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Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão

PJe - Processo Judicial Eletrônico

25/08/2023

Número: 0801120-83.2022.8.10.0078
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: Vara Única de Buriti Bravo
Última distribuição : 16/06/2022
Valor da causa: R$ 17.047,00
Assuntos: Seguro
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MARIA ALDEIDE DOS SANTOS FEITOSA (AUTOR) JULIANA RODRIGUES DE LIMA MAIA (ADVOGADO)
JEANNY SANTOS SARAIVA (ADVOGADO)
EQUATORIAL MARANHÃO DISTRIBUIDORA DE ENERGIA LUCIMARY GALVAO LEONARDO GARCES (ADVOGADO)
S/A (REU) RAFAEL SILVA VIANA (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
69390 16/06/2022 15:48 Ação de repetição de indébito com pedido de Petição
676 antecipação de tutela {maria aldeide vs equatorial}
EXCELENTÍSSIMA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE
BURITI BRAVO - MA.

Requerente: MARIA ALDEIDE DOS SANTOS FEITOSA


Requerida: EQUATORIAL MARANHÃO

MARIA ALDEIDE DOS SANTOS FEITOSA, idosa, brasileira, casada, lavradora, inscrita no
RG nº 0144.7491.2000-0 e no CPF nº 015.284.263-20, residente e domiciliada no Povoado Cana
Brava, s/n, CEP nº 65.685-000, em Buriti Bravo - MA, vem, respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, por suas advogadas abaixo assinado, ut instrumento de mandato anexo, endereço
eletrônico contato@jeannysaraiva.com, com fundamento no artigo 5º, XXXII, da Constituição
Federal c/c artigo 6º, inciso VI, do Código de Defesa do Consumidor, propor a presente:

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA


C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em face de EQUATORIAL MARANHÃO DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S/A, pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 06.272.793/0001-84, com sede na Rua Alameda
A, Quadra SQS, nº 100, Loteamento Quitandinha, Bairro Altos do Calhau, CEP nº 65.071-680,
em São Luís - MA, e com escritório local na Travessa Joaquim Aires, s/n, Centro, Buriti Bravo/MA.

Com sustento nas razões que seguem!

Assinado eletronicamente por: JULIANA RODRIGUES DE LIMA MAIA - 16/06/2022 15:46:16 Num. 69390676 - Pág. 1
https://pje.tjma.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22061615461626600000064891864
Número do documento: 22061615461626600000064891864
I – DO PEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA:

1. Preambularmente, a Requerente declara sua hipossuficiência processual, em razão de não


possuir condições de arcar com as custas e emolumentos processuais, nos termos do que prevê
a Lei 1.060/1950, in verbis:

Art. 1º. Os poderes públicos federal e estadual, independente da colaboração que possam receber dos
municípios e da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, concederão assistência judiciária aos
necessitados nos termos da presente Lei.

Art. 9º. Os benefícios da assistência judiciária compreendem todos os atos do processo até decisão
final do litígio, em todas as instâncias.

2. De igual modo, o benefício da Assistência Judiciária Gratuita está disciplinado no Código


de Processo Civil, Lei 13.105/2015, nestes termos:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar
as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na
forma da lei.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na
petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 2º. O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à
parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º. Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.

3. No caso, a autora não tem condições de arcar com as custas processuais e


honorários advocatícios sem prejuízo do seu sustento próprio e de sua família,
preenchendo assim os requisitos exigidos na Lei nº 1.060/50, bem como, os requisitos exigidos
nos artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil, ambos concernentes à necessidade, para os fins
legais, deste benefício.

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4. Ademais, a Constituição Federal assegura em seu artigo 5º, LXXIV:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos.

5. Como também, o acesso à justiça é direito fundamental amparado no Código de Defesa


do Consumidor:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:


VII. O acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e
técnica aos necessitados.

6. Por tais razões - considerando a demonstração inequívoca da necessidade da Requerente


e ciente de que tais afirmações produzirão todos os efeitos legais - se requer, com amparo no
art. 5º, LXXIV da CF e art. 98 do CPC, o deferimento da gratuidade de justiça a Autora!

II - DOS FATOS:

1. A parte autora é consumidora dos serviços de energia elétrica, a qual a Empresa Ré é


concessionária neste Estado e prestadora dos serviços neste Município, por meio da conta
contrato 3720.6849, unidade de leitura BY27B004 2730, classificação residencial rural (doc. 4).

2. Ocorre que neste ano, a Requerente descobriu que estava pagando mensalmente por dois
serviços não contratados e nem utilizados, sob a nomenclatura de “Super Proteção”, no valor
de R$ 5,60 e “Seguro de Vida Mais Premiada”, no valor de R$ 5,90, sendo que a cobrança
teve início em dezembro/2014, continuando nos anos de 2015, 2016 (em 10 meses), 2017, 2018,
2019, 2020, 2021 e 2022 até o presente mês.

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3. Desde o início da cobrança indevida, a quantia pelos dois seguros foi debitada em 89
faturas de consumo, totalizando o valor de R$ 1.023,50 (doc. 6 á 14).

4. Ressalta-se que a autora é lavradora, pessoa humilde, e de baixa instrução, por isso
não percebeu a imputação dos descontos assim que iniciaram, e somente ao requerer ajuda de
terceiro descobriu que vem pagando por um serviço não contratado, nem utilizado.

5. De tal modo, que não resta alternativa senão socorrer-se a este E. Poder Judiciário
para corrigir essa ilegalidade. São os motivos que ensejam a presente demanda!

III – DO MÉRITO:

3.1. DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR:

1. Temos que a relação jurídica de direito material controvertida nestes autos é de consumo,
eis que a demanda versa sobre a falha na prestação dos serviços fornecidos pela Concessionária,
logo, a Empresa Ré enquadra-se no conceito de fornecedor de serviços (art. 3º do CDC), e a
Autora no de consumidor (art. 2º do CDC), caracterizando a relação consumerista! Vejamos:

Art. 2°. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final;
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que
haja intervindo nas relações de consumo.

Art. 3°. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
§ 1° - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2° - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive
as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.

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2. Assim, tratando-se de demanda que envolve a relação de consumo, torna-se
obrigatória a aplicação das normas do Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078/1990.

3.2. DA NECESSIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA:

1. Como vimos, o Código de Defesa do Consumidor é que disciplina os elementos


caracterizadores da relação de consumo. Nesse sentido, prevê a legislação consumerista a
possibilidade de o Juiz, no processo civil, inverter o ônus da prova em favor do Consumidor.

2. Essa inversão deve acontecer sempre que o julgador entender como verossímil a alegação
da parte ou quando, pelas regras ordinárias de experiência, perceber que o consumidor é
hipossuficiente. Vejamos:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:


VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiência.

3. No caso, é nítida a verossimilhança das alegações afirmadas pela parte REQUERENTE,


bem como a sua hipossuficiência. Desse modo, presume-se, de forma absoluta, juris et de jure,
que a Consumidora é mais fraca que o Fornecedor na relação jurídica entre eles estabelecida.
Por isso, se requer desde já, a inversão do ônus da prova!

3.3. DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA:

1. A responsabilidade civil e o dever jurídico de indenizar nada mais são que a reparação
de um prejuízo experimentado, e estão previstos em diversos dispositivos legais, que passaremos
a analisar agora. Começando pela Carta Magna, que prescreve:

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Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

2. De igual modo o Código Civil dispõe, em seus artigos 186 e 927, que:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

3. Já o CDC, aplicado quando configurada a relação de consumo, prevê:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:


VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos
ou representantes autônomos.

4. O ordenamento jurídico disciplina ainda a responsabilidade civil objetiva, em linhas


gerais, é aquela que prescinde de culpa para que seja imputada ao causador do dano e está prevista
como regra no Código de Defesa do Consumidor, in verbis:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1º. O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

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III - a época em que foi fornecido.
§ 2º. O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3º. O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

5. Assim, depreende-se das disposições legais - que configurada a relação de consumo e


comprovado os descontos indevidos - o fornecedor do serviço defeituoso responde
objetivamente pelos danos causados ao destinatário final.

6. Portanto, no caso sub judice, deve ser aplicada a responsabilidade civil objetiva, regra
do artigo 14 da lei consumerista, isso por que restou devidamente comprovado o defeito na
prestação de serviço e os danos (materiais e morais) dela decorrentes!

3.4. DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO:

1. No presente caso, como já relatado, a Requerida causou prejuízos a Autora, ao lançar


descontos em sua fatura, referente à cobrança de dois seguros não contratados. A este respeito,
o Código de Defesa do Consumidor prevê de forma expressa, que, o consumidor cobrado por
quantia indevida terá o direito a repetição de indébito, consoante se demonstra abaixo:

Art. 42. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito,
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável.

2. Aqui deve ser aplicado o art. 42, parágrafo único, do CDC, ante a existência de má-fé
por parte da Demandada, e por consequência, o valor cobrado indevidamente e pago em
excesso deve ser restituído em dobro a autora, como se vê a seguir:

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Lançamentos "Seguro de Vida Mais Premiada"
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
jan R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
fev R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
marc R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
abr R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
mai R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
jun R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
jul R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
ago R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
set R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
out R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
nov R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
dez R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90 R$ 5,90
TOTAL = R$ 525,10 - em dobro R$ 1.050,20
Lançamentos "Super Super Proteção"
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
jan R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
fev R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
marc R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
abr R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
mai R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
jun R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
jul R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
ago R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
set R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
out R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
nov R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
dez R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60 R$ 5,60
TOTAL = R$ 498,40 - em dobro R$ 996,80
TOTAL EM DOBRO = R$ 1.050,20 + 996,80 = R$ 2.047,00

3. Dessa forma, ante a cobrança arbitrária e atitude ilícita que configura o enriquecimento
sem causa da Concessionária, é que se REQUER a devolução em dobro da quantia paga
indevidamente, a qual perfaz a quantia de R$ 2.047,00 (dois mil e quarenta e sete reais),
atualizada com juros e correção monetária.

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3.5. DA CARACTERIZAÇÃO DO DANO MORAL:

1. Inicialmente, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona conceituam que:

“O dano moral consiste na lesão de direitos, cujo conteúdo não é pecuniário, nem
comercialmente redutível a dinheiro. Em outras palavras, podemos afirmar que o
dano moral é aquele que lesiona a esfera personalíssima da pessoa (seus direitos
da personalidade), violando, por exemplo, sua intimidade, vida privada, honra e
imagem, bens jurídicos tutelados constitucionalmente”
(STOLZE, Pablo; PAMPLONA FILHO, Rodolfo / 2020, p. 1401).

2. Assim, o dano moral é toda agressão injusta aqueles bens imateriais, tanto de pessoa
física quanto de pessoa jurídica, insuscetível de quantificação pecuniária, ou seja, aqueles bens que
atingem o ofendido como pessoa, lesando o bem que integra os direitos da personalidade, como
a honra, a dignidade, a intimidade, a imagem, o bom nome e etc., e que acarretam ao lesado dor,
sofrimento, tristeza, vexame, angústia e humilhação.

3. Nesse sentir, a parte Autora relata que a Ré inseriu em sua fatura de energia elétrica
serviços nunca solicitados, muito menos utilizados, e que tais descontos, comprometem o seu
sustento. Veja que o direito à indenização por danos morais é direito fundamental expressamente
consagrado na Constituição Federal.

4. Ademais, acerca do tema há diversos precedentes que garantem ao Consumidor a


reparação material e moral, como se vê:

RECURSO INOMINADO. CONTRATO DE ENERGIA ELÉTRICA. SEGURO INCLUÍDO NO


CONTRATO, SEM PROVA EFETIVA DA SOLICITAÇÃO POR PARTE DO CONSUMIDOR. RÉ
IMPUTOU COBRANÇA DE SERVIÇO NÃO SOLICITADO PELO AUTOR.
COMPORTAMENTO CONSIDERADO ABUSIVO. SENTENÇA QUE DETERMINOU O
CANCELAMENTO DO SERVIÇO SEGURO, A RESTITUIÇÃO DO VALOR INDEVIDAMENTE PAGO PELO
AUTOR E CONDENOU A ACIONADA AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO A TÍTULO DE DANOS

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MORAIS. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO EM ATENÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. RECURSO EXCLUSIVO DA RÉ. SENTENÇA MANTIDA POR
SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. Dispensado o relatório
nos termos do artigo 46 da Lei nº 9.099/95. Circunscrevendo a lide e a discussão recursal para efeito de
registro, saliento que a Recorrente BV FINANCEIRA CREDITO FINANCIMENTO E INVESTIMENTO pretende
a reforma da sentença lançada nos autos que JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos
formulados para CONDENAR o réu a: a- DEVOLVER ao autor o valor pago pelo seguro, qual seja, o total
de R$ 979,00(-), com correção monetária e juros legais de 1% ao mês, desde a citação; b- PAGAR ao autor, à
título de danos morais, o valor de R$3.000,00 (três mil reais) com correção monetária desde esta data. e juros
legais de 1% a contar da citação. [...] Assim, ante a ausência do instrumento contratual entendo
que a ré imputou cobrança de serviço não solicitado pelo autor, comportamento considerado
abusivo, pois atenta ao disposto no artigo 6º, inciso IV c/c art.39, incs. III e V, do Código de
Defesa do Consumidor. Perlustrando os autos, verifico que não há registro de que a parte autora teria
efetivamente contratado o aludido seguro. Desse modo, entendo que o acionante faz jus à restituição do valor
cobrado, eis que se está diante de cobrança indevida acompanhada do respectivo pagamento[...]. Com isso,
uma vez constatada a conduta lesiva e definida objetivamente pelo julgador, pela experiência comum, a
repercussão negativa na esfera do lesado, surge a obrigação de reparar o dano moral. [...] Assim sendo, ante
ao exposto, voto no sentido de CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela Recorrente,
confirmando, consequentemente, todos os termos da sentença hostilizada, condenando-a ao pagamento das
custas e honorários advocatícios que arbitro em 20% (vinte por cento) do valor da condenação pecuniária
envolvida, atentando, especialmente, para a natureza e a importância econômica atribuída à ação, o zelo e o
bom trabalho do profissional que defendeu os interesses da parte recorrida. (TJ-BA, Classe: Recurso Inominado,
Número do Processo: 0011093-67.2018.8.05.0113, Órgão julgador: QUINTA TURMA RECURSAL, Relator(a):
ELIENE SIMONE SILVA OLIVEIRA, Publicado em: 09/07/2019)

5. Desse modo, caracterizada a lesão extrapatrimonial, deve-se ter em mente que a


indenização deve ser em valor tal que garanta à parte lesada uma reparação pela dor
experimentada, e ainda implique àquele que efetuou a conduta reprovável, ilícita e arbitrária
impacto suficiente para dissuadi-lo na repetição de procedimento símile!

6. Razão pela qual, pugna-se pela condenação da Requerida ao pagamento de


indenização dos danos morais em R$ 15.000,00 (quinze mil reais), decorrentes da imputação
ao pagamento indevido de seguro não contratado.

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IV - DA TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA:

1. Excelência! No mérito, se requer a devolução em dobro dos valores descontados.


Contudo, como medida mais razoável ao caso, se requer antecipadamente à suspensão das
cobranças dos dois seguros na fatura da Autora, pelo fato desta não ter contratado
o serviço, evitando o pagamento em excesso e o enriquecimento sem causa.

2. Para estas situações, o ordenamento jurídico criou o instituto da tutela antecipada,


visando o adiantamento dos efeitos da decisão final, a ser proferida em processo de
conhecimento, com finalidade de evitar dano irreparável ao direito subjetivo da parte, em razão
do decurso do tempo de tramitação processual, quando apresente alegação verossímil e prova
inequívoca do direito alegado.

3. Caracteriza-se, portanto, como uma espécie de tutela de urgência de natureza


satisfativa, disciplinada no Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

3. A probabilidade do direito encontra-se demonstrada através de todas as provas


acostadas, tais como as 89 faturas de energia em anexo e o relatório de pagamentos. Quanto ao
risco ao resultado útil do processo, este se vislumbra na necessidade de interromper a cobrança
indevida a fim de cessar o pagamento ilegal e o prejuízo patrimonial da autora.

4. Por fim, preenchidos os pressupostos previstos no artigo 300 do CPC, estando


comprovada as alegações do Requerente, sendo o risco de dano notório e presumido, é que se
Requer a antecipação dos efeitos da tutela, para que seja determinado a concessionária
que suspenda a cobrança dos dois seguros na fatura da autora, até que se julgue a
presente demanda, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00.

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V - DOS PEDIDOS:

1. Excelência, pelas razões expostas, a Demandante requer:

a) a citação da REQUERIDA, para que, querendo, conteste a presente ação no prazo


legal, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato (art. 334/335, do CPC);

b) a concessão do benefício de gratuidade da justiça (art. 98/99, do CPC);

c) a concessão da tutela de urgência (art. 300, CPC), para que seja determinado a
CONCESSIONÁRIA RÉ, que suspenda a cobrança do seguro na fatura da autora, até que
se julgue a presente demanda, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00;

d) no mérito, que seja julgada totalmente PROCEDENTE a presente ação, determinando


a responsabilidade objetiva da parte Requerida (art. 14, do CDC) com a aplicação das
normas expressas no Código de Defesa do Consumidor, em especial, a inversão do
ônus da prova (art. 6°, inciso VIII, do CDC);

e) a condenação da Ré a devolução em dobro da quantia de R$ 2.047,00 a título de


repetição de indébito (art. 42, do CDC), corrigida nos termos da lei;

f) a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais, no importe


de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), como caráter punitivo por toda a situação exposta;

g) ao final, a condenação da Ré ao pagamento de custas e honorários advocatícios


na base de 20% sobre o valor da condenação (art. 85, do CPC).

h) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, em


especial, a juntada de prova documental que se fizer necessária (art. 369, CPC).

i) Requer, por fim, que todas as intimações sejam realizadas apenas em nome da
advogada Jeanny Santos Saraiva, inscrita na OAB/MA 10.691, sob pena de nulidade
(art. 272, § 2º, CPC).

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Dá-se à causa o valor de R$ 17.047,00 (dezessete mil e quarenta e sete reais).

Nestes termos.
Pede deferimento.

Imperatriz - MA, 16 de Junho de 2022.

p.p. Jeanny Saraiva p.p. Juliana Maia


Advogada, OAB/MA 10.691 Advogada, OAB/MA 23.135

Em anexo:

Doc. 1 - Procuração {maria aldeide};


Doc. 2 - Hipossuficiência {maria aldeide};
Doc. 3 - RG {maria aldeide};
Doc. 4 - Endereço {maria aldeide};
Doc. 5 - CNPJ da Requerida;
Doc. 6 - Histórico de Cobranças {2014};
Doc. 7 - Histórico de Cobranças {2015};
Doc. 8 - Histórico de Cobranças {2016};
Doc. 9 - Histórico de Cobranças {2017};
Doc. 10 - Histórico de Cobranças {2018};
Doc. 11 - Histórico de Cobranças {2019};
Doc. 12 - Histórico de Cobranças {2020};
Doc. 13 - Histórico de Cobranças {2021};
Doc. 14 - Histórico de Cobranças {2022};
Doc. 15 - Histórico de Pagamentos.

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