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Perícia e Arbitragem Contábil

Nome: Thiago Quintela Resende RA: 023107

Para a aula de hoje (09/11/2021)

1) Verificar quais as semelhanças e diferenças entre Perícia Contábil e Arbitragem


Contábil.

Resposta:
A perícia Contábil e a Arbitragem contábil existem para tentar esclarecer fatos
de natureza contábil, financeira, trabalhista, dentre outras, com o intuito de se
encontrar equidade nas decisões, para que as partes envolvidas saiam satisfeitas com
o acordado. Dessa forma, o perito e o árbitro são responsáveis por consolidar
informações de forma que os fatos fiquem claros e as decisões sejam tomadas de
forma puramente científica.
Segundo Floriani (2015), na arbitragem e na perícia o objetivo a ser alcançado
pelas partes litigantes é o mesmo, ou seja, a solução da controvérsia, mas a escolha
das partes pelo juízo arbitral é que irá desencadear uma forma de obter o resultado
diverso daquele tradicionalmente celebrado pela via judicial. A perícia, como meio de
prova para auxiliar na solução de conflitos, é muito importante no âmbito judicial e no
juízo arbitral, pois ela é uma prova, com o respaldo e credibilidade, necessária para
convencimento do juiz togado ou para o juiz arbitral.
As diferenças entre a Perícia e a Arbitragem são muitas, mas podemos citar
algumas das mais evidentes. Para começar, o Perito Contador é escolhido por um Juiz,
e geralmente é nomeado mediante a alguma especialização que o faz competente ao
posto. Já o Árbitro é escolhido diretamente pelas partes, sendo que ambos devem
estar de acordo com o nome escolhido.
Outra diferença é que o Perito é escolhido para fazer os levantamentos de
dados e apresenta-los de forma clara, mas ele não tem poder de decisão, uma vez que
a palavra final é do Juiz. Na Arbitragem, o Contador nomeado tem uma posição central
dentro do caso, sendo ele o responsável por verificar as indagações e apresentar a
solução que seja mais justa, assumindo um papel de “juiz” dentro do processo. A
arbitragem é regulada pela Lei 9.307/96 e depende de convenção das partes, em
cláusula específica e expressa, para ser aplicada. Quando as partes optam pela
arbitragem, elas afastam a via judicial e permitem que um ou mais terceiros decidam o
conflito.

2) Verificar quais as semelhanças e diferenças entre Mediação e Conciliação.

Resposta:
A Lei 13.140/2015 descreve a mediação como sendo uma técnica de
negociação na qual um terceiro, indicado ou aceito pelas partes, as ajuda a encontrar
uma solução que atenda a ambos os lados.
Ainda de acordo com a Lei 13.140/2015 quanto o Código de Processo Civil
tratam a conciliação como um sinônimo de mediação, mas há uma sutil diferença: a
técnica usada na conciliação para aproximar as partes é mais direta, há uma partição
mais efetiva do conciliador na construção e sugestão de soluções. Na mediação, o
mediador interfere menos nas soluções e age mais na aproximação das partes.

3) Analise os seguintes fatos e indique qual a possível alternativa de solução


(arbitragem, mediação ou conciliação).

a) Empresa brasileira sofre pela demora na entrega de máquina encomendada


dos EUA. Clientes não são atendidos e a produção está parada. Prejuízo estimado de
R$ 1mi por mês.

Resposta letra a: Arbitragem.


Justificativa: como é um problema urgente, que acarreta em queda de produção, a
melhor solução seria a arbitragem, pelo fato de ser uma forma mais rápida de se
chegar a um consenso, evitando que os prejuízos se arrastem por muito mais tempo.

b) Conflito quanto aos valores pagos de rescisão trabalhista. Empregado discorda


dos valores e acredita que tem direito a algumas diferenças.

Resposta letra b: Perícia Contábil.


Justificativa: pelo fato de ser um litígio entre uma PJ e uma PF, em que alguns dados
sigilosos da empresa deverão ser analisados pela ótica jurídica e contábil, o ideal é que
esse processo seja resolvido por meio de uma perícia contábil.

c) Casal se separa e há questionamentos a respeito da divisão dos bens


(patrimônio) mútuos.

Resposta letra c: Mediação.


Justificativa: essa é uma forma de evitar o conflito judicial, que pode desgastar ainda
mais uma relação e demorar algum tempo para chegar a um desfecho. O mediador
atua nas ações na quais as partes possuem vínculos, como no caso de uma separação
de casal, e seu objetivo é restabelecer o diálogo e permitir que elas proponham
soluções para o caso.

4) Quais os principais benefícios que a conciliação pode trazer aos envolvidos?

Resposta:
Segundo o Diário de Nordeste (2020), um dos principais benefícios é sair da
esfera judicial. A conciliação pode demorar menos tempo e ser menos desgastante
para as partes envolvidas. As partes não precisam gastar tempo com documentos, nem
sofrer o desgaste emocional de ficar mantendo um conflito por tempo indeterminado.
Também é uma forma pacífica de se resolver o conflito, por se tratar de um ato
espontâneo, voluntário e de comum acordo entre as partes.
Ainda de acordo com o Diário do Nordeste (2020), outros benefícios que
podem ser relevantes são a economia, a celeridade, reforço de argumento e senso de
auto responsabilidade.
5) Qual o órgão responsável pela legislação e acompanhamento da mediação e
conciliação? Qual o papel dele?

Resposta:
O NCPC, criado através da Lei n° 13.105/2015, destina o tratamento das
responsabilidades sobre os processos de mediação e conciliação, previsto em seu
art. 165, pelos tribunais, decentros judiciários de solução consensual de conflitos como
órgão responsável pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e
pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a
autocomposição, observando-se as normas do Conselho Nacional de Justiça na
composição e organização deste órgão.
Ainda de acordo com o CNPC, Art. 167, Os conciliadores, os mediadores e as
câmaras privadas de conciliação e mediação devem estar inscritos em cadastro
nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que
manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional.

6) Qual o trâmite normal de um processo de mediação?

Resposta:

O Manual de Mediação Judicial do Conselho Nacional de Justiça (2016) estabelece


alguns procedimentos para a realização das mediações, que são:

 Início da mediação: Nessa etapa o mediador apresenta-se às partes, diz como


prefere ser chamado, faz uma breve explicação do que constitui a mediação, quais são
suas fases e quais são as garantias. Deve perguntar às partes como elas preferem ser
chamadas e estabelece um tom apropriado para a resolução de disputas. Sua
linguagem corporal deve transmitir serenidade e objetividade para a condução dos
trabalhos.
 Reunião de Informações: Nesse estágio do processo, faz-se um uso maior das
reuniões privadas, onde os mediandos podem se expressar mais livremente. E, com a
ajuda do mediador, busca-se conhecer os reais interesses e necessidades e ampliar os
pontos de vista. Tudo isso, com objetivo de incluir as perspectivas um do outro.
 Identificação de questões, interesses e sentimentos: Durante essa fase, o
mediador fará um resumo do conflito utilizando uma linguagem positiva e neutra. Há
significativo valor nesse resumo, pois será por meio dele que as partes saberão que o
mediador está ouvindo as suas questões e as compreendendo. Além disso, o resumo
feito pelo mediador impõe ordem à discussão e serve como uma forma de recapitular
tudo que foi exposto até o momento.
 Esclarecimento das controvérsias e dos interesses: Nesse momento, os
mediandos vão ajudar o mediador a compreender quais as necessidades de cada um. E
o mediador irá ajudá-los a examinar cada questão: reconhecer seus fatores objetivos e
subjetivos para incluí-los como objeto de cuidado e, então, auxiliá-los na busca de uma
solução que beneficie a todos.
 Resolução de questões: Tendo sido alcançada adequada compreensão do
conflito durante as fases anteriores, o mediador pode, nesta etapa, conduzir as partes
a analisarem possíveis soluções.
Ao chegar aqui, espera-se que, com as reuniões conjuntas e individuais, todos
tenham manifestado seus interesses e necessidades e tenham acompanhado melhor e
de forma respeitosa a expressão das necessidades e expectativas do outro.
 Registro das soluções encontradas: Nesta etapa, o mediador e as partes irão
testar a solução alcançada e, sendo ela satisfatória, redigirão um acordo escrito se as
partes assim o quiserem. Em caso de impasse, será feita uma revisão das questões e
interesses das partes e também serão discutidos os passos subsequentes a serem
seguidos.
 Finalização do processo: Essa etapa ritualiza e marca uma finalização que
potencializa a possibilidade de cumprimento daquilo que foi acordado, reafirmando
sua autoria. Com as soluções eleitas na etapa anterior avaliadas em seus custos e
benefícios para todos, em sua exequibilidade e adequação legal, vai- se construir agora
um pacto de compromisso.
A Mediação pode ser concluída com acordos verbais ou escritos, formais ou
informais. Podem ser provisórios, parciais, totais, definitivos. Pode não haver acordo,
mas melhoria da comunicação. Pode haver acordos percebidos por todos como justos,
mas sem a restauração do diálogo ou de qualquer relação.

7) Para que serve a “Oficina da Parentalidade”, promovida pelo CNJ?

Resposta:

Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a oficina da


Parentalidade é um programa educacional direcionado às famílias que enfrentam a
fase de reestruturação, motivada pela ruptura do laço conjugal dos pais, com o intuito
de auxiliar todos os seus integrantes a superarem as dificuldades que se apresentam
nesta fase, sem maiores traumas, para o casal e para os filhos.
São palestras que abrem espaço para questionamentos e discussões e
atividades lúdicas, e seu público alvo é composto por pais e mães que apresentam
algum conflito, jurisdicionalizado ou não, como processos de divórcio, dissolução de
união estável, regulamentação ou alteração de guarda, regulamentação ou alteração
de sistema de convivência, etc, e os respectivos filhos menores, de seis a dezessete
anos de idade.
Referências

Conselho Nacional de Justiça (2016). Manual de Mediação Judicial do Conselho


Nacional de Justiça. (6° ed.). Brasília-DF. Recuperado de
https://www.cnj.jus.br/wp-
content/uploads/2015/06/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfec54.pdf

Florani, A. R. (2015). Perícia Contábil e Arbitragem. (2° ed.). UNIASSELVI. Recuperado


de
https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/li
vro.php?codigo=20522

Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a arbitragem. Recuperado de


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm

Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Recuperado de


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm

Lei n. 13.140, de 26 de junho de 2015. Dispõe sobre a mediação entre particulares


como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos
no âmbito da administração pública; altera a Lei nº 9.469, de 10 de julho de
1997, e o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o § 2º do art. 6º
da Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997.. Recuperado de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13140.htm

Redação Diário do Nordeste (2020). Descubra as vantagens da conciliação em conflitos


entre consumidor e empresa. Recuperado de
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/ultima-hora/seu-
direito/descubra-as-vantagens-da-conciliacao-em-conflitos-entre-consumidor-e-
empresa-1.2979497

Trubunal de Justiça do Estado de São Paulo (2020). Oficina de Divórcio e Parentalidade.


Recuperado de
https://www.tjsp.jus.br/Conciliacao/Conciliacao/OficinaPaisFilhos

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