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Mediação: princípios, tipos e áreas de

atuação

APRESENTAÇÃO

A mediação foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro no contexto de uma política naci
onal de resolução de conflitos, como um importante meio para a resolução destes. Os distintos ti
pos de conflitos requerem diferentes espécies de meios para a sua solução ante a incapacidade d
o Poder Judiciário de responder aos anseios de pacificação da sociedade.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os princípios norteadores aplicáveis à mediaç
ão, assim como verificar os diferentes tipos de mediação, conforme a técnica adotada pelo medi
ador e sua experiência. Você vai aprender, também, a respeito das atitudes que o mediador deve
adotar no processo de mediação.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Analisar os princípios aplicáveis à mediação, bem como as áreas de atuação.


• Explicar os diversos tipos de mediação.
• Esquematizar as atitudes do mediador.

DESAFIO

Neste Desafio, você é convidado a servir de auxiliar de mediador em um conflito que envolve d
ois vizinhos. Nessa situação, um acusa o outro de danificar o seu carro arranhando-o. Durante o
processo de perdas e danos, o vizinho acusado nega ter arranhado o carro.
Você, como auxiliar nesse processo, deve refletir sobre a postura do mediador e apontar se ele fa
lhou ou não. Explique como deveria ter sido o procedimento do mediador.

INFOGRÁFICO

A efetiva participação e conhecimento dos envolvidos permite o acolhimento e a perda do medo


do desconhecido. Quanto mais os conflitantes tiverem confiança, mais propício será para a soluç
ão adequada.

Acompanhe, no Infográfico a seguir, as principais atitudes do mediador no início do procedimen


to.
CONTEÚDO DO LIVRO

A mediação tem resolvido conflitos que o Poder Judiciário não tem conseguido solucionar. Esse
importante meio de resolução de conflitos se torna o mais adequado quando há laços anteriores
ao litígio, que poderão ser restabelecidos pela facilitação da comunicação. Sendo assim, a compr
eensão dos princípios da mediação, seus tipos e atitudes do mediador resultam fundamentais.

No capítulo Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação, da obra Solução de conflitos jurídic
os, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, leia sobre esses aspectos dessa modalidade
de resolução de conflitos, inclusive sobre as atitudes do mediador.

Boa leitura.
SOLUÇÃO DE
CONFLITOS
JURÍDICOS

Eduardo Zaffari
UNIDADE 4
Mediação: princípios,
tipos e áreas de atuação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Analisar os princípios aplicáveis à mediação, bem como as suas áreas


de atuação.
 Explicar os diversos tipos de mediação.
 Esquematizar as atitudes do mediador.

Introdução
Os princípios norteadores da mediação estão prescritos no Código de
Processo Civil (CPC) de 2015 e na Lei de Mediação (Lei nº. 13.140, de 26
de junho de 2015), além de estarem implícitos em outros princípios
do ordenamento jurídico, como boa-fé e paridade. Como elementos
estruturantes, os princípios da mediação devem ser observados e
aplicados na mediação judicial e extrajudicial, independentemente
da área mediada.
A mediação é única, consistindo em importante meio de resolução de
conflitos. Entretanto, ante a variedade e a complexidade de assuntos que
podem ser mediados, desenvolveram-se diferentes tipos de mediação,
que poderão ser adotados conforme o assunto tratado ou a prática e a
experiência do mediador.
O mediador deverá se aperfeiçoar nas diferentes técnicas de me-
diação, habilitando-se para se tornar um facilitador, para que as partes
construam a melhor solução para o conflito mediado. Com sensibilidade
2 Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação

e flexibilidade, deverá adotar atitudes que restabeleçam a comunicação,


o que permitirá a criação de um ambiente propício à composição.
Neste capítulo, você vai aprender os princípios, as áreas de atuação
e os diferentes tipos de mediação. Você vai também verificar as atitudes
necessárias do mediador.

Princípios aplicáveis na mediação


e as suas áreas de atuação
Os princípios norteadores da mediação, mais do que apenas diretrizes
orientadoras do instituto, importam no reconhecimento da dignidade da pessoa
humana, conforme cláusula constante no art. 1º, III, da Constituição Federal
de 1988. Trata-se de exteriorização da participação democrática do cidadão
nas decisões que afetarão a sua vida.
Nesse sentido, buscam-se princípios nos dispositivos legais de forma ex-
pressa, tanto aqueles que tratam do processo quanto os que tratam dos meios
de resolução de conflito. Observe que princípios expressos não excluem ou-
tros decorrentes da Constituição Federal e do processo civil que possam ser
implicitamente deduzidos. No plano normativo, encontram-se os princípios
da mediação no CPC de 2015, no art. 166:

 independência;
 imparcialidade;
 autonomia da vontade;
 confidencialidade;
 oralidade;
 informalidade;
 decisão informada.

Igualmente consta, no art. 2º da Lei nº. 13.140/2015, a qual trata especifi-


camente da mediação, que esse meio de resolução deverá observar, obrigato-
riamente, os seguintes princípios:

 imparcialidade do mediador;
 isonomia entre as partes;
 oralidade;
 informalidade;
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 autonomia da vontade das partes;


 busca do consenso;
 confidencialidade;
 boa-fé.

Com poucas distinções entre ambos, examinemos os principais no plano


normativo (BRASIL, 2015a).
Ao dispor a autonomia de vontade como princípio, está-se valorizando
a liberdade como valor da dignidade da pessoa humana. Torna-se a parte
envolvida no conflito protagonista e responsável pelas consequências do
conflito e sua resolução. Confia-se na capacidade do indivíduo de escolher e
valoriza-se seu senso de justiça, que deverá levar as partes a optar, de forma
voluntariosa, pelo caminho de resolução consensual ao momento de crise.
Sendo os envolvidos os protagonistas, deverão estes optar livremente pela
mediação, mantendo-se livre a sua vontade para participar, escolher o caminho
e manter-se na mediação desde o início do procedimento até seu fim. Em
qualquer momento durante o procedimento, poderão as partes interromper o
procedimento caso sintam-se constrangidas.
Ligado à autonomia de vontade, o princípio da decisão informada, segundo
Tartuce (2018, p. 206), é o princípio que “[...] impõe o esclarecimento, por parte
dos mediadores, sobre os direitos de aceitar participar da via consensual e de
seguir participando das sessões”. Embora refira que esse princípio consiste
em um esclarecimento quanto ao direito de participar da mediação, o autor
reconhece a necessidade de que os participantes tenham dados suficientes
para a construção da solução do litígio.
Apenas se pode reconhecer uma vontade livre e autônoma de qualquer
participante se houver a compreensão pelas partes sobre os direitos e deveres
da mediação, sobre os direitos e deveres da discussão na mediação e as conse-
quências de eventual solução que as partes se comprometam em composição.
O mediador não deve agir como advogado ou consultor das partes, sob pena
de comprometer a necessária imparcialidade, mas deverá se certificar de que
as partes estão devidamente informadas, sob pena de comprometimento da
liberdade consensual necessária.
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A Lei nº. 13.130, de 2 de março de 2015, prescreve expressamente o direito de a parte


desistir da mediação a qualquer momento:

Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes princípios:


[...]
§ 2º Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de me-
diação (BRASIL, 2015b, documento on-line).

Os meios usuais de resolução de conflitos pelo Poder Judiciário podem ser,


em alguns momentos, opressivos e confrontadores. Isso porque o processo
judicial tem uma série de ritos, expressões e usos que podem ser, para o
leigo, intimidadores. Os meios alternativos de solução de conflitos devem
ser acolhedores, razão pela qual há expressa previsão legal do princípio da
informalidade. Isso significa que a mediação deverá permitir a tranquilidade,
a descontração e que as partes se sintam participantes do procedimento e da
construção da solução. A informalidade não exime, entretanto, o mediador de
esclarecer as partes sobre algumas regras a serem observadas no procedimento.
Sem impedir que as partes imponham o clima que desejam ao procedimento,
regras mínimas como respeito mútuo, ouvir o outro, confidencialidade, dentre
outras, permitirão o procedimento. A flexibilidade do procedimento, fruto da
informalidade, auxiliará para que os litigantes consigam estabelecer a comuni-
cação e construir a melhor solução para sua controvérsia. Para Spengler (2017,
p. 149), “[...] nesse sentido, nada obsta que os envolvidos busquem soluções
alternativas, desde que suas escolhas não firam a moral e os bons costumes”.
Os mediadores deverão atuar com imparcialidade e independência, ou
seja, sem qualquer espécie de pressão, influência ou subordinação, seja em
relação às partes, seja em relação ao Poder Judiciário. O princípio da inde-
pendência determina que, sempre que um mediador se sentir constrangido,
verificar que não há condições de desenvolvimento do procedimento, ou
constatar que o acordo que as partes pretendem é ilegal ou impossível de ser
cumprido por qualquer dos participantes, deverá recusar-se de participar,
conforme estabelece o Código de Ética de Mediadores e Conciliadores, da
Resolução CNJ nº. 125, de 29 de novembro de 2010.
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O princípio da imparcialidade prescreve que o mediador não deverá posi-


cionar-se em favor de qualquer dos envolvidos, velando os mesmos motivos de
suspeição e impedimento que valem para os juízes de direito, além de qualquer
outro motivo que possa, mesmo não revelado, influenciar que o mediador
prestigie qualquer das partes da mediação. Quanto maior o reconhecimento
da imparcialidade do mediador pelas partes, maior credibilidade este gozará
para conduzir as partes à construção de uma solução para o litígio. Por esse
motivo, o mediador deverá revelar, antes do início do procedimento, qualquer
situação que embarace sua participação. Trata-se de um dever de revelação.
Observe, contudo, que as adoções de técnicas de negociação não importam
em comprometimento da imparcialidade do mediador.
Para o reestabelecimento da comunicação, o princípio da oralidade é
essencial. Nas sessões, as partes terão a oportunidade de verbalizar, passar
suas impressões, construir reflexões, escutar outras perspectivas e responder
e formular questionamentos. É o momento de participação que permitirá a
construção da solução mais adequada à crise discutida. Recordando que o
processo oral não exclui a utilização da escrita para a formalização do acordo.
Spengler (2017) afirma que a oralidade advém dos Juizados Especiais Cíveis
e Criminais, Lei nº. 9.099, de 26 de setembro de 1995.

O processo do trabalho, já há muito tempo, valoriza a oralidade na colheita da prova


e nos demais atos processuais, embora a Lei nº. 9.099/1995 a tenha expressamente
prescrito no art. 62.

Dois pontos que suscitam algumas dúvidas quanto à oralidade são:

1. se o mediador deverá ler para as partes o processo ou peças escritas


do litígio, ou deverá permitir que as partes construam oralmente a
controvérsia de que vão tratar;
2. se deverá o mediador transcrever o que as partes disserem durante a
sessão de mediação.
6 Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação

Responder a esses questionamentos positivamente depende das ca-


racterísticas de negociação de cada mediador, ou seja, da maneira que se
sinta o mediador mais à vontade na sessão e, por fundamental, que tais
transcrições e leituras não tornem o procedimento formal e engessado. É
importante que a solução a ser adotada para o conflito seja transcrita na
medida em que os envolvidos permitam, de forma clara e objetiva. Embora
não haja exigência legal de que o acordo seja escrito, essa forma permite
um senso de responsabilidade maior e uma melhor organização psíquica
dos termos do acordo.
O princípio da busca de consenso se relaciona com a necessidade de
cooperação entre as partes e a não competitividade. Segundo Tartuce (2018,
p. 219):

[...] verifica-se uma situação cooperativa quando um participante do processo,


ligado de forma positiva a outro, comporta-se de maneira a aumentar suas
chances de alcançar o objetivo, aumentando com isso também a chance de
que o outro o faça.

O mediador e todos os envolvidos no procedimento deverão atuar de forma


contributiva para que se possa reestabelecer a comunicação e o diálogo, com
um ambiente propício ao consenso. Observe que, mesmo que não cheguem ao
consenso quanto à solução, poderão as partes criar um ambiente de comunicação
que lhes oportunize, em outro momento, uma composição.
Nesse sentido, ganha enfoque a boa-fé, que deverá pautar os sentimentos
das partes, que deverão atuar com honestidade, lealdade e justiça em relação a
todos os envolvidos, sejam estes a parte adversa, os advogados, os mediadores
ou terceiros. Os envolvidos poderão ter diferenças quanto a aspectos sobre o
bem da vida discutido, mas isso não lhes permite que possam agir de forma
desleal ou desonesta em relação ao outro. O ordenamento jurídico brasileiro
ressalta, a todo o momento, a necessidade de que as partes guardem a boa-fé
tanto na formação quanto na execução dos negócios jurídicos, conforme
prescreve o art. 422 do Código Civil (BRASIL, 2002, documento on-line):
“Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”. Observe que,
pela natureza jurídica contratual da mediação, o art. 840 do Código Civil
prescreve ainda que “É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem
o litígio mediante concessões mútuas”, o que deverá observar sempre a
boa-fé contratual.
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O Código Civil traz inúmeros exemplos em que a boa-fé vem prescrita como um
pressuposto das relações civis, como nos arts. 128, 164, 167, 187, 242, 286, 307 e 309,
entre inúmeros outros.

A confidencialidade vem determinada no §1º do art. 166 do CPC, para


que as partes possam se sentir à vontade para agir com transparência, com-
partilhando informações e dados que possam auxiliar na solução do problema.
Absolutamente tudo o que for tratado na sessão de mediação será confidencial,
mesmo que qualquer das partes admita fato controverso do litígio. Por esse
motivo, apenas serão transcritos os fatos, as propostas e os encaminhamentos
que todos os envolvidos concordem que sejam escritos. Igualmente, não poderá
ser revelado oralmente o que for tratado entre as partes durante a mediação.
Assim, a Lei determina que “[...] a confidencialidade se estende a todas as
informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser
utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes”
(BRASIL, 2015b, documento on-line). As informações obtidas no processo de
mediação não poderão ser usadas em qualquer processo judicial ou arbitral, e
o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou
depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.
Por fim, as partes deverão ter igual oportunidade durante o procedimento,
resguardando-se a isonomia. O mediador deverá observar que as partes te-
nham igual tempo para exposição de suas razões, mesmo número de sessões
individuais, mesmas oportunidades de exposição e mesmos instrumentos
negociais. A inobservância dessa igualdade, mesmo que não proposital, poderá
dar a impressão ao supostamente prejudicado de que estaria sendo preterido,
quebrando a necessária confiança e cooperação.
Os princípios orientadores serão aplicados na mediação judicial e na mediação
extrajudicial, independentemente do tema que versará a mediação. Isso porque
eles auxiliarão no reestabelecimento da comunicação, no respeito mútuo e na
preservação das partes, facilitando na construção de uma solução aceita por todos
e que pacifique o litígio. Evidentemente, um mediador extrajudicial, de confiança
das partes, poderá desconhecer alguns desses princípios, o que não o exime de os
observar. O importante é, na medida do possível ao mediador extrajudicial, que
tenha ciência e treinamento adequados, aplicando-os no processo de mediação.
8 Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação

A mediação poderia se aplicar, se bem conduzida, a qualquer espécie de conflito.


Porém, considerando-se que se torna mais eficaz e adequada quando existem laços
anteriores, cuja compreensão de reestabelecimento acaba por conduzir as partes à
responsabilização pelo conflito e sua resolução, algumas áreas têm tido preferência
como meio de resolução.

Os conflitos familiares, os conflitos decorrentes de litígios sobre bens e


direitos (Direito das Coisas) — como os direitos de vizinhos e sobre bens —,
as divergências contratuais, as divergências associativas (de clubes e escolares)
e as decorrentes de direitos sucessórios (heranças), têm sido as áreas em que
há o melhor aproveitamento desse meio de solução de conflitos. Isso porque
as partes se sentem responsáveis pelos outros e, em razão da ruptura momen-
tânea da comunicação, surge o litígio. Nesse sentido, a mediação surge como
o meio mais adequado de aproximação e comunicação entre os conflitantes.

Os diversos tipos de mediação


A mediação surge na necessidade de tratar um conflito decorrente da busca
pelo indivíduo de suprir uma necessidade, seja esta uma necessidade social,
de segurança, de autoestima, de autorrealização ou até mesmo uma necessi-
dade fisiológica básica. Da contraposição de sentimentos e interesses entre
os indivíduos para a satisfação dessas necessidades, surge a necessidade de
tratamento adequado do conflito.
As diferentes concepções sobre o conflito e as suas complexidades obrigam
que o seu tratamento seja realizado de forma interdisciplinar, utilizando-se
da psicologia, da filosofia, da matemática, da sociologia, da antropologia e de
diversas outras ciências que possam, cada uma à sua maneira, reestabelecer a
comunicação e permitir que os conflitantes busquem o consenso. Não há dúvida
de que a mediação é única, consistindo em um meio de resolução adequado
do conflito que, pela complexidade e variedade dos problemas envolvidos, se
desdobrará em diversas formas de enfoque e escolas de abordagem.
Ressalta-se que as formas de abordagem do conflito não são excludentes,
tampouco significam serem umas melhores do que as outras. Dada a trans-
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disciplinaridade da mediação, os diferentes tipos serão aplicáveis conforme


a sua adequação ao caso e a capacidade técnica e emocional dos envolvidos
(partes, mediadores, auxiliares). Bacellar (2016, p. 108) classifica quatro
diferentes tipos de mediação, embora não considere a última propriamente
mediação, como adiante se explanará:

Mediação da Escola de Harvard. Essa modalidade de mediação é considerada


a mediação clássica e desenvolve-se em fases bem definidas e estruturadas, ba-
seadas em princípios que buscam desvelar interesses acobertados por posições.
Usa as técnicas negociais desenvolvidas pela Escola de Harvard, buscando a
solução por meio de ganhos mútuos.

Mediação circular-narrativa. Conhecida também como modelo Sara Cobb.


Deve-se buscar uma visão sistêmica, com foco não apenas nas pessoas en-
volvidas, mas também em suas historicidades e relações sociais pertinentes,
pois o conflito não se dá de forma isolada, relacionando-se com outros fatores
nem sempre identificáveis de imediato.

Mediação transformativa. Conhecida como modelo de Bush e Folger, essa


forma de mediação busca transformar a atitude adversarial dos envolvidos em
uma postura colaborativa, confiando na capacidade das partes de identificar
os interesses envolvidos e de decidir pelo reestabelecimento do vínculo para,
a partir de então, encontrar uma solução que atenda aos interesses de todos
os envolvidos.

Mediação avaliadora. Essa modalidade se diferencia das demais porque


o mediador, depois de cumpridas todas as etapas da mediação e recolhidas
todas as propostas de solução criadas pelos envolvidos, emite a sua opinião
de solução de conflito como forma de viabilizar o acordo.

Como se antecipou, Bacellar não considera a última dessas formas como


uma efetiva mediação, pois o mediador e a mediação são facilitadores para que
as partes construam as soluções que considerem mais adequadas e optem por
solucionar o conflito numa dessas formas encontradas (BACELLAR, 2016).
Nas três primeiras formas de mediação, o mediador não intervém no mérito do
conflito e não participa escolhendo ou sugerindo um caminho. Na mediação
avaliadora, o mediador, além de facilitar o processo de mediação durante o
procedimento, recolhe as propostas de solução sugeridas pelas partes e emite
a sua opinião, interferindo no mérito.
10 Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação

A Escola de Harvard desenvolveu as mais conhecidas técnicas negociais utilizadas


mundialmente, fundamentando-se na negociação distributiva, em que há a criação
de valor a partir do conflito, com a possibilidade de ganhos mútuos. Trata-se da busca
por uma negociação ganha-ganha.

A mediação poderá ser ainda judicial ou extrajudicial. Indicada aos con-


flitantes que tenham um vínculo anterior, cuja identificação dos interesses
facilitará a criação de soluções para a resolução do conflito, a mediação é
prescrita no CPC, entre suas normas fundamentais e em seção própria. Sua
previsão no art. 3º, § 3º, permite que esse meio de solução se irradie para
todo o sistema processual. Embora o marco da mediação se encontre na Lei
13.140/2015, a introdução desse meio de solução de conflito no CPC reforça
a sua importância e explicita que um dos meios disponíveis aos operadores
do Direito para a solução do litígio está dentro do processo.
Na mediação judicial, o encaminhamento para um dos Centros de Concilia-
ção e Mediação criados pelo Poder Judiciário, no âmbito dos diversos Estados da
Federação, se dará durante o processo judicial, a qualquer tempo, ou antes mesmo
do início da instrução processual, em sua fase inicial. Ao receber as manifestações
iniciais das partes (inicial, contestação), o juiz poderá mandá-las imediatamente
à mediação, considerando ser esta a melhor alternativa para o reestabelecimento
da comunicação. Note-se que as partes poderão mediar todo o conflito ou apenas
parcialmente. Mesmo quando não solucionado o conflito na mediação, a mera
submissão ao procedimento poderá servir para o reestabelecimento do vínculo,
para que as partes possam solucionar o processo judicial mais adiante.

A Resolução CNJ nº. 125/2010 introduziu no Brasil a Política Judiciária de Tratamento


Adequado de Conflitos, aplicando-se seus preceitos indistintamente à mediação
judicial ou extrajudicial
Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação 11

Mas o conflito poderá ser tratado extrajudicialmente também, usando-se


os mesmos princípios, métodos, etapas (fases) ou modelos usados no Poder
Judiciário. Em alguns países da África inclusive, a mediação extrajudicial
com líderes comunitários é a prática, como em Angola. Os conflitantes poderão
consensualmente optar por tratar o conflito pela intermediação de um terceiro
imparcial na mediação quando surgido o litígio, ou poderão estabelecer
contratualmente que eventual conflito decorrente em um contrato seja tratado
na mediação, como possibilita o art. 22 da Lei da Mediação. Existindo interesse
em prever contratualmente a mediação extrajudicial, as partes contratantes
deverão estabelecer os seguintes requisitos:

 prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de


mediação, contado a partir da data de recebimento do convite;
 local da primeira reunião de mediação;
 critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação;
 penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à pri-
meira reunião de mediação.

Caso não queiram os contratantes estabelecer esses requisitos considerados


mínimos, poderão indicar o regulamento publicado por instituição idônea
prestadora de serviços de mediação, no qual constem critérios claros para a
escolha do mediador e a realização da primeira reunião de mediação.

Atitudes do mediador
Inicialmente, é importante lembrar que o mediador deverá ser qualificado,
como prescrevem os arts. 9º e 11 da Lei de Mediação, de acordo com o fato de
atuarem ou não em juízo. A Resolução CNJ nº. 125/2010 aponta as prescrições
éticas a serem observadas pelo mediador.
Para atuar como mediador judicial, a pessoa deverá ser capaz, ser gra-
duada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituição
reconhecida pelo Ministério da Educação e ter obtido capacitação em escola
ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional
de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM) ou pelos tribu-
nais. Por outro lado, o mediador extrajudicial deverá ser qualquer pessoa
capaz, que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação,
independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe
ou associação, ou nele inscrever-se.
12 Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação

Embora parte da doutrina tenha criticado a menor exigência de requisitos


para o mediador extrajudicial, tal fato se justifica como forma de habilitar
qualquer pessoa que goze da confiança dos mediandos a servir de elo entre
os litigantes. O legislador, nesse aspecto, teve a sensibilidade de compreender
que alguém de confiança, mesmo sem a qualificação do mediador judicial,
é muito mais eficaz para a aproximação das partes, justamente por ser de
confiança destas. Segundo Didier Junior. (2015, p. 276):

O mediador exerce um papel um tanto diverso. Cabe a ele servir como veículo
de comunicação entre os interessados, um facilitador do diálogo entre eles,
auxiliando-os a compreender as questões e interesses em conflito, de modo
que eles possam identificar, por si mesmos, soluções consensuais que gerem
benefícios mútuos. Na técnica da mediação, o mediador não propõe soluções
aos interessados. Ela é por isso mais indicada nos casos em que exista uma
relação anterior é permanente entre os interessados, como nos casos de con-
flitos societários e familiares. A mediação será exitosa quando os envolvidos
conseguirem construir a solução negociada do conflito.

Por essa razão, o mediador deverá observar uma flexibilização procedi-


mental, ou seja, embora a mediação tenha uma série de atos que podem ser
seguidos pelo mediador, este não está obrigado a segui-los e, com o tempo,
desenvolverá as suas próprias técnicas. Igualmente tem a prerrogativa de
efetuar sessões individuais com as partes, ou parte, caso ache conveniente. O
mediador também deverá adotar um tom informal, o que não dispensa uma
técnica e, eventualmente, um roteiro a ser seguido.
Segundo Spengler (2017, p. 31), o mediador deverá exercer as seguintes
funções e atitudes:

 Ajudar as partes conflitantes a identificar e a confrontar as questões


do conflito — a presença desse terceiro, que será neutro e equidistante,
permitirá que as partes se acalmem e ponham de lado as ansiedades
para que possam confrontar-se com questões que não conseguiriam
num ambiente não controlado. A presença do mediador também reduz
eventuais assimetrias entre as partes, permitindo uma equivalência
suficiente para a busca por uma solução.
 Ajudar a promover circunstâncias e condições favoráveis para se con-
frontarem as questões — o mediador possibilitará a criação de um
espaço e uma atmosfera propícios para que as partes possam encontrar
um espaço neutro, sem que as rupturas imediatas forcem qualquer das
partes a pactuar, ou que estas se sintam tensas em razão do encontro
com o outro conflitante. As partes serão recebidas em um ambiente
Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação 13

acolhedor e equivalente, com espaços de tempo simétricos e sem qual-


quer espécie de pressão.
 Ajudar a remover os bloqueios e as distorções no processo comunicativo
para que possa se desenvolver uma comunicação mútua — o mediador
deverá estimular que os conflitantes, tanto o mais articulado quanto o
menos articulado, consigam expressar completamente suas opiniões,
viabilizando que a comunicação seja compreendida por ambos de igual
forma. O mediador poderá, inclusive, treinar os conflitantes a se comu-
nicarem de forma mais clara e efetiva, para que possam se expressar
melhor e viabilizar a comunicação rompida.
 Ajudar a estabelecer normas para a interação racional, como o respeito
mútuo, a comunicação aberta, o uso de persuasão em vez de coerção e
o desejo de atingir um acordo mutuamente satisfatório — em ambientes
de conflito, é comum que algumas partes tentem atingir a outra com
agressões verbais ou em seus pontos sensíveis, impedindo a formação da
comunicação. Nesse sentido, o mediador poderá viabilizar que as partes
observem regras justas no procedimento e que atentem ao respeito mútuo
e à justa argumentação, para que uma parte não se sobressaia à outra.
 Ajudar a determinar que tipos de soluções são viáveis — o mediador
deverá auxiliar na identificação de soluções pelas partes, tendo abso-
luto cuidado para jamais sugerir as possibilidades de solução para o
conflito. Um mediador cuidadoso criará um ambiente e auxiliará na
criação e identificação de alternativas de solução, sem que essa criação
e identificação parta de si.
 Colaborar para que um acordo viável seja aceito pelas partes em con-
flito — o mediador deverá ser um facilitador para que apenas acordos
viáveis sejam celebrados, pois as partes não se sentirão responsáveis
e comprometidas caso realizem acordos inexequíveis ou prejudiciais
aos interesses de um dos conflitantes.
 Ajudar a tornar as negociações e o acordo celebrado prestigiosos e
atraentes para os públicos interessados — sendo o mediador um terceiro,
neutro em relação às partes, deverá ter uma atitude que espelhe e esti-
mule os envolvidos a negociar e a celebrar um acordo de ganhos mútuos.

A mediação poderá ser estruturada em estágios pelo mediador. O primeiro


estágio consiste na orientação das partes e organização do espaço de reuniões.
Neste, deve o mediador ouvir o problema e fazer perguntas para que se possa
organizar o conflito a ser solvido. A sala e o mobiliário devem ser propícios,
e as partes têm que sentir que o que disserem não sairá da sala. O segundo
14 Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação

estágio consiste na reunião aberta, na qual as partes são esclarecidas sobre


a mediação, em que há as primeiras declarações e a finalização da reunião,
partindo-se para reuniões particulares, se for o caso.

Segundo a Lei de Mediação, art. 19, “No desempenho de sua função, o mediador
poderá reunir-se com as partes, em conjunto ou separadamente, bem como solicitar
das partes as informações que entender necessárias para facilitar o entendimento
entre aquelas” (BRASIL, 2015a, documento on-line).

No terceiro estágio, o mediador fará reuniões particulares com as partes, nas


quais conhecerá os interesses de cada um, a visão sobre os fatos importantes,
suas expectativas, etc. No quarto estágio, efetuam-se as reuniões conjuntas
e particulares, nas quais as partes discutirão as formas de solucionar o con-
flito e as soluções para os impasses que surgem. No quinto estágio, ocorre
o encerramento da mediação com a redação do termo de acordo, caso tenha
sido positiva a mediação.

1. O princípio da confidencialidade d) não se deve conversar sobre


deve ser observado pelo mediador o mérito da controvérsia, mas
judicial e extrajudicial e significa que: apenas sobre o ponto que
a) não se deve escrever o acordo levou ao desentendimento.
realizado, para que ninguém e) serão escritos os termos do que
tenha conhecimento. for tratado, queiram as partes
b) uma parte não poderá ou não, pois a confidencialidade
ouvir o que a outra afirma não se aplica às partes.
na sessão de mediação. 2. O mediador deverá ser um terceiro
c) as partes, os mediadores e imparcial. Isso importa que:
os auxiliares deverão guardar a) o mediador não deverá, em
sigilo sobre tudo o que se momento algum, se manifestar
tratar na mediação. na mediação, deixando que
apenas as partes falem.
Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação 15

b) o ato de o mediador sentar-se a) o mediador judicial é


entre as partes já é suficiente mais importante que o
para que seja imparcial. mediador extrajudicial.
c) o mediador poderá se b) não há estrutura para treinar
manifestar, mas cuidando todos os mediadores.
para que não beneficie c) se quer desestimular a
qualquer dos conflitantes. mediação extrajudicial.
d) o mediador não poderá d) não há diferenças de requisitos.
ser tendencioso para o e) sendo o mediador extrajudicial
autor do conflito, pois este alguém escolhido pelas partes,
está em vantagem. ele não precisa ter a formação
e) o mediador não poderá formal de mediador.
ser tendencioso para a 5. O mediador deverá facilitar
vítima do conflito, pois esta a identificação da questão
está em vantagem. do conflito porque:
3. A mediação é única, mas há a) tal ação permite descobrir
diferentes abordagens. Então, quem teve a culpa.
é correto afirmar que: b) permite que as partes
a) os diferentes tipos de mediação processem a outra quando
são excludentes entre si. cientes do real problema.
b) as diferentes abordagens c) possibilita que as partes
de mediação poderão ser compreendam que
usadas simultaneamente. apenas interessam seus
c) tais abordagens significam que próprios interesses.
o mediador dará uma sugestão d) permite ao mediador
de solução ao conflito. comunicar ao juiz o que
d) tais abordagens não realmente está em jogo,
dependem do conflito a para que o Judiciário possa
ser mediado, tampouco da decidir o processo.
experiência do mediador. e) a identificação da questão
e) são abordagens erradas, permite que os conflitantes
pois apenas a mediação compreendam que o litígio
clássica deve ser utilizada. tem causas subjacentes não
4. Os requisitos entre os identificadas, procurando-se
mediadores judiciais e superar essas causas por
extrajudiciais diferem porque: meio de um acordo.
BACELLAR, R. P. Mediação e arbitragem. São Paulo: Saraiva, 2016.
BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 2 jul. 2018.
BRASIL. Lei nº. 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 mar. 2015b. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 2 jul. 2018.
BRASIL. Lei nº. 13.140, de 26 de junho de 2015. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 29 jun. 2015a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13140.htm>. Acesso em: 2 jul. 2018.
DIDIER JUNIOR., F. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao direito processual
civil, parte geral e processo de conhecimento 17. ed. Salvador: JusPodivm, 2015. v. 1.
SPENGLER, F. M. Mediação de conflitos: da teoria à prática. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2017.
TARTUCE, F. Mediação nos conflitos civis. Rio de Janeiro: Forense, 2018.

Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Diário Oficial [da] República Federa-
tiva do Brasil, Brasília, DF, 27 set. 1995. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L9099.htm>. Acesso em: 2 jul. 2018.
BRASIL. Resolução CNJ nº. 125, de 29 de novembro de 2010. Dispõe sobre a Política
Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito
do Poder Judiciário e dá outras providências. Disponível em: <http://www.cnj.jus.
br/busca-atos-adm?documento=2579>. Acesso em: 2 jul. 2018.
MARASCHIN, M. U. (Coord.). Manual de negociação baseado na teoria de Harvard.
Brasília: EAGU, 2017.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

A Lei de Mediação apresenta importantes aspectos para a solução de conflitos de forma adequad
a, devendo ser interpretada em conjunto com o Código de Processo Civil e com o Código Tribut
ário Nacional no que lhe compete.

Neste vídeo da Dica do Professor, você vai aprender sobre a possibilidade de mais de um media
dor, bem como verificar as hipóteses em que o Princípio da Confidencialidade apresenta exceçõ
es.

Confira, a seguir.

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EXERCÍCIOS

1) O Princípio da Confidencialidade deve ser observado pelo mediador judicial e extraj


udicial e significa que:

não se deve escrever o acordo realizado, para que ninguém tenha conhecimento.
A)
uma parte não poderá ouvir o que a outra afirma na sessão de mediação.
B)
as partes, mediadores e auxiliares, deverão guardar sigilo sobre tudo o que se tratar na med
C)
iação.

não se deve conversar sobre o mérito da controvérsia, mas apenas sobre o ponto que levou
D)
ao desentendimento.

serão escritos os termos do que for tratado, queiram as partes ou não, pois a confidencialid
E)
ade não se aplicam a elas.
2) O mediador deverá ser um terceiro imparcial. Isso implica que:

o mediador não deverá, em momento algum, manifestar-se na mediação, deixando que ape
A)
nas as partes falem.

o mediador sentando entre as partes já é suficiente para que ele seja imparcial.
B)
o mediador poderá se manifestar, mas cuidando para que não beneficie qualquer um dos co
C)
nflitantes.

o mediador não poderá ser tendencioso para o autor do conflito, pois este está em vantage
D)
m.

o mediador não poderá ser tendencioso para a vítima do conflito, pois esta está em vantage
E)
m.

3) A mediação é uma apenas, mas há diferentes abordagens. Então, é correto afirmar q


ue:

os diferentes tipos de mediação são excludentes entre si.


A)
as diferentes abordagens de mediação poderão ser usadas simultaneamente.
B)
significa que o mediador dará uma sugestão de solução ao conflito.
C)
não dependem do conflito a ser mediado, tampouco da experiência do mediador.
D)
são abordagens erradas, pois apenas a mediação clássica é que deve ser utilizada.
E)

4) Os requisitos entre os mediadores judiciais e extrajudiciais diferem porque:

o mediador judicial é mais importante que o mediador extrajudicial.


A)
não há estrutura para treinar todos os mediadores.
B)
se quer desestimular a mediação extrajudicial.
C)
não há diferenças de requisitos.
D)
sendo o mediador extrajudicial alguém escolhido pelas partes, ele poderá não ter a formaçã
E)
o formal de mediador.

5) O mediador deverá facilitar a identificação da questão do conflito porque:

a identificação da questão do conflito permite descobrir quem teve a culpa.


A)
permite que as partes processem a outra quando cientes do real problema.
B)
possibilita que as partes compreendam que apenas interessam seus próprios interesses.
C)
permite ao mediador comunicar ao juiz o que realmente está em jogo, para que o Judiciário
D)
possa decidir o processo.

a identificação da questão permite que os conflitantes compreendam que o litígio tem caus
E)
as subjacentes não identificadas, procurando superar essas causas por meio de um acordo.

NA PRÁTICA

A mediação empresarial não costuma ser praticada no Brasil, em razão do desconhecimento a re


speito e pela novidade desse meio de solução consensual no País. Entretanto, esse paradigma co
meça a mudar.

Veja, a seguir, Na Prática.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

SAIBA +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:

A locatária: uma mediação simulada

A mediação deve resguardar a confidencialidade, razão pela qual sempre são privadas. O Tribun
al de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul realizou uma sessão de mediação simulada para co
nhecimento do público. Assista ao vídeo e veja como funciona esse importante meio de resoluçã
o de conflitos.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

Servidor do Judiciário não pode atuar como mediador extrajudicial, diz CNJ

Os mediadores judiciais recebem treinamento específico, conforme determinação do Conselho


Nacional de Justiça. Havia questionamentos sobre se esses mediadores treinados pelos tribunais
poderiam trabalhar, também, como mediadores extrajudiciais. Veja, na notícia a seguir, o que en
tendeu o CNJ sobre o trabalho dos medidores judiciais fora de sua atuação nos tribunais.

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