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ADVOCACIA

AO DOUTO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE RIBEIRÃO


PRETO/ESTADO DE SÃO PAULO

Processo n. 0011335-16.2020.5.15.0117

NASCIMENTO VIEIRA DE ASSIS, já


qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com D.Z
EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA, também já qualificado,
vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogado infra assinado, com fulcro no artigo 895, I da CLT, interpor
CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO para o Egrégio Tribunal
Regional do Trabalho da 15ª Região.

Encontram-se presentes todos os pressupostos


de admissibilidade do recurso, dentro os quais se destacam:

Rua Eloy Resende nº 91, Jardim Liliane, São Joaquim da Barra - SP, CEP 14.600-000.
Celular (16) 99332-4770.
E-mail: mariliarechi@hotmail.com
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a) O Depósito Recursal: o reclamante deixa
de juntar a guia, em razão da isenção prevista no art. 899, §10º da CLT,
uma vez que beneficiário da justiça gratuita;

b) As Custas Processuais: também, deixa de


juntar a guia, em razão da isenção prevista no art. 790-A, caput da
CLT, uma vez que beneficiário da justiça gratuita;

c) Tempestividade: o reclamante foi


noticiado, eletronicamente, da r. sentença em 23 de novembro de 2022
(quarta-feira), iniciando-se, a partir do primeiro dia útil seguinte, qual
seja 24 de novembro de 2022 (quinta–feira) a contagem do prazo para
apresentação do presente Recurso Ordinário, com termo final em 05 de
dezembro de 2022 (segunda-feira).

Diante o exposto, requer o recebimento do


presente Recurso, conforme estabelece o artigo 900 da CLT, e a
posterior remessa ao Egrégio Tribunal do Trabalho da 15ª Região.

Nestes termos
Pede deferimento.

São Joaquim da Barra/SP, 05 de dezembro de


2022.

MARÍLIA RECHI DE SOUZA


OAB/SP 442.082

Rua Eloy Resende nº 91, Jardim Liliane, São Joaquim da Barra - SP, CEP 14.600-000.
Celular (16) 99332-4770.
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CONTRARRAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Processo de Origem nº 0011335-16.2020.5.15.0117


Vara de Origem: 4 Vara do Trabalho de Ribeirão Preto
Recorrente: D.Z EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA
Recorrido: NASCIMENTO VIEIRA DE ASSIS

COLENDA TURMA,
NOBRES JULGADORES.

A r. setença recorrida não merece qualquer


reforma porque, data vênia, é justa e foi prolatada em sintonia com as
normas vigentes que regem a matéria e a pacífica jurisprudência dos
tribunais.
Para tanto, respeitosamente, o Recorrido vem
expor suas contrarrazões, articuladamente, como a seguir:

DO MÉRITO

DA ALEGAÇÃO DE PRECLUSÃO DA
IMPUGNAÇÃO APRESENTADA PELO AUTOR

A parte recorrente alega que o recorrido


apresentou réplica ã contestação de maneira intempestiva. Alega
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também que, ao protocolar nos autos de maneira intempestiva, o
recorrido anui com as alegações apresentadas pelo recorrente em sede
de defesa.

Ora Nobres Julgadores, tais alegações não


merecem prosperar, haja vista que o próprio despacho de ID 34a06d2
determinou o prazo para apresentação de réplica por parte do
reclamante sob pena de preclusão.

Conforme mencionado acima, a parte


recorrente pretende impor ao recorrido a pena de confissão, além de
rediscutir a matéria já apreciada pelo Magistrado que preferiu a r.
sentença.

Sendo assim, a ausência de manifestação à


defesa ou sua manifestação fora do prazo, não resulta em aplicação da
confissão ficta, prevista no art. 341 do CPC, cujo destinatário é o
recorrente e não o recorrido, ora autor da ação. Assim, também, não há
falar em aplicação dos artigos 400, 411 e 412 do CPC, para o caso em
apreço.
Acerca da alegação do embargante, vejamos o
que dispõe o seguinte entendimento dos Tribunal Superior do Trabalho:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO


DE REVISTA. RECURSO DE REVISTA
REGIDO PELO CPC/2015 E PELA IN Nº
40/2016 DO TST. DECISÃO REGIONAL EM
QUE SE AFASTOU A PRETENSÃO DA
RECLAMADA DE QUE FOSSE APLICADA A
CONFISSÃO FICTA AO AUTOR POR
AUSÊNCIA DE RÉPLICA. No caso em exame,
entendeu o Regional que, ao contrário do
pretendido pela reclamada, não há falar em
aplicação da sanção processual de confissão
ficta ao autor por não ter apresentado
réplica. A decisão recorrida não merece
reparos, pois a manifestação sobre a
contestação é ato facultativo do autor, de
modo que a sua inércia não tem o condão de
inverter o ônus da prova, tampouco de
incidir os efeitos da confissão ficta. Os
dispositivos legais indicados como violados
não tratam da confissão ficta por ausência
de réplica. Agravo de instrumento
desprovido. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE. ENCARREGADO DE
REFINARIA. CONTATO COM INFLAMÁVEL.
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EXPOSIÇÃO HABITUAL (2 A 3 VEZES POR
SEMANA). DECISÃO REGIONAL EM
CONSONÂNCIA COM A SÚMULA Nº 364 DO
TST. (......) (TST - AIRR:
119826020155150028, Relator: José
Roberto Freire Pimenta, Data de
Julgamento: 02/05/2018, 2ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 04/05/2018)

Pois bem, inexiste previsão legal de


"contestação a contestação", por isso, a ausência de réplica não tem os
efeitos do art. 341 do CPC, ficando expressamente rejeitada tal
pretensão. A intempestividade da réplica, no contexto dos autos, não
autoriza a pretensão de reforma de sentença, uma vez que, em peça
impugnatória, o recorrido rebateu a tese de defesa do recorrente com os
argumentos utilizados na inicial, bem como as provas acostadas aos
autos.

Ainda, é certo que no processo do trabalho a


réplica é figura facultativa, o que se extrai da análise do art. 848 da
CLT, portanto, a não apresentação da peça pela parte recorrida não
acarreta confissão, devendo assim, ser permitida a produção de provas
em audiência, o que fora feito nos presentes autos, e em audiência
realizada em 27 de julho de 2022, às 15h35.

Os princípios do devido processo legal, do


contraditório e da ampla defesa, alçados ao 'status' de garantia
constitucional, não podem ser olvidados pelo Juiz.

A réplica sequer se constitui em figura


indispensável no Processo do Trabalho (inteligência do art. 848 da CLT),
de sorte que a ausência de manifestação sobre defesa ou documentos,
por si só, não tem o condão de conduzir à confissão, de modo a se
considerar verdadeiras as alegações que deveriam ser provadas, logo,
não há que se falar em acolhimento da referida tese para fins de
reforma da r. sentença proferida pelo Magistrado em ID fbf560f objeto
da presente peça recursal.

Sendo assim, requer-se seja mantida a


sentença, não devendo ser acolhida a tese de preclusão da peça
impugnatória de defesa apresentada pelo recorrente.

DA NULIDADE DO ACORDO EXTRAJUDICIAL

A parte recorrente alega que fora feito acordo


extrajudicial (ID d519857) entre as partes, recorrente e recorrido, e com
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isso não há que se falar em pagamento das verbas trabalhista, visto que
já foram pagar, segundo o disposto no acordo firmado.

Pois bem, indiscutível que tal alegação não


merece prosperar, visto que o acordo fora assinado somente pela parte
recorrida, sem estar assistido por advogado, tampouco fora assinado
pelo recorrente, além de constar a clausula de quitação geral do
contrato de trabalho, e por fim, tal acordo não fora homologado em
Juízo, o que deve ser declarado nulo de plano.

É cediço que a reforma trabalhista trouxe uma


série de mudanças e uma delas foi quanto à homologação do acordo
extrajudicial. Dessa forma, em seus artigos, ficou estipulado que após a
construção dos termos do acordo, esse deve ser submetido à
homologação em juízo, conforme dispõe o art. 855-B da CLT.
Vejamos:

Art. 855-B. O processo de homologação de


acordo extrajudicial terá início por petição
conjunta, sendo obrigatória a representação
das partes por advogado.
§ 1o As partes não poderão ser representadas
por advogado comum.
§ 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido
pelo advogado do sindicato de sua categoria.

Ora Nobres Julgadores, verifica-se no caso dos


autos, em acordo anexo, que o recorrido não estava assistido por
advogado, tampouco pelo sindicato de sua categoria, devendo ser
considerado nulo de plano, não acolhendo a tese feita pelo recorrente
para fins de reforma de sentença.

Ainda, o referido acordo, não fora homologado


em Juízo, o que se verifica os diversos vícios nele contidos, sendo eles
indiscutíveis, haja vista não foram preenchidos os requisitos formais do
art. 855-B da CLT.

Acerca do tema, vejamos o que tem


entendido o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho, da 15 Região:

HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO
EXTRAJUDICIAL. ABRANGÊNCIA. DIREITOS
ESPECIFICADOS NA PETIÇÃO INICIAL.
VEDAÇÃO À QUITAÇÃO GERAL DO
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CONTRATO DE TRABALHO. AUSÊNCIA DE
INTERESSE PROCESSUAL E DE
PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO E
DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR
DO PROCESSO. O art. 855-E estabelece que
a petição de homologação de acordo
extrajudicial suspende o prazo prescricional
da ação apenas quanto aos direitos nela
especificados. Estes serão, por
consequência, os abrangidos pela sentença
homologatória, vedada a quitação geral do
contrato de trabalho. Direitos sobre os quais
não houve discussão, como, por exemplo,
eventual indenização decorrente de
adoecimento tardio causado pelo trabalho,
não são objeto de quitação. Ainda que os
requisitos formais para a homologação do
acordo tenham sido observados pelos
interessados, na medida em que as partes
apresentaram petição conjunta e se
encontram representadas por patronos
diversos, os requisitos de conteúdo não
foram preenchidos, pois se pretende a
quitação geral do contrato de trabalho e o
parcelamento das verbas rescisórias.
ACORDO EXTRAJUDICIAL. VERBAS
RESCISÓRIAS. IMPOSSIBILIDADE DE
TRANSAÇÃO, POSTERGAÇÃO OU
PARCELAMENTO. Nos termos do artigo 855-
C da CLT, as disposições relativas ao
procedimento de jurisdição voluntária para
homologação de acordo extrajudicial não
afastam a aplicação da multa prevista no §
8º do art. 477 e não prejudicam o prazo
estabelecido no § 6º do art. 477 da CLT para
pagamento dos valores constantes do
instrumento de rescisão ou recibo de
quitação, de dez dias, contados a partir do
término do contrato. Consequentemente, o
pagamento das verbas rescisórias não pode
ser objeto de transação, postergação ou
parcelamento. Cabe às partes, na submissão
do acordo extrajudicial ao juízo, a prova da
regular e tempestiva quitação das verbas
incontroversas, inclusive as rescisórias.
Ademais, os acordos exigem concessões
mútuas (art. 840, CC), pressuposto de
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constituição e desenvolvimento válido e
regular do procedimento de jurisdição
voluntária para homologação de acordo
extrajudicial, e as transações que se
restringem à forma de pagamento das verbas
rescisórias, que são incontroversas, nada
concedem aos trabalhadores. A quitação
ampla e irrestrita do contrato de trabalho,
sem qualquer contrapartida em benefício do
trabalhador, evidencia a ausência de
interesse processual do primeiro requerente.
Ademais, como o mero parcelamento de
verbas rescisórias não constitui efetiva
transação, verifica-se a ausência de
pressuposto de constituição e
desenvolvimento válido e regular do
procedimento. Recurso da empregadora não
provido, para manter a r. sentença que
extinguiu o procedimento sem resolução do
mérito, por ausência de interesse processual
do trabalhador e de pressuposto de
constituição e desenvolvimento válido e
regular.
(TRT-15 - ROT: 00108137620205150088
0010813-76.2020.5.15.0088, Relator: JOAO
BATISTA MARTINS CESAR, 11ª Câmara, Data
de Publicação: 20/01/2022)

Sendo assim, requer seja mantida a r.


sentença, que reconheceu a falta de homologação do referido acordo, e
com isso rejeitando a pretensão de extinção da ação sem apreciação do
mérito, mantendo, ainda, o valor da condenação no montante de R$
25.000,00 (vinte e cinco mil reais) decorrentes da jornada de trabalho e
intervalo intrajornada, bem como os honorários de sucumbência em
10% do valor da causa.

DA ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA


DO RECORRENTE, DAS HORAS EXTRAS E INTERVALO
INTRAJORNADA

O recorrente alega ilegitimidade passiva para


figurar no polo passivo da demanda tendo em vista que o recorrido
exerceu a função de auxiliar de serviços gerais doméstico na residência
do sócio da reclamada-recorrente, pessoa física.

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Em sede de contestação o recorrente alegou que
“na residência deste subscritor (pessoa física), frisa-se local de
trabalho do reclamante, não consta mais de 20 empregados,
assim, não tinha a obrigação legal de manter instrumentos de
controle de jornada, conforme preceitua o art. 74, § 2º, da CLT”.

Entretanto, a reclamada, ora recorrente, é


pessoa jurídica de direito privado, na qual o seu capital social é de
1.465.000,00 (um milhão quatrocentos e sessenta e cinco mil reais),
montante sendo assim, a reforma trabalhista sugere tal montante do
capital social, que a empresa possua o número superior a 20
funcionários.

Ainda assim, o recorrente não se desincumbiu


do ônus de demonstrar o controle de jornada, no qual é de sua
obrigatoriedade, razão pela qual o Magistrado acolheu a jornada na
inicial no que tange as horas extras e intervalo intrajornada.

Cumpre salientar também que a reclamada, ora


recorrente, confirma a relação de emprego alegada na inicial, não tendo
que se falar em ilegitimidade passiva, razão pela qual se considera justa
a sentença prolatada pelo Magistrado de primeiro grau.

Sendo assim, requer seja mantida a sentença


que reconheceu o vínculo entre recorrente e recorrido, bem como a
jornada para fins de condenação às horas extras e intervalo
intrajornada.

Por fim, reitera pela manutenção da sentença


que condenou o recorrente, ora reclama ao pagamento de horas extras e
intervalo intrajornada no valor de R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais),
bem como aos honorários de sucumbência.

DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer:

A) Seja estas contrarrazões admitidas;

B) Seja desprovido o Recurso Ordinário


interposto pela parte Recorrente, mantendo a Sentença recorrida nos
exatos termos em que foi proferida.

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C) Pugna pela majoração dos honorários de
sucumbência, para 15% sobre o valor da causa, conforma dispõe o art.
791-A da CLT.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

São Joaquim da Barra/SP, 05 de dezembro de


2022.

MARÍLIA RECHI DE SOUZA


OAB/SP 442.082

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