Você está na página 1de 6

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 2º JUIZADO

ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE TERESÓPOLIS/RJ.

AÇÃO: AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTENCIA DE DEBITOS C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS COM PEDIDO DE
LIMINAR.

PROCESSO Nº 0004869-17.2020.8.19.0061
GRERJ Nº 52331609991-16

TOZZATO CENTRO DE ENTRETENIMENTO LTDA, já devidamente qualificado


nos autos do processo em epigrafe, vem por seu procurador “in fine” assinado vem
tempestivamente a presença de Vossa Excelência, interpor tempestivamente

RECURSO INOMINADO
Pugnando pelo seu recebimento em seu regular efeito, com posterior remessa ao
Egrégio Tribunal de Tribunal de Rio de Janeiro.

Nestes termos
E.Deferimento
Teresópolis/R.J., 16 de setembro de 2020.

CLAUDIO RAPHAEL MORAES DE CARVALHO


OAB/RJ 162.804
RAZÕES DO RECURSO INOMINADO

COLENDA CÂMARA
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO

AÇÃO: AÇÃO DECLARATORIA DE INEXUSTÊNCIA DE DEBITO C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS COM PEDIDO DE
LIMINAR.

PROCESSO Nº: 0004869-17.2020.8.19.0061

ORIGEM: 2º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE


TERESÓPOLIS/RJ.

RECORRENTE: TOZATO CENTRO DE ENTRETENIMENTO LTDA


RECORRIDA: AMBEV E CRBS

EGRÉGIA TURMA RECURSAL,

ÍNCLITOS JULGADORES!

RESUMO DA DEMANDA

Trata-se de Recurso Inominado, interposto por TOZATO CENTRO DE


ENTRETENIMENTO LTDA., inconformada com a sentença de 1º grau que julgou
improcedente a presente Ação Declaratória de Inexistência de débitos c/c Indenização
por Danos Morais, que move em face de CRB e CRB.
Com efeito, Eméritos Julgadores, em que pese o saber jurídico inquestionável saber da
eminente Julgadora da Instância Singular, não primou à decisão atacada pela justa
aplicação da lei aos fatos.
Com fulcro no artigo 269, I do Código de Processo Civil, o Juízo a quo julgou
parcialmente procedente a ação proposta.
DA TEMPESTIVIDADE

A Requerente foi intimada para publicação de sentença em 25.08.2020. O prazo teve


início no dia 26.08.2020, interposto embargos declaratórios, suspendendo o prazo que
voltou a contagem em 09.09.2020 na forma do artigo 241, II, combinado com art. 184,
ambos do Código de Processo Civil, o dies a quo para oferecimento do Recurso
Inominado recaiu em 19.09.2020
Portanto, o presente Recurso Inominado é tempestivo.

BREVE RESUMO DA DEMANDA – COMPROVAÇÃO INEQUÍVOCA DOS


DANOS CAUSADOS

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débitos c/c Indenização por Danos


Morais em face dos ora Recorridos, visando à condenação do pagamento de indenização
no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), além do desfazimento do negócio jurídico
realizado entre as partes por INADIMPLEMENTO CONTRATUAL das recorridas, que
entregaram os produtos encomendados para comercialização no carnaval em data
posterior à prevista, impedindo assim sua comercialização, bem como a necessidade da
Recorrente em absorver a quantidade de produtos encomendados em razão única e
exclusiva do evento CARNAVAL 2020, ao qual a mesma aguardava assim como seus
concorrentes, grande número de clientes para comercialização dos respectivos produtos.
Em sede de juízo monocrático, entendeu o juízo “a quo” pela inexistência de defeito na
relação jurídica entre as partes mesmo restando AMPLAMENTE configurado o atraso
na entrega da mercadoria, julgando IMPROCEDENTE o pedido autoral, que por esta se
rebate.

DOS MOTIVOS PARA REFORMA “IN TOTUM” DA SENTENÇA ATACADA

É sabidamente compreendido que o conceito de consumidor não se resume apenas aos


consumidor final de determinado produto, restando a cadeia produtiva e de comércio,
responsável também, pelas falhas por defeito no produto, serviço, sua própria entrega,
devendo ser responsabilizada para tanto, desde que haja comprovação dos danos
causados por seus atos dentro da cadeia consumidora.
Neste diapasão, a partir do momento que a empresa determina um prazo e não cumpre,
o cliente não tem mais obrigação contratual com a companhia, uma vez que ela quebrou
o acordo, descumprindo-o.
Destarte, ressalta-se que a ocorrência do atraso na entrega da mercadoria, não só gerou a
PERDA DE UMA CHANCE a recorrente, eis que o carnaval é a data em que mais lucra
com a comercialização de produtos e serviços de entretenimento, como também lhe
trouxe transtornos na esfera moral, haja vista ser empresa idônea e que de forma inédita
sem que desse causa para tanto, teve seu nome incluído nos cadastros desabonadores de
crédito, impedindo seu funcionamento pleno em tempos difíceis como os atuais, eis que
não mais encontra crédito na praça para aquisição de produtos a prazo.

“ Ipso facto”, distantemente do entendimento do i. juízo de 1 grau, resta comprovada


através de fls.24, sua solicitação foi realizada na quarta feira 19/02/2020, que a entrega
tinha previsão de chegada para o dia 21/02/2020, foi entregue somente no dia
23/02/2020, em horário que a casa encontrava-se fechada, à pessoa não autorizada a
receber a respectiva mercadoria e fora dos parâmetros do pedido inicial, eis que foi
entregue mais 20 pacotes de Red Bull ENERGÉTICO, o que onerou em demasia o valor
do pedido realizado, com prazo para pagamento 27/02/2020.
Importante ressaltar ainda, que a gerente da 2ª ré, FOI ATÉ O ESTABELECIMENTO
DA RECORRENTE, se comprometendo a realizar a coleta dos produtos do malfadado
pedido, passados 2 meses sem que nenhuma providencia tivesse sido tomada, entrou em
contato o representante da Recorrente para a mesma, que se demonstrou surpresa por
não ter sido realizada a recolha, permanecendo inerte desde então com o que foi
combinado, restando os produtos sob a guarda da Recorrente.
Por via de regra, em casos semelhantes, as partes entram mutuamente em acordo
visando minimizar o imbróglio, dilatando-se o prazo para pagamento como tentado pelo
recorrente, que diante do atraso, comunicou de imediato a confecção de nota de
devolução da mercadoria por atraso.
Por tal turno, conforme, comprova-se das conversas via app Whatsapp, com o
responsável das recorridas, restou acertada a devolução das mesmas pelos motivos
esposados e sua retirada tinha previsão para ocorrer de imediato, o que até os dias atuais
não aconteceu, ocupando lugar no estabelecimento do recorrente e sem qualquer
serventia para o mesmo, que em ato contínuo a entrega, noticiou a desnecessidade do
pedido em virtude da passagem de 80% do feriado prolongado de carnaval.

RAZÕES PARA REFORMA DA DECISÃO

A sentença de 1º grau deve ser reformada, para que se garanta efetiva justiça no
processo em análise.
O argumento central da sentença refere-se ao fato da Recorrente ter sofrido danos em
esfera moral e material, por decorrência da inclusão de seu nome, em cadastros
negativos de crédito, além de protesto.
A culpa pelo desfazimento do negócio jurídico celebrado entre as partes é exclusivo das
recorridas, que tinha em consciência o seu dever de realizar a entrega em tempo hábil ao
recorrente para que pudesse refrigera-la e as colocasse em condições de venda a seus
clientes.
Insta esclarecer, que a recorrida é empresa séria, do ramo de entretenimento na cidade
de Teresópolis, notoriamente conhecida por seus frequentadores pelas atrações
oferecidas, além de extenso cardápio de petiscos e bebidas de qualidade, restando neste
fatídico feriado, não outra opção, que o não funcionamento da casa nos dias de carnaval
por falta dos produtos que as recorridas tinham por dever lega, entrega-las no prazo
avençado.

DA DECISAO ATACADA –

Em nenhum momento da defesa das recorridas, houve manifestação das recorrentes no


sentido de escusar-se da responsabilidade pelo atraso, que como já dito, restou
robustamente comprovado pelos documentos acostados aos autos.
Por este turno, ainda que o recorrente, não tivesse meios de realizar a prova em concreto
do atraso na entrega, a garantia de retirada da mercadoria de seu estabelecimento e sua
não inclusão nos cadastros desabonadores, resta tal responsabilidade sobejamente
recaída sobre os largos ombros das recorridas, grandes empresas do ramo de bebidas e
afins, que deixam o recorrente em situação de extrema hipossuficiência quanto
consumidor ainda que de meio de seus produtos, devendo-se operar o artigo 6º do CDC
por necessária inversão do ônus probandi.
Vejam, então, Ínclitos Julgadores, que o acórdão trazido pela i. sentença recorrida como
baliza para os danos morais, julgados ali improcedentes, é, na verdade, fundamento para
sua própria reforma, no tocante aos danos de ordem material.
Como dito alhures, deveria ter sido invertido o ônus da prova, para que então, facilitado
o direito da Recorrente em razão da presença dos requisitos legais, fossem as Recorridas
impelidas a desconstituir a pretensão ressarcitória, de forma robusta, com provas e
argumentos razoáveis, não a partir de meras e frágeis presunções e suposições, como
fez, não deixando qualquer motivo sólido comprovado para atraso na entrega, que já no
dia 21/02/2020, havia sido solicitada por inúmeras vezes ao escritório das Recorridas..
Isso posto, mediante todos os sólidos argumentos apresentados, deve ser reformada a r.
sentença para que, a partir da inversão do ônus da prova e dos elementos já presentes
nos autos,
No entanto com o fito de elucidar as questões de direito aqui representadas e não
analisadas pelo douto juízo “ a quo”, fornece o recorrente amplo material comprobatório
do exercício de seu direito.

O Código de Processo Civil em seu artigo 332 nos ensina que:

“Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não
especificados no Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a
ação ou a defesa.”
Portanto, o que se alegou deve ser provado, salvo nos casos previstos no artigo 334 do
referido diploma legal, tais como fatos notórios ou fatos afirmados por uma parte e
confessado pela parte contrária.

O Código ainda nos ensina que o ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato
constitutivo de seu direito artigo 333, I.

Há que se levar em conta a opinião de Vicente Grecco Filho, que tem posicionamento
semelhante ao afirmar, com méritos, que:

“O autor, para obter resultado favorável, deve afirmar certos fatos e consequentemente
prová-los, sob pena de perder a demanda; o réu tem interesse em contra prová-los, mas
não o ônus, que se limita aos fatos que se precisa afirmar impedir a consequência
jurídica pretendida pelo autor.”

Também se faz necessário observar a opinião de Marcus Vinícius Rios Gonçalves que
afirma:

“Em regra, compete àquele que formula uma alegação o ônus de prová-la. A prova de
um fato, em princípio, compete a quem alegou. Como ao autor cabe alegar os fatos
constitutivos de seu direito, será seu o ônus de prova-los.”

Ante o exposto, requer:


A) O recebimento, conhecimento e processamento do presente RECURSO
INOMINADO, em razão de ser próprio e tempestivo;
B) Que seja o presente recurso acolhido e provido para modificar in totum a
sentença de primeira instância, julgando procedentes in totum os pedidos da
recorrente.
C) Que seja expedido ofício imediato aos cadastros desabonadores de crédito, bem
como ao cartório responsável pelo protesto para sua respectiva baixa.
D) Que sejam as Recorridas condenadas ao pagamento das custas processuais e dos
honorários advocatícios, fixando estes no máximo admitido legalmente, no caso
de sucumbência.
Nestes Termos em que,
Pede Deferimento.
Teresópolis/RJ, 16 de setembro de 2020.

CLAUDIO RAPHAEL MORAES DE CARVALHO


OAB/RJ 162.804

Você também pode gostar