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CAJUC – CENTRO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA E CIDADANIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __VARA DE
FAMÍLIA DA COMARCA DE CAMAÇARI- BAHIA.

RIAN DE CARVALHO DOS SANTOS, brasileiro, menor impúbere, neste ato


representado por sua genitora SANDRA MAGALI BRITO DE CARVALHO,
brasileira, convivente, vendedora, portadora do RG 1415220387 e do CPF
04557600557, residente e domiciliada na Estrada Via Parafuso, 22, ap. 403, Cond.
Penha, Bl. 22, Industrial Urbano, Parafuso, Camaçari-Bahia, CEP: 42849000, ponto de
referência: próximo ao Atacadão, tel: 71 996071550/ 9 81008356, e-mail não possui,
SANDRA MAGALI BRITO DE CARVALHO, já acima qualificada e MARCUS
SILVA DOS SANTOS, brasileiro, convivente, desempregado, portador do RG
1403337462 e do CPF 05228884530, residente e domiciliado na Avenida Radial B,
122 A, Alto da Cruz, Camaçari-Bahia, CEP: 42807380, ponto de referência: próximo
ao mercado Todo Dia, tel: 991427288, e-mail: marcussilvasantos@yahoo.com.br, mui
respeitosamente, perante V. Exa., por contudo de seus advogados que esta
subscrevem, integrantes da CAJUC - CENTRO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
E CIDADANIA, conforme procuração em anexo, com endereço constante no
rodapé desta, onde receberão intimações e notificações judiciais, devendo,
contudo, sob pena de nulidade, as intimações, notificações e/ou publicações de
praxe ocorrerem na pessoa das Dras DANIELE DE NÓBREGA FURTUNATO,
advogada, inscrita na OAB/BA 28063, KARINA DE ARÊA LEÃO MACHADO,
OAB/BA 30231, MARIA CAROLINA DANNEMANN SAMPAIO, advogada,
inscrita na OAB/BA 23363, propor a presente

AÇÃO CONSENSUAL DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C


ALIMENTOS

pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I- PRELIMINARMENTE:
I.1 – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.
INICIALMENTE, requer a concessão dos benefícios da Assistência Judiciária
Gratuita com base no art. 98 e seguintes da Lei 13.105/2015 - Código de Processo Civil
– combinados com os dispositivos ainda vigentes na Lei 1.060/50 e nas alterações
introduzidas pela Lei 7.510/86, eis que o Autor, declara, no momento, que não dispõe
de condições financeiras suficientes para arcar com as despesas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do seu próprio sustento.

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PRÉDIO DA SEDES - Secretária de Desenvolvimento Social
Rua Goiás, nº. 79, Edifício Abrantes, Centro, Camaçari-BA.
TEL: (71) 3644-5730
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Conforme se depreende do próprio texto da Lei, não se aduz se o autor possui


patrimônio, rendimento ou está em absoluta miséria, necessário se fazendo apenas que
ALEGUE A INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS para arcar com as custas e honorários
processuais. Observa-se, ainda que, pela redação do texto legal não se exige a prova de
tal condição, havendo VERDADEIRA PRESUNÇÃO DE VERACIDADE A
ALEGAÇÃO QUANDO EMITIDA POR PESSOA NATURAL, como é o caso em
voga.

Em razão disto, o autor cumpre a exigência legal e firma aqui declaração de não
possuir condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo do seu próprio
sustento e da sua família.

Ressalta-se que a norma processual é clara e expressa ao determinar que o Magistrado


só poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade o que não se coaduna haja vista, que
a acordante está desempregada e o acordante recebe, atualmente, um salário-mínimo.

Oportunamente, há a necessidade de esclarecer a este M.M. Juízo, que os advogados


infrafirmados, realizam Assistência Judiciária Gratuita pelo CAJUC – CENTRO DE
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA E CIDADANIA e que não recebem nenhum montante
do requerente a título de honorários advocatícios.

Ademais, em razão da garantia constitucional da Inafastabilidade da Jurisdição,


insculpida na Constituição Federal no art. 5º, XXXV, as custas processuais não
podem constituir empecilho ao direito do cidadão de acesso ao Poder Judiciário.
Razão pela qual, reitera a este MM. Juízo o pleito de concessão da Justiça
Gratuita, pois o Autor não pode sofrer constrangimento financeiro para fazer
valer seu direito constitucionalmente consagrado de acesso ao Judiciário.
I.2 – DA GARANTIA DO PRAZO EM DOBRO À ADVOCACIA PÚBLICA
O art. 183, do Novo Código de Processo Civil, Lei nº 13.105/2015, dispõe que, in
verbis:

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas


autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as
suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação
pessoal.
O CAJUC – Centro de Assistência Judiciária e Cidadania foi criado pela Lei Municipal
nº 758/2006, com o objetivo de complementar e melhorar o atendimento jurídico à
população carente do Município. Trata-se de órgão vinculado ao Executivo Municipal
criado após longo trabalho de pesquisa constatar que mais de 80% (oitenta por cento)
da população do Município não tem condições de contratar um advogado nem de arcar
com a custas processuais. Motivo pelo qual foi firmado um contrato de parceria entre o
Poder Executivo Municipal e Defensoria Pública Estadual e criado tal órgão, através da

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lei supra citada, para que, em conjunto, a Defensoria Pública Estadual e o CAJUC
prestassem atendimento jurídico gratuito a população que necessitada.

Prevê a Lei 758/2006:


Art. 4º. O Centro de Assistência Judiciária e Cidadania – CAJUC atuará de forma
suplementar à Defensoria Pública Estadual, no âmbito do Município de
Camaçari.
Art. 5º. O Centro de Assistência Judiciária e Cidadania – CAJUC é órgão responsável
pela orientação jurídica e defesa individuais e coletivas, em qualquer esfera ou grau de
jurisdição, das pessoas e entidades do Município comprovadamente necessitadas.
Tal órgão foi criado em observância ao art. 5º inc. LXXIV da Constituição Federal de
1988, que determina:
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;
Da mesma forma a Constituição do Estado da Bahia:
Art. 4º – Além dos direitos e garantias, previstos na Constituição Federal ou
decorrentes do regime e dos princípios que ela adota, é assegurado, pelas leis e pelos
atos dos agentes públicos, o seguinte: [...]
VIII – toda pessoa tem direito a advogado para defender-se em processo judicial ou
administrativo, cabendo ao Estado propiciar assistência gratuita aos necessitados, na
forma da lei;
Art. 59 – Cabe ao Município, além das competências previstas na Constituição Federal:
I – elaborar e promulgar sua Lei Orgânica;
[...]
IX – legislar, em caráter suplementar, para adequar as leis estaduais e federais às
peculiaridades e interesses locais.
Ou seja, os munícipes de Camaçari contam para prestação de serviço judiciário gratuito
além da Defensoria Pública Estadual, com os advogados integrantes da equipe do
CAJUC. Tratam-se de profissionais com vínculo efetivo com Administração Pública,
cujos cargos foram providos através de concurso público de provas e títulos em
obediência a Lei 8666/93.
Ademais a garantia constitucional do contraditório e ampla defesa prescrevem a
paridade de condições entre as partes na “luta” processual, o que deve ser
obrigatoriamente observado à luz do princípio da igualdade, o qual em linhas gerais
prescreve que os iguais devem ser tratados de forma igual e os desiguais, na medida da
sua desigualdade. Assim, nada se mostra mais razoável e proporcional do que conceder
àqueles que labutam na advocacia pública, entendida como aquela institucionalizada

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por lei a prestar serviços advocatícios de forma gratuita aos cidadãos, prazo em dobro
para a realização dos atos processuais. Isso por conta do volume de processos que tais
instituições possuem, além da dificuldade que os servidores de tais instituições tem
para se comunicar com seus assistidos. Pessoas que compõe a parcela mais carente e
necessitada da população e que em sua maioria não possuem número de telefone fixo e
mudam constantemente de número de celular e emprego.
Diante de tais alegações e restando pois, claro o caráter de órgão equivalente a
Defensoria Pública Estadual, além é claro da importância social das suas
atividades, pugna-se a este Juízo, que em atenção ao disposto no NCPC, determine
que os prazos processuais em relação aos assistidos do CAJUC sejam contados em
dobro.
II- DA UNIÃO ESTÁVEL

A Sra. SANDRA MAGALI BRITO DE CARVALHO e o Sr. MARCUS SILVA


DOS SANTOS, conviveram em união estável entre 04.10.2009 a 16.11.2014.

Desta união, nasceu RIAN DE CARVALHO DOS SANTOS, conforme certidão de


nascimento anexa.

III- DOS BENS

Nesse período o casal adquiriu:

- Um apartamento situada na Residencial Praia da Penha, Bloco 22, apartamento 403,


Parafuso, Camaçari-Bahia, inscrição municipal número 2002592, avaliado em R$
50.000,00 (cinquenta mil reais).

O referido bem deve ser vendido e repartidos entre os acordantes, em igual proporção,
ficando cada um com 50%.

Caso o imóvel seja alugado, o valor do aluguel será dividido entre os acordantes.

IV- DOS ALIMENTOS.

As partes renunciam ao direito de pensão recíproca.

No que tange aos alimentos, para o filho menor do casal, o genitor irá arcar com 16%
(dezesseis por cento) do salário mínimo vigente, que atualmente corresponde a R$
150,00 (cento e cinquenta reais), a ser depositado na conta da genitora do menor
SANDRA MAGALI BRITO DE CARVALHO, Banco Caixa Econômica Federal,
Ag. 4449, Conta Fácil 952-2, operação 023, até o dia 20 de cada mês.

Caso o acordante venha a se empregar, arcará com 25% dos rendimentos brutos
mensais, excluindo-se os descontos legais – IR, INSS, bem como vale transporte,
incidindo sobre 13o salario, férias, adicionais, refeição, gratificações, à titulo de
alimentos.

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A pensão alimentícia é devida a partir de setembro de 2017, independentemente de


homologação judicial.

As demais despesas extraordinárias serão repartidas de forma igual entre os genitores,


tais como: médicos, dentistas, medicações, material escolar, etc.

O genitor fica obrigado a dar, duas vezes no ano, nos meses de junho e dezembro, o
vestuário completo do menor, compreendendo roupas e sapatos, no valor que puder
dar.

V- DA GUARDA

A guarda do menor será exercida de forma compartilhada, devendo ser compreendida


esse compartilhamento na participação conjunta no processo de criação, educação e
desenvolvimento da criança, como, por exemplo, na participação de ambos nas
decisões importantes da vida da prole, a decisão a respeito da instituição de ensino a
que a mesma irá estudar, a verificação do desempenho escolar com a possibilidade de
matrícula em curso de reforço escolar, a participação em festas e reuniões escolares,
etc.

O menor continuará a residir com a acordante SANDRA MAGALI BRITO DE


CARVALHO, tendo o acordante MARCUS SILVA DOS SANTOS direito a visitas
livres.

Sendo que independentemente do final de semana que cair os dias das mães, o menor
passará com a Mãe e dia dos pais, o menor passará com Pai.

Declaram os genitores estarem cientes, tendo sido devidamente elucidado pelo


advogado que a esta subscreve, a respeito das disposições da lei nº 12.318/2010 a cerca
da alienação parental, em especial aos arts. 2º e 6º:

Art. 2o  Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua
autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
Parágrafo único.  São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos
assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com
auxílio de terceiros:
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da
paternidade ou maternidade; 
II - dificultar o exercício da autoridade parental; 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 

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V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança


ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; 
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós,
para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a
convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou
com avós. 
[...]

Art. 6o  Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que
dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou
incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente
responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais
aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: 
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; 
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; 
III - estipular multa ao alienador; 
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; 
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; 
VII - declarar a suspensão da autoridade parental. 
Parágrafo único.  Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou
obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar
para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião das
alternâncias dos períodos de convivência familiar. 

VI- DO PRAZO RECURSAL

As partes renunciam ao direito recursal.

VII – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, conforme fundamentação supra, pugna a Vossa Excelência:

a) a concessão do benefício da justiça gratuita;

b) a contagem do prazo em dobro para se manifestar neste processo em razão do


disposto no art. art. 183, do Novo Código de Processo Civil, Lei nº 13.105/2015;

c) que o presente acordo seja homologado, para que produza os efeitos legais.

d) Requer a intimação do Ilustre representante do Ministério Público, para acompanhar


o presente feito, nos termos do Art. 698 do NCPC.

e) Que sob pena de nulidade, que as intimações, notificações e/ou publicações constem,
necessariamente, o nome das Dras DANIELE DE NÓBREGA FURTUNATO,
advogada, inscrita na OAB/BA 28063, KARINA DE AREA LEAO MACHADO,

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advogada inscrita na OAB/BA 30231 e MARIA CAROLINA DANNEMANN


SAMPAIO, advogada, inscrita na OAB/BA 23363.

Protesta provar o quanto alegado por todas as provas admitidas em Direito.

Atribui a causa o valor de R$ 51.800,00 (cinquenta e um mil e oitocentos reais).

Nestes termos,
Pede Deferimento.
Camaçari, 21 de Agosto de 2017

SANDRA MAGALI BRITO DE CARVALHO

MARCUS SILVA DOS SANTOS

KARINA DE AREA LEAO MACHADO


OAB/BA 30.231

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