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PESQUISA JURISPRUDÊNCIA

AMANDA MARINS GOMES DE MATOS - 022156

01 Decisão por Princípios


(Coloquei dois recursos, um desprovido e o outro provido)

1-
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI
13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017. DIFERENÇAS SALARIAIS INDEVIDAS. PROMOÇÕES
HORIZONTAIS.
ENQUADRAMENTO EM CARGO DIVERSO POR AÇÃO ANTERIOR JÁ TRANSITADA EM
JULGADO. PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ, DA LEALDADE PROCESSUAL, DA PRIMAZIA DA REALI-
DADE, DA SEGURANÇA JURÍDICA E DA VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. MATÉRIA
FÁTICA. SÚMULA 126/TST. Na hipótese , o Tribunal Regional, atendendo aos fatos e às circunstâncias
constantes dos autos, manteve a sentença que julgou improcedente as diferenças salariais pretendidas, por
assentar que, em que pese o Reclamante tenha postulado progressão horizontal no cargo de "Auxiliar de
Apoio Profissional", conforme a documentação apresentada pela Reclamada, " restou provado, pela decisão
proferida nos autos do processo RT n° 0000775-
97.2011.5.01.0059, já transitada em julgado, o exercício real da função de ' Supervisor de Operações,
"Manutenção e Obras', com o deferimento das diferenças salariais pertinentes" . Nesse contexto, ressaltou o
TRT que " beira a má-fé o pedido autoral de progressão horizontal no cargo de auxiliar de apoio profissional
tendo em vista que, em ação anterior, alegou que estava desviado da função e exercia, de fato, o cargo de
Supervisor de Operações, Manutenção e Obras, sendo, inclusive, julgado procedente o pedido". Ora, não se
olvide que as partes, ao formularem suas pretensões em juízo, devem agir em conformidade com a boa-fé e
com a lealdade processual - princípios que informam o processo trabalhista (arts. 14, 17 e 600/CPC/1973 -
arts. 77, 80 e 774 do NCPC). Destarte, considerando o contexto fático delineado no acórdão recorrido - que
revela, de forma inconteste, que foram deferidas ao Obreiro, em ação anterior, as diferenças salariais
decorrentes do desvio de função com o pagamento de verbas salariais de um cargo hierarquicamente superior
(Supervisor de Operações, Manutenção e Obras ) - , compreende-se que, em conformidade com a realidade
fática que circunda a prestação de serviço do empregado e em respeito a um dos princípios basilares do
Direito do Trabalho, que é o princípio da primazia da realidade (art. 9° da CLT), não cabe ao Reclamante, na
presente ação, reestruturar suas alegações processuais, passando a brandir seu enquadramento na função de
"Auxiliar de Apoio Profissional " - outrora rejeitado, por não lhe ser conveniente naquele momento - e, por
conseguinte, pleitear o pagamento de diferenças salariais decorrentes da progressão horizontal do referido
cargo. Agregue-se, outrossim, que a diretriz ora traçada se coaduna com os princípios da segurança jurídica e
da vedação ao enriquecimento ilícito, que devem nortear as relações trabalhistas. De todo modo, para que se
pudesse chegar, se fosse o caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do conteúdo
probatório constante dos autos, propósito insuscetível de ser alcançado nesta fase processual, diante do óbice
da Súmula 126/TST. Agravo de instrumento desprovido.

2-
A) AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI
13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ELETRIC-
ITÁRIO. CONTRATO DE TRABALHO FIRMADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI 12.740/2012. BASE
DE CÁLCULO INCIDENTE SOBRE A TOTALIDADE DAS PARCELAS DE NATUREZA SALARIAL.
PRESERVAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO ADQUIRIDO E DA IRREDUTIBILIDADE
SALARIAL, DE MATRIZ CONSTITUCIONAL (ARTS. 5°, XXXVI E 7°, VI, DA CF). Demonstrado no
agravo de instrumento que o recurso de revista preenchia os requisitos do art. 896 da CLT, dá-se provimento
ao agravo de instrumento, para melhor análise da arguição de contrariedade à Súmula 191, III/TST, suscitada
no recurso de revista. Agravo de instrumento provido. B) RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A
ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
ELETRICITÁRIO.
CONTRATO DE TRABALHO FIRMADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI 12.740/2012. BASE DE
CÁLCULO INCIDENTE SOBRE A TOTALIDADE DAS PARCELAS DE NATUREZA SALARIAL.
PRESERVAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO ADQUIRIDO E DA IRREDUTIBILIDADE
SALARIAL, DE MATRIZ CONSTITUCIONAL (ARTS. 50, XXXVI E 7° VI, DA CF). A jurisprudência
desta Corte firmou entendimento no sentido de que, mesmo nas situações em que não haja explícito
enquadramento do trabalhador na condição de eletricitário, se evidenciado, contudo, o labor em sistema
elétrico de potência ou em condições de risco equivalente, o cálculo do adicional de periculosidade deverá
ser realizado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Os empregados cabistas, instaladores e
reparadores de linhas e aparelhos de empresas de telefonia são equiparados aos eletricitários para fins da
percepção de adicional de periculosidade se, no exercício de suas funções, ficarem expostos a condições de
risco equivalente ao do trabalho exercido em contato com sistema elétrico de potência (OJ
347/SBDI-1/TST). Conforme o quadro fático delineado no acórdão recorrido, o Reclamante, embora
operador de telecomunicação/técnico de telecomunicação, exercia atividade reputada como perigosa, tendo
em vista o contato com energia elétrica. Além do mais, tem compreendido a jurisprudência do TST que a
restrição dos parâmetros de cálculo do adicional de periculosidade promovida pela Lei n. 12.740/2012 (nova
redação do art. 193 da CLT) somente se aplica aos contratos novos iniciados a partir da vigência da nova lei
(D.O.U. de 10.12.2012) - entendimento cristalizado no item III da Súmula 191/TST - fato não abrangido
neste processo, pois, conforme se extrai da decisão recorrida, o Autor laborava em contato com energia
elétrica desde maio de 2010. Não há falar, portanto, no afastamento da aplicação da Lei n° 7.369/85 na
presente hipótese, tendo em vista os princípios do direito adquirido e da irredutibilidade salarial, de matriz
constitucional (arts. 5°, XXXVI e 7°, VI, da CF). Dessa forma, o Reclamante tem direito ao pagamento do
adicional de periculosidade calculado sobre as parcelas de natureza salarial. Recurso de revista conhecido e
provido.

01 Decisão reconhecendo e outra (01) afastando a hipótese de grupo econômico.

RECONHECENDO A HIPÓTESE DE GRUPO ECONÔMICO:


AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELA TRANSPORTES LUFT LTDA. GRUPO
ECONÔMICO RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. PROVIMENTO Ante possível violação do artigo 20,
§2°, da CLT, o provimento do agravo de instrumento para o exame do recurso de revista é medida que se
impõe. Agravo de instrumento a que se dá provimento. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA
TRANSPORTES LUFT LTDA.
GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDARIA. PROVIMENTO. A jurisprudência desta
Corte, inclusive em precedente da SBDI-1 (E-ED-RR-214940-39.2006.5.02.0472), julgado em 22.05.2014,
ao interpretar o teor do artigo 2°, § 2°, da CLT, pacificou o entendimento de que a mera existência de sócios
em comum e de relação de coordenação entre as empresas não constitui elemento suficiente para a
caracterização do grupo econômico. Na hipótese, o egrégio Tribunal Regional reconheceu a existência de
grupo econômico pelo fato das empresas serem coexistentes e possuirem interesse em comum, motivo pelo
qual responsabilizou as reclamadas de forma solidária pelas parcelas deferidas na presente ação. Tal decisão
contraria o entendimento desta Corte Superior sobre a matéria, que exige a existência de controle e
fiscalização de uma empresa líder para a configuração do grupo econômico, circunstância não observada na
espécie. Precedentes.
Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento.

AFASTANDO A HIPÓTESE DE GRUPO ECONÔMICO:


AGRAVO EM RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GRUPO
ECONÔMICO CONFIGURAÇÃO. Não merece provimento o agravo que não desconstitui os fundamentos
da decisão monocrática. Na hipótese, a Corte regional reconheceu a existência de grupo econômico formado
entre as empresas e consignou expressamente que , "consoante entendimento jurisprudencial e doutrinário
majoritário, admite-se a caracterização de grupo econômico não só quando se verifica a subordinação
hierárquica de empresas, mas também quando se evidencia a administração comum ou conjunta ou ainda
outras formas de aglutinação, quais sejam, as empresas coligadas, controladas ou controladoras, resultantes
do desenvolvimento econômico, como, aliás, é o caso dos Autos" Com efeito, o Tribunal Regional "não se
baseou apenas na existência de sócios comuns, pois deixou explícita existência de nexo obrigacional entre as
empresas, o que viabiliza o reconhecimento da responsabilidade solidária, conforme jurisprudência desta
Corte'. Decisão com fundamento no artigo 251, inciso II, do Regimento Interno do Tribunal Superior do
Trabaliro. Agravo desprovido.

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