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JUSTIÇA GRATUITA
IANDRA SOUZA DA GAMA, brasileira, casada, profissão, Cédula de Identidade RG nº 585309 SESDC-
RO, inscrito no CPF/MF sob nº 512.390.432-87, residente e domiciliada na Rua.., nº 3, Bairro, CEP nº 76.961-591,
Cacoal – RO, por intermédio de seu advogado, CRISTIANO ARMONDES DE OLIVEIRA, brasileiro, casado,
advogado devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Rondônia, sob o nº 6.536, com
escritório profissional na Av. Jucimeire, n° 233, Novo Horizonte, na cidade de Cacoal – RO, CEP 76.962-088, local
onde recebe notificações e intimações, e-mail: c.armondes@gmail.com, vem, mui respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, com fulcro no art. 19 da Lei N.º 11.340/2006, artigo 226, § 6º, da Constituição Federal, Lei nº.
6.515/77 e demais dispositivos legais, propor a presente:
AÇÃO IDENIZATÓRIA
Compra pela Internet – Produto não entregue
PRELIMINARMENTE
1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente, declara a Autora, na forma e sob as penas da lei, não possuir condições financeiras
para arcar com as custas e despesas processuais sem comprometer o seu sustento. Por tais razões,
pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita, assegurado pela Constituição Federal (art. 5º, LXXIV), pela Lei
1.050/60 e Lei 13.105/2015 (art. 98 e seguintes).
O art. 5º incs. XXXIV e XXXV da CFRB/88 assegura a todos o direito de acesso à justiça em
defesa de seus direitos, independente do pagamento de taxas, ao prever expressamente que a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Art. 99;
(...)
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.
Assim, por simples petição. Uma vez que inexistente prova da condição econômica dos
Requerentes, devida a concessão ao benefício da gratuidade de justiça, conforme posicionamento do STJ:
Cabe destacar que a lei não exige atestada miserabilidade da requerente, sendo suficiente a
“insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários advocatícios” (Art. 98,
CPC/15), conforme destaca a doutrina:
Pelo exposto, com base na garantia jurídica que a lei oferece, postula a parte autora a concessão
do benefício da JUSTIÇA GRATUITA, em todos os seus termos, a fim que seja isenta de quaisquer ônus
decorrentes do presente feito.
2. DOS FATOS
No entanto, contrariando qualquer expectativa depositada na compra, o produto não foi entregue
no domicílio da Autora.
Todavia, após vários contatos telefônicos, a empresa Ré afirmou que nada poderia fazer em
relação ao ocorrido. Nem realizar o estorno, tampouco entregar nova mercadoria.
A Autora, por não poder conta com o produto, em dinheiro para buscar outro produto idêntico,
teve que sofrer o desgaste de ter que procurar, por sua conta, saber o que de fato ocorreu com a
mercadoria que havia comprado. Sem obter qualquer êxito.
Ao sentir-se lesada, sem qualquer posicionamento das empresas Rés, a Autora buscou ajuda no
1
https://store.hp.com/br-pt
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PROCON. Contudo, com a pandemia do COVID-19, os atendimentos se encontram limitados, razão pela
qual intenta a presente demanda.
É o relato essencial.
A norma que rege a proteção dos direitos do consumidor, define, de forma cristalina, que o
consumidor de produtos e serviços deve ser abrigado das condutas abusivas de todo e qualquer
fornecedor, nos termos do art. 3º do referido Código.
Com esse postulado, o Réu não pode eximir-se das responsabilidades inerentes à sua atividade,
dentre as quais prestar a devida assistência técnica, visto que se trata de um fornecedor de produtos que,
independentemente de culpa, causou danos efetivos a um de seus consumidores.
Trata-se da materialização exata do Princípio da Isonomia, segundo o qual, todos devem ser
tratados de forma igual perante a lei, observados os limites de sua igualdade.
Assim, diante da inequívoca e presumida hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com duas
empresas de grande porte, indisponível concessão do direito à inversão do ônus da prova, que desde já
requer.
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3.3 DO DANO MORAL CONSUMERISTA
Conforme demonstrato pelos fatos narrados e provas que junta no presente processo, as
empresas rés deixaram de cumprir com suas obrigações primárias de assistência, obrigando a Autora
a buscar inúmeras formas de sanas a ausência do produto Impressora HP
Além disso, conforme relatado no item 2 (dos fatos), a Autora e entrou em contato com a ambas
as empresas rés a fim de resolver o impasse por diversas vezes.
Observe Excelência, que trata-se de entendimento pacificado pelo Enunciado 1.6 das Turmas
Recursais do Tribunal de Justiça do Paraná que a ineficiência de Call Centers caracteriza dano moral
passível de reparação. Senão vejamos:
Enunciado N.º 1.6 - Call center ineficiente – dano moral: Configura dano
moral a obstacularização, pela precariedade e/ou ineficiência do serviço de
call center, por parte da empresa de telefonia, como estratégia para não dar o
devido atendimento aos reclamos do consumidor
Assim, diante de tais evidências, resta configurado o dano moral que a Autora foi acometida,
restando indubitavelmente inequívoco o direito à indenização, conforme entendimento do Tribunal do
Estado de Rondônia
No que diz respeito a reparação por danos morais estribado do Código de Defesa do
Consumidor, James Marins (Responsabilidade da empresa pelo fato do produto: os acidentes de consumo
no Código de Proteção e Defesa do Consumidor, ed. RT, 1993, p. 143) bem salienta que:
Segundo observa com propriedade Nélson Nery Júnior, neste dispositivo quer o legislador
assegurar não só o critério genérico - que, segundo pensamos, poderá comportar mitigações - de
observância da responsabilidade objetiva, ao utilizar-se da expressão 'efetiva prevenção e reparação',
como também deixar imbúbite a possibilidade de cumulação entre o dano moral e patrimonial (ao utilizar-
se justamente da partícula conjuntiva 'e'), matéria outrora objeto de sérias controvérsias."Desta forma,
diante do desgaste ocasionado na relação de consumo com os réus, a Autora pleiteia a restituição
imediada da quantia despendida, corrigida e atualizada monetariamente, com fulcro no disposto no inciso
II do § 1º do artigo 18, do diploma consumerista.
O quantum indenizatório deve ser fixado de modo a não só garantir à parte que o postula a
recomposição do dano em face da lesão experimentada e, de igual modo, servir de reprimenta àquele que
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efetuou a conduta reprovável, de tal forma que o impacto se demonstre habil – em face da suficência – a
dissuadí-lo da repetição de procedimento análogo.
Portanto, cabível a indenização por danos morais, e nesse sentido, a indenização por dano moral
deve representar para a vítuma uma satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de
infligir ao causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado
completo descaso aos transtornos causados à Autora.
4. DOS PEDIDOS
a) Seja deferido o pedido de justiça gratuita à Autora, nos termos do artigo 98, do Novo Código
de Processo Civil, artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal e artigo 1º e parágrafos da Lei 5478/68,
vez que não possui condições financeiras de custear a presente demanda, sem prejuízo do próprio
sustento;
d) A condenação das empresas rés ao pagamento de indenização por danos morais no valor de
R$ 15.000,00 (quinze mil reais);
e) Que sejam citadas as demandadas para, querendo, contestar a presente, bem como
comparecer na audiência de conciliação/instrução/julgamento sob pena de sofrer os efeitos decorrentes da
revelia.
f) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas e cabíveis à
espécie, especialmente pelos documentos acostados,
Nestes termos,
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Pede e espera DEFERIMENTO.
Cacoal/RO, 26 de janeiro de 2024.
(assinado digitalmente)
CRISTIANO ARMONDES DE OLIVEIRA
OAB/RO 6.536