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APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo!
A mediação é considerada uma importante técnica de resolução dos conflitos, tendo sido inspira
da na possibilidade de autocomposição e empoderamento pelas partes do litígio. Em conformida
de com a política nacional de resolução de conflitos, introduzida pela Resolução 125/2010 do C
NJ, há a propagação de um novo paradigma de negociação entre os conflitantes.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender a importância das habilidades técnicas
para a mediação, bem como as técnicas negociais. Por fim, você verá casos práticos de utilizaçã
o da mediação.
Bons estudos.
DESAFIO
Marcos reside em um apartamento com sua esposa e, há seis meses, o casal teve uma filha, cha
mada Carmela. Superada a fase em que o bebê chorava à noite, a família pode descansar, sempre
cuidando para não acordar a criança. Entretanto, nos últimos dias, houve uma mudança na rotina
do casal.
Assim, ajuizada a ação judicial de Marcos contra Vitor, o juiz determina a mediação entre os viz
inhos.
INFOGRÁFICO
As técnicas negociais utilizadas na mediação são habilidades que podem ser aprendidas e pratica
das para se obter sucesso no processo de negociação, especialmente no restabelecimento da com
unicação na mediação. Técnicas como escuta ativa, rapport, parafraseamento, caucus e brainsto
rming são muito úteis.
No Infográfico a seguir, você vai conferir algumas informações sobre a escuta ativa.
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura.
SOLUÇÃO DE
CONFLITOS
JURÍDICOS
Eduardo Zaffari
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-522-6
Introdução
A mediação foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro como um
importante instrumento de pacificação social e um meio alternativo ao
Poder Judiciário para resolução de conflitos pela autocomposição. Nesse
sentido, a mediação se constitui em técnica negocial e, ao mesmo tempo,
emprega técnicas negociais em seu desenvolvimento.
O mediador judicial ou extrajudicial pode desenvolver habilidades espe-
cíficas para auxiliar no reestabelecimento da comunicação e na realização
da autocomposição. Técnicas como a escuta ativa, o rapport, o parafrase-
amento, o caucus e o brainstorming são fundamentais para a mediação.
O princípio da confidencialidade impede que as mediações tenham seu
conteúdo divulgado. Entretanto, ocasionalmente, são divulgados casos
práticos em que a mediação resolveu conflitos de forma célere, restaurando
o diálogo entre os conflitantes. Tais casos são exemplos que comprovam
a eficácia da mediação, sua rapidez e adequação à solução de conflitos.
Neste capítulo, você vai estudar a mediação e a importância do em-
prego das técnicas negociais para a resolução de conflitos. Você tam-
bém vai explorar as técnicas de escuta ativa, rapport, parafraseamento,
caucus e brainstorming. Por fim, você vai verificar exemplos de casos que
empregaram a mediação com sucesso em detrimento das soluções do
Poder Judiciário.
2 Técnicas negociais utilizadas em mediação
O CPC de 2015 (BRASIL 2015b, documento on-line) estabelece, entre as suas normas
fundamentais, que o Estado promoverá a solução consensual dos conflitos:
No entanto, mesmo sendo a solução dos conflitos pela via privada muito
mais antiga e tendo estado muito mais tempo nas mãos privadas, a solução
pela via negocial é considerada alternativa à jurisdicional, considerando-se
a justiça estatal como padrão. Mesmo quando a solução se dá em meio a
procedimento judicial, considera-se que a solução por qualquer dos meios
preconizados na Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos
conflitos de interesses será alternativa.
Um dos pontos fundamentais na mediação, reconhecido em todos os ins-
trumentos que tratam sobre esse importante meio de solução de conflitos, é
a autonomia de vontade daqueles que participam. A autodeterminação traz
à mediação uma maior probabilidade de eficiência e um protagonismo aos
conflitantes, responsabilizando-os pelo conflito, pela solução e pelo outro. Há
uma valorização do princípio da dignidade da pessoa humana, na medida
em que são as próprias partes interessadas que têm o poder de decidir sobre
o seu destino, sem a interferência estatal.
O marco legal da mediação, Lei nº. 13.140/2015 (BRASIL, 2015a), prescreve como princípio
informador a autonomia de vontade das partes, nos termos de seu art. 2º: “A mediação
será orientada pelos seguintes princípios: [...] V — autonomia da vontade das partes;”.
4 Técnicas negociais utilizadas em mediação
O mediador, terceiro imparcial que serve de canal para que as partes pos-
sam retomar o diálogo, tem a responsabilidade de empregar todas as técnicas
possíveis para que as partes possam construir uma solução para o litígio que
mais lhes convenha. Nas palavras de Tartuce (2018, p. 257):
[...] através dessa técnica, o mediador garante a quem fala que ela está sendo
escutada, demonstra aceitação das emoções, permite que as explore, escla-
recendo o que realmente sente e por que, além de fisiologicamente estimular
a liberação da tensão, deixando-a expressar-se emocionalmente. Escutar
ativamente é, antes de tudo, ouvir sem julgar.
Para que se pratique uma escuta ativa, faz-se necessário que aquele que
a pratica, seja o mediador, seja qualquer dos conflitantes, siga as seguintes
orientações:
dará um feedback ao emissor, para que ele possa repensar a mensagem, depois
de ouvida a ideia de outra forma.
Observe que, para que os interlocutores conflitantes não rompam a comu-
nicação pela impressão de que um está “roubando a ideia do outro”, e para que
o receptor da mensagem não se obrigue imediatamente com a ideia proposta,
até ter certeza de que se trata de uma ideia comum, recomenda-se o uso de
algumas frases no início de uma paráfrase, como “deixe-me ver se entendi o
que você disse”, “se entendi direito, você disse...” ou “ajude-me a entender,
você quer dizer que...”.
Já o caucus consiste em uma expressão que usualmente se aceita como
advinda das reuniões (Conselhos) realizadas pelas tribos norte-americanas.
Trata-se da mediação de “sessões privadas/individuais, que consiste em ouvir
separadamente uma das partes e depois ouvir a outra, garantindo-se sempre a
confidencialidade e a igualdade entre elas”, conforme esclarece Bacellar (2017,
p. 127). O art. 19 da Lei da Mediação prescreve ao mediador a possibilidade de
reunião com os conflitantes tanto de forma conjunta como de forma individual,
momento em que as partes poderão falar com maior desenvoltura. Consta no
referido art. que, "No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se
com as partes, em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes
as informações que entender necessárias para facilitar o entendimento entre
aquelas”. Tanto o mediador quanto as partes poderão sugerir os encontros
individuais, os quais estarão sempre resguardados pela confidencialidade.
O que for falado na sessão individual não poderá ser revelado pelo mediador
na sessão conjunta, salvo expressa autorização da parte.
Segundo a Lei da Mediação, Lei nº. 13.140/2015 (BRASIL, 2015a, documento on-line), nos
termos dos §§ 3º e 4º do art. 30, não estão resguardadas pela confidencialidade
as seguintes hipóteses:
A Lei nº. 9.870, de 23 de novembro de 1999 (BRASIL, 1999, documento on-line), que
trata sobre as anuidades escolares, art. 4º, prevê a possibilidade de mediação entre
estabelecimentos de ensino e associações de pais e alunos:
SANTOS inaugura sala para mediação de conflitos. A Tribuna On-line, 21 jun. 2018.
Disponível em: <http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cidades/santos-
-inaugura-sala-para-mediacao-de-conflitos/?cHash=609c74ac553ea120720be3d446a
f0e41>. Acesso em: 20 jul. 2018.
SPENGLER, F. M. Mediação de conflitos: da teoria à prática. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2017.
TARTUCE, F. Mediação nos conflitos civis. Rio de Janeiro: Forense, 2018.
TEIXEIRA, M. T. Ceará pacífico: Vice-governadoria e 19 municípios assinam acordo de
cooperação para criação de núcleos de meditação escolar. Portal de Integração de
Independência e Região, Ceará, 14 jun. 2018. Disponível em: <http://www.ceara.gov.
br/2018/06/13/vice-governadoria-e-19-municipios-assinam-acordo-de-cooperacao-
-para-criacao-de-nucleos-de-mediacao-escolar/>. Acesso em: 20 jul. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Acompanhe, nesta Dica do Professor, como o emprego das técnicas não compromete a imparcia
lidade do mediador, com base na Lei de Mediação, n.º. 13.140, de 26 de junho 2015.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
EXERCÍCIOS
Porque o Poder Judiciário não tem jurisdição para decidir sobre certas questões.
A)
Porque não auxilia no reestabelecimento da comunicação.
B)
Porque os conflitantes podem restabelecer a comunicação e se responsabilizar pela solução
C)
do conflito.
3) A escuta ativa é uma técnica negocial. Pode-se dizer que esta técnica:
NA PRÁTICA
O sucesso da mediação tem feito com que esse meio de resolução de conflitos seja utilizado em
diferentes espaços, como escolas, empresas e comunidade. A versatilidade da mediação, bem co
mo sua capacidade de solucionar conflitos que o Judiciário não alcança, tem permitido, inclusiv
e, a solução de embates dentro de presídios.
Uma experiência inovadora em Rondônia busca resolver divergências dentro de presídios de seg
urança máxima através do processo de mediação e do emprego de técnicas de negociação.
Saiba, Na Prática, um pouco mais sobre o projeto Vida Nova, que foi notícia no Conjur, em 14 d
e abril de 2017.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:
A mediação tem ganhado reconhecimento por sua importância. Uma experiência inovadora, pro
posta pela advogada Melissa Gava, traz a possibilidade de mediação de conflitos on-line.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo criou um guia para orientar todos aqueles que têm
o desejo de trabalhar como mediador em câmaras privadas.
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