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Processo nº _________________
RÉPLICA À CONTESTAÇÃO
1) DA TEMPESTIVIDADE
Esclarece ainda, que o sistema registrou o protocolo da presente no dia (inserir a data),
restando assim evidente in casu o preenchimento do pressuposto processual de
tempestividade.
Tal alegação não traz nenhuma lógica e visa penalizar ainda mais o segurado, visto
que é notório que a resposta do INSS já é conhecida e como se sabe negativa! Prova
disso é a própria contestação do mérito feita pela Nobre Procuradora.
Desta forma, já resta caracterizado o interesse de agir da parte Autora no presente
caso.
3) DA ALEGAÇÃO DE DECADÊNCIA
No presente caso, a ação foi ajuizada em ... e, apesar da DIB do benefício objeto de
revisão seja de ..., conforme consta na própria carta de concessão, o 1º pagamento foi
efetuado após ....
O artigo 103 da Lei 8.213/91 é claro quanto a contagem do prazo decadencial, a Nobre
Procuradora inclusive, cita tal dispositivo, no entanto, requer a contagem desde a
DIB!!!
Como bem sabemos a contagem não se dá da DIB, e sim, “do dia primeiro do mês
seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em
que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo”
4) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A autarquia aduziu em sua contestação, que o autor não possuiria direito à gratuidade
de justiça, entretanto, desconsiderou os elementos probatórios dos autos, que indicam
que o Autor, não possui condições financeiras para arcar com as custas processuais,
sem prejuízo do seu sustento e de sua família, tendo, inclusive, juntado declaração de
hipossuficiência na Inicial, fazendo jus, portanto, aos pleiteiam-se os benefícios da
Justiça Gratuita, nos termos da Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e Lei 1.060/50.
Muito embora esteja representada por Patrono particular, isto nada prova quanto às
condições econômicas do Autor, sendo que este não está apto a custear o presente
processo, conforme restou comprovado, sendo indiscutível o cumprimento dos
requisitos da Lei que rege a gratuidade.
Mesmo que assim não fosse, deve se destacar que pobreza não é medida única e
exclusivamente pela renda auferida, mas por uma somatória de fatores, como o nível
de endividamento, por exemplo. Nesse sentido:
Portanto de acordo com a jurisprudência consolidada dos nossos Tribunais, não resta
dúvida que O Autor faz jus sim a GRATUIDADE DE JUSTIÇA, e que por completo
deve ser afastado a pretensão da parte Ré em desqualificar tal pretensão por tais
motivos, e que seja ratificado os pedidos da exordial.
5) DO MÉRITO
Exa., data máxima vênia, a contestação trazida pela Ré não merece prosperar, vez
que igualmente carecedora de fundamentos fáticos e jurídicos, denotando apenas o
intuito da Ré de defender o indefensável com meras alegações desprovidas de
amparo legal, sendo em tese, peça procrastinatória, ficando também totalmente
impugnados os documentos juntados, vez que imprestáveis como provas em juízo,
porque não atendem ao comando legal do artigo 350 e 351 do CPC, devendo serem
desentranhados para evitar qualquer tumulto processual, ratificando o Autor, os
termos da inicial, protestando pela procedência da ação, por medida da mais lídima
justiça.
Ainda, registra-se por oportuno, que nos parece que a expressão “regime híbrido”
virou “moda” em matéria previdenciária. Parece que para toda e qualquer pretensão
de revisão por parte dos segurados, a primeira coisa que vem à cabeça é “regime
híbrido”.
Ressaltamos que a regra aplicada no presente caso pelo INSS para apurar o salário de
benefício da parte Autora não consta na Lei 8.213/91, mas sim, é regra de transição,
prevista no artigo 3º da Lei 9.876/99.
São efêmeras, e só têm sentido por tempo certo: no caso, só duram as normas do
Art. 3º, caput, da Lei 9.876 enquanto houver segurados filiados antes de sua
vigência, para os quais não incide a regra de cálculo que consta no Plano de
Benefícios propriamente dito, que impõe a consideração de todo o período
contributivo.
Para estas pessoas, há a norma transitória, que busca compensá-los pela expectativa
de utilização apenas do período básico de cálculo anterior (36 remunerações entre os
últimos 48 meses) e contra a possibilidade de se utilizar todo o período contributivo,
prejudicando-as a despeito daquela expectativa.
Para tanto, busca a garantia de que prevaleça o cálculo mais vantajoso (MELHOR
BENEFÍCIO) entre aquele que utilize o período básico de cálculo do Art. 29, I ou II
da Lei de Benefícios propriamente dita e o do Art. 3º, caput da Lei 9.876, que trouxe
a reforma e incutiu tal regra transitória.
A pretensão tem a ver com dois cálculos diferentes, para a mesma data de início de
benefício, com regras diferentes, para que prevaleça a mais vantajosa, nos termos dos
entendimentos do TRF da 4ª Região, da TRSC e da TRPR, todos unânimes nesse
sentido, colacionados junto à inicial.
Diante do exposto acima, a parte Autora requer que Vossa Excelência se digne a
receber a presente impugnação, rejeitando in totum os argumentos apresentados pela
Ré, especialmente os relacionados a questões prejudiciais, proferindo sentença de
mérito no sentido de acolher os pedidos constantes na exordial, bem como,
condenando a parte Ré nas cominações legais, por ser medida da mais lídima Justiça.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Estado, ___ de __________ de 201_.