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ACÓRDÃO REVISÃO DA VIDA TODA – Publicado em 13/ABR/2023

https://www.migalhas.com.br/arquivos/2023/4/14B174DADFB469_acord
ao-revisao-da-vida-toda.pdf

INSS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – Protocolado em 05/MAI/2023


O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) opôs embargos de
declaração contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no
julgamento referente à revisão da vida toda.

AGU RECURSO DE SUSPENSÃO DOS PROCESSOS – Protocolado em


08/MAI/2023

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) opôs, na última


sexta-feira (5/5), embargos de declaração contra a decisão do
Supremo Tribuna Federal (STF) no julgamento referente à revisão
da vida toda. A autarquia pede a suspensão de processos sobre o
tema e a anulação do acórdão que reconheceu o direito de
aposentados a optarem pela regra previdenciária que lhes for
mais favorável.

Caso não seja reconhecida a nulidade, o instituto requer a


modulação dos efeitos, de forma que a tese fixada pelos
ministros não se aplique a benefícios previdenciários já
extintos, a decisões transitadas em julgado que negaram o
direito à revisão da vida toda e a diferenças no pagamento de
parcelas de benefícios quitadas antes da publicação do acórdão.

O recurso é a mais recente reação do INSS ao julgamento que


trata da possibilidade de segurados corrigirem suas
aposentadorias para incluir no cálculo contribuições realizadas
antes de julho de 1994, período de lançamento do Plano Real. A
data foi usada como corte para uma regra transitória aprovada em
1999, segundo a qual não seriam consideradas contribuições
feitas anteriormente.

O INSS sustenta que a tese adotada pelo acórdão da revisão da


vida toda tem efeitos sobre outras normas estabelecidas e que
houve uma omissão ao não terem sido abordados os reflexos
práticos dela, sendo um dos mais evidentes “dar margem para que
segurados que não tiveram as melhores contribuições antes de
julho/1994 se utilizem indevidamente da tese, contrariando a
ratio decidendi do acórdão”.
A autarquia argumentou haver situações nas quais, mesmo com as
piores contribuições localizadas no período anterior a julho de
1994, o aposentado conseguiria obter um benefício mais abastado
que aquele resultante das regras que a lei estabelece devido ao
potencial afastamento do divisor mínimo de 60% do Período Básico
de Cálculo (PBC).

“Assim, ter-se-ia situações não apreciadas pelo STF em que a


‘vida toda’ reduz a média atualizada dos salários-de-
contribuição do beneficiário, mas que a revisão é favorável pela
elevação do salário-de-benefício em decorrência do afastamento
do divisor mínimo de 60% do PBC, situação que não foi tratada
pelo r. acórdão embargado,” discorre.

O recurso também indica uma possível omissão quanto à alegação


de que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) teria violado a
cláusula de reserva de plenário — que estabelece a necessidade
de maioria para declarar uma norma inconstitucional — ao afastar
a aplicação da regra sem, contudo, suscitar incidente de
inconstitucionalidade.

Segundo o INSS, o ministro Ricardo Lewandowski, hoje aposentado,


não tratou do ponto nem afirmou que estaria acompanhando outro
voto. “Seja como for, cinco votos não são suficientes para
configurar a questão como decidida, pois não formam maioria,”
afirmou. “Não seria correto pensar que, havendo decisão sobre o
mérito, presumir-se-ia afastada a prejudicial. Isso seria
admitir ‘decisão implícita’.”

O instituto ainda declara ter havido omissão a respeito dos


prazos de prescrição e decadência, da necessidade de adstrição
ao pedido e da possibilidade de modulação dos efeitos da
aplicação de tese firmada.

Não há data para julgamento dos embargos contra a decisão da


revisão da vida toda. A matéria é apreciada no Recurso
Extraordinário (RE) 1.276.977, com repercussão geral
reconhecida.

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