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EXCELENTISSIMO DR.

JUIZ (A) DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DE


NOVA IGUAÇU – RJ.

SEVERINA OLIVEIRA DA SILVA, brasileira, divorciada, aposentada,


portadora da carteira de identidade n° 10.850.628-8, expedida pelo
DETRAN/RJ, inscrita no CPF/MF sob o n° 072.194.287-31, residente e
domiciliada na Rua Davi, nº 50, Centro, Nova Iguaçu, RJ, CEP: 26.230-
475 vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de
seu advogado adiante assinado (procuração anexa), e-mail:
ms.assessoriajuridica@hotmail.com, com escritório na Rua João Pessoa,
n 1582, sala 102, Centro, Nilópolis/RJ, CEP: 26.520-020, propor à
presente:

DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO


POR DANOS MORAIS & OBRIGAÇÃO DE FAZER

Em face de BANCO ITAÚCARD S/A, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o nº 17.192.451/0001-70, localizado na Al Pedro
Calil, nº.43, Vila das Acácias, Poa -SP, CEP: 08.557-105, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos.
DA COMPETÊNCIA

ESCLARECE QUE, NA PRESENTE DEMANDA JUNTA


COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA DA AUTORA SENDO ESTES,
BOLETO DE INTERNET FIXA DA RESIDÊNCIA DA AUTORA, BEM
COMO, CORRENPONDÊNCIA DA PRÓPRIA RÉ.

Esclarece ainda, que a titularidade da conta de luz da


residência da Autora, consta no nome da filha da Autora,
LUCIENE OLIVEIRA DA SILVA (doc. anexo), conforme, se pode
verificar no documento de identificação da titular da conta de
luz, a filiação onde consta o nome da Autora.

DA TUTELA ANTECIPADA

Concede-se a tutela antecipada caso haja fundado receio de dano


irreparável ou de difícil reparação, nos termos do artigo 273 do Código
de
Processo Civil:

Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte,


antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela
pretendida no pedido inicial, desde que, existindo
prova inequívoca, se convença da verossimilhança da
alegação e:

I – Haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil


reparação

Ora excelência, a autora é pessoa idosa com 77 anos, muito íntegra


que sempre cumpriu com suas obrigações civis e patrimoniais, não
merecendo esse tamanho desrespeito que a empresa ré vem
fazendo com a autora nos últimos meses.

A conta da autora está negativa e gerando juros diários tornando


impossível com que a mesma permaneça com sua integridade física,
psíquica e moral.

A empresa Ré está tornando impossível a reparação do dano que vem


causando ultimamente, constituindo abuso e grave prejuízo
financeiro, pois a mesma precisa do dinheiro que lhe foi tirado
indevidamente para compor a renda mensal para a sua sobrevivência e
manutenção dos seus medicamentos, que não está conseguindo manter
graças ao descaso da ré. Excelência, o valor de R$ 301,66 somados aos
juros de R$ 8,76 e R$ 112,91 que somam a quantia de R$ 423,33 que
foram retirados sem nenhuma autorização da conta da autora pela
ré, está a cada dia gerando mais juros, pois a autora não tinha esse
valor em sua conta e o mesmo foi retirado do cheque especial da
autora, por uma tamanha covardia da empresa ré para com a autora.

Correm juros diários, ou seja, além de ter sua conta violada sem uma
previa autorização, essa cobrança indevida somadas a outras deixou a
conta da autora negativa em R$ 1.318,40 é isso pode ficar ainda maior,
pois os juros são gerados diariamente, graças a uma sequência de
débitos automáticos NÃO AUTORIZADO.

Com isso venha conceder, liminarmente, a tutela antecipada, de forma


“initio littis” e “inaudita altera pars”, para os fins que a requerida
devolva o valor de R$ 423,33 para a conta da Autora, afim de
minimizar maiores prejuízos com os juros diários do cheque especial.

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Para tal benefício, a requerente junta declaração de hipossuficiência e


declaração de imposto de renda, que por si só representa a inviabilidade
de pagamento das custas judicias sem comprometer sua subsistência,
conforme clara redação do Art. 99 CPC/15:

Art. 99 (...) § 3º Presume-se verdadeira a alegação


de insuficiência deduzida exclusivamente por
pessoa natural.

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e
pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao
requerente, conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - Justiça Gratuita -


Execução de Título Extrajudicial - Irresignação
contra a respeitável decisão que negou a gratuidade
judiciária - Declaração de insuficiência de recursos
juntada com a petição inicial - Presunção legal de
veracidade - Inteligência do art. 99, § 3º, do CPC -
Prova dos autos que corrobora a alegação -
Agravante que é enfermeira cuja remuneração
mensal é revertida em benefício integral da família -
Custeio de todas as despesas dos três filhos -
Momentânea impossibilidade - Agravante que faz jus
ao favor legal - Garantia Constitucional de acesso à
justiça art. 5°, inciso LXXIV - RECURSO PROVIDO.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2148652-
61.2019.8.26.0000; Relator (a): Lavínio Donizetti
Paschoalão; Órgão Julgador: 23ª Câmara de Direito
Privado; Foro de São José do Rio Preto - 3ª Vara Cível;
Data do Julgamento: 01/08/2019; Data de Registro:
01/08/2019, #13254587).

Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do


requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as
custas, despesas processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15),
conforme destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de


necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar
ou faturamento máximos. É possível que uma pessoa
natural, mesmo com boa renda mensal, seja
merecedora do benefício, e que também o seja aquela
sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não
dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos
mecanismos de viabilização do acesso à justiça;
não se pode exigir que, para ter acesso à justiça, o
sujeito tenha que comprometer
significativamente sua renda, ou tenha que se
desfazer de seus bens, liquidando-os para
angariar recursos e custear o processo." (DIDIER
JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício
da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora JusPodivm, 2016.
p. 60).

Motivos pelos quais, requer o deferimento da Gratuidade de Justiça.

DA INVERSÃO DO ONUS DA PROVA

Requer a inversão do ônus da prova em favor do autor conforme prevê


o artigo 6º, VIII, da Lei 8.078/90. Visto tratar-se o autor, neste caso
específico de hipossuficiente em relação à Ré, que detém um enorme
poder econômico, ademais, verossímil são suas alegações. Assim,
permite o CDC aplicar este instituto, por determinação Constitucional
do princípio da Isonomia, pois, o consumidor como parte
reconhecidamente mais fraca e vulnerável na relação de consumo (CDC
4° I), tem de ser tratado de forma diferente, afim de que seja alcançada
a igualdade real entre os partícipes da relação de consumo.

"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


VIII - A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive


com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo
as regras ordinárias de experiência".
Da simples leitura deste dispositivo legal, verifica-se, sem maior esforço,
ter o legislador conferido ao arbítrio do juiz, de forma subjetiva, a
incumbência de presentes o requisito da verossimilhança das alegações
ou quando o consumidor for hipossuficiente, puder inverter o ônus da
prova.

Assim, presentes a verossimilhança do direito alegado e a


hipossuficiência da parte autora para o deferimento da inversão do ônus
da prova no presente caso, dá-se como certo seu deferimento.

DOS FATOS

Inicialmente, esclarece que o Autora é cliente da empresa ré, e possuía


o cartão de credito da empresa ré. Acontece que a autora fez o
cancelamento do cartão de credito pois não estava mais conseguindo
arcar com tantas despesas.

Ocorre que abril de 2022 a autora recebeu uma cobrança da Ré


referente a algumas compras feita em seu cartão de crédito que a autora
acreditava estar cancelado, preocupada a mesma entrou em contato
com a ré e disse que não efetuou nenhuma daquelas compras, a preposta
da ré então confortou a autora e lhe pediu desculpas dizendo que iria
cancelar todas as cobranças (conforme prova abaixo e juntada aos
autos).
Com isso a autora então ficou totalmente despreocupada, mas por pouco
tempo, ocorre que o final do mesmo mês a ré utiliza de tamanha
desproporcionalidade para com o autor e de forma totalmente indevida
e sem previa autorização, realiza o debito automático na conta da autora
cobrando o valor que disse que seria cancelado, acontece Excelência,
que a empresa ré vem debitando automaticamente de forma
desenfreada e sem previa autorização valores da conta da autora e pior
ainda, valores do cheque especial da Autora.

Cabe esclarecer aqui que tanto a conta corrente quanto o cartão de


crédito da autora são da empresa ré, e que isso começou a acontecer
após o cancelamento desse cartão de crédito.
A empresa ré vem se aproveitando dessa desproporcionalidade para
impor a sua maneira a autora, fazendo com que a mesma não consiga
nem se quer entender o que vem acontecendo em sua, desde de então a
autora vem em um sofrimento sem tamanho para tentar minimizar seus
prejuízos, a empresa ré está agindo com obscuridade, fazendo descontos
e cobrando juros de forma absurda e desrespeitosa, no atual momento
a autora se encontra perdida sem saber de fato quais são os descontos
que a ré vem fazendo, pois utilizando ingenuidade e da fragilidade da
autora idosa vem fazendo essa covarde sequência de cobranças, fazendo
com que a autora entre em um prejuízo sem fim e sem conseguir a
mesma o controle das suas próprias finanças.

Por ser aposentada e fora do mercado de trabalho, pois a autora era


empregada doméstica, não consegue compor sua renda com trabalho,
pois não tem mais capacidade física para isso tem a Erisipela e diabete.

A ré ao invés de tornar mais fácil a vida da autora que tem todas essas
dificuldades, ela torna ainda mais difícil e dolorosa a vida autora, pois
nesse momento a mesma já não sabe mais o que fazer, não ver mais
solução.

A instituição financeira que a autora recebe seu benefício para a


manutenção da sua velhice tem o desprazer de agir dessa forma no
momento em que o ser humano mais precisa, não demonstrando ser de
confiança e muito menos respeitosa, infelizmente todos estamos
sujeitos a isso, pois no final precisamos dos cuidados dos outros.
Assim, a instituição segue sem dar solução confortou a autora e depois
lhe fez esse desagrado, cabe informar aqui e com a prova juntada aos
autos, a autora nunca autorizou que tal cobrança fosse feita em sua
conta corrente até mesmo como pode ser visto na prova, a mesma
acreditava que tal cobrança já estivesse cancelada.

Quanto aos débitos referentes ao pagamento de operações de crédito ou


de arrendamento mercantil financeiro, além do preenchimento das
exigências supramencionadas, a autorizada. Além de não autorizado,
como a autora não tinha esse valor em conta a ré tirou de seu cheque
especial tornando ainda maior o prejuízo da autora.

Não sendo possível resolver administrativamente a questão, não restou


outra opção a parte autora, senão socorrer ao Judiciário.

DA RESPONSABILIDADE CIVIL

O nosso atual Código Civil, prevê, em seu artigo 927, a possibilidade de


reparação do dano em virtude da prática de ato ilícito. Vejamos: "Art.
927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo."

Complementando, segue a norma legal: "Parágrafo único. Haverá


obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos,
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem."
O referido parágrafo único está justamente inserido de forma a
representar o Código de Defesa do Consumidor, em sua previsão legal,
ao mencionar que o causador do dano deve reparar a lesão
independentemente de culpa, nos casos previstos em lei. Esta Lei, no
presente caso, é justamente o CDC.

Ao contrário do que exige a lei civil, quando reclama a necessidade da


prova da culpa, na relação entre consumidores esta prova é plenamente
descartada, sendo suficiente a existência do dano efetivo ao ofendido.

Isso porque, o artigo da Lei assim o determina. Vejamos:

Art. 14, CDC. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.

Dessa forma, constatado o fato que gerou o dano, proveniente da relação


de consumo, e o dano à parte mais fraca, caberá ao responsável a sua
reparação, não havendo necessidade de o consumidor apresentar prova
da culpa.

Tais artigos visam, como as demais normas previstas no código


consumerista, proteger, de forma privilegiada, a parte mais fraca da
relação de consumo, visando evitar, claramente, abusos dos
comerciantes e fabricantes, ou prestadores de serviços, estes
visivelmente mais fortes em relação àqueles.

Por tal motivo, qualquer produto posto no mercado de consumo deve


atender as mínimas exigências de qualidade e quantidade, para que não
venha o consumidor a sofrer prejuízos. Se isso ocorrer, pode valer-se do
art. 14 do CDC.

Assim, o fornecedor responde independentemente de culpa por


qualquer dano causado ao consumidor, pois que, pela teoria do risco,
este deve assumir o dano em razão da atividade que realiza. Vejamos o
ensinamento de Cavalieri:

Uma das teorias que procuram justificar a responsabilidade objetiva é a


teoria do risco do negócio. Para esta teoria, toda pessoa que exerce
alguma atividade cria um risco de dano para terceiros. E deve ser
obrigado a repará-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa.

Assim sendo, verifica-se que a Lei nº 8.078/90 estabeleceu


responsabilidade objetiva dos produtores e fornecedores da cadeia
produtiva, não levando em consideração a existência da culpa frente aos
danos provenientes de acidentes de consumo ou vícios na qualidade ou
quantidade dos mesmos ou na prestação dos serviços.

O entendimento supra é pacífico no poder judiciário, restando


consagrada a determinação expressa da norma legal do Código de
Defesa do Consumidor. Por fim, o doutrinador Nelson Nery ensina:
A norma estabelece a responsabilidade objetiva como sendo o sistema
geral da responsabilidade do CDC. Assim, toda indenização derivada de
relação de consumo, sujeita-se ao regime da responsabilidade objetiva,
salvo quando o Código expressamente disponha em contrário. Há
responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos causados ao
consumidor, independentemente da investigação de culpa.

Portanto, a intenção subjetiva pouco importa quando enfrentamos


questões que envolvem relações de consumo, pois esta não faz parte dos
critérios determinantes no momento de se condenar à reparação do
dano, pois que, havendo ou não a pretensão de lesar, o que interessa é
apenas a existência do prejuízo, e por isso, o causador é obrigado a
repará-lo.

RESSALTAR QUE A AUTOR SEMPRE FOI PESSOA ÍNTEGRA E


HONESTA!

No que concerne ao fundamento jurídico do dano moral e do dever de


indenizar, reza o artigo 5.º, inciso X da Constituição da República de
1988:

"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e


a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação".

O fato é que além de todo transtorno enfrentado pelo autor sem ao


menos conseguir resolver a questão, não se pode aceitar que o autor seja
vítima da ineficiência dos serviços prestados pela ré, que detém todas
as condições técnicas e econômicas para prestação do serviço. Portanto,
clara está a existência de danos morais, tornando-se imprescindível a
indenização para, de um lado, compensar o autor por todo transtorno e,
de outro lado, servindo como sanção para evitar que outros ilícitos
iguais voltem a acontecer.

A recusa da ré em sanar, com a máxima brevidade possível a questão, os


transtornos sofridos pelo autor, incutiram neste a forte sensação de
impotência diante dessa prática que tem se tornado tão corriqueira na
vida moderna em razão da ânsia dos grandes grupos econômicos em
celebrar o maior número de negócios possíveis no mais curto espaço de
tempo.

O dano moral é, portanto, entendido como todo sofrimento humano que


não é causado por uma perda pecuniária, devendo ser ressarcido
independentemente de qualquer repercussão sobre o patrimônio do
prejudicado, na medida em que a lei, ao se referir a danos, não faz
distinção entre espécies.

O Código de Defesa do Consumidor em seu art.6º, VI, elenca como direito


básico do consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.

A quantificação dos danos morais deve ser arbitrada de acordo com o


grau de reprovabilidade da conduta ilícita, com a capacidade econômica
do causador do dano, com as condições sociais do ofendido, em
quantitativo consentâneo com a natureza e intensidade da humilhação,
da tristeza e do constrangimento sofridos pelo ofendido, com o ato ilícito
praticado pelo ofensor.

A indenização deve representar uma punição para o infrator, capaz de


desestimulá-lo a reincidir na prática do ato ilícito, e deve ser capaz de
proporcionar ao ofendido um bem-estar psíquico compensatório do
amargor da ofensa.

Com efeito, preceitua a norma do art. 14 do CDC, in verbis:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde


independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos. Conforme é sabido, para que haja a
responsabilidade objetiva, necessário apenas que
sejam constatados o dano e o nexo de causalidade entre
o dano e a ação do responsável, no caso, a empresa ré.
Logo, caracterizada a responsabilidade objetiva da ré e
estando presente a relação de consumo (arts 2º e 3º do
CDC), esta somente se exime nos casos expressamente
previstos no art. 14, § 3º do CDC, quais sejam:

Art. 14... § 3º O fornecedor de serviços só não será


responsabilizado quando provar: I - Que, tendo
prestado o serviço, o defeito inexiste; II - A culpa
exclusiva do consumidor ou de terceiros.
Uma vez que não se vislumbra, no caso concreto, quaisquer das
hipóteses acima mencionadas, perfeitamente aplicável a
responsabilidade objetiva.

Quanto ao dano moral, resta claro que a situação ultrapassou, e muito, a


esfera do mero aborrecimento/dissabor.

Preceitua a norma insculpida nos arts. 186 e 927 do C.C:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Logo, deve ser a condenada a ré ao pagamento de indenização por dano


moral no importe de R$ 20.000.00 (vinte mil reais) ou outro a ser
estipulado por este juízo.

DOS PEDIDOS

ISTO POSTO, que seja julgado PROCEDENTE, requerendo:

1 - A citação da Ré, para, querendo, responder ao presente pedido, sob


pena de revelia;
2 – Que seja determinada a inversão do ônus da prova a favor do autor,
com base na norma enunciada no artigo 6º, inciso VIII da Lei n.º
8.078/90, bem como que este juízo acolha as outras preliminares;

3 - Que seja deferida a tutela de urgência, para os fins que a requerida


faça a devolução do valor retirado indevidamente da conta da Autora;
sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000,00 (mil reais);

4 - Condenar a Ré a devolução do valor já em dobro de R$ 846,66 que


foi retirado de forma indevida da conta da autora pelo próprio réu
para pagar uma conta já paga pala autora antes do vencimento.

5 - Condenar a Ré ao pagamento de indenização pelos danos morais


sofridos pelo autor, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais);

Protesta pela produção de prova documental suplementar, depoimento


pessoal do representante legal da ré, sob pena de confesso.
Atribui à causa o valor de R$ 22.846,66 (vinte e dois mil oitocentos e
quarenta e seis reais e sessenta e seis centavos).

Nestes termos,
Pede Deferimento.
Nilópolis, 10 de maio de 2022.
DR. A NDERSON DA SILVA MONTANHEIRO
OAB/RJ 144.021

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