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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA

DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE


______________.

_______________, brasileira, aposentada, maior,


portadora da Cédula de identidade RG nº __________ SSP-SP e
inscrita no CPF(MF) sob o nº ____________, residente e domiciliada
na Rua _____________, nº 665, bairro ___________, CEP:
_____________ nesta cidade de ____________, por seu procurador,
vem à presença de Vossa Excelência, apresentar a competente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO


CONTRATUAL COMBINADA COM SUSPENSÃO DE VALOR,
REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS e MATERIAS, COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR

em face de ITAU UNIBANCO S.A., pessoa jurídica de direito


privado, devidamente inscrita pelo CNPJ/MF de nº 60.701.190/0001-
04 com endereço situado na PC ALFREDO EGYDIO DE SOUZA
ARANHA 100, TORRE OLAVO SETUBAL, PARQUE JABAQUARA CEP
04.344-902 cidade de São Paulo/SP, pelos fatos e fundamentos que
passa a expor:
DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

Vem requerer os benefícios da gratuidade da justiça,


por ser a autora pobre na acepção legal do termo, não tendo
condições de arcar com despesas processuais. Ab initio, conforme
denota-se da análise minuciosa dos documentos ora acostados,
vislumbra-se a imperiosa necessidade de concessão dos benefícios da
assistência jurídica gratuita e integral a Peticionante, tendo em vista
a situação financeira que ele se encontra neste momento, trata-se
de senhora de avançada idade, aposentada e que não mais
possui aptidão para o mercado de trabalho, frente ainda a
grave instabilidade comercial e fazendária que assola nosso
país atualmente.

Vale lembrar que a assistência judiciária não é dirigida


apenas às pessoas miseráveis, que não possuem condições de arcar
com as despesas judiciais sem o prejuízo da própria subsistência,
bem como de sua família. Segundo iterativa jurisprudência, alcança
também aquelas que se encontrem atravessando momentos de
adversidades.

Nesse diapasão, importante considerar que o


novo Código de Processo Civil ao revogar parte da Lei nº
1.060/50, instituiu, no art. 99, § 3º, a presunção de
veracidade da declaração de pobreza de modo que não se
exige do postulante à assistência judiciária gratuita que faça
prova de sua miserabilidade, mas meramente que a declare.
Salvo circunstâncias especiais, nas quais há evidente
demonstração da improcedência da alegada pobreza, em razão
de sinais exteriores de riqueza, a mera petição do requerente
basta para suprir a exigência legal no deferimento do
benefício.
DA PREFERÊNCIA NA TRAMITAÇÃO DO FEITO

Nos termos do que preconiza o artigo 1.048,


I, do CPC e art. 71 da Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso), a Autora
por ser pessoa idosa, já que possui hodiernamente 71 (setenta e
um) anos de idade, faz jus ao benefício da tramitação processual
com prioridade, consoante documentação anexa e disposições legais
abaixo declinadas, in verbis:

Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação,


em qualquer juízo ou tribunal, os
procedimentos judiciais:

I - em que figure como parte ou interessado


pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos ou portadora de doença
grave, assim compreendida qualquer das
enumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei no
7.713, de 22 de dezembro de 1988;

Art. 71. É assegurada prioridade na


tramitação dos processos e
procedimentos e na execução dos atos e
diligências judiciais em que figure como
parte ou interveniente pessoa com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos,
em qualquer instância.

DOS FATOS

A Requerente é aposentada pelo INSS, percebendo o benefício


previdenciário. Nesse passo, mantem junto ao banco Santander sua
conta em que recebe o benefício previdenciário.

A requerente, V.EXA, é pessoa de idade avançada


(semianalfabeta) e, como toda cidadã comum, na atual situação
econômica que se encontra nesse País, teve dificuldades financeiras,
haja vista ter somente o benefício como meio de sobrevivência.
Ocorre que, então a autora sem contratar qualquer serviço da
empresa requerida recebeu depósitos em sua conta corrente como se
tivesse contratado empréstimo consignado, o que não ocorreu. Na
data de 30/03/20 foi depositado o valor de R$ 1.875,04 e na data de
06/03/2020 foi depositado o valor de R$ 1.904,49.

PASMEM, salta aos olhos evidente e grotesca falha da ré, e sem


resposta buscou diligência junto ao INSS.

Como nada havia contratado a respeito, o requerente procurou


informações junto ao INSS, obtendo a planilha onde constam duas
novas operações conforme comprova-se pelos os extratos em
anexos.

Repetidas vezes solicitou o estorno/cancelamento das 02


(Duas) operações, aos gerente do entreposto local da ré.

Requisitou cópias dos contratos. NÃO FOI ATENDIDA.

À beira do desespero, pois já não tinha o menor interesse nos


empréstimos que sangrariam seus parcos proventos, desequilibrando,
por muito tempo, o orçamento doméstico, eis que evidentemente que
não poderia pagar por algo que jamais contratou.

Sem qualquer resposta formal ficou a requerente.

Não suportando mais tanta angustia, sofrimento e noites de


insônia, não restou a Requerente outra alternativa que não a de
recorrer à proteção jurisdicional do Estado, propondo a presente
ação, inclusive para que sejam indenizados os pesados danos morais
infligidos sem a menor consideração à condição idosa do Requerente.

DO DIREITO
1) DA VIOLAÇÃO DO SIGILO DE DADOS PESSOAIS E BANCÁRIOS
– DIREITO A INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

A ilicitude praticada pelo Requerido ou seus agentes se


configura na violação do sigilo dos dados pessoais da Requerente
junto ao INSS, na assunção indevida e sem consentimento de
obrigações em nome do Requerente e na invasão de sua conta
bancária lançando créditos e débitos não autorizados, configurando
verdadeiro ilícito civil quiçá penal.

Induziu o INSS em erro, enviando operação inexistente para


que o mesmo proceda a descontos, a seu favor, nos proventos de
aposentadoria por idade do Requerente bem como no beneficio de
pensão por morte.

Dispõe o CDC em seu art. 14;

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Evidenciada infração ao preceito constitucional da dignidade da


pessoa humana e, da inviolabilidade da intimidade e dados pessoais
(artigos 1º, inc.III e 5º , inc. X e XII, CF/88), determinando que
caso ocorra a violação desses direitos sem a devida autorização,
exista a reparação do dano.

Dizem, a respeito, os Tribunais (destaques nossos):

EMENTA: RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS. EMPRÉSTIMO NÃO CONTRATADO.
DESCONTO INDEVIDO DE PARCELAS EM FOLHA DE
PAGAMENTO. BLOQUEIO DE BENEFÍCIOS DE CONTA
CORRENTE. INEFICIÊNCIA NA RESOLUÇÃO
ADMINISTRATIVA DO CONFLITO. PROVA ORAL ROBUSTA
EM FAVOR DA PARTE AUTORA. TITULAR DA CONTA
APOSENTADO POR INVALIDEZ. VULNERABILIDADE.
RELAÇÃO DE CONSUMO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
VEROSSIMILHANÇA NAS ALEGAÇÕES AUTORAIS.
AUSÊNCIA DE PROVA A DESCONSTITUIR O DIREITO DOS
AUTORES. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.DEVER DE
INDENIZAR. DANO MORAL IN RE IPSA. VALOR DO QUANTUM
NDENIZATÓRIO FIXADO DE FORMA ADEQUADA AO CASO
CONCRETO. MINORAÇÃO DESCABIDA. SENTENÇA MANTIDA
POR SEUS PRÓPRIOS E JURÍDICOS FUNDAMENTOS (ART. 46
DA LJE). RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Precedentes:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS E
MATERIAIS. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. CONTRATAÇÃO NÃO
AUTORIZADA PELA AUTORA. VALORES INDEVIDAMENTE
DESCONTADOS EM PROVENTOS DE APOSENTADORIA.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO BANCO. INDENIZAÇÃO
DEVIDA. DANOS CONFIGURADOS. DANO MORAL. VALOR DA
INDENIZAÇÃO ARBITRADO EM QUANTIA INFERIOR AOS
PARÂMETROS JURISPRUDENCIAIS PARA CASOS SEMELHANTES
(ENTRE 20 A 30 SM), E QUE, POR ISTO, NÃO PODE SER
REDUZIDO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS
ADEQUADAMENTE. RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDO E
NÃO PROVIDO?. (TJPR. 9ª C.Cível. AC nº 1014669-9/Cambará.
Rel.: Francisco Luiz Macedo Junior. Unânime. J.: 09.mai.2013)

E no Egrégio STJ:

No mesmo sentido, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça:


“RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. TERCEIRO
NÃO AUTORIZADO QUE, PORTANDO O CARTÃO DO
CORRENTISTA E SUA SENHA, REALIZA SAQUES DIRETAMENTE
NO CAIXA DO BANCO. NEGLIGÊNCIA DA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA CARACTERIZADA. DANO MORAL.
OCORRÊNCIA. I - Cabe indenização por danos morais na
hipótese em que o banco, por negligência, permita que
terceiro de má-fé solicite a concessão de crédito e realize
saques em conta-corrente e poupança do correntista que havia
fornecido seus dados pessoais ao estelionatário. II - A
propósito do dano moral, prevalece no Superior Tribunal de
Justiça o entendimento no sentido de que a responsabilidade
do agente decorre da comprovação da falha na prestação do
serviço, sendo desnecessária a prova do prejuízo em concreto.
III - O esvaziamento da conta da correntista é ato
objetivamente capaz de gerar prejuízo moral, pelo sentimento
de angústia que causa ao consumidor. Recurso provido.”
( REsp 853.531, Terceira Turma, Relator Ministro).

Vossa Excelência, insta em mencionar que trata-se a autora de


APOSENTADA, idosa, SEMIANALFABETA e não queremos acreditar,
porém pelo relato é que o gerente ``preposto´ ´da requerida, tem
feito propositalmente os contratos em conta corrente da requerente,
logo encontra-se ABSUSO de PODER ECONÔMICO pela ré e por seu
preposto ato de DOLO, registra-se então a denúncia ou
independentemente a evidência da inexecução correta do serviço,
(prova de culpa) temos que o ato negligente/imprudente, gera por si
só o direito a indenização e desde já requer o autor o valor
condizente com o que suporta o caso em tela, requerendo seja
arbitrado o valor da condenação do réu na ordem de R$ 10.000,00
(dez mil reais). ART. 292 do NCPC.
2) DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA PRETENDIDA

Requer, a A., antecipação parcial da tutela pretendida,


para que se digne V. Exa. em determinar, inaudita altera parte e nos
termos do art. 300 do CPC, bem como do art. 84 do CDC, à vista
dos elementos trazidos aos autos e do arcabouço de provas lançadas
a configurar o “fumus boni juris”, e principalmente o ´´periculum in
mora´´ que seja deferida a consignação em Juízo da soma dos
valores creditados indevidamente pelo Requerido em conta
bancária do requerente quais seja R$ 3.779,53 (três mil
setecentos e setenta e nove reais e cinquenta e três
centavos), bem como seja determinada a consequente suspensão
dos descontos relacionados em seus proventos de aposentadoria,
SOB CASO HAVER DESOBEDIÊNCIA, seja aplicada multa no valor de
R$ 1.000,00 (um mil reais) por dia enquanto não comprovar a baixa
dos empréstimos, estabelecendo o valor INTEGRAL dos proventos
recebidos pela autora. In Verbs

Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da


obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.

Esta medida, indispensável para a autora e em nada


prejudicará o Requerido, portanto, não se mostra presente o perigo
de irreversibilidade do provimento.
Corroborando as argumentações ventiladas, temos em
principal cotejo a BOA-FÉ da requerente, pessoa idosa de índole
ilibada, do qual vem sofrendo pelos os abusos evidenciados pela a
conduta do requerido, e conforme consta dos extratos da conta
corrente do requerente que mantém junto ao requerido, NÃO
VERIFCA-SE qualquer DEPÓSITO em conta dos empréstimos
mencionados, dando veracidade por toda a argumentação do apelo
do requerente.

3) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Outrossim, conforme já vastamente comentado,


aplicando-se o Código de Defesa do Consumidor, deflagra-se um dos
direitos básicos do consumidor, esculpido no artigo 6º, VIII,
concernente a inversão do ônus da prova. A inversão, é certa, ocorre
a critério do Juiz, observando-se alguns requisitos, vejamos:

“VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive


com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiências”.

Enunciado 17
É cabível a inversão do ônus da prova, com base no
princípio da equidade e nas regras de experiência
comum, a critério do Magistrado, convencido este a
respeito da verossimilhança da alegação ou
dificuldade da produção da prova pelo reclamante.

III – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS


1. Ex positis, é a presente para requerer de Vossa
Excelência:

a) Por conseguinte, revela-se razoável que Vossa


Excelência defira e fixe o valor de R$10.000,00 (dez mil reais) a
título de danos morais, acrescida de correção monetária pelo
desde a data do evento danoso. Para que a empresa hora
requerida enquadre-se no perfil empresarial brasileiro,
parando de lesar senhoras aposentadas e pessoas sofridas,
que já são a vida inteira extorquidas por todos os lados.
condenando a Requerida, ainda, em todas as custas, despesas
processuais, honorários advocatícios (no valor mínimo de 20%) e
demais cominações legais.

b) requer seja deferida a suspensão liminarmente


INALDITA ALTERA PART dos valores creditados indevidamente
pelo Requerido em conta bancária, bem como seja determinado para
que o requerido a suas expensas suspenda os descontos relacionados
nos proventos de aposentadoria da autora, e CASO HAVER
DESOBEDIÊNCIA, sob pena de ser aplicada multa no valor de R$
1.000,00 (um mil reais) por dia enquanto não comprovar a baixa
dos empréstimos fictícios.

c) seja reconhecida a inexistência de relação jurídica


em relação aos contratos indicados, com o cancelamento dos
mesmos.

d) concessão dos benefícios da assistência judiciária


gratuita uma vez que a Requerente se encontra em dificuldade
econômica, denotando-se a insuficiência de recursos na forma da lei e
não tendo condições de arcar com despesas processuais, sendo
beneficiária da seguridade social.
e) sejam repetidos, EM DOBRO, os valores
indevidamente debitados nos proventos de aposentadoria do
Requerente, condenando a ré em danos materiais e ou perdas e
danos.

f) nos termos do que preconiza o artigo 1.048, I, do


CPC e art. 71 da Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso), a Autora por ser
pessoa idosa, já que possui hodiernamente 71 (setenta e um) anos
de idade, faz jus a tramitação preferencial.

g) deferir a produção de todos os meios de provas em


direito admitidas, notadamente a documental inclusa, testemunhal
cujo rol apresentará oportunamente, depoimento pessoal do
representante legal da Ré, sob pena de confesso, além de outras que
se fizerem necessárias, com a Inversão do Ônus da Prova, com base
no ordenamento consumerista;

Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Nesses termos, pede e espera deferimento.

____________, 18 de maio de 2020.

____________________
ADVOGADO
OAB/SP nº _____________

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