝑐
a } ⇒ 𝑐𝑜𝑠𝛼 = 𝑠𝑒𝑛 𝛽
c 𝑠𝑒𝑛 𝛽 = 𝑎𝑐

𝜷 𝑡𝑔 𝛼 = 𝑏𝑎 1
𝑎 } ⇒ 𝑡𝑔 𝛼 = 𝑡𝑔 𝛽
𝑡𝑔 𝛽 = 𝑏
B b C

3. Relações trigonométricas de ângulos notáveis


Em trigonometria, alguns ângulos aparecem frequentemente nos cálculos por estarem relacionados a figuras
geométricas regulares. Figuras essas que possuem diversas aplicações matemáticas no dia a dia. Dessa forma é muito
prático ter o valor de seno, cosseno e tangente desses ângulos ao alcance sempre que necessário. Mas que ângulos
são esses e como calcular suas relações?

Ângulo 30° 45° 60°


1 √2 √3
Seno
2 2 2
√3 √2 1
Cosseno
2 2 2
√3
Tangente 1 √3
3

59
Exemplos Resolvidos

1. Dado o triângulo equilátero abaixo, encontre o seno, cosseno e tangente dos ângulos
indicados.
A A

60° 30° 30°


L L L L
𝐿√3
ℎ=
2
60° 60° 60° 60°
B L C B L M L C
2 2

Aplicando o Teorema de Pitágoras no AMC:


𝐿 2 𝐿2 3𝐿2 𝐿√3
ℎ2 + (2) = 𝐿2 → ℎ2 = 𝐿2 − → ℎ2 = → ℎ=
4 4 2

𝐿 𝐿√3
̅̅̅̅̅
𝑀𝐶 2 1 ℎ 2 √3
𝑠𝑒𝑛 30° = ̅̅̅̅
= = 𝑠𝑒𝑛 60° = ̅̅̅̅ = =
𝐴𝐶 𝐿 2 𝐴𝐶 𝐿 2
𝐿√3 𝐿
ℎ 2 √3 ̅̅̅̅̅
𝑀𝐶 2 1
𝑐𝑜𝑠 30° = ̅̅̅̅ = = 𝑐𝑜𝑠 60° = ̅̅̅̅
= =
𝐴𝐶 𝐿 2 𝐴𝐶 𝐿 2
𝐿 𝐿√3
̅̅̅̅̅
𝑀𝐶 2 1 √𝟑 √𝟑 ℎ 2
𝑡𝑔 30° = = 𝐿√3
= .( ) = 𝑡𝑔 60° = ̅̅̅̅̅ = 𝐿 = √3
ℎ √3 √𝟑 𝟑 𝑀𝐶
2 2
Obs.: observe que 30° + 60° = 90°. Então como visto anteriormente, podemos verificar
que, de fato:

1
𝑠𝑒𝑛 30° = 𝑐𝑜𝑠 60° 𝑐𝑜𝑠 30° = 𝑠𝑒𝑛 60° 𝑡𝑔 30° =
𝑡𝑔 60°

60
Exemplos Resolvidos

2. Dado o quadrado abaixo, encontre o seno, cosseno e tangente dos ângulos


indicados.
A D Aplicando o Teorema de Pitágoras no ABC:

45° 𝐿2 + 𝐿2 = 𝑑 2 → 𝑑 = 𝐿√2
45°
L ̅̅̅̅
𝐵𝐶 𝐿 1 √𝟐 √2
𝑠𝑒𝑛 45° = = = .( ) =
𝑑 𝐿√2 √2 √𝟐 2

45° ̅̅̅̅
𝐴𝐵 𝐿 1 √2 ̅̅̅̅
𝐵𝐶 𝐿
𝑐𝑜𝑠 45° = = = = 𝑡𝑔 45° = ̅̅̅̅ = = 1
L 𝑑 𝐿√2 √2 2 𝐴𝐵 𝐿
B C

Obs.: novamente, como 45° + 45° = 90°, temos que 𝑠𝑒𝑛 45° = cos 45°. O que
justifica o fato do ângulo de 45° ter valores de seno e cosseno iguais. E pode ser
verificado pelos cálculos acima, não é mesmo? ☺

Exemplos Resolvidos

3. Ache o valor de x, sabendo que o ângulo  = 90° e Ô = 60°.

A 40m O

Pela tabela de ângulos notáveis, sabemos que cos 60°= ½


Temos:
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑐𝑜𝑠60° =
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎
40
𝑐𝑜𝑠60° =
𝑥
1 40
=
2 𝑥

𝑥 = 40. 2

𝑥 = 80𝑚

61
Momento Atenção

𝐶5
𝐶4 5
𝐶3 5 𝑠𝑒𝑛 37° = 0,6
10 𝛽 = 37° 𝑐𝑜𝑠 37° = 0,8
𝐶2 18 𝑡𝑔 37° = 0,75
5 12 15
𝐶1
5 6
𝛽 3
𝐵 𝐴3 4 𝐴4 4 𝐴5
4 𝐴1 4 𝐴2 8

Seno, Cosseno e Tangente são relações que dependem apenas dos ângulos correspondentes,
e não dos triângulos. Para um determinado ângulo, elas devem ser sempre as mesmas,
independente do triângulo que estivermos trabalhando:
̅̅̅̅̅̅
𝐴1𝐶1 ̅̅̅̅̅̅
𝐴2 𝐶2 ̅̅̅̅̅̅
𝐴3 𝐶3 ̅̅̅̅̅̅
𝐴4 𝐶4 ̅̅̅̅̅̅
𝐴5 𝐶5 3 6 12 15 18
𝑠𝑒𝑛 𝛽 = = = = = → 𝑠𝑒𝑛𝛽 = = = = = = 0,6
̅̅̅̅̅
𝐵𝐶1 ̅̅̅̅̅2
𝐵𝐶 ̅̅̅̅̅
𝐵𝐶3 ̅̅̅̅̅
𝐵𝐶4 ̅̅̅̅̅5
𝐵𝐶 5 10 20 25 30

̅̅̅̅̅
𝐴 ̅̅̅̅̅
𝐴2 𝐵 ̅̅̅̅̅
𝐴3 𝐵 ̅̅̅̅̅
𝐴4 𝐵 ̅̅̅̅̅
1𝐵 𝐴5 𝐵 4 8 16 20 24
𝑐𝑜𝑠 𝛽 = = = = = → 𝑐𝑜𝑠𝛽 = = = = = = 0,8
̅̅̅̅̅
𝐵𝐶1 𝐵𝐶2 𝐵𝐶3 𝐵𝐶4 ̅̅̅̅̅
̅̅̅̅̅ ̅̅̅̅̅ ̅̅̅̅̅ 𝐵𝐶5 5 10 20 25 30

̅̅̅̅̅̅
𝐴1 𝐶1 ̅̅̅̅̅̅
𝐴2 𝐶2 ̅̅̅̅̅̅
𝐴3 𝐶3 ̅̅̅̅̅̅
𝐴4 𝐶4 ̅̅̅̅̅̅
𝐴5 𝐶5 3 6 12 15 18
𝑡𝑔 𝛽 = ̅̅̅̅̅ = ̅̅̅̅̅ = ̅̅̅̅̅ = ̅̅̅̅̅ = ̅̅̅̅̅ → 𝑡𝑔𝛽 = = = = = = 0,75
𝐴1 𝐵 𝐴2 𝐵 𝐴3 𝐵 𝐴4 𝐵 𝐴5 𝐵 4 8 16 20 24

4. Exercícios de fixação

1. Encontre os valores do seno, cosseno e tangente dos ângulos:


a) Ângulo 𝛽 b) Ângulo  c) Ângulo Â
B O

18 O
9 40
𝟗√𝟑 8
2
𝜷

A C A 41 E A E
2. Sabendo-se que a = 5 e b = 12, determine:
B a) c b) 𝑆𝑒𝑛 𝛼

c 𝜷 c) 𝐶𝑜𝑠 𝛼 d) 𝑇𝑔 𝛼
a
e) 𝑆𝑒𝑛 𝛽 f) 𝐶𝑜𝑠 𝛽
𝜶

A b C g) 𝑇𝑔 𝛽

3. Determine x na figura abaixo.

62
𝑥

45°

2
30°

4. Calcule o valor de y na figura abaixo.

20

y
60°

5. Sabendo-se que o lado AB vale 4 e a tangente do ângulo C vale 4/3, qual o valor de x?

B C
O

6. Um avião decola com uma inclinação de 60°. Após percorrer uma distância equivalente a 800 m no solo, em que
altura ele vai estar?

60°

800
7. Se um cateto e a hipotenusa de um triângulo retângulo medem 2a e 4a, respectivamente, então a tangente do
ângulo oposto ao menor lado é:
a) 2√3 √3 √3 √20 e) 3√3
b) c) d)
3 6 20

8. Uma escada que mede 6 m está apoiada em uma parede. Sabendo-se que ela forma com o solo um ângulo α e
√5
que cos α = . A distância de seu ponto de apoio até a parede, em metros, vale?
3

63
9. Uma menina está em frente a um prédio de 81m, e um feixe de luz que sai do topo desse prédio incide sobre sua
cabeça, projetando uma sombra do seu corpo de 1m. Sabendo que o ângulo entre o feixe de luz e o chão vale 𝛼,
e que tg 𝛼 = 1,62 , determine a altura da menina e a quantos metros ela se encontra do prédio.

10. Na figura a seguir, calcule o valor do segmento AB:


A

30°

50

60°
B
11. Dado o triângulo a seguir, responda:
C

30° 60° y
B D A
300 m

a) Analisando o triângulo ABC, determine o valor de x.


b) Sabendo o valor de x (pelo item a), calcule o valor de y.

12. (ETEC/2014.1). O passeio em teleférico é uma opção turística em várias cidades do mundo.
O teleférico mais alto e o segundo mais longo do mundo fica na cidade de Mérida, Venezuela, unindo a
cidade ao Pico Espejo, cujo topo está a uma altura de 4 765 metros acima do nível do mar.
O teleférico sai da estação de Barinitas, a 1 577 metros acima do nível do mar, na cidade de Mérida e,
depois de se deslocar 12,5 km, atinge o topo do Pico Espejo.
Considere que o cabo do teleférico seja completamente esticado e que ϴ seja o ângulo, com vértice na
estação de Barinitas, formado pelo cabo do teleférico e a horizontal, conforme a figura.
Nessas condições, o valor aproximado do ângulo ϴ é
(A) 11º.
(B) 15º.
(C) 18º.
(D) 22º.
(E) 25º.
64
Utilize a tabela para responder à questão

13. (ETEC/2016.1). Um terreno inclinado traz dificuldades para a construção civil, para a agricultura e para
um caminhante aventureiro.
Seja α a medida do ângulo que a superfície do terreno faz com o plano horizontal, conforme a figura.
A taxa de declividade, ou apenas declividade, de um terreno é a tangente desse ângulo α. A declividade
de um terreno é, normalmente, expressa em porcentagem, por exemplo, se tg α= 0,23, então, a taxa de
declividade é 23%.
Um excursionista sobe uma montanha que tem declividade de 50%. Considere que, do ponto que o
excursionista partiu até o topo da montanha, o desnível vencido foi de 1 000 metros.
Nessas condições, a menor distância percorrida pelo excursionista até o topo da montanha é, em
quilômetros,

(A) √2
(B) √3
(C) √4
(D) √5
(E) √6

65
Triângulos: Relações Trigonométricas
II
Quando é necessário relacionar um lado a um ângulo de um triângulo retângulo a fim de encontrar as medidas
de um de seus lados ou de um de seus ângulos, podemos usar as relações trigonométricas: seno, cosseno e tangente.
É possível calcular também a medida de um dos lados ou de um dos ângulos de um triângulo qualquer, isto é, não
necessariamente de um triângulo retângulo.

1. Lei dos Senos


Considere como exemplo o triângulo ABC, inscrito em uma circunferência de raio r.
C

𝜃
b a

𝛽
𝛼
A c B

Em um caso como esse, os lados e ângulos possuem medidas quaisquer. Assim, temos:

𝑎 𝑏 𝑐
= = = 2𝑟
𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑠𝑒𝑛𝛽 𝑠𝑒𝑛𝜃

Na primeira fração, 𝒂 é a medida do lado oposto ao 𝒔𝒆𝒏(𝜶); na segunda fração, 𝒃 é a medida do lado oposto
ao 𝒔𝒆𝒏(𝜷), e, na terceira fração, note que 𝒄 é a medida do lado oposto ao 𝒔𝒆𝒏(𝜽).
Portanto, existe uma proporção entre as razões formadas pela medida de um lado e o seno do ângulo oposto
a essa medida. Note também que cada uma dessas razões é igual ao diâmetro da circunferência que circunscreve o
triângulo.

Exemplos Resolvidos

C
Encontre a medida do lado AB do triângulo a seguir:
45°
Observe que o lado AB, representado por x, é o oposto 10 cm
ao ângulo de 45°, e o lado CB que mede 10 cm é
oposto ao ângulo de 30°. Assim, podemos usar
a lei dos senos:

𝑥 10
=
𝑠𝑒𝑛45 𝑠𝑒𝑛30

𝑥. 𝑠𝑒𝑛30 = 10. 𝑠𝑒𝑛45


1 √2
𝑥. = 10.
2 2
𝑥 = 10√2 𝑐𝑚

66
Momento Curiosidade

Vamos deduzir de onde vieram as proporcionalidades da Lei dos Senos. Para isso, utilizaremos
o triângulo ABC e a altura, em relação à base AB, representada pelo segmento de reta CD (veja
figura abaixo). Note que a medida da base AB é igual a c, sendo que a altura CD corta o lado
AB em duas partes não necessariamente iguais.
C
Dessa forma é possível verificar dois triângulos
retângulos na figura: ACD e BCD.
Vamos trabalhar primeiro com o triângulo ACD. O
b a 𝑠𝑒𝑛 𝛼 pode ser representado da seguinte forma :

𝛽 𝐶𝐷
𝛼 𝑠𝑒𝑛 𝛼 =
B 𝑏
A c D
𝑠𝑒𝑛 𝛼 × 𝑏 = 𝐶𝐷 (equação 01)

Agora, ao analisar o triângulo BCD, o 𝑠𝑒𝑛 𝛽 que pode ser representado da seguinte forma:

𝐶𝐷
𝑠𝑒𝑛 𝛽 =
𝑎

𝑠𝑒𝑛 𝛽 × 𝑎 = 𝐶𝐷 (equação 02)

Note que podemos igualar as equações 01 e 02, pois ambas resultam no mesmo segmento
de reta CD. Então, a equação resultante é escrita da seguinte forma:

(equação 01) 𝐶𝐷 = 𝐶𝐷 (equação 02)

𝑠𝑒𝑛 𝛼 × 𝑏 = 𝑠𝑒𝑛 𝛽 × 𝑎

𝑏 𝑎
=
𝑠𝑒𝑛 𝛽 𝑠𝑒𝑛 𝛼

Dessa forma, chegamos à tal equivalência. Para encontrar as outras, é necessário fazer um
processo análogo, considerando as alturas dos outros lados do triângulo.

2. Lei dos Cossenos

𝛽
c a

𝛼 𝜃
A b C

67
Começamos a fórmula pelo quadrado do lado oposto ao ângulo que será usado nos cálculos. Ele será igual à
soma dos quadrados dos outros dois lados, menos duas vezes o produto dos dois lados que não são opostos a esse
ângulo pelo cosseno de ângulo usado no cálculo.
Dessa maneira as três fórmulas obtidas são:

𝑎2 = 𝑏 2 + 𝑐 2 − 2. 𝑏. 𝑐. 𝑐𝑜𝑠𝛼

𝑏 2 = 𝑎2 + 𝑐 2 − 2. 𝑎. 𝑐. 𝑐𝑜𝑠𝛽

𝑐 2 = 𝑏 2 + 𝑎2 − 2. 𝑏. 𝑎. 𝑐𝑜𝑠𝜃

Momento Curiosidade

Vamos deduzir as fórmulas da Lei dos Cossenos. Para isso, utilizaremos o triângulo ABC e a
altura, em relação à base AB, representada pelo segmento de reta CD (veja figura abaixo).
Note que a medida da base AB é igual a c, sendo que a altura CD corta o lado AB em duas
partes representadas por c-x e x.
Considerando o triângulo BCD, temos que o cosseno
de 𝛽 é:

𝑥
cos 𝛽 =
𝑎

cos 𝛽 × 𝑎 = 𝑥 (equação 01)

c -x D x
Além disso, considerando ainda o mesmo triângulo e aplicando o Teorema de Pitágoras,
temos:

𝑎2 = 𝑥 2 + (𝐶𝐷)²

Ou ainda, reescrevendo e isolando o CD:

(𝐶𝐷)2 = 𝑎2 − 𝑥² (equação 02)

Agora, analisando o triângulo ADC e aplicando o Teorema de Pitágoras temos:


𝑏 2 = (𝐶𝐷)2 + (𝑐 − 𝑥)2
𝑏 = (𝐶𝐷)2 + 𝑐 2 − 2𝑐𝑥 + 𝑥²
2

Substituindo o (CD)² pelo valor encontrado na equação 02, temos:


𝑏 2 = 𝑎2 − 𝑥 2 + 𝑐 2 − 2𝑐𝑥 + 𝑥 2
𝑏 2 = 𝑎2 + 𝑐 2 − 2𝑐𝑥

Substituindo o x pelo valor encontrado na equação 01, temos:


𝑏 2 = 𝑎2 + 𝑐 2 − 2 × 𝑐 × 𝑎 × 𝑐𝑜𝑠𝛽

Para deduzir as outras fórmulas, é necessário fazer um processo análogo, considerando as


alturas dos outros lados do triângulo.

68
Exemplos Resolvidos

Encontre a medida do lado BC do triângulo a seguir:


B

10cm x

60°
A 10cm C
Usando a lei dos cossenos, perceba que x é a medida do lado oposto ao ângulo de 60°
𝑥 2 = 102 + 102 − 2.10.10. 𝑐𝑜𝑠60

𝑥 2 = 100 + 100 − 2.100. 𝑐𝑜𝑠60

𝑥 2 = 200 − 200. 𝑐𝑜𝑠60


Lembre-se que: 1
𝑐𝑜𝑠60 =
1 𝑥 2 = 200 − 200.
2 2

𝑥 2 = 200 − 100

𝑥 2 = 100

𝑥 = ±√100

𝑥 = 10𝑐𝑚

3. Exercícios de fixação
1. Calcule o raio da circunferência circunscrita a um triangulo do qual se conhece 𝐴𝐵 = 10𝑚 e o ângulo oposto 𝐷 =
60°.
D

60°
R

69
2. No triângulo a seguir, determine a medida do lado AC, tendo em vista as medidas presentes nele. (Use √2 = 1,4
e √3 = 1,7).

a) 8,2 𝑐𝑚 b) 12,2 𝑐𝑚 c) 14 𝑐𝑚 d) 17 𝑐𝑚 e) 17,2 𝑐𝑚

3. No triângulo a seguir, qual é a medida do segmento AC, destacada pela letra x, dado que essas medidas estão em
centímetros?

a) 2 𝑐𝑚 b) 2√3 𝑐𝑚 c) 3√2 𝑐𝑚 d) 3√3 𝑐𝑚 e) 4√2 𝑐𝑚

4. (UFU-MG) Considere o triângulo retângulo a seguir. Sabendo-se que α = 120°, AB = AC = 1 cm, então AD é igual a:

√2 2
2
a) ට 𝑐𝑚 b) 𝑐𝑚 c) 𝑐𝑚 3
d) ට 𝑐𝑚
3 √3
3 2

70
5. (Mackenzie – SP) Três ilhas A, B e C aparecem num mapa em escala 1:10000, como na figura. Das alternativas, a
que melhor se aproxima de distância entre as ilhas A e B é:

a) 2,3 𝑘𝑚 b) 2,1 𝑘𝑚 c) 1,9 𝑘𝑚 d) 1,4 𝑘𝑚 e) 1,7 𝑘𝑚

6. (UF- Viçosa) Dois lados de um terreno de forma triangular medem 15 m e 10 m, formando um ângulo de 60°,
conforme a figura abaixo. O comprimento do muro necessário para cercar o terreno, em metros, é:

a) 5(5 + √15) b) 5(5 + √5) c) 5(5 + √13) d) 5(5 + √11) e) 5(5 + √7)

7. (UF- Juiz de Fora) Dois lados de um triângulo medem 8 m e 10 m e formam um ângulo de 60°. O terceiro lado
desse triângulo mede:

a) 2√21 𝑚 b) 2√31 𝑚 c) 2√41 𝑚 d) 2√51 𝑚 e) 2√61 𝑚

8. Calcule a medida do lado x do triângulo abaixo sabendo que o ângulo oposto a ele mede 60°.

a) 9 b) 10 c) 11 d) 12 e) 13

9. Qual é a medida do lado oposto ao ângulo de 30°, em um triângulo, sabendo que os outros dois lados medem 2 e
√3?

a) 1 b) 1,5 c) 2 d) 2,5 e) 3

71
Polígonos

1. Definição de Polígonos
Os polígonos são figuras geométricas planas formadas por segmentos de reta, sendo caracterizados pelos
seguintes elementos:
D C D C
2

3
4 5
A B A B
Nomenclatura:

1 Lado: segmentos de reta que 4 Ângulo interno: é o ângulo


contornam o polígono. formado por dois lados do
2 Vértices: pontos de encontro polígono.
entre dois lados.
5 Ângulo externo: é o ângulo
3 Diagonal: segmento que une suplementar a um ângulo
dois vértices não consecutivos. interno.

2. Propriedades dos Polígonos


Os polígonos possuem três propriedades básicas, apresentadas a seguir:

a) Número de diagonais: A diagonal de um polígono é o segmento de reta que liga dois vértices, passando pelo
interior da figura. O número de diagonais de um polígono depende do número de lados (n), sendo calculado
a partir da equação abaixo:

𝒏(𝒏 − 𝟑)
𝒅=
𝟐

b) Soma dos ângulos internos: A soma dos ângulos internos de um polígono de n lados é (𝑛 − 2) ∙ 180°.

c) Soma dos ângulos externos: A soma dos ângulos externos de um polígono é 360°.

72
3. Tipos de polígonos
a) Convexos: quando, dados dois pontos A e B c) Não Convexos ou Côncavos: quando, dados
quaisquer em seu interior, é impossível dois pontos A e B quaisquer em seu interior, é
encontrar um segmento de reta AB com pelo possível encontrar um segmento de reta AB
menos um ponto no exterior do polígono. com pelo menos um ponto no exterior do
polígono.

A A B

b) Regulares: Quando um polígono convexo


possui todos os lados e ângulos da mesma
medida. a a
α
α α
a α α a

4. Perímetro e Área

A palavra perímetro provém da língua grega: perí- (em volta de) + métron (medida). Refere-se ao contorno de
uma superfície ou de uma figura. Basicamente, é o quanto mede o comprimento do contorno de uma figura. Como os
polígonos tem seus lados formados por segmentos de retas. O perímetro de um polígono pode ser calculado pela
somatória de todos os seus lados.

Do latim área, o conceito de área refere-se a um espaço de terra que se encontra compreendido entre certos
limites. Neste sentido, uma área é um espaço delimitado por determinadas características geográficas, zoológicas,
económicas ou de outro tipo. Para a geometria e a própria matemática, uma área é a superfície compreendida dentro
de um perímetro.

Área de um polígono regular:

A área de um polígono regular é calculada através da fórmula:

𝑃∙𝑎
Á𝑟𝑒𝑎 =
2

Em que 𝑷 é o perímetro da figura e 𝒂 é a apótema (segmento de reta que liga o centro do polígono até um
de seus lados, formando um ângulo reto). Exemplos:

P
73
5. Exercícios de fixação

1. Os polígonos podem ser classificados como convexos ou não convexos, regulares ou não regulares. A respeito
dessa classificação, assinale a alternativa correta:
a) Um polígono é dito convexo quando possui todos os lados iguais.
b) Um polígono é dito convexo quando possui todos os ângulos iguais.
c) Um polígono é regular quando possui lados congruentes.
d) Um polígono é convexo quando qualquer segmento de reta, que possui extremidades em seu interior, não possui
pontos fora dele.
e) Um polígono é dito regular quando um segmento de reta, que possui extremidades em seu interior, possui pontos
fora dele.

2. Considerando os elementos dos polígonos convexos e suas definições básicas, assinale a alternativa correta:
a) Os lados de um polígono são segmentos de reta que podem cruzar-se em qualquer ponto.
b) O vértice de um polígono é o ponto de encontro entre seus dois maiores lados.
c) Os ângulos externos de um polígono são a abertura entre dois lados consecutivos, só que pelo lado externo do
polígono.
d) Os ângulos internos do polígono são a abertura entre dois lados consecutivos do polígono, em seu interior.
e) As diagonais de um polígono são segmentos de reta que ligam dois de seus vértices.

3. A soma dos ângulos internos de um polígono convexo é igual a 2340°. Quantos lados esse polígono possui?
a) 13 lados b) 15 lados c) 16 lados d) 19 lados e) 21 lados

4. Um polígono convexo possui 25 lados. Qual é o número total de diagonais que esse polígono possui?
a) 200 b) 225 c) 250 d) 260 e) 275

5. Qual é o polígono em que a soma das medidas dos ângulos internos é o quádruplo da soma das medidas dos
ângulos externos?

6. Os números que exprimem o número de lados de três polígonos são n – 3, n e n + 3. Determine o número de
lados desses polígonos, sabendo que a soma de todos os seus ângulos internos vale 3 240°.

7. Qual é a soma das medidas dos ângulos internos do polígono que tem um número de diagonais igual ao
quádruplo do número de lados?

8. (Mackenzie - SP) Os ângulos externos de um polígono regular medem 20°. Então, o número de diagonais desse
polígono é:
a) 90 b) 104 c) 119 d) 135 e) 152

9. O octógono regular de vértices ABCDEFGH, cujos lados medem 1 dm cada um, está inscrito no quadrado de
vértices PQRS, conforme mostrado nesta figura:

Então, é CORRETO afirmar que a área do quadrado PQRS é:


a) 1 + 2√2 𝑑𝑚² b) 1 + √2 𝑑𝑚² c) 3 + 2√2 𝑑𝑚² d) 3 + √2 𝑑𝑚²

74
10. A figura representa sete hexágonos regulares de lado 1 e um hexágono maior, cujos vértices coincidem com os
centros de seis dos hexágonos menores. Então, a área do pentágono hachurado é igual a:

a) 3√3 b) 2√3 c) (3√3)/2 d) √3 e) √3 /2

75
Circunferências

1. Definições
Uma circunferência é o conjunto de todos os pontos no plano que estão a uma distância fixa (raio 𝑟) de um
dado ponto no plano (centro O).

Nomenclatura:

3 2 1 Centro: ponto central de uma circunferência.

1 2 Raio: segmento de reta que liga o centro O a


O qualquer ponto pertencente à circunferência.

3 Diâmetro: o segmento de reta que liga um


ponto a outro ponto diametralmente oposto
a ele e que contém o centro O.

Como é possível observar na figura , o diâmetro (𝑑) é igual a duas vezes o raio. Logo, 𝑑 = 2𝑟.

2. Arco
Arco de circunferência é cada uma das duas partes em que uma circunferência fica dividida por dois pontos.
Assim, sendo A e B dois de seus pontos, eles a dividem em duas partes:
B B

O O O

A A A≡B
Se os pontos coincidem, teremos arco nulo ou arco de uma volta (como podemos ver na terceira imagem acima).

3. Ângulos Centrais, Inscritos e Circunscritos

Ângulos Centrais
Um ângulo central de uma circunferência é um ângulo cujo vértice é o centro da circunferência. Porém, é de
se esperar que, devido à simetria da circunferência, possamos ter dois ângulos centrais ∝ e 𝛽:
B B

𝛼
O
𝛽
O

A A
Pela Figura 5 é possível notar que os ângulos ∝ e 𝛽 são replementares, ou seja, a soma entre eles é igual a 360°.

76
Ângulos Inscritos
Um ângulo inscrito é um ângulo cujo vértice está na circunferência e cada um dos outros lados intercepta a
circunferência em outros pontos.
B

A 𝜃
O

C
Fazendo-se uma analogia, podemos imaginar a seguinte situação: Se você já assistiu a um filme sentado perto
da tela, sabe que é quase impossível ver tudo o que está na tela ao mesmo tempo. Isso se dá porque o ângulo que os
lados da tela fazem com os nossos olhos é muito grande. Se sentarmos no fundo da sala, o ângulo será bem menor.
Assim, é intuitivo imaginar que os ângulos inscritos têm medida menor do que os ângulos centrais.
B

A 𝛼 2𝛼
O

C
OBS: Ao analisarmos uma circunferência e constatarmos que o ângulo central e o ângulo inscrito possuem o
mesmo arco, podemos dizer que o valor do ângulo central é o dobro do valor do ângulo inscrito.
Além disso, ângulos inscritos que enxergam o mesmo arco possuem a mesma medida, tendo em vista que o ângulo
central será o mesmo para ambos.
B

A 𝛼 2𝛼
O
𝛼
D C

Ângulos Circunscritos
Um ângulo circunscrito é um ângulo cujo vértice está fora da circunferência e cujos lados são tangentes à
circunferência.
r

r
𝜶
s
A C
Pela figura, podemos notar que ABOC forma um quadrilátero. Pela soma dos ângulos internos de um
quadrilátero, concluímos que o ângulo ∝ = 180° − 𝐵Ô𝐶.
OBS: Lembrando que o BÔC em questão é o menor ângulo central do arco BC. A soma dos ângulos internos de um
quadrilátero é 360°.

77
4. Reta Tangente, secante e externa

Reta tangente
Uma reta tangente à circunferência é uma reta no plano da circunferência que a intercepta em somente um
ponto.
OBS: Se uma reta é tangente a uma circunferência, ela é perpendicular ao raio que passa pelo ponto de interseção.
Assim como se uma reta é perpendicular ao raio que passa pelo ponto de interseção, ela é tangente à circunferência.

s
O

Reta secante
Uma secante à circunferência é uma reta que possui dois pontos em comum com a circunferência. No caso,
os pontos em comum são representados por P e M.

s
M
O

Reta externa
Uma reta externa à circunferência é uma reta que não possui nenhum ponto em comum com a circunferência.

O s

5. Área e Perímetro

Área de uma circunferência


Como já dissemos, o círculo é uma figura plana, por isso, podemos calcular sua área. Diferentemente das áreas
limitadas por polígonos, não temos um valor para medidas de base ou de altura em um círculo. Por isso, para calcular
a sua área, utilizamos a única informação que temos a seu respeito: o raio. A área de um círculo é dada pelo produto
de π e do quadrado do raio. Seja A a área do círculo, temos a seguinte fórmula:
𝑨 = 𝝅𝒓𝟐 ,
onde 𝝅 é uma constante aproximadamente igual a 3,14 e 𝒓 é o raio da circunferência.

78
raio
, raio altura

Base = perímetro do círculo = 𝟐𝝅𝒓

𝒃𝒂𝒔𝒆×𝒂𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂 (𝟐𝝅𝒓×𝒓)
Á𝒓𝒆𝒂 𝒅𝒐 𝒄í𝒓𝒄𝒖𝒍𝒐 = Á𝒓𝒆𝒂 𝒅𝒐 𝒕𝒓𝒊â𝒏𝒈𝒖𝒍𝒐 = 𝟐
= = 𝝅𝒓𝟐
𝟐

Perímetro de uma circunferência


O perímetro é a medida do contorno de um objeto. Nos polígonos, o perímetro é dado a partir da soma de
todos os seus lados. Já na circunferência o perímetro é obtido quando calculamos o seu comprimento. Para calcular o
comprimento de qualquer circunferência, precisamos conhecer a medida do raio. Conhecido o valor do raio, o
comprimento da circunferência é dado pelo dobro do produto do raio por π. Seja C o comprimento da circunferência,
temos a seguinte fórmula:
𝑪 = 𝟐𝝅𝒓

6. Setor circular
Setor circular é uma parte do círculo limitado por um arco de circunferência e por dois raios.
C 180°

B B B A
O
C

A A

O semicírculo é um caso particular de setor circular cujo arco mede 180°.


A área de um setor circular de raio R é proporcional à medida do arco correspondente.

̂ medido em graus (𝛼°):


Para o arco 𝐴𝐵 ̂ medido em radianos (𝛽 𝑟𝑎𝑑):
Para o arco 𝐴𝐵
𝛼𝜋𝑅 2 𝛽𝑅 2
𝐴𝑠𝑒𝑡𝑜𝑟 = 𝐴𝑠𝑒𝑡𝑜𝑟 =
360 2

79
Exemplos Resolvidos

Determine a área de um setor circular com ângulo de 32° e raio medindo 2 m.

𝛼𝜋𝑟 2
Para calcular a área de um setor circular utilizamos a fórmula: 𝐴 = , pois o ângulo foi
360
dado em graus.

𝛼𝜋𝑟 2
𝐴=
360

32 ∙ 𝜋 ∙ 22
𝐴=
360

32 ∙ 𝜋 ∙ 4 128𝜋
𝐴= = = 0,36𝜋 𝑚2 = 1,13 𝑚2
360 360

Momento Atenção

Um círculo possui 360 graus, o que é equivalente a 2π radianos. Ou seja:

360 ° = 2𝜋 𝑟𝑎𝑑
Isso significa que 180° ou 1π radianos representa os valores numéricos para dar meia volta em
um círculo.
Para converter um ângulo dado em graus para radianos, ou vice-versa, é necessário realizar
uma regra de três.
Por exemplo: Quanto é equivale, em radianos, o valor de 30°?
360 ° = 2𝜋 𝑟𝑎𝑑
30 ° = 𝑥

30° × 2𝜋 𝑟𝑎𝑑 𝜋
𝑥= = 𝑟𝑎𝑑
360° 6
𝜋
Isto é, 30 ° equivale à 𝑟𝑎𝑑.
6

7. Exercícios de Fixação
1. Dada a figura abaixo, determine o valor do arco AB:
A

4𝑥 + 10°
3𝑥 − 10°

80
2. Na figura abaixo, qual o valor do ângulo α, dado que o ângulo indicado é um ângulo central (110°)?

110° 𝛼

3. Os pontos O, P, Q e A pertencem a uma circunferência; sabe-se que 𝑃Ô𝑄 = 3𝑥 + 2° e que 𝑃Â𝑄 = 110°– 6𝑥.
Determine o valor de 𝑥.
P

O A

4. Na figura abaixo, determine o valor do ângulo α:


110°

30°

5. Determine o valor do arco AC na circunferência abaixo, sabendo que O é centro da circunferência.


C

B
40°
O
A

6. Determine a medida do ângulo α na figura abaixo sabendo que O é o centro da circunferência.

81
28°

O
𝛼

7. Determine a medida do ângulo α na figura abaixo, sabendo que O é o centro da circunferência e as semirretas que
partem do vértice do ângulo a ser determinado são tangentes à circunferência.

𝜶 O 46°

8. Calcule a área de um círculo de raio 7 cm.

9. Calcule a área de um círculo cujo diâmetro mede 18 cm.

10. Qual a área de um círculo no qual foi inscrito um quadrado de lado 4 cm?

11. Considere um quadrado com lado de 15 cm inscrito em uma circunferência. Considerando π = 3,14 e √2 = 1,41,
determine a medida aproximada do comprimento da circunferência com arredondamento de uma casa decimal.

12. Considerando que uma pizza tradicional grande possui 35 cm de raio e uma pizza tradicional pequena apresenta
25 cm, determine a diferença entre a área das duas pizzas.

13. Determine a medida do raio de uma praça circular que possui 9420 m de comprimento (Use π = 3,14.).

14. Uma pista de atletismo tem a forma circular e seu diâmetro mede 200 m. Um atleta treinando nessa pista deseja
correr 10 km diariamente. Determine o número mínimo de voltas completas que ele deve dar nessa pista a cada
dia.
15. (ENEM) O proprietário de um parque aquático deseja construir uma piscina em suas dependências. A figura
representa a vista superior dessa piscina, que é formada por três setores circulares idênticos, com ângulo central
igual a 60°. O raio R deve ser um número natural.

60°
R

82
O parque aquático já conta com uma piscina em formato retangular com dimensões 50 m x 24 m. O proprietário quer
que a área ocupada pela nova piscina seja menor que a ocupada pela piscina já existente. Considere 3,0 como
aproximação para π.
O maior valor possível para R, em metros, deverá ser:
a) 16 b) 28 c) 29 d) 31 e) 49

16. Qual a área de um setor circular de ângulo 30 graus, sabendo que a circunferência tem um diâmetro de 10 metros?

17. Calcule a área da região sombreada na figura a seguir:

6m
B
40°

18. Um fazendeiro precisou construir uma parte de uma tampa de concreto para sua cisterna. Essa parte corresponde
a uma semicircunferência, ou seja, ao setor circular de ângulo 180 graus. O diâmetro da cisterna é de 3 metros,
conforme constatou o fazendeiro. Sabendo que o custo de construção dessa tampa é de R$100,00 por metro
quadrado, qual o valor gasto?

19. (FATEC – 08) Na figura, o Raio do círculo de centro S é três vezes menor que o raio do círculo de centro O, e os
ângulos centrais sombreados, RST e POQ, são tais que a medida de RST é a metade da medida de POQ.

P
S O
R

Q
Se, no círculo de centro O, a área do setor circular sombreado POQ é igual a 4, então, no círculo de centro S, a área
do setor circular sombreado RST é:
a) 6 b) 12 c) 18 d) 28 e) 30

83
Gabarito

Capítulo 1 – Noções de matemática financeira


1. R$ 4000,00 2. R$ 82,88 3. R$ 960,00 4. 5 anos
5. 50 meses 6. 3 anos, 1 mês e 15 dias 7. 10 meses 8. 4%
9. Investimento A 10. b 11. R$ 6.000,00 12. R$ 10.000,00
13. 2% ao mês 14. R$ 20.801,91 15. 20% ao ano 16. Simples R$ 23.240,00
16. Composto R$ 23.510,00 17. R$ 20.000,00 18. e
Capítulo 2 – Progressão Aritmética
1. e 2. d 3. a20 = 97 e S20 = 990 4. 150 km
5. d 6. a) 155 6. b) –645 6. c) 57,5
7. c 8. 20 prestações 9. b
Capítulo 3 – Progressão Geométrica

1. a) 3 1. b) an = 1 ∙ 3n−1 1. c) 729 1. d) 364


2. b 3. a 4. a 5. 18
6. 28 7. b 8. e 9. a) 256
9. b) 1,28 m 10. d 11. 847 12. b
13. b 14. b 15. c 16. e
17. c 18. a 19. b 20. e
Capítulo 5 –Triângulos: Classificação por lados, perímetro e área
1. Não 2. 75° 3. 4 cm 4. a) 2 cm2
4. b) 2 cm2 4. c) 1,5 cm2 4. d) 3 cm2 4. e) 2 cm2
4. f) 1,5 cm2 4. g) 2 cm2 4. h) 3 cm2 5. √3
8. =15°; =105° e =60°
√3
6. 7. escaleno/obtusângulo
2

Capítulo 6 –Triângulos: Teorema de Tales e Semelhança de Triângulos


1
1. k = 3 2. a) k = 2,5 2. b) x = 10 3. a
4. 8 metros 5. c 6. d 7. a) V
7. b) F 7. c) F 7. d) V 7. e) V
8. Semelhantes: Sim;
Congruentes: não a 3
9. d 10. Sim. 11. a) a′ = 4
necessariamente (podem ser ou
não ser)
11. b) b′ = 20 12. 10 13. d 14. 9 m
𝟏
15. 𝟐 16. 10 17. 80 m, 60 m, 40 m 18. 6
19. x = 4 cm, y = 12 cm 20. 32 m 21. 6
Capítulo 7 – Triângulos: Teorema de Pitágoras e Relações métricas
1. a) não 1. b) sim 2. sim 3. 4 cm
4. 4√5 ≈ 8,94 5. 3,2 m 6. e 7. a) sim
7. b) sim 7. c) sim 8. 4000 m 9. 960 m
10. 40 m 11. a) √39 11. b) 8 12. 11
2 15. 16 cm 16. 150 m
13. 10√2 ≅ 14,1 cm 14. 160√6 cm
17. 60 m 18. √2 ≈ 1,41 19. 16 m 20. b
21. c
84
Capítulo 8 – Triângulos: Relações Trigonométricas
√3 1 40
1. a) sen β = 1. a) cos β = 2 1. a) tg β = √3 1. b) sen  = 41
2
9 40 1 √15
1. b) cos  = 41 1. b) tg  = 1. c) sen  = 4 1. c) cos  =
9 4
√15 5 12
1. c) tg  = 2. a) 13 2. b) 3 2. c) 13
15
5 12 5 12
2. d) 12 2. e) 13 2. f) 13 2. g) 5

3. 4√2 4. y = 10 5. x = 2,5 6. ℎ = 800√3 m


7. B 8. 2√5 m 9. altura: 1,62m 9. distância: 49m
10. 75 11. a) 100√3 m 11. b) 100 m 12. B
13. D
Capítulo 9 – Triângulos: Relações Trigonométricas II
𝟏𝟎√𝟑
1. 2. A 3. A 4. A
𝟑
5. E 6. E 7. A 8.E
9. A
Capítulo 10 – Polígonos
1. D 2. D 3.B 4. E
5. Decágono 6. 5, 8 e 11 lados 7. 1620° 8. D
9. C 10. E
Capítulo 11 - Circunferências
1. 15° 2. 55° 3. 12° 4. 110°
5. 100° 6. 62° 7. 88° 8. 49π cm2
9. 81π cm2 10. 4π cm2 11. 66,4 cm 12. 600π cm2
13. 1500 m 14. 16 voltas 15. b 16. 6,54m²
17. 12,56m² 18. R$ 353,25 19. c

Bibliografia
http://brasilescola.uol.com.br/
http://www.infoescola.com/
http://educacao.globo.com/
http://alunosonline.uol.com.br/
https://www.portaleducacao.com.br
Resumo teórico - Colégio Etapa
Apostilas – Cursinho Objetivo, Anglo

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