INSS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – Protocolado em 05/MAI/2023
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) opôs embargos de declaração contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento referente à revisão da vida toda.
AGU RECURSO DE SUSPENSÃO DOS PROCESSOS – Protocolado em
08/MAI/2023
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) opôs, na última
sexta-feira (5/5), embargos de declaração contra a decisão do Supremo Tribuna Federal (STF) no julgamento referente à revisão da vida toda. A autarquia pede a suspensão de processos sobre o tema e a anulação do acórdão que reconheceu o direito de aposentados a optarem pela regra previdenciária que lhes for mais favorável.
Caso não seja reconhecida a nulidade, o instituto requer a
modulação dos efeitos, de forma que a tese fixada pelos ministros não se aplique a benefícios previdenciários já extintos, a decisões transitadas em julgado que negaram o direito à revisão da vida toda e a diferenças no pagamento de parcelas de benefícios quitadas antes da publicação do acórdão.
O recurso é a mais recente reação do INSS ao julgamento que
trata da possibilidade de segurados corrigirem suas aposentadorias para incluir no cálculo contribuições realizadas antes de julho de 1994, período de lançamento do Plano Real. A data foi usada como corte para uma regra transitória aprovada em 1999, segundo a qual não seriam consideradas contribuições feitas anteriormente.
O INSS sustenta que a tese adotada pelo acórdão da revisão da
vida toda tem efeitos sobre outras normas estabelecidas e que houve uma omissão ao não terem sido abordados os reflexos práticos dela, sendo um dos mais evidentes “dar margem para que segurados que não tiveram as melhores contribuições antes de julho/1994 se utilizem indevidamente da tese, contrariando a ratio decidendi do acórdão”. A autarquia argumentou haver situações nas quais, mesmo com as piores contribuições localizadas no período anterior a julho de 1994, o aposentado conseguiria obter um benefício mais abastado que aquele resultante das regras que a lei estabelece devido ao potencial afastamento do divisor mínimo de 60% do Período Básico de Cálculo (PBC).
“Assim, ter-se-ia situações não apreciadas pelo STF em que a
‘vida toda’ reduz a média atualizada dos salários-de- contribuição do beneficiário, mas que a revisão é favorável pela elevação do salário-de-benefício em decorrência do afastamento do divisor mínimo de 60% do PBC, situação que não foi tratada pelo r. acórdão embargado,” discorre.
O recurso também indica uma possível omissão quanto à alegação
de que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) teria violado a cláusula de reserva de plenário — que estabelece a necessidade de maioria para declarar uma norma inconstitucional — ao afastar a aplicação da regra sem, contudo, suscitar incidente de inconstitucionalidade.
Segundo o INSS, o ministro Ricardo Lewandowski, hoje aposentado,
não tratou do ponto nem afirmou que estaria acompanhando outro voto. “Seja como for, cinco votos não são suficientes para configurar a questão como decidida, pois não formam maioria,” afirmou. “Não seria correto pensar que, havendo decisão sobre o mérito, presumir-se-ia afastada a prejudicial. Isso seria admitir ‘decisão implícita’.”
O instituto ainda declara ter havido omissão a respeito dos
prazos de prescrição e decadência, da necessidade de adstrição ao pedido e da possibilidade de modulação dos efeitos da aplicação de tese firmada.
Não há data para julgamento dos embargos contra a decisão da
revisão da vida toda. A matéria é apreciada no Recurso Extraordinário (RE) 1.276.977, com repercussão geral reconhecida.