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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 2ª

VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOAQUIM DA BARRA, ESTADO DE


SÃO PAULO.

Processo n.º 1000991-23.2022.8.26.0572

EDUARDO DA SILVA, brasileiro, casado, fotógrafo,


portador do RG n.º 47.954.290 e do CPF/MF n.º403.338.038-84 juntamente com
FERNANDA RODRIGUES MONTEIRO, brasileira, casada, consultora, portadora do
RG n.º 46.251.950 e do CPF/MF n.º 391.046.918-30 residentes e domiciliados na Rua
Santos Dumont, n.º 421, Jardim Santa Lucia, na cidade de São Joaquim da Barra - SP,
por seus advogados infra-assinados, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, apresentar CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO, interposta por
DESENVOLVE SP – AGÊNCIA DE FOMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO,
já qualificada nos autos, e com fulcro no art. 1.010, § 1º do Código de Processo Civil,
desde já, requer que as contrarrazões sejam recebidas e processadas na forma da lei e,
após analisadas as condições de admissibilidade, sejam as mesmas remetidas à instância
ad quem para julgamento e posterior provimento.

Nestes Termos,
Pede e espera justo deferimento.
mariliarechi@hotmail.com
(16) 9 99332.4770
São Joaquim da Barra/SP, 04 de abril de 2023.

JEAN MARCOS TORMENA


OAB/SP n. 469.317.

MARÍLIA RECHI DE SOUZA


OAB/SP n. 442.082.

mariliarechi@hotmail.com
(16) 9 99332.4770
CONTRARRAZÕES DE RECURSO

Recorrente: DESENVOLVE SP – AGÊNCIA DE FOMENTO DO ESTADO DE


SÃO PAULO
Recorrido: EDUARDO DA SILVA e FERNANDA RODRIGUES MONTEIRO

2ª Vara Cível da Comarca de São Joaquim da Barra/SP


Processo n.º 1000991-23.2022.8.26.0572

EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA CÂMARA
NOBRES JULGADORES

DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

DA TEMPESTIVIDADE

As partes recorridas foram noticiadas, eletronicamente, do


Ato Ordinatório que informou a interposição de Recurso de Apelação contra a r. Sentença
proferida, pela parte Requerida, em 15 de março de 2023 (quarta-feira), iniciando-se, a
partir do primeiro dia útil seguinte, qual seja 16/03/2023 (quinta–feira) a contagem do
prazo recursal, nos termos do art. 1.003, §5º do CPC do Código de Processo Civil.

Sendo assim, o presente recurso, portanto, é tempestivo,


visto que o prazo final se dá em 05 de abril de 2023.

DO PREPARO

A parte autora, ora recorrida, deixa de realizar o preparo,


uma vez que munida da benesse da gratuidade dos atos processuais concedida nos
presentes autos, nos moldes dos arts. 98 e 99 do Código de Processo Civil.

mariliarechi@hotmail.com
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DA BREVE SÍNTESE DA DEMANDA

A apelação interposta pela parte Requerida tem o fito de


reformar a r. Sentença proferida pelo juízo a quo que julgou procedente o pedido
formulado na inicial, de indenização por danos morais, em razão de ter permanecido o
nome dos autores, ora recorridos, no cadastro de inadimplentes por mais de 7 meses após
o efetivo pagamento do débito, contrariando a Súmula 548 do STJ, condenando-a ao
pagamento de indenização aos autores, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para
cada um deles.
A apelação interposta pela parte apelante não merece ser
acolhida conforme se demonstrará a seguir.

DA NECESSÁRIA MANUTENÇÃO DA R.
SENTENÇA E IMPROVIMENTO DO APELO DA PARTE REQUERIDA

Data venia, não merece acolhimento a apelação interposta


pela autora, como se demonstrará sem dificuldade.

Impõe-se a integral manutenção da irretocável sentença do


Juízo a quo que bem analisou a matéria suscitada nos presentes autos e pelos seus
jurídicos fundamentos, julgou procedente o pedido de indenização por danos morais em
razão de os apelados, ora autores da presente demanda, terem tido os seus nomes no
cadastro de inadimplentes por mais de 7 meses após o pagamento de débito.

Incontestável que o recurso em questão não passa de uma


tentativa do recorrente em protelar o cumprimento da condenação imposta, visto que a
fundamentação de sua peça apelatória (fls. 515/521) se resume a tão somente querer
impor ao convencimento da Câmara Julgadora de que não fora provada a ocorrência de
lesão ao direito da personalidade, e que, muito embora os autores, ora recorridos, tenham
enfrentado transtornos, esses não ultrapassam os limites do mero aborrecimento, por fim,
insiste na falta de razoabilidade do valor arbitrado à título de indenização arbitrado prlo
Juízo de primeiro grau.

Ora Nobres julgadores, não há amparo legal às suas pretensões,


por conseguinte, não há o que reformar visto que a parte requerida, ora apelante, descumpriu
inegavelmente o disposto na Súmula 548 do STJ onde dispõe que “Incumbe ao credor a
exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes no
prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do débito.”

Temerário por parte da recorrente dizer que o que os


recorridos sofrem foram mero aborrecimento, e tentam, incansavelmente, oferecer a essa
Instância, uma versão dos fatos de maneira desprezível e distorcida, como melhor convém

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às infundadas pretensões, o que, certamente, também merecerá o repúdio dessa E.
Câmara.

Além disso, a presente fato trata-se de configuração de dano


moral in re ipsa, ou seja, sempre que demonstrada a ocorrência de ofensa injusta à
dignidade da pessoa humana, dispensa-se a comprovação de dor e sofrimento para
configuração de dano moral, o que, ainda assim, fora demonstrado por meio do contexto
probatório dos autos pelos autores, ora recorridos.

Vale lembrar que, após o pagamento do débito, os


recorridos foram tentando por seus próprios meios (através reclamações por meio de
ligações telefônicas) a retirada de seus nomes limpem seus nomes do cadastro de
inadimplentes, não obtendo sucesso e como resultado dos contatos, sempre a mesma
situação, informações desencontradas e nenhuma solução, o que resultou na propositura
da presente demanda.
Vejamos o que tem entendido o E. Tribunal de Justiça em
casos análogos ao desta demanda:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.


Manutenção do nome do consumidor em cadastro de
inadimplentes após a celebração de acordo para
pagamento parcelado do débito. Sentença de extinção,
por ilegitimidade passiva, em relação à Boa Vista
Serviços S/A e improcedência em relação à instituição
financeira credora. Irresignação da parte autora
quanto à improcedência da ação. Cabimento. 'In casu',
restou incontroversa a celebração do acordo em
relação ao débito negativado, para pagamento em 10
prestações mensais de R$65,47, e que a parte autora
quitou tempestivamente a primeira parcela da avença.
Parte ré que não promoveu, porém, a retirada da
anotação. Obrigação do fornecedor quanto a promover
a exclusão do registro da dívida em nome do devedor
no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias
úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do
débito. Súmula 548 do STJ. Dano 'in re ipsa'.
'Quantum' indenizatório arbitrado em R$1.5000,00,
observados os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, assim como as peculiaridades do
caso concreto, considerando-se o longo período em que
o autor permaneceu inadimplente (mais de 4 anos) e o
fato de que a anotação negativa foi suspensa antes da
citação da presente demanda (10 dias úteis após a
celebração do acordo). Correção monetária incidente a
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partir da publicação do V. Acórdão, nos termos da
Súmula 362 do STJ. Juros de mora contados da
citação, por se tratar de responsabilidade civil
contratual. Ação julgada procedente em relação ao
Banco Bradesco S/A, arcando referido réu com as
custas processuais e honorários advocatícios fixados
em R$1.000,00, já incluídos os recursais. Recurso
provido. (TJ-SP - AC: 10187195520208260602 SP
1018719-55.2020.8.26.0602, Relator: Walter Barone,
Data de Julgamento: 18/04/2022, 24ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 18/04/2022)

*Ação declaratória de inexistência de débito c.c


reparação por danos morais – Manutenção indevida do
nome do autor em cadastros de proteção ao crédito,
após pagamento do débito, após decurso de prazo
razoável – Responsabilidade objetiva da requerida
pelos danos causados à autora pela manutenção
indevida de seu nome em banco de dados de
inadimplentes, após a quitação da dívida, quando
deveria ser excluída no prazo de 5 dias úteis (súmula
548 do STJ) – Danos morais que se comprovam com o
próprio fato, ou seja, com a ilícita manutenção do nome
em órgão de restrição de crédito após o prazo de cinco
dias úteis, a contar do primeiro dia útil subsequente à
quitação - Damnum in re ipsa – Ação julgada
parcialmente procedente – Recurso exclusivo do autor
visando a majoração dos danos morais arbitrados –
Possibilidade – Verba indenizatória a comportar
majoração, em consonância com os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade – Recurso provido.*
(TJ-SP - AC: 10216475920228260100 SP 1021647-
59.2022.8.26.0100, Relator: Francisco Giaquinto, Data
de Julgamento: 14/09/2022, 13ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 14/09/2022)

Por fim, acerca da lesão aos direitos de personalidade no


caso em tela, o recente entendimento do E. Tribunal de Justiça de São Paulo:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE


DE DÉBITO C.C. COMPENSAÇÃO POR DANO
MORAL, FUNDADA EM CONTRATO BANCÁRIO
QUE EMBASOU A INSCRIÇÃO DO NOME DA
AUTORA EM CADASTRO DE ÓRGÃO DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO. CONSTATAÇÃO DE
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QUE O NOME DA CONSUMIDORA
PERMANECEU NEGATIVADO QUASE TRÊS
MESES APÓS O PAGAMENTO DA DÍVIDA.
AUSÊNCIA DE OBSERVAÇÃO DO PRAZO DE
CINCO DIAS ÚTEIS, CONTADOS A PARTIR DO
INTEGRAL E EFETIVO PAGAMENTO DO
DÉBITO, PARA O CREDOR EXCLUIR O
REGISTRO DA DÍVIDA EM NOME DO DEVEDOR
NO CADASTRO DE INADIMPLENTES,
CONFORME O ENTENDIMENTO DA SÚMULA Nº
548 DO STJ. SUFICIÊNCIA DA MANUTENÇÃO
INDEVIDA DA NEGATIVAÇÃO PARA A
CARACTERIZAÇÃO DA LESÃO AO DIREITO DE
PERSONALIDADE ("DAMNUM IN RE IPSA"),
SEGUNDO A JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA
PELO C. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
MAJORAÇÃO DA COMPENSAÇÃO ARBITRADA
PELA SENTENÇA PARA R$ 6.000,00, QUANTIA
QUE SE AFIGURA RAZOÁVEL E
PROPORCIONAL, LEVANDO-SE EM
CONSIDERAÇÃO OS CRITÉRIOS
COMPENSATÓRIO E PEDAGÓGICO, BEM COMO
AS PECULIARIDADES DO CASO EM ANÁLISE.
FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
EM 20% DO VALOR ATUALIZADO DA
CONDENAÇÃO, TENDO EM VISTA O GRAU DE
ZELO E O TRABALHO REALIZADO PELO
PATRONO DA AUTORA, NOS TERMOS DO ART.
85, I E IV, DO CPC. RECURSO DO RÉU
DESPROVIDO E RECURSO DA AUTORA
PROVIDO EM PARTE. (TJ-SP - AC:
10828528920228260100 SP 1082852-89.2022.8.26.0100,
Relator: Alberto Gosson, Data de Julgamento:
03/02/2023, 22ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 03/02/2023)

Pois bem Nobres Julgadores, resta incontroverso a


manutenção da r. Sentença que condenou o apelante ao pagamento de indenização por
danos morais, bem como o seu arbitramento no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais)
cada.

CONCLUSÃO

mariliarechi@hotmail.com
(16) 9 99332.4770
Pelo exposto, requer a essa E. Câmara se digne a negar
provimento ao apelo da autora, mantendo a r. sentença de fls., negando provimento ao
recurso interposto pela parte requerida, ora apelante, como de direito, bem como
requer a majoração dos honorários de sucumbência arbitrados.

Nestes Termos,
Pede e espera justo deferimento.

São Joaquim da Barra/SP, 04 de abril de 2023.

JEAN MARCOS TORMENA


OAB/SP n. 469.317.

MARÍLIA RECHI DE SOUZA


OAB/SP n. 442.082.

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